Usos e Costunes Portugueses O LEVANTAMENTO DO PAU - LONGOS VALES - MONÇÃO Tradições antigas do nosso País. Já tive o gosto de aqui tocar com o meu grupo várias vezes.
LONGOS VALES CUMPRE “LEVANTAMENTO DO PAU” A 1 DE JUNHO
É já amanhã, domingo (1 de Junho) que mais de uma centena de pessoas de Longos Vales, Monção, cumprem a tradição centenária do “levantamento do pau da bandeira”, uma tradição daquela freguesia cuja origem se perde no tempo.
“Antigamente eram só os homens que participavam mas hoje é toda a gente. Estamos a falar de mais de 100 pessoas a puxar as quatro cordas que levantam o pau e mais de trezentas a ver, porque a tradição está a atrair cada vez mais curiosos à freguesia”, afirmou à Lusa Márcio Ferreira, que irá integrar a “quadra” que este ano tem nas mãos a tarefa de organizar a romaria e, cerca de três semanas antes, de realizar o “levantamento do pau da bandeira” junto ao mosteiro de São João Baptista, padroeiro de Longos Vales.
Para a organização da romaria a freguesia divide-se em cinco partes, designadas por “quadra”, um conjunto de vários lugares que, a cada ano, tem a responsabilidade de organizar a festa em honra de São João Baptista entre 22 a 24 de Junho.
O pau, um eucalipto com entre 25 a 34 metros de altura, pintado às cores, “é levantado com a ajuda de quatro cordas interlaçadas, puxadas pelos elementos da quadra e pela população. Uma vez levantado é enterrado para se manter hasteado até final do ano”.
“O pau é levantado sempre no primeiro ou segundo fim de semana de Junho para anunciar as festas em honra do padroeira mas fica enterrado até 31 de Dezembro. É retirado nesse dia porque no dia 1 de Janeiro do novo ano já entra outra quadra para tomar conta da festa”, explica Márcio Ferreira.
Lendas e Mistérios A LENDA DA POMBA BRANCA Uma história de amor que foi real e que se tornou em mais uma das nossas lendas que nos enriquecem culturalmente.
Texto: Português
A LENDA DA POMBA BRANCA
Encostada na sua cadeira de espaldar dourada, a rainha de Castela, Dª. Maria, esposa de Afonso XI e filha de Afonso IV de Portugal, meditava profundamente.
Tinham sido muitas as afrontas sofridas a seu esposo depois que Leonor de Gusmão
surgira na sua vida. Muitas! Mas ela continuava a amar Afonso como na
primeira hora em que o vira e dera graças a Deus por ser sua esposa.
Daí o seu sofrimento, talvez já sem remédio.
Fechando os olhos, a rainha revivia todos os momentos felizes deixados
para trás, espezinhados pela arrogância de uma outra mulher que surgira
no único intuito de lhe roubar o que de mais caro tinha na vida: o
amor do seu esposo.
Certo era que Afonso XI tinha feitio petulante e irrequieto, por vezes
mesmo desordeiro. E os grandes guerreiros são fatalmente amorosos, por
temperamento
.
Suspirava a rainha. Embora tudo fizesse para trazer ao de cima das suas
recordações apenas os bons momentos, os momentos felizes da sua vida,
os dolorosos, aqueles que mais a deprimiam, acabavam sempre por se
impor como súbito vendaval. E então surgia ela, a outra, essa D. Leonor
de Gusmão, rindo-se no seu próprio rosto da sua situação indesejável.
A última cena entre elas vivida, aquela que a fizera refugiar-se junto
de seu pai e sob o céu de Portugal, surgia como monstro marinho nas
águas límpidas e até aí repousantes do lago das suas boas recordações.
Era quase noite. Como se lembrava bem! Acabara de sair o mensageiro que trouxera a nova da vitória em frente ao cabo de S. Vicente,
em que os portugueses tinham sido derrotados. Tão contente ficara
Afonso de Castela que, embora adoentado, parecera ressurgir, como se
fosse possível sarar de súbito. Todos os nobres castelhanos correram a
saudar o seu rei e a fazer-lhe sentir a expressão do seu contentamento.
