sábado, 31 de maio de 2014

USOS E COSTUMES PORTUGUESES: O LEVANTAMENTO DO PAU - LONGOS VALES

Usos e Costunes Portugueses
O LEVANTAMENTO DO PAU - LONGOS VALES - MONÇÃO
Tradições antigas do nosso País. Já tive o gosto de aqui tocar com o meu grupo várias vezes.

LONGOS VALES CUMPRE “LEVANTAMENTO DO PAU” A 1 DE JUNHO

pau3

É já amanhã, domingo (1 de Junho) que mais de uma centena de pessoas de Longos Vales, Monção, cumprem a tradição centenária do “levantamento do pau da bandeira”, uma tradição daquela freguesia cuja origem se perde no tempo.

“Antigamente eram só os homens que participavam mas hoje é toda a gente. Estamos a falar de mais de 100 pessoas a puxar as quatro cordas que levantam o pau e mais de trezentas a ver, porque a tradição está a atrair cada vez mais curiosos à freguesia”, afirmou à Lusa Márcio Ferreira, que irá integrar a “quadra” que este ano tem nas mãos a tarefa de organizar a romaria e, cerca de três semanas antes, de realizar o “levantamento do pau da bandeira” junto ao mosteiro de São João Baptista, padroeiro de Longos Vales.

Para a organização da romaria a freguesia divide-se em cinco partes, designadas por “quadra”, um conjunto de vários lugares que, a cada ano, tem a responsabilidade de organizar a festa em honra de São João Baptista entre 22 a 24 de Junho.

O pau, um eucalipto com entre 25 a 34 metros de altura, pintado às cores, “é levantado com a ajuda de quatro cordas interlaçadas, puxadas pelos elementos da quadra e pela população. Uma vez levantado é enterrado para se manter hasteado até final do ano”.

“O pau é levantado sempre no primeiro ou segundo fim de semana de Junho para anunciar as festas em honra do padroeira mas fica enterrado até 31 de Dezembro. É retirado nesse dia porque no dia 1 de Janeiro do novo ano já entra outra quadra para tomar conta da festa”, explica Márcio Ferreira.


sexta-feira, 30 de maio de 2014

LENDAS DE PORTUGAL: A LENDA DA POMBA BRANCA

Lendas e Mistérios
A LENDA DA POMBA BRANCA
Uma história de amor que foi real e que se tornou em mais uma das nossas lendas que nos enriquecem culturalmente.

Texto: Português

A LENDA DA POMBA BRANCA 

Encostada na sua cadeira de espaldar dourada, a rainha de Castela, Dª. Maria, esposa de Afonso XI e filha de Afonso IV de Portugal, meditava profundamente.

Tinham sido muitas as afrontas sofridas a seu esposo depois que Leonor de Gusmão surgira na sua vida. Muitas! Mas ela continuava a amar Afonso como na primeira hora em que o vira e dera graças a Deus por ser sua esposa. Daí o seu sofrimento, talvez já sem remédio.

Fechando os olhos, a rainha revivia todos os momentos felizes deixados para trás, espezinhados pela arrogância de uma outra mulher que surgira no único intuito de lhe roubar o que de mais caro tinha na vida: o amor do seu esposo.
Certo era que Afonso XI tinha feitio petulante e irrequieto, por vezes mesmo desordeiro. E os grandes guerreiros são fatalmente amorosos, por temperamento
.
Suspirava a rainha. Embora tudo fizesse para trazer ao de cima das suas recordações apenas os bons momentos, os momentos felizes da sua vida, os dolorosos, aqueles que mais a deprimiam, acabavam sempre por se impor como súbito vendaval. E então surgia ela, a outra, essa D. Leonor de Gusmão, rindo-se no seu próprio rosto da sua situação indesejável.
A última cena entre elas vivida, aquela que a fizera refugiar-se junto de seu pai e sob o céu de Portugal, surgia como monstro marinho nas águas límpidas e até aí repousantes do lago das suas boas recordações.
Era quase noite. Como se lembrava bem! Acabara de sair o mensageiro que trouxera a nova da vitória em frente ao cabo de S. Vicente, em que os portugueses tinham sido derrotados. Tão contente ficara Afonso de Castela que, embora adoentado, parecera ressurgir, como se fosse possível sarar de súbito. Todos os nobres castelhanos correram a saudar o seu rei e a fazer-lhe sentir a expressão do seu contentamento.
Ela não quisera deixar de aparecer a seu esposo. Seu pai perdera essa batalha, não o esquecia. Mas tinha vencido em muitas outras. E se Portugal era a sua pátria por nascimento, Castela era a sua morada e a pátria de seu esposo muito amado.
Comunicou ao rei que desejava falar-lhe. Longe dos seus beijos, dos seus carinhos, talvez nessa hora de alegria a olhasse com menos indiferença. Mas o rei castelhano mandara dizer-lhe que, se desejava falar-lhe, fosse ela ter com ele à sala comum onde habitualmente passava as horas de ócio quando se encontrava no palácio.
Recordava a rainha a sua aparição nessa sala. O olhar interrogativo do rei, a expressão trocista de Leonor. Sim, Leonor estava lá. E recordava ainda, como se estivesse a ouvi-las nesse momento, as frases que então foram trocadas. Perguntara o rei: «Que me desejais, Senhora?» Um pouco de orgulho fê-la responder: «Como vossa esposa e rainha de Castela, venho congratular-me pela vitória que alcançastes, mas algo mais quero dizer-vos. A sós!»
Ouviu, como o disparar de flecha incendiada pelo ódio, a gargalhada seca de Leonor e a sua mordaz advertência:
 — «Cuidado, Senhora! Estais a esquecer neste momento vosso pai e vossa pátria!»
Sentiu-se irada e impôs silêncio: «Calai-vos! Se aqui existe alguma estrangeira, sois vós e não eu! Esta casa não vos pertence!»
O rei sorria. Sorria mas ela sabia bem como ele estava inquieto.
Leonor tornara:
— «Como vos enganais, Senhora! Sou castelhana de nascimento. Amo e sou amada por um castelhano. E se aqui estou é porque o amor exige a minha presença. E vós? Onde nascestes? Quem vos ama?»
Era demais! Aquela insolência fora demasiado longe. D. Maria olhara o esposo com os olhos rasos de lágrimas e suplicara:
«Senhor! Mandai-a sair daqui enquanto vos falo!»

Como lhe parecera longo esse pequeno silêncio que então se seguira! Como falaram bem alto aqueles olhares trocados no meio da maior emoção. Mas a cólera entrou então no olhar do rei e ele teve a ousadia de exclamar:
«Senhora! Neste dia de tanta alegria para mim, se alguém está a mais nesta sala, sois vós, a filha de Afonso IV de Portugal!»

Fora como se uma grande pedra lhe tivesse desabado sobre a cabeça. Fugira dali para não cair no chão diante da sua rival e aos pés do seu ingrato esposo! E porque não mais quiseram saber dela, tratando-a como se na verdade fosse uma intrusa no seu próprio palácio, fugira também de Castela e viera refugiar-se nesse cantinho que a vira nascer, sob o céu azul, muito azul do seu Portugal.