Ela não quisera deixar de aparecer a seu esposo. Seu pai perdera essa
batalha, não o esquecia. Mas tinha vencido em muitas outras. E se
Portugal era a sua pátria por nascimento, Castela era a sua morada e a
pátria de seu esposo muito amado.
Comunicou ao rei que desejava falar-lhe. Longe dos seus beijos, dos
seus carinhos, talvez nessa hora de alegria a olhasse com menos
indiferença. Mas o rei castelhano mandara dizer-lhe que, se desejava
falar-lhe, fosse ela ter com ele à sala comum onde habitualmente
passava as horas de ócio quando se encontrava no palácio.
Recordava a rainha a sua aparição nessa sala. O olhar interrogativo do
rei, a expressão trocista de Leonor. Sim, Leonor estava lá. E recordava
ainda, como se estivesse a ouvi-las nesse momento, as frases que então
foram trocadas. Perguntara o rei: «Que me desejais, Senhora?» Um pouco
de orgulho fê-la responder: «Como vossa esposa e rainha de Castela,
venho congratular-me pela vitória que alcançastes, mas algo mais quero
dizer-vos. A sós!»
Ouviu, como o disparar de flecha incendiada pelo ódio, a gargalhada seca de Leonor e a sua mordaz advertência:
— «Cuidado, Senhora! Estais a esquecer neste momento vosso pai e vossa pátria!»
Sentiu-se irada e impôs silêncio: «Calai-vos! Se aqui existe alguma
estrangeira, sois vós e não eu! Esta casa não vos pertence!»
O rei sorria. Sorria mas ela sabia bem como ele estava inquieto.
Leonor tornara:
— «Como vos enganais, Senhora! Sou castelhana de nascimento. Amo e sou
amada por um castelhano. E se aqui estou é porque o amor exige a minha
presença. E vós? Onde nascestes? Quem vos ama?»
Era demais! Aquela insolência fora demasiado longe. D. Maria olhara o esposo com os olhos rasos de lágrimas e suplicara:
«Senhor! Mandai-a sair daqui enquanto vos falo!»
Como lhe parecera longo esse pequeno silêncio que então se seguira!
Como falaram bem alto aqueles olhares trocados no meio da maior emoção.
Mas a cólera entrou então no olhar do rei e ele teve a ousadia de
exclamar:
«Senhora! Neste dia de tanta alegria para mim, se alguém está a mais nesta sala, sois vós, a filha de Afonso IV de Portugal!»
Fora como se uma grande pedra lhe tivesse desabado sobre a cabeça.
Fugira dali para não cair no chão diante da sua rival e aos pés do seu
ingrato esposo! E porque não mais quiseram saber dela, tratando-a como
se na verdade fosse uma intrusa no seu próprio palácio, fugira também
de Castela e viera refugiar-se nesse cantinho que a vira nascer, sob o
céu azul, muito azul do seu Portugal.
Tão envolvida estava nos seus tristes pensamentos, a pobre rainha, que
nem deu pela presença de alguém que, tossindo, tentava atrair o olhar
de D. Maria e obter permissão para entrar na sua salinha predilecta.
Foi necessário que o cavaleiro falasse alto para que ela se apercebesse
de que já não estava só.
— Senhora! Perdoai a minha insistência em comunicar convosco, mas o assunto é urgente.
A rainha voltou-se.
— Ah, sois vós, D. Bernardo? Entrai!
Beijando-lhe as mãos, o cavaleiro curvou-se respeitosamente:
— Senhora! Lamento ter de furtar ao vosso repouso alguns momentos de atenção.
Sorriu a rainha com triste doçura:
— Dizei, D. Bernardo. Ainda valho algo para alguém?
Arrependeu-se logo desta fraqueza, mas já D. Bernardo lhe respondia com a galhardia de um verdadeiro fidalgo:
— É na qualidade de rainha de Castela e filha do rei de Portugal que vos procuro. Vede, pois, o quanto preciso de vós!
A rainha baixou o olhar, para que o fidalgo não lhe visse as lágrimas que molhavam já as suas longas pestanas e pediu:
— Falai, nobre amigo!
Respirou fundo o cavaleiro. Depois perfilando-se, disse com certa solenidade:
— Senhora! A guerra e o ódio que entrou em terras de Portugal e Castela
é um monstro que pode levar à ruína qualquer destas nações!
Sumidamente, a rainha concordou:
— Tendes razão, D. Bernardo!
O cavaleiro prosseguiu:
— Os Mouros, que já descobriram esse ódio que alimenta os reis de
Portugal e Castela, estão a tentar aproveitar-se dele para caírem sobre
este lado do mundo cristão. O perigo é eminente. É necessário fazer
algo para o dissipar!
A rainha abanou a cabeça num desalento.
— Nada os demove!
A voz do fidalgo elevou-se, embora com respeito:
— Senhora! O povo está a ser prejudicado com o ódio que separa os dois
reis. D. Afonso IV não perdoa a D. Afonso XI o que ele vos fez!
A rainha curvou a cabeça. O fidalgo insistiu:
— Precisamos de vós, Senhora!
Olhou D. Maria o cavaleiro com certa surpresa:
— E que posso eu fazer?
— Suplicar a el-rei vosso pai que não destrua o reino e a vida de vosso
esposo. Por meu lado, já mandei a Roma alguém que falará ao Papa e
tentará junto do rei de Castela uma reconciliação.
— E achais que meu pai me atenderá?
— É uma esperança!
— Tentarei!
Em vão chorou a filha de Afonso IV. Em vão suplicou ao rei que cessasse
a guerra com Castela e olhasse para o povo. D. Afonso IV não a
atendeu. Antes mais lhe revolveu a ferida aberta em seu coração,
relembrando-lhe os maus tratos por ela recebidos de seu esposo e as
honras de rainha que estavam sendo dadas em Castela a D. Leonor de
Gusmão.
Fracassada, abatida, D. Maria voltou a refugiar-se na sua simples mas
elegante salinha, e D. Afonso saiu uma vez mais a juntar gente para
outra sortida por terras de Espanha.
Desta vez foi a hora da Galiza conhecer o furor de Afonso IV, o Bravo.
Cidades incendiadas, campos destruídos, casas saqueadas, e feridos, e
mortos por todo o lado! O ódio continuava a comandar o gesto dos dois
Afonsos. E entretanto, as novas que chegavam de África eram cada vez
mais alarmantes!
O Sol começara a descer, mas a rainha de Castela estava ainda de joelhos a orar.
— Senhor! Acalmai meu pai e o meu esposo! Fazei, Senhor, que eles
compreendam que o bem-estar do povo deve valer mais para eles do que os
seus próprios sentimentos! Já não Vos peço, Senhor, que Afonso meu
esposo volte a amar-me e a fazer-me feliz, repudiando a outra!
Suplico-Vos apenas que esta guerra sem quartel possa ter um fim! Os
Mouros, ao que nos dizem, preparam-se para atacar Castela em grande
força! Salvai Afonso e o seu povo! Salvai-nos a todos, Senhor, pela
Vossa Misericórdia! E se virdes que posso merecer-Vos alguma atenção,
enviai-me um sinal, para que sinta alento na espera destes meus longos
dias!
Calou-se a rainha, de olhos enxutos. Nem sempre as lágrimas deslizavam
pelo seu rosto. Mas nem por isso o seu sofrimento era menor. No peito,
uma espécie de mão invisível apertava-a como se a quisesse esmagar. E o
ar, subitamente raro, não passava pelos seus lábios. Sofria, a rainha!
Sofria por Portugal e Castela!...
De
súbito, algo veio sobressaltar a esposa desprezada por Afonso XI. Algo
de belo, de harmonioso, como arauto do Céu, trazendo a Esperança!
Sobre o parapeito de pedra da janela aberta da salinha elegante e
sossegada, uma pomba branca veio pousar. Uma pomba trazendo no bico um
raminho de oliveira!