Tão envolvida estava nos seus tristes pensamentos, a pobre rainha, que nem deu pela presença de alguém que, tossindo, tentava atrair o olhar de D. Maria e obter permissão para entrar na sua salinha predilecta. Foi necessário que o cavaleiro falasse alto para que ela se apercebesse de que já não estava só.
— Senhora! Perdoai a minha insistência em comunicar convosco, mas o assunto é urgente.
A rainha voltou-se.
— Ah, sois vós, D. Bernardo? Entrai!
Beijando-lhe as mãos, o cavaleiro curvou-se respeitosamente:
— Senhora! Lamento ter de furtar ao vosso repouso alguns momentos de atenção.
Sorriu a rainha com triste doçura:
— Dizei, D. Bernardo. Ainda valho algo para alguém?
Arrependeu-se logo desta fraqueza, mas já D. Bernardo lhe respondia com a galhardia de um verdadeiro fidalgo:
— É na qualidade de rainha de Castela e filha do rei de Portugal que vos procuro. Vede, pois, o quanto preciso de vós!
A rainha baixou o olhar, para que o fidalgo não lhe visse as lágrimas que molhavam já as suas longas pestanas e pediu:
— Falai, nobre amigo!
Respirou fundo o cavaleiro. Depois perfilando-se, disse com certa solenidade:
— Senhora! A guerra e o ódio que entrou em terras de Portugal e Castela é um monstro que pode levar à ruína qualquer destas nações!
Sumidamente, a rainha concordou:
— Tendes razão, D. Bernardo!
O cavaleiro prosseguiu:
— Os Mouros, que já descobriram esse ódio que alimenta os reis de Portugal e Castela, estão a tentar aproveitar-se dele para caírem sobre este lado do mundo cristão. O perigo é eminente. É necessário fazer algo para o dissipar!
A rainha abanou a cabeça num desalento.
— Nada os demove!
A voz do fidalgo elevou-se, embora com respeito:
— Senhora! O povo está a ser prejudicado com o ódio que separa os dois reis. D. Afonso IV não perdoa a D. Afonso XI o que ele vos fez!
A rainha curvou a cabeça. O fidalgo insistiu:
— Precisamos de vós, Senhora!
Olhou D. Maria o cavaleiro com certa surpresa:
— E que posso eu fazer?
— Suplicar a el-rei vosso pai que não destrua o reino e a vida de vosso esposo. Por meu lado, já mandei a Roma alguém que falará ao Papa e tentará junto do rei de Castela uma reconciliação.
— E achais que meu pai me atenderá?
— É uma esperança!
— Tentarei!

Em vão chorou a filha de Afonso IV. Em vão suplicou ao rei que cessasse a guerra com Castela e olhasse para o povo. D. Afonso IV não a atendeu. Antes mais lhe revolveu a ferida aberta em seu coração, relembrando-lhe os maus tratos por ela recebidos de seu esposo e as honras de rainha que estavam sendo dadas em Castela a D. Leonor de Gusmão.
Fracassada, abatida, D. Maria voltou a refugiar-se na sua simples mas elegante salinha, e D. Afonso saiu uma vez mais a juntar gente para outra sortida por terras de Espanha.
Desta vez foi a hora da Galiza conhecer o furor de Afonso IV, o Bravo. Cidades incendiadas, campos destruídos, casas saqueadas, e feridos, e mortos por todo o lado! O ódio continuava a comandar o gesto dos dois Afonsos. E entretanto, as novas que chegavam de África eram cada vez mais alarmantes!

O Sol começara a descer, mas a rainha de Castela estava ainda de joelhos a orar.
— Senhor! Acalmai meu pai e o meu esposo! Fazei, Senhor, que eles compreendam que o bem-estar do povo deve valer mais para eles do que os seus próprios sentimentos! Já não Vos peço, Senhor, que Afonso meu esposo volte a amar-me e a fazer-me feliz, repudiando a outra! Suplico-Vos apenas que esta guerra sem quartel possa ter um fim! Os Mouros, ao que nos dizem, preparam-se para atacar Castela em grande força! Salvai Afonso e o seu povo! Salvai-nos a todos, Senhor, pela Vossa Misericórdia! E se virdes que posso merecer-Vos alguma atenção, enviai-me um sinal, para que sinta alento na espera destes meus longos dias!
Calou-se a rainha, de olhos enxutos. Nem sempre as lágrimas deslizavam pelo seu rosto. Mas nem por isso o seu sofrimento era menor. No peito, uma espécie de mão invisível apertava-a como se a quisesse esmagar. E o ar, subitamente raro, não passava pelos seus lábios. Sofria, a rainha! Sofria por Portugal e Castela!...

De súbito, algo veio sobressaltar a esposa desprezada por Afonso XI. Algo de belo, de harmonioso, como arauto do Céu, trazendo a Esperança! Sobre o parapeito de pedra da janela aberta da salinha elegante e sossegada, uma pomba branca veio pousar. Uma pomba trazendo no bico um raminho de oliveira!
Alegrou-se a rainha. E, desta vez com o rosto banhado em pranto, voltou a orar a Deus, mas numa oração sem palavras, onde todo o seu pensamento se elevava, puríssimo! A paz seria firmada entre Portugal e Castela.
Mas como?
Deixou a rainha de orar. Voltou o seu pensamento, descendo do Céu à Terra. Seu pai dissera-lhe, havia pouco tempo ainda, que a paz entre Portugal e Castela só seria possível se, entre as exigências a que tinha jus, o rei de Castela acatasse e aceitasse a de desterrar da sua corte e da sua vida Leonor de Gusmão e restituir essa mesma corte à rainha D. Maria.
Seria isso possível? Se o era, bendita essa pomba branca, mensageira de Deus e da paz para os dois reinos e para a sua alma atormentada! Não se enganara D. Maria ao acreditar que a pomba branca tinha sido o sinal de Deus simbolizando a esperança para a paz entre os dois países vizinhos, pois essa paz foi possível!

Ao saber que D. Afonso IV, desesperado com as loucuras feitas pelos Castelhanos e com as suas próprias loucuras, tinha renovado com o novo rei de Aragão a liga havida antes no intuito de atacar Castela por todos os lados, resolveu-se D. Afonso XI a ouvir as súplicas do enviado do Papa. Escreveu então ao rei de Portugal para que este lhe enviasse embaixadores a Castela, que pela sua parte escolheria os nobres que, com esses mesmos embaixadores portugueses, combinariam a paz.
E o tratado foi concluído e assinado. Tratado duro para o rei de Castela, mas que ele soube cumprir como rei e como homem.

Assim, D. Leonor de Gusmão foi afastada da corte e nela reentrou, serena mas, no íntimo, altamente comovida, a rainha D. Maria, filha do rei de Portugal.
Não se arrependeu Afonso XI desse gesto.
Breve, muito breve mesmo, teve o rei de Castela ocasião de cair aos pés de Maria e pedir-lhe que fosse a Portugal suplicar a seu pai socorro para terras de Castela. Os mouros de África avizinhavam-se das praias da Península com muitos milhares de homens e cavalos para uma invasão em forma.
D. Afonso IV ouviu, desta vez, as preces da filha. E ajuntando homens, cavalos e naus, dirigiu-se a Espanha, onde foi recebido como enviado do Céu. A Portugal pertenceu, então, a vitória da célebre batalha do Salado.
............................
Fonte Biblio MARQUES, Gentil Lisboa, Lendas de Portugal, Círculo de Leitores, 1997 [1962], p.Volume V, pp. 359-363

ADENDA;
Esta lenda tem muito pouco de lenda, porque de verdade, tem tudo!
Os factos históricos acima relatados  aconteceram na realidade.  Um dos motivos porque D.Afonso IV aceitou que, por razões de Estado, se matasse  a Dª.Inês de Castro, tinha muito a ver com a sucessão do trono de Castela que estava a  pender mais para o lado dos filhos da barregã  Leonor de Gusmão, com a aceitação de Afonso XI, e não do filho Pedro gerado pela Rainha D.Maria, quer dizer, do  neto de "O BRAVO".
Por isso, D.Afonso IV resolveu matar pela raiz esse problema no seu reino, tornando bastardos os 3 filhos (D.João, D.Dinis e Dª. Beatriz) da infeliz Inês, portanto, sem direito à sucessão do trono.

Sobre a vitória da batalha do Salado - nome de um pequeno rio que fica um pouco a sul de Sevilha -  onde o nosso BRAVO se cobriu de glória, falarei disso num dos próximos episódios até porque, ajudando Castela, o nosso Rei também se ajudou a si mesmo porquanto, se os mouros entrassem por Castela dentro... também poderiam vir até nós, e lá se ia o Algarve...pelo menos.

DATAS HISTÓRICAS: 30 DE MAIO E A LEI DO MATA FRADES

História de Portugal
30 DE MAIO - A LEI DO MATA FRADES
Fonte: Do Tempo da Outra Senhora

30 de Maio


A 30 de Maio de 1834, Joaquim António de Aguiar (1792-1884), apelidado
de “O Mata-Frades”, promulga uma lei que extingue “todos os conventos,
mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas
regulares”, ficando os seus bens incorporados na Fazenda Nacional.
MONGES NO REFEITÓRIO (séc. XVII) - Painel de azulejos do Mosteiro
de São Martinho de Tibães.

JOANA DE ARCO: EM NOME DE DEUS - QUANDO 2 NAÇÕES CRISTÃS SE ENFRENTAM

Personagens Históricos
JOANA DE ARCO: EM NOME DE DEUS - QUANDO 2 NAÇÕES CRISTÃS SE ENFRENTAM
Sua história aqui revelada, quadros, esculturas, cartas dela e textos da época.
Contém também o programa "Segredos da História" do canal France 2.

Texto: Inglês
Áudio: Francês
Fonte: Nobility Org. - France 2 - YouTube 


When God chose sides in war between two Christian nations, He sent her to win it

St. Joan of Arc

Statue of St. Joan of Arc in New Orleans, Louisiana
Statue of St. Joan of Arc in New Orleans, Louisiana

In French Jeanne d’Arc; by her contemporaries commonly known as la Pucelle (the Maid).
Born at Domremy in Champagne, probably on 6 January, 1412; died at Rouen, 30 May, 1431. The village of Domremy lay upon the confines of territory which recognized the suzerainty of the Duke of Burgundy, but in the protracted conflict between the Armagnacs (the party of Charles VII, King of France), on the one hand, and the Burgundians in alliance with the English, on the other, Domremy had always remained loyal to Charles.
Jacques d’Arc, Joan’s father, was a small peasant farmer, poor but not needy. Joan seems to have been the youngest of a family of five. She never learned to read or write but was skilled in sewing and spinning, and the popular idea that she spent the days of her childhood in the pastures, alone with the sheep and cattle, is quite unfounded. All the witnesses in the process of rehabilitation spoke of her as a singularly pious child, grave beyond her years, who often knelt in the church absorbed in prayer, and loved the poor tenderly. Great attempts were made at Joan’s trial to connect her with some superstitious practices supposed to have been performed round a certain tree, popularly known as the “Fairy Tree” (l’Arbre des Dames), but the sincerity of her answers baffled her judges. She had sung and danced there with the other children, and had woven wreaths for Our Lady’s statue, but since she was twelve years old she had held aloof from such diversions.

Apparition of St. Michael Arcangel and St. Catherine to St. Joan of Arc. Painting by Hermann Anton Stilke
Apparition of St. Michael Arcangel and St. Catherine to St. Joan of Arc. Painting by Hermann Anton Stilke

It was at the age of thirteen and a half, in the summer of 1425, that Joan first became conscious of that manifestation, whose supernatural character it would now be rash to question, which she afterwards came to call her “voices” or her “counsel.” It was at first simply a voice, as if someone had spoken quite close to her, but it seems also clear that a blaze of light accompanied it, and that later on she clearly discerned in some way the appearance of those who spoke to her, recognizing them individually as St. Michael (who was accompanied by other angels), St. Margaret, St. Catherine, and others. Joan was always reluctant to speak of her voices. She said nothing about them to her confessor, and constantly refused, at her trial, to be inveigled into descriptions of the appearance of the saints and to explain how she recognized them. None the less, she told her judges: “I saw them with these very eyes, as well as I see you.”

Drawing of St. Joan of Arc by Frank DuMond.
Drawing of St. Joan of Arc by Frank DuMond.

Great efforts have been made by rationalistic historians, such as M. Anatole France, to explain these voices as the result of a condition of religious and hysterical exaltation which had been fostered in Joan by priestly influence, combined with certain prophecies current in the countryside of a maiden from the bois chesnu (oak wood), near which the Fairy Tree was situated, who was to save France by a miracle. But the baselessness of this analysis of the phenomena has been fully exposed by many non-Catholic writers. There is not a shadow of evidence to support this theory of priestly advisers coaching Joan in a part, but much which contradicts it. Moreover, unless we accuse the Maid of deliberate falsehood, which no one is prepared to do, it was the voices which created the state of patriotic exaltation, and not the exaltation which preceded the voices. Her evidence on these points is clear.

Although Joan never made any statement as to the date at which the voices revealed her mission, it seems certain that the call of God was only made known to her gradually. But by May, 1428, she no longer doubted that she was bidden to go to the help of the king, and the voices became insistent, urging her to present herself to Robert Baudricourt, who commanded for Charles VII in the neighbouring town of Vaucouleurs. This journey she eventually accomplished a month later, but Baudricourt, a rude and dissolute soldier, treated her and her mission with scant respect, saying to the cousin who accompanied her: “Take her home to her father and give her a good whipping.”

Charles VII, King of France
Charles VII, King of France

Meanwhile the military situation of King Charles and his supporters was growing more desperate. Orléans was invested (12 October, 1428), and by the close of the year complete defeat seemed imminent. Joan’s voices became urgent, and even threatening. It was in vain that she resisted, saying to them: “I am a poor girl; I do not know how to ride or fight.” The voices only reiterated: “It is God who commands it.” Yielding at last, she left Domremy in January, 1429, and again visited Vaucouleurs.
Baudricourt was still skeptical, but, as she stayed on in the town, her persistence gradually made an impression on him. On 17 February she announced a great defeat which had befallen the French arms outside Orléans (the Battle of the Herrings). As this statement was officially confirmed a few days later, her cause gained ground. Finally she was suffered to seek the king at Chinon, and she made her way there with a slender escort of three men-at-arms, she being attired, at her own request, in male costume — undoubtedly as a protection to her modesty in the rough life of the camp. She always slept fully dressed, and all those who were intimate with her declared that there was something about her which repressed every unseemly thought in her regard.

Painting of St. Joan of Arc in Battle by Hermann Stilke
Painting of St. Joan of Arc in Battle by Hermann Stilke

She reached Chinon on 6 March, and two days later was admitted into the presence of Charles VII. To test her, the king had disguised himself, but she at once saluted him without hesitation amidst a group of attendants. From the beginning a strong party at the court — La Trémoille, the royal favorite, foremost among them — opposed her as a crazy visionary, but a secret sign, communicated to her by her voices, which she made known to Charles, led the king, somewhat half-heartedly, to believe in her mission. What this sign was, Joan never revealed, but it is now most commonly believed that this “secret of the king” was a doubt Charles had conceived of the legitimacy of his birth, and which Joan had been supernaturally authorized to set at rest.

Letter written by St. Joan of Arc to the people of Riom, November 9, 1429.
Letter written by St. Joan of Arc to the people of Riom, November 9, 1429.

Still, before Joan could be employed in military operations she was sent to Poitiers to be examined by a numerous committee of learned bishops and doctors. The examination was of the most searching and formal character. It is regrettable in the extreme that the minutes of the proceedings, to which Joan frequently appealed later on at her trial, have altogether perished. All that we know is that her ardent faith, simplicity, and honesty made a favorable impression. The theologians found nothing heretical in her claims to supernatural guidance, and, without pronouncing upon the reality of her mission, they thought that she might be safely employed and further tested.
Returning to Chinon, Joan made her preparations for the campaign. Instead of the sword the king offered her, she begged that search might be made for an ancient sword buried, as she averred, behind the altar in the chapel of Ste-Catherine-de-Fierbois. It was found in the very spot her voices indicated. There was made for her at the same time a standard bearing the words Jesus, Maria, with a picture of God the Father, and kneeling angels presenting a fleur-de-lis.