Alegrou-se a rainha. E, desta vez com o rosto banhado em pranto, voltou
a orar a Deus, mas numa oração sem palavras, onde todo o seu
pensamento se elevava, puríssimo! A paz seria firmada entre Portugal e
Castela.
Mas como?
Deixou a rainha de orar. Voltou o seu pensamento, descendo do Céu à
Terra. Seu pai dissera-lhe, havia pouco tempo ainda, que a paz entre
Portugal e Castela só seria possível se, entre as exigências a que
tinha jus, o rei de Castela acatasse e aceitasse a de desterrar da sua
corte e da sua vida Leonor de Gusmão e restituir essa mesma corte à
rainha D. Maria.
Seria isso possível? Se o era, bendita essa pomba branca, mensageira de
Deus e da paz para os dois reinos e para a sua alma atormentada! Não
se enganara D. Maria ao acreditar que a pomba branca tinha sido o sinal
de Deus simbolizando a esperança para a paz entre os dois países
vizinhos, pois essa paz foi possível!
Ao saber que D. Afonso IV, desesperado com as loucuras feitas pelos
Castelhanos e com as suas próprias loucuras, tinha renovado com o novo
rei de Aragão a liga havida antes no intuito de atacar Castela por
todos os lados, resolveu-se D. Afonso XI a ouvir as súplicas do enviado
do Papa. Escreveu então ao rei de Portugal para que este lhe enviasse
embaixadores a Castela, que pela sua parte escolheria os nobres que,
com esses mesmos embaixadores portugueses, combinariam a paz.
E o tratado foi concluído e assinado. Tratado duro para o rei de Castela, mas que ele soube cumprir como rei e como homem.
Assim,
D. Leonor de Gusmão foi afastada da corte e nela reentrou, serena mas,
no íntimo, altamente comovida, a rainha D. Maria, filha do rei de
Portugal.
Não se arrependeu Afonso XI desse gesto.
Breve, muito breve mesmo, teve o rei de Castela ocasião de cair aos pés
de Maria e pedir-lhe que fosse a Portugal suplicar a seu pai socorro
para terras de Castela. Os mouros de África avizinhavam-se das praias
da Península com muitos milhares de homens e cavalos para uma invasão
em forma.
D. Afonso IV ouviu, desta vez, as preces da filha. E ajuntando homens,
cavalos e naus, dirigiu-se a Espanha, onde foi recebido como enviado do
Céu. A Portugal pertenceu, então, a vitória da célebre batalha do Salado.
............................ Fonte Biblio MARQUES, Gentil Lisboa, Lendas de Portugal, Círculo de Leitores, 1997 [1962], p.Volume V, pp. 359-363 ADENDA;
Esta lenda tem muito pouco de lenda, porque de verdade, tem tudo!
Os factos históricos acima relatados aconteceram na realidade. Um dos
motivos porque D.Afonso IV aceitou que, por razões de Estado, se
matasse a Dª.Inês de Castro, tinha muito a ver com a sucessão do trono
de Castela que estava a pender mais para o lado dos filhos da barregã
Leonor de Gusmão, com a aceitação de Afonso XI, e não do filho Pedro
gerado pela Rainha D.Maria, quer dizer, do neto de "O BRAVO".
Por isso, D.Afonso IV resolveu matar pela raiz esse problema no seu
reino, tornando bastardos os 3 filhos (D.João, D.Dinis e Dª. Beatriz) da
infeliz Inês, portanto, sem direito à sucessão do trono.
Sobre a vitória da batalha do Salado - nome de um pequeno rio que fica
um pouco a sul de Sevilha - onde o nosso BRAVO se cobriu de glória,
falarei disso num dos próximos episódios até porque, ajudando Castela, o
nosso Rei também se ajudou a si mesmo porquanto, se os mouros entrassem
por Castela dentro... também poderiam vir até nós, e lá se ia o
Algarve...pelo menos.