Statue of St. Joan of Arc with her banner in the Notre-Dame Reims Cathedral, France
Statue of St. Joan of Arc with her banner in the Notre-Dame Reims Cathedral, France

But perhaps the most interesting fact connected with this early stage of her mission is a letter of one Sire de Rotslaer written from Lyons on 22 April, 1429, which was delivered at Brussels and duly registered, as the manuscript to this day attests, before any of the events referred to received their fulfillment. The Maid, he reports, said “that she would save Orléans and would compel the English to raise the siege, that she herself in a battle before Orléans would be wounded by a shaft but would not die of it, and that the King, in the course of the coming summer, would be crowned at Reims, together with other things which the King keeps secret.”
Before entering upon her campaign, Joan summoned the King of England to withdraw his troops from French soil. The English commanders were furious at the audacity of the demand, but Joan by a rapid movement entered Orléans on 30 April. Her presence there at once worked wonders. By 8 May the English forts which encircled the city had all been captured, and the siege raised, though on the 7th Joan was wounded in the breast by an arrow. So far as the Maid went she wished to follow up these successes with all speed, partly from a sound warlike instinct, partly because her voices had already told her that she had only a year to last. But the king and his advisers, especially La Trémoille and the Archbishop of Reims, were slow to move. However, at Joan’s earnest entreaty a short campaign was begun upon the Loire, which, after a series of successes, ended on 18 June with a great victory at Patay, where the English reinforcements sent from Paris under Sir John Fastolf were completely routed. The way to Reims was now practically open, but the Maid had the greatest difficulty in persuading the commanders not to retire before Troyes, which was at first closed against them. They captured the town and then, still reluctantly, followed her to Reims, where, on Sunday, 17 July, 1429, Charles VII was solemnly crowned, the Maid standing by with her standard, for — as she explained — “as it had shared in the toil, it was just that it should share in the victory.”

Coronation of Charles VII with St. Joan of Arc by his side. Painting by E. Lenepveu.
Coronation of Charles VII with St. Joan of Arc by his side. Painting by E. Lenepveu.

The principal aim of Joan’s mission was thus attained, and some authorities assert that it was now her wish to return home, but that she was detained with the army against her will. The evidence is to some extent conflicting, and it is probable that Joan herself did not always speak in the same tone. Probably she saw clearly how much might have been done to bring about the speedy expulsion of the English from French soil, but on the other hand she was constantly oppressed by the apathy of the king and his advisers, and by the suicidal policy which snatched at every diplomatic bait thrown out by the Duke of Burgundy.
An abortive attempt on Paris was made at the end of August. Though St-Denis was occupied without opposition, the assault which was made on the city on 8 September was not seriously supported, and Joan, while heroically cheering on her men to fill the moat, was shot through the thigh with a bolt from a crossbow. The Duc d’Alençon removed her almost by force, and the assault was abandoned. The reverse unquestionably impaired Joan’s prestige, and shortly afterwards, when, through Charles’ political counselors, a truce was signed with the Duke of Burgundy, she sadly laid down her arms upon the altar of St-Denis.

Painting by Sir John Gilbert
Painting by Sir John Gilbert

The inactivity of the following winter, mostly spent amid the worldliness and the jealousy of the Court, must have been a miserable experience for Joan. It may have been with the idea of consoling her that Charles, on 29 December, 1429, ennobled the Maid and all her family, who henceforward, from the lilies on their coat of arms, were known by the name of Du Lis. It was April before Joan was able to take the field again at the conclusion of the truce, and at Melun her voices made known to her that she would be taken prisoner before Midsummer Day. Neither was the fulfillment of this prediction long delayed. It seems that she had thrown herself into Compiègne on 24 May at sunrise to defend the town against Burgundian attack. In the evening she resolved to attempt a sortie, but her little troop of some five hundred encountered a much superior force. Her followers were driven back and retired desperately fighting. By some mistake or panic of Guillaume de Flavy, who commanded in Compiègne, the drawbridge was raised while still many of those who had made the sortie remained outside, Joan amongst the number. She was pulled down from her horse and became the prisoner of a follower of John of Luxemburg. Guillaume de Flavy has been accused of deliberate treachery, but there seems no adequate reason to suppose this. He continued to hold Compiègne resolutely for his king, while Joan’s constant thought during the early months of her captivity was to escape and come to assist him in this task of defending the town.

On December 29, 1429, in praise of her great deeds, King Charles VII officially enobled the d'Arc lineage in perpetuity by granting them the surname "du Lys".  At the request of St. Joan of Arc, King Charles also remitted the taxes on the people of Domrémy, which was upheld until the French Revolution.
On December 29, 1429, in praise of her great deeds, King Charles VII officially enobled the d’Arc lineage in perpetuity by granting them the surname “du Lys”. At the request of St. Joan of Arc, King Charles also remitted the taxes on the people of Domrémy, which was upheld until the French Revolution.

No words can adequately describe the disgraceful ingratitude and apathy of Charles and his advisers in leaving the Maid to her fate. If military force had not availed, they had prisoners like the Earl of Suffolk in their hands, for whom she could have been exchanged. Joan was sold by John of Luxembourg to the English for a sum which would amount to several hundred thousand dollars in modern money. There can be no doubt that the English, partly because they feared their prisoner with a superstitious terror, partly because they were ashamed of the dread which she inspired, were determined at all costs to take her life. They could not put her to death for having beaten them, but they could get her sentenced as a witch and a heretic.
Moreover, they had a tool ready to their hand in Pierre Cauchon, the Bishop of Beauvais, an unscrupulous and ambitious man who was the creature of the Burgundian party. A pretext for invoking his authority was found in the fact that Compiègne, where Joan was captured, lay in the Diocese of Beauvais. Still, as Beauvais was in the hands of the French, the trial took place at Rouen — the latter see being at that time vacant. This raised many points of technical legality which were summarily settled by the parties interested.

The Coat of Arms given to St. Joan of Arc and her family by King Charles VII of France.
The Coat of Arms given to St. Joan of Arc and her family by King Charles VII of France.

The Vicar of the Inquisition at first, upon some scruple of jurisdiction, refused to attend, but this difficulty was overcome before the trial ended. Throughout the trial Cauchon’s assessors consisted almost entirely of Frenchmen, for the most part theologians and doctors of the University of Paris. Preliminary meetings of the court took place in January, but it was only on 21 February, 1431, that Joan appeared for the first time before her judges. She was not allowed an advocate, and, though accused in an ecclesiastical court, she was throughout illegally confined in the Castle of Rouen, a secular prison, where she was guarded by dissolute English soldiers. Joan bitterly complained of this. She asked to be in the church prison, where she would have had female attendants. It was undoubtedly for the better protection of her modesty under such conditions that she persisted in retaining her male attire. Before she had been handed over to the English, she had attempted to escape by desperately throwing herself from the window of the tower of Beaurevoir, an act of seeming presumption for which she was much browbeaten by her judges. This also served as a pretext for the harshness shown regarding her confinement at Rouen, where she was at first kept in an iron cage, chained by the neck, hands, and feet. On the other hand she was allowed no spiritual privileges — e.g. attendance at Mass — on account of the charge of heresy and the monstrous dress (difformitate habitus) she was wearing.

The Trial of Joan of Arc, Painting by Louis Boutet de Monvel
The Trial of Joan of Arc, Painting by Louis Boutet de Monvel

As regards the official record of the trial, which, so far as the Latin version goes, seems to be preserved entire, we may probably trust its accuracy in all that relates to the questions asked and the answers returned by the prisoner. These answers are in every way favourable to Joan. Her simplicity, piety, and good sense appear at every turn, despite the attempts of the judges to confuse her. They pressed her regarding her visions, but upon many points she refused to answer. Her attitude was always fearless, and, upon 1 March, Joan boldly announced that “within seven years’ space the English would have to forfeit a bigger prize than Orléans.” In point of fact Paris was lost to Henry VI on 12 November, 1437 — six years and eight months afterwards. It was probably because the Maid’s answers perceptibly won sympathizers for her in a large assembly that Cauchon decided to conduct the rest of the inquiry before a small committee of judges in the prison itself. We may remark that the only matter in which any charge of prevarication can be reasonably urged against Joan’s replies occurs especially in this stage of the inquiry. Joan, pressed about the secret sign given to the king, declared that an angel brought him a golden crown, but on further questioning she seems to have grown confused and to have contradicted herself. Most authorities (like, e.g., M. Petit de Julleville and Mr. Andrew Lang) are agreed that she was trying to guard the king’s secret behind an allegory, she herself being the angel; but others — for instance P. Ayroles and Canon Dunand — insinuate that the accuracy of the procès-verbal cannot be trusted. On another point she was prejudiced by her lack of education. The judges asked her to submit herself to “the Church Militant.” Joan clearly did not understand the phrase and, though willing and anxious to appeal to the pope, grew puzzled and confused. It was asserted later that Joan’s reluctance to pledge herself to a simple acceptance of the Church’s decisions was due to some insidious advice treacherously imparted to her to work her ruin. But the accounts of this alleged perfidy are contradictory and improbable.

St. Joan of Arc being led to her execution in Rouen. Painting by Isidore Patrois
St. Joan of Arc being led to her execution in Rouen. Painting by Isidore Patrois

The examinations terminated on 17 March. Seventy propositions were then drawn up, forming a very disorderly and unfair presentment of Joan’s “crimes,” but, after she had been permitted to hear and reply to these, another set of twelve were drafted, better arranged and less extravagantly worded. With this summary of her misdeeds before them, a large majority of the twenty-two judges who took part in the deliberations declared Joan’s visions and voices to be “false and diabolical,” and they decided that if she refused to retract she was to be handed over to the secular arm — which was the same as saying that she was to be burned. Certain formal admonitions, at first private, and then public, were administered to the poor victim (18 April and 2 May), but she refused to make any submission which the judges could have considered satisfactory. On 9 May she was threatened with torture, but she still held firm. Meanwhile, the twelve propositions were submitted to the University of Paris, which, being extravagantly English in sympathy, denounced the Maid in violent terms. Strong in this approval, the judges, forty-seven in number, held a final deliberation, and forty-two reaffirmed that Joan ought to be declared heretical and handed over to the civil power, if she still refused to retract. Another admonition followed in the prison on 22 May, but Joan remained unshaken. The next day a stake was erected in the cemetery of St-Ouen, and in the presence of a great crowd she was solemnly admonished for the last time. After a courageous protest against the preacher’s insulting reflections on her king, Charles VII, the accessories of the scene seem at last to have worked upon mind and body worn out by so many struggles. Her courage for once failed her. She consented to sign some sort of retraction, but what the precise terms of that retraction were will never be known. In the official record of the process a form of retraction is in inserted which is most humiliating in every particular. It is a long document which would have taken half an hour to read. What was read aloud to Joan and was signed by her must have been something quite different, for five witnesses at the rehabilitation trial, including Jean Massieu, the official who had himself read it aloud, declared that it was only a matter of a few lines. Even so, the poor victim did not sign unconditionally, but plainly declared that she only retracted in so far as it was God’s will. However, in virtue of this concession, Joan was not then burned, but conducted back to prison.

Enveloped in flames, Joan cried out the name of Jesus six times before dying.
Enveloped in flames, Joan cried out the name of Jesus six times before dying.

The English and Burgundians were furious, but Cauchon, it seems, placated them by saying, “We shall have her yet.” Undoubtedly her position would now, in case of a relapse, be worse than before, for no second retraction could save her from the flames. Moreover, as one of the points upon which she had been condemned was the wearing of male apparel, a resumption of that attire would alone constitute a relapse into heresy, and this within a few days happened, owing, it was afterwards alleged, to a trap deliberately laid by her jailers with the connivance of Cauchon. Joan, either to defend her modesty from outrage, or because her women’s garments were taken from her, or, perhaps, simply because she was weary of the struggle and was convinced that her enemies were determined to have her blood upon some pretext, once more put on the man’s dress which had been purposely left in her way. The end now came soon. On 29 May a court of thirty-seven judges decided unanimously that the Maid must be treated as a relapsed heretic, and this sentence was actually carried out the next day (30 May, 1431) amid circumstances of intense pathos. She is said, when the judges visited her early in the morning, first to have charged Cauchon with the responsibility of her death, solemnly appealing from him to God, and afterwards to have declared that “her voices had deceived her.” About this last speech a doubt must always be felt. We cannot be sure whether such words were ever used, and, even if they were, the meaning is not plain. She was, however, allowed to make her confession and to receive Communion. Her demeanor at the stake was such as to move even her bitter enemies to tears. She asked for a cross, which, after she had embraced it, was held up before her while she called continuously upon the name of Jesus. “Until the last,” said Manchon, the recorder at the trial, “she declared that her voices came from God and had not deceived her.” After death her ashes were thrown into the Seine.

The beatification of St. Joan of Arc
The beatification of St. Joan of Arc

Twenty-four years later a revision of her trial, the procès de réhabilitation, was opened at Paris with the consent of the Holy See. The popular feeling was then very different, and, with but the rarest exceptions, all the witnesses were eager to render their tribute to the virtues and supernatural gifts of the Maid. The first trial had been conducted without reference to the pope, indeed it was carried out in defiance of St. Joan’s appeal to the head of the Church. Now an appellate court constituted by the pope, after long inquiry and examination of witnesses, reversed and annulled the sentence pronounced by a local tribunal under Cauchon’s presidency. The illegality of the former proceedings was made clear, and it speaks well for the sincerity of this new inquiry that it could not be made without inflicting some degree of reproach upon both the King of France and the Church at large, seeing that so great an injustice had been done and had so long been suffered to continue unredressed. Even before the rehabilitation trial, keen observers, like Eneas Sylvius Piccolomini (afterwards Pope Pius II), though still in doubt as to her mission, had discerned something of the heavenly character of the Maid. In Shakespeare’s day she was still regarded in England as a witch in league with the fiends of hell, but a juster estimate had begun to prevail even in the pages of Speed’s “History of Great Britaine” (1611). By the beginning of the nineteenth century the sympathy for her even in England was general. Such writers as Southey, Hallam, Sharon Turner, Carlyle, Landor, and, above all, De Quincey greeted the Maid with a tribute of respect which was not surpassed even in her own native land. Among her Catholic fellow-countrymen she had been regarded, even in her lifetime, as Divinely inspired.
At last the cause of her beatification was introduced upon occasion of an appeal addressed to the Holy See, in 1869, by Mgr Dupanloup, Bishop of Orléans, and, after passing through all its stages and being duly confirmed by the necessary miracles, the process ended in the decree being published by Pius X on 11 April, 1909. A Mass and Office of St. Joan, taken from the “Commune Virginum,” with “proper” prayers, have been approved by the Holy See for use in the Diocese of Orléans.
HERBERT THURSTON (Catholic Encyclopedia)

Photo of the Canonization of St. Joan of Arc on May 16, 1920.
Photo of the Canonization of St. Joan of Arc on May 16, 1920.

Nobility.org Editorial Comment: —
Unquestionably, St. Joan of Arc was invested with a divine mission to save France. Nevertheless, she used natural as well as supernatural means to pursue it.
Among the natural means, her leadership merits close analysis. She captured the imagination of the French, she pulled them out of their despondency and gave them a courage they thought was lost forever. She encouraged them to dream anew and strive for an audacious, beautiful, if seemingly impossible dream, always reminding them of the need of divine help to crown the efforts they must make: “Soldiers must fight, but God gives the victory.” The French, who respond well to this form of inspired leadership, were brave as in the best moments of their History, and the tide of war changed for good for the English.


Documentário
SECRETS D'HISTOIRE: JEANNE D'ARC - AU NOM DE DIEU 


MONUMENTOS NACIONAIS: PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA

Palácios e Castelos
PALÁCIO NACIONAL E CONVENTO DE MAFRA
A história e o vídeo de um dos mais belos palácios nacionais
.
Fonte: Portugal Glorioso - YouTube
Texto: Português


 

ver imagem no facebook - aqui
Mandado construir por D. João V "O MAGNÂNIMO" começou por um modesto projecto para abrigar 109 frades porém, como o ouro de muitos e bons kilates vindos do Brasil começaram a encher os nossos depauperados cofres, o  Rei reuniu-se com o arquitecto Ludovice e, face a tanto cabedal, ambicionaram e planearam uma obra mais grandiosa e imponente.