Personagens Históricos JOANA DE ARCO: EM NOME DE DEUS - QUANDO 2 NAÇÕES CRISTÃS SE ENFRENTAM Sua história aqui revelada, quadros, esculturas, cartas dela e textos da época. Contém também o programa "Segredos da História" do canal France 2. Texto: Inglês Áudio: Francês Fonte: Nobility Org. - France 2 - YouTube
When God chose sides in war between two Christian nations, He sent her to win it
St. Joan of Arc
Statue of St. Joan of Arc in New Orleans, Louisiana
In French Jeanne d’Arc; by her contemporaries commonly known as la Pucelle (the Maid).
Born at Domremy in Champagne, probably on 6 January, 1412; died at
Rouen, 30 May, 1431. The village of Domremy lay upon the confines of
territory which recognized the suzerainty of the Duke of Burgundy, but
in the protracted conflict between the Armagnacs (the party of Charles
VII, King of France), on the one hand, and the Burgundians in alliance
with the English, on the other, Domremy had always remained loyal to
Charles.
Jacques d’Arc, Joan’s father, was a small peasant farmer, poor but
not needy. Joan seems to have been the youngest of a family of five. She
never learned to read or write but was skilled in sewing and spinning,
and the popular idea that she spent the days of her childhood in the
pastures, alone with the sheep and cattle, is quite unfounded. All the
witnesses in the process of rehabilitation spoke of her as a singularly
pious child, grave beyond her years, who often knelt in the church
absorbed in prayer, and loved the poor tenderly. Great attempts were
made at Joan’s trial to connect her with some superstitious practices
supposed to have been performed round a certain tree, popularly known as
the “Fairy Tree” (l’Arbre des Dames), but the sincerity of her
answers baffled her judges. She had sung and danced there with the
other children, and had woven wreaths for Our Lady’s statue, but since
she was twelve years old she had held aloof from such diversions.
Apparition of St. Michael Arcangel and St. Catherine to St. Joan of Arc. Painting by Hermann Anton Stilke
It was at the age of thirteen and a half, in the summer of 1425, that
Joan first became conscious of that manifestation, whose supernatural
character it would now be rash to question, which she afterwards came to
call her “voices” or her “counsel.” It was at first simply a voice, as
if someone had spoken quite close to her, but it seems also clear that a
blaze of light accompanied it, and that later on she clearly discerned
in some way the appearance of those who spoke to her, recognizing them
individually as St. Michael (who was accompanied by other angels), St.
Margaret, St. Catherine, and others. Joan was always reluctant to speak
of her voices. She said nothing about them to her confessor, and
constantly refused, at her trial, to be inveigled into descriptions of
the appearance of the saints and to explain how she recognized them.
None the less, she told her judges: “I saw them with these very eyes, as
well as I see you.”
Drawing of St. Joan of Arc by Frank DuMond.
Great efforts have been made by rationalistic historians, such as M.
Anatole France, to explain these voices as the result of a condition of
religious and hysterical exaltation which had been fostered in Joan by
priestly influence, combined with certain prophecies current in the
countryside of a maiden from the bois chesnu (oak wood), near
which the Fairy Tree was situated, who was to save France by a miracle.
But the baselessness of this analysis of the phenomena has been fully
exposed by many non-Catholic writers. There is not a shadow of evidence
to support this theory of priestly advisers coaching Joan in a part, but
much which contradicts it. Moreover, unless we accuse the Maid of
deliberate falsehood, which no one is prepared to do, it was the voices
which created the state of patriotic exaltation, and not the exaltation
which preceded the voices. Her evidence on these points is clear.
Although Joan never made any statement as to the date at which the
voices revealed her mission, it seems certain that the call of God was
only made known to her gradually. But by May, 1428, she no longer
doubted that she was bidden to go to the help of the king, and the
voices became insistent, urging her to present herself to Robert
Baudricourt, who commanded for Charles VII in the neighbouring town of
Vaucouleurs. This journey she eventually accomplished a month later, but
Baudricourt, a rude and dissolute soldier, treated her and her mission
with scant respect, saying to the cousin who accompanied her: “Take her
home to her father and give her a good whipping.”
Charles VII, King of France
Meanwhile the military situation of King Charles and his supporters
was growing more desperate. Orléans was invested (12 October, 1428), and
by the close of the year complete defeat seemed imminent. Joan’s voices
became urgent, and even threatening. It was in vain that she resisted,
saying to them: “I am a poor girl; I do not know how to ride or fight.”