Há historiadores que nos dizem ser a obra fruto de uma promessa que D.João V fizera no caso da Rainha Dª.Maria Ana de Áustria lhe desse descendência, o que aconteceu com o nascimento da Princesa Dª.Maria Bárbara, mas há ainda outros que asseguram ser a obra feita por via de uma outra promessa relativa a uma doença de que o Rei padecia.

O que é certo, é que a grandiosa obra está lá em Mafra, para deleite de todos os Portugueses e de quem nos visita. Foi iniciada em 17 de Novembro de 1717 e feita em pedra da região, ocupa 38.000 m, com 1.200 divisões, 4.700 portas e janelas e 156 escadas.

Para tão Real Obra, o Magnânimo Rei encomendou esculturas e pinturas a Mestres Italianos e Portugueses e, na Flandres, dois carrilhões, mandados fabricar em Antuérpia e em Liège, com um total de 98 sinos que pesam mais de 200 toneladas e constituem um dos maiores carrilhões históricos do mundo.


Integra ainda um conjunto de seis órgãos históricos na Basílica, uma extraordinária biblioteca do séc. XVIII, com 38000 volumes e um Núcleo Conventual, com um hospital da época.

Saiba mais sobre a biblioteca - aqui
A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projecto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real, umas das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e incontáveis obras de arte. A magnifica basílica foi consagrada no 41.º aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730.

Porque os nossos irmãos brasileiros ainda hoje choram o ouro que veio para Portugal e que tornou possível esta magnífica obra, entre outras, é bom que saibam também que algum desse ouro retornou, porque as melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real aquando das invasões francesas em 1807.

Durante os últimos reinados da Dinastia de Bragança, o Palácio foi utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de Outubro de 1910 o último rei D. Manuel II para a praia da Ericeira, onde o seu iate real o conduziu para o exílio.
............................
Texto baseado nas fontes; Instituto de Museus e da Conservação. Wikipedia.



VÍDEO: PALÁCIO NACIONAL DE MAFRA



quinta-feira, 29 de maio de 2014

HISTÓRIA: HISTÓRIA DO AZULEJO PORTUGUÊS

História
HISTÓRIA DO AZULEJO PORTUGUÊS
Fonte: Portugal Glorioso
A palavra azulejo vem do árabe azzelij, que significa pequena pedra polida usada para desenhar mosaico bizantino do Próximo oriente. É comum, no entanto, relacionar-se o termo com a palavra azul (termo persa لاژور lazkward, lápis-lázuli) dado grande parte da produção portuguesa de azulejo caracterizar-se pelo emprego maioritário desta cor, mas a real origem da palavra é árabe.

Azulejo português
Este termo designa uma peça de cerâmica de pouca espessura, geralmente, quadrada (originalmente fabricada nas medidas 15×15 ou menores formatos), em que uma das faces é vidrada, resultado da cozedura de um revestimento geralmente denominado como esmalte, que se torna impermeável e brilhante. Devido a essa impermeabilidade era, geralmente, usado em áreas molhadas também pelo seu baixo custo e pela resistência. Esta face pode ser monocromática ou policromática, lisa ou em relevo. O azulejo é normalmente, utilizado em grande número como elemento associado à arquitectura em revestimento de superfícies interiores ou exteriores ou como elemento decorativo isolado. Os temas oscilam entre os relatos de episódios históricos, cenas mitológicas, iconografia religiosa e uma vasta gama de elementos decorativos espalhados em muitos temas (geométricos, vegetarianos etc) aplicados à parede, pavimentos e tectos de palácios, jardins, edifícios religiosos (igrejas, conventos), de habitação e públicos.

Nas igrejas, o azulejo reveste todas as superfícies, mesmo tectos e abóbadas, e observa-se um complemento estético entre a talha dourada do período barroco português e as molduras ondulantes do azulejo.
Azulejo Português – A Padeira de Aljubarrota
Com diferentes características entre si, este material tornou-se um elemento de construção divulgado em diferentes países, assumindo-se em Portugal como um importante suporte para a expressão artística nacional ao longo de mais de cinco séculos, onde o azulejo transcende para algo mais do que um simples elemento decorativo de pouco valor intrínseco. Este material convencional era usado além do seu baixo custo, pelas suas fortes possibilidades de qualificar, esteticamente, um edifício de modo prático. Mas nele se reflecte, além da luz, o repertório do imaginário português, a sua preferência pela descrição realista, a sua atracção pelo intercâmbio cultural. De forte sentido cenográfico descritivo e monumental, o azulejo é considerado hoje, como uma das produções mais originais da cultura portuguesa, onde se dá a conhecer, como num extenso livro ilustrado de grande riqueza cromática, não só a história, mas também a mentalidade e o gosto de cada época. Antigamente, o azulejo era material exclusivo de áreas molhadas como cozinha, banheiro, e demais áreas que continham instalações hidráulicas, porém, actualmente é muito usado como elemento decorativo e estético em detalhes de construção e decoração.

Azulejo no Centro de Interpretação da Batalha Vimeiro – Salvador
A utilização do azulejo e sua fabricação são as expressões mais fortes da Cultura em Portugal e uma das contribuições mais originais do génio dos portugueses para a Cultura Universal.
Em Lisboa, o Azulejo ultrapassou largamente a mera função utilitária ou o seu destino de Arte Ornamental e atingiu o estatuto transcendente de Arte, enquanto intervenção poética na criação das arquitecturas e das cidades.
Azulejo da Igreja São Francisco - Salvador
Azulejos Portugueses e sua aplicação no Brasil

No Brasil, alguns painéis em azulejo mostram que as marcas do colonialismo português ficaram por todos os lados. Na culinária, na moda, no idioma e nas paredes.
Nos principais núcleos urbanos, os belos azulejos portugueses ornamentam importantes edificações, como a Ordem Terceira de São Francisco de Salvador (Bahia) e a Igreja do Outeiro da Glória (Rio de Janeiro). Em Portugal, a arte da azulejaria é tão valorizada que ganhou um museu próprio: o Museu Nacional do Azulejo, instalado em 1980 no Convento da Madre de Deus, em Lisboa.

A sede do Colégio 2 de Julho, imponente casarão em Salvador, abriga uma relíquia artística única no país. Espalhados por vários cômodos, 21 painéis retratam, com riqueza de detalhes, o estilo neoclássico.
Em Campinas temos influência Portuguesa em alguns imóveis mais antigos, um exemplo de imóvel importante e tombado é o Palácio dos Azulejos, que tem suas origens no apogeu da economia cafeeira paulista. Trata-se de um patrimônio histórico e arquitetônico tombado tanto pelo Iphan, como pelo Condephaat e Condepacc, ou seja, nas instâncias nacional, estadual e local.

Na sua construção, em 1878, grande parte do material foi importada da Europa, como era o costume da época. O Palácio dos Azulejos foi usado como residência até 1908 e, daí até 1968, foi sede do governo municipal, passando depois a ser sede da Sanasa. Em 1996, seu uso foi transferido para a Secretaria de Cultura, e, desde então, abriga a sede do MIS (Museu da Imagem e do Som).

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O DIA DA ESPIGA

Gnosticismo & Paganismo
O DIA DA ESPIGA
Ritos pagãos e Cristãos dum Portugal antigo, onde se misturava o Paganismo com a Religião em rituais agricolas.

Texto: Português
Fonte: Do Tempo da Outra Senhora

O Dia da Espiga (2ª edição)

Esta é a 2ª edição do post, cuja 1ª edição, datada de 6 de Março de 2010, foi agora ampliada com diversas referências de literatura oral: adagiário português (4), superstições populares (6) e cancioneiro popular (1). Foram igualmente adicionadas, novas fontes bibliográficas (3).
 


Bilhete-postal ilustrado dos anos 20 do século XIX,
reproduzindo ilustração de A. Rey Colaço.

De acordo com o calendário litúrgico cristão, na Quinta-Feira de Ascensão comemora-se a ascensão de Cristo Salvador ao Céu, após ter sido crucificado e ter ressuscitado. Esta data móvel encerra um ciclo de quarenta dias após a Páscoa. Lá diz o adágio: "Da Páscoa à Ascensão, 40 dias vão."
Na Quinta-Feira de Ascensão celebra-se igualmente o Dia da Espiga. Era tradição e igualmente superstição [2], as pessoas irem para o campo neste dia, para apanhar a espiga de trigo e outras plantas e flores silvestres. Faziam um ramo que incluía pés de trigo e/ou centeio, cevada, aveia, um ramo florido de oliveira, papoilas e margaridas.
O ramo tinha um valor simbólico. Simbolizava a fecundidade da terra e a alegria de viver. As espigas simbolizavam o pão e a abundância, as papoilas o amor e a vida, o ramo de oliveira a paz e as margaridas o ouro, a prata e o dinheiro.
Nalguns locais, o ritual da colheita da espiga era muito preciso. Na 5ª Feira de Ascensão, devia ir-se ao campo, do meio-dia para a uma hora, colher flores de oliveira, espigas de trigo e flores amarelas e brancas, tudo em número de cinco. Deviam rezar-se igualmente cinco Padres-Nossos, cinco Ave Marias e cinco Gloria Patres, para que durante o ano, houvesse sempre em casa, azeite, ouro e prata. [6]
De acordo com a tradição, o ramo devia ser pendurado dentro de casa, na parede da cozinha ou da sala, aí se conservando durante um ano, até ser substituído pelo ramo do ano seguinte. Havia a crença que o ramo funcionava como um poderoso amuleto que trazia a abundância, a alegria, a saúde e a sorte. Lá diz o adágio: "Quem tem trigo da Ascensão, todo o ano terá pão." E porquê? Porque se acredita naquilo que diz o cancioneiro popular alentejano:


"Tudo vai colher ao campo
Quinta-feira d'Ascensão,
trigo, papoila, oliveira.
p'ra que Deus dê paz e pão." [4]


"Quinta-feira de Ascensão
As flores têm virtudes,
Quis amar teu coração,
Fiz empenho mas não pude." (Évora) [3]


Estava de resto, arreigada a superstição de que era bom colher certas flores e plantas medicinais na Quinta-Feira de Ascensão, antes do nascer do Sol. [2] Existia igualmente a crença de que os ovos postos pelas galinhas, entre o meio-dia e a uma hora da Quinta-Feira de Ascensão, nunca apodrecem e têm a virtude de curar doenças e suprimir dores. [2] Acreditava-se também que o queijo feito na Quinta-Feira de Ascensão era medicamento eficaz contra as sezões. [1] Existia ainda o convencimento de que o vento que na Quinta-feira de Ascensão, soprasse à uma hora da tarde, era o que sopraria durante todo o ano. Existia finalmente a convicção de que era bom comer carne na Quinta-Feira de Ascensão, de acordo com adágio:


“Em Quinta-Feira de Ascensão,
Quem não come carne
Não tem coração;
Ou de ave de pena,
Ou de rês pequena.” [2]


A origem festiva do Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-Feira da Ascensão, é muito anterior à era cristã. Na verdade, este dia é um sucessor claro de rituais pagãos, praticados durante séculos, por todo o mundo mediterrâneo, em que grandiosos festivais de cantares e danças, celebravam a Primavera e consagravam a natureza. Neles se exortava o eclodir da vida vegetal e animal, após a letargia dos meses frios, bem como a esperança nas novas colheitas. O Dia da Espiga era assim como que uma bênção aos primeiros frutos e marcava o início da época das colheitas.
A Igreja, à semelhança do que fez com outras ancestrais festas pagãs, cristianizou o Dia da Espiga. A data atravessa assim os tempos com uma dupla significação:
- como Quinta-feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, a ascensão de Jesus ao Céu, ao fim de 40 dias;
- como Dia da Espiga, traduzindo aspectos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar.


Bilhete-postal ilustrado do 2º quartel do século XIX, edição A.V.L. (Lisboa),
reproduzindo aguarela de Alfredo Moraes (1872-1971).
Actualmente poucas são as pessoas que ainda se deslocam ao campo na Quinta-Feira da Ascensão para apanhar o ramo da espiga. Mas aquelas que vão, têm dificuldade em constituir o ramo, sobretudo pela dificuldade em recolher pés de cereal, raros a partir do momento em que os nossos agricultores receberam dinheiro de Bruxelas para deixar de cultivar. Apesar de tudo, há quem consiga cumprir a tradição. E há também quem faça negócio com a tradição, colhendo e vendendo ramos de espiga na cidade. Apesar do mercantilismo deste biscate em tempo de crise, é um contributo para a preservação da tradição. Actualmente, também são poucas as pessoas que se deslocam à Igreja para participar nos deveres religiosos inerentes à data. Todavia, houve tempos em que a data, das mais festivas do ano, era repleta de cerimónias sagradas e profanas, que chegavam a implicar a paralisação laboral. Existia mesmo a crença que em Quinta-Feira de Ascensão, os passarinhos não vão aos ninhos. [1] Daí também o adágio: “No Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos”, o que está de acordo com o cancioneiro popular:


“Se os passarinhos soubessem
Quando é dia d'Ascensão,
Nem subiam ao seu ninho,
Nem punham o pé no chão.” [5]


Existia igualmente a crença de que na Quinta-Feira de Ascensão, os pássaros não iam ao ninho desde o meio-dia até à uma hora, que era o período de orações nas festas da Igreja. Consta, que antigamente, finalizadas essas orações, era costume soltarem-se passarinhos do coro e das tribunas, e espargirem-se flores desfolhadas sobre os fiéis. [6]
Por vezes chove na Quinta-feira de Ascensão, o que originou a convicção de que em chovendo na tarde de Quinta-Feira de Ascensão, as nozes apodrecem e os frutos sairão pecos. [6] O adagiário, regista, de resto a crença de que “Água d'Ascensão, tira o vinho e dá o pão”, assim como “Chuvinha da Ascensão, dá palhinha e dá pão” e também “Quinta-feira da Ascensão, coalha a amêndoa e o pinhão”.



.Hernâni Matos

GNOSTICISMO: A OBRA PRIMA DE MIGUEL ANGELO

Gnosticismo
A OBRA PRIMA DE MIGUEL ANGELO
Fonte: Celso Alves Ferreira

Esta imagem é uma das obras primas de Michelângelo, pela sua beleza e também pela inteligência e capacidade de captar e trabalhar símbolos, além de demonstrar grande conhecimento da Kabbalah e de seu simbolismo dentro da alquimia.
Vamos começar por um dos nomes de Deus, que é retratado nesta imagem: YHVH (yod-heh-vav-heh)
Nada no hebraico antigo está ali por acaso. A linguagem é uma das mais belas que existem porque foi construída a partir da matemática e do simbolismo. Palavras e números possuem correspondência (muito muito muito longe da palhaçada que os esquisotéricos chamam de “numerologia pitagórica”) e seus símbolos se conectam em valores éticos que são válidos em qualquer período.
Vamos aos exemplos:
Começamos por examinar cada letra separadamente.

Yod – Valor gematrico 10; representa o fogo, a inspiração, a centelha divina. Sua tradução literal é “Mão”, mas a mão que cria, a mão que trabalha, a mão que realiza e transforma o mundo. Faz a conexão simbólica entre Tiferet e Chesed e representa o iluminado que estendeu a mão em busca do Santo Graal. Seu arcano é a do Eremita, da pessoa que ativamente faz uma busca espiritual, intelectual ou emocional.

Heh – Valor Gematrico 5; sua tradução é “Janela”, no sentido de abertura para um local maior. Todas as vezes que estamos presos em um lugar fechado (seja uma casa, seja nossa mente) e abrimos um espaço para que possamos enxergar dimensões maiores, estamos trabalhando em sintonia com esta letra. Seu arcano correspondente é o Imperador e faz a conexão entre as esferas de Tiferet (Beleza) e Hochma (sabedoria). Heh se manifesta sempre que procuramos romper uma casca em direção à luz, seja um ateu/crente fundamentalista ampliando sua mente, seja o ato de se pesquisar e estudar fontes de fora da sua bolha, seja observar um novo ponto de vista; uma janela por onde a luz pode penetrar e iluminar o interior.

Vav – Valor Gematrico 6; significa “Gancho”, “garra” ou “unha” dependendo da tradução, mas sua essência é o ato de buscar ou agarrar alguma coisa e trazer para si. Pode ser algo físico, mas pode ser agarrar uma idéia, um pensamento ou um ensinamento. Seu Arcano correspondente é o Hierofante (ou Papa, no tarot de Marselha), aquele que ensina. Todas as vezes que trazemos algo novo para dentro do nosso universo, estamos puxando ou agarrando uma parte maior do todo. Isso se aplica desde a um cientista de ponta pesquisando algo que ninguém nunca pesquisou no planeta quanto a um bebê que está aprendendo a engatinhar. São escalas diferentes do mesmo fractal.
Vav conecta Chesed a Hochma: é a essência simbólica do que está dentro do Santo Graal; o que move os alquimistas, ocultistas e cientistas: a busca pelo desconhecido que ainda está oculto.

Na Genesis (que é um livro totalmente simbólico), Deus cria Adão (yod) e Eva (heh-vav-heh). Adão “dá nome a todas as coisas do planeta” e HVH surge da lateral de Yod (a conexão entre as esferas de Hochma e Binah forma uma ligação cujo desenho é horizontal e que graças às imagens iconográficas e erros de tradução de crentes medievais, foi transformado em “costela”… Esta conexão entre Yod e EVE é escrito pela letra Daleth (“porta”) ou o portal entre dois mundos, o da ação e o da concretização, que vai desde o processo de formulação de uma idéia à gestação de um filho.

Adão representa a primeira manifestação da criação (Alef, ou “sopro” ou inspiração vinda do universo), que foi representada pelo “sopro divino que anima o barro (Barro = Malkuth, Mundo Material) e representa todo o processo científico de procurar respostas naquilo que ainda é desconhecido. O universo (Kether) já estava lá antes de chegarmos, o homem (Malkuth) é que está buscando entender o todo.

Eva (HVH) representa o Entendimento (Binah), ou o ato de se passar através de uma janela ou abertura (“HVH é “uma janela que é aberta até se tornar uma porta”… pense na imagem de uma abertura em uma tenda que é rasgada com um gancho até que esta abertura não seja apenas um ponto de ver o que se está adiante, mas algo maior que se possa efetivamente passar e chegar até este outro local… ). Assim, Heh se torna Daleth.

Adão + Eva = Y + HVH = YHVH = Deus.

[Mãos trabalhando] + [Teorias se Expandindo] = [Conhecimento do Universo].

Também faz referência ao nascimento (humano, de uma idéia, de um projeto, etc). Todas as idéias um dia foram suposições ou teorias que, através dos experimentos e da busca ou refinamento se tornaram algo sólido, no qual você não apenas vê o que está adiante, mas pode dar o passo e chegar lá (isso se aplica a MUITAS coisas… é um fractal).

Mas este processo não requer um homem e uma mulher, mas duas metades simbólicas de NÓS MESMOS. Uma união gay que traga para dentro dos universos daquelas duas pessoas novos conceitos, novas experiências e ampliação da consciência está perfeitamente enquadrada como manifestação divina nos termos hermeticos; um cientista ateu pesquisando sobre mosquinhas de fruta para estudar genética está buscando Deus (mesmo que não tenha capacidade para entender isso).

S. TOMÁS DE AQUINO E A CONCEPÇÃO HILEMÓRFICA DO SER HUMANO

Gnosticismo
S. TOMÁS DE AQUINO E A CONCEPÇÃO HILEMÓRFICA DO SER HUMANO
Aqui tem revelada a filosofia e a concepção filosófica de S. Tomás de Aquino acerca do Homem.

Fonte: ATI - Sínodo de Portugal
Texto: Português








Sº Tomás de Aquino - Pensamento.

Partindo de um conceito aristotélico, Aquino desenvolveu uma concepção hilemórfica do ser humano, definindo o ser humano como uma unidade formada por dois elementos distintos: a matéria primeira (potencialidade) e a forma substancial (o princípio realizador). Esses dois princípios se unem na realidade do corpo e da alma no ser humano. Ninguém pode existir na ausência desses dois elementos.

A concepção hilemórfica é coerente com a crença segundo a qual Jesus Cristo, como salvador de toda a humanidade, é ao mesmo tempo plenamente humano e plenamente divino. Seu poder salvador está diretamente relacionado com a unidade, no homem ou na mulher, do corpo e da alma. Para Aquino, o conceito hilemórfico do homem implica a hominização posterior, que ele professava firmemente. Uma vez que corpo e alma se unem para formar um ser humano, não pode existir alma humana em corpo que ainda não é plenamente humano.16 O feto em desenvolvimento não tem a forma substancial da pessoa humana. Tomás de Aquino aceitou a ideia aristotélica de que primeiro o feto é dotado de uma alma vegetativa, depois, de uma alma animal, em seguida, quando o corpo já se desenvolveu, de uma alma racional. Cada uma dessas "almas" é integrada à alma que a sucede até que ocorra, enfim, a união definitiva alma-corpo.16 Conforme as próprias palavras de Aquino:

Em latim: "Anima igitur vegetabilis, quae primo inest, cum embryo vivit vita plantae, corrumpitur, et succedit anima perfectior, quae est nutritiva et sensitiva simul, et tunc embryo vivit vita animalis; hac autem corrupta, succedit anima rationalis ab extrinseco immissa (…) cum anima uniatur corpori ut forma, non unitur nisi corpori cuius est proprie actus. Est autem anima actus corporis organici".16

Em português: "A alma vegetativa, que vem primeiro, quando o embrião vive como uma planta, corrompe-se e é sucedida por uma alma mais perfeita, que é ao mesmo tempo nutritiva e sensitiva, quando o embrião vive uma vida animal; quando ela se corrompe, é sucedida pela alma racional induzida do exterior (…) Já que a alma se une ao corpo como sua forma, ela não se une a um corpo que não seja aquele do qual ela é propriamente o ato. A alma é agora o ato de um corpo orgânico".

Não obstante a sua crença na animação tardia e infusão da alma, Tomás de Aquino também ensinava que a prática do aborto era errada já desde o momento da concepção. Ele acreditava que esta prática seria pecado mortal pela manifestação de uma vontade homicida, mesmo que, como ele pensava, o homicídio não fosse realmente cometido nos primeiros estágios da gravidez.

Mas por que Tomás de Aquino acreditava que a infusão da alma ocorria só algum tempo após a concepção? Porque ele aceitava a ciência de seus dias, que ensinava a teoria da geração espontânea da vida (a ideia de que a vida brota espontaneamente a partir da matéria não-viva). Aplicada à reprodução humana, esta teoria sugeria que (aparentemente) os elementos não-vivos de contribuição de cada genitor — “matéria fetal” no caso da mãe e fluído seminal no caso do pai — eram sucessivamente transformados de matéria não-viva em vida vegetativa, vida animal, e finalmente em vida humana.

Como os primeiros cientistas não observavam nada distintamente humano nos primeiros estágios do desenvolvimento embrionário (eles nada conheciam de genética, nem possuíam microscópios), concluíam que não havia alma humana presente. Mas a biologia moderna tem demonstrado que o “concepto” possui traços distintivamente humanos. Ele está vivo e tem um código genético humano para guiar seu crescimento e desenvolvimento. Se Tomás de Aquino tivesse acesso a esses dados, seria levado a concluir que a infusão da alma se dava no momento da concepção.