The voices only reiterated: “It is God who commands it.” Yielding at
last, she left Domremy in January, 1429, and again visited Vaucouleurs.
Baudricourt was still skeptical, but, as she stayed on in the town,
her persistence gradually made an impression on him. On 17 February she
announced a great defeat which had befallen the French arms outside
Orléans (the Battle of the Herrings). As this statement was officially
confirmed a few days later, her cause gained ground. Finally she was
suffered to seek the king at Chinon, and she made her way there with a
slender escort of three men-at-arms, she being attired, at her own
request, in male costume — undoubtedly as a protection to her modesty in
the rough life of the camp. She always slept fully dressed, and all
those who were intimate with her declared that there was something about
her which repressed every unseemly thought in her regard.
Painting of St. Joan of Arc in Battle by Hermann Stilke
She reached Chinon on 6 March, and two days later was admitted into
the presence of Charles VII. To test her, the king had disguised
himself, but she at once saluted him without hesitation amidst a group
of attendants. From the beginning a strong party at the court — La
Trémoille, the royal favorite, foremost among them — opposed her as a
crazy visionary, but a secret sign, communicated to her by her voices,
which she made known to Charles, led the king, somewhat half-heartedly,
to believe in her mission. What this sign was, Joan never revealed, but
it is now most commonly believed that this “secret of the king” was a
doubt Charles had conceived of the legitimacy of his birth, and which
Joan had been supernaturally authorized to set at rest.
Letter written by St. Joan of Arc to the people of Riom, November 9, 1429.
Still, before Joan could be employed in military operations she was
sent to Poitiers to be examined by a numerous committee of learned
bishops and doctors. The examination was of the most searching and
formal character. It is regrettable in the extreme that the minutes of
the proceedings, to which Joan frequently appealed later on at her
trial, have altogether perished. All that we know is that her ardent
faith, simplicity, and honesty made a favorable impression. The
theologians found nothing heretical in her claims to supernatural
guidance, and, without pronouncing upon the reality of her mission, they
thought that she might be safely employed and further tested.
Returning to Chinon, Joan made her preparations for the campaign.
Instead of the sword the king offered her, she begged that search might
be made for an ancient sword buried, as she averred, behind the altar in
the chapel of Ste-Catherine-de-Fierbois. It was found in the very spot
her voices indicated. There was made for her at the same time a standard
bearing the words Jesus, Maria, with a picture of God the Father, and kneeling angels presenting a fleur-de-lis.
Statue of St. Joan of Arc with her banner in the Notre-Dame Reims Cathedral, France
But perhaps the most interesting fact connected with this early stage
of her mission is a letter of one Sire de Rotslaer written from Lyons
on 22 April, 1429, which was delivered at Brussels and duly registered,
as the manuscript to this day attests, before any of the events referred
to received their fulfillment. The Maid, he reports, said “that she
would save Orléans and would compel the English to raise the siege, that
she herself in a battle before Orléans would be wounded by a shaft but
would not die of it, and that the King, in the course of the coming
summer, would be crowned at Reims, together with other things which the
King keeps secret.”
Before entering upon her campaign, Joan summoned the King of England
to withdraw his troops from French soil. The English commanders were
furious at the audacity of the demand, but Joan by a rapid movement
entered Orléans on 30 April. Her presence there at once worked wonders.
By 8 May the English forts which encircled the city had all been
captured, and the siege raised, though on the 7th Joan was wounded in
the breast by an arrow. So far as the Maid went she wished to follow up
these successes with all speed, partly from a sound warlike instinct,
partly because her voices had already told her that she had only a year
to last. But the king and his advisers, especially La Trémoille and the
Archbishop of Reims, were slow to move. However, at Joan’s earnest
entreaty a short campaign was begun upon the Loire, which, after a
series of successes, ended on 18 June with a great victory at Patay,
where the English reinforcements sent from Paris under Sir John Fastolf
were completely routed. The way to Reims was now practically open, but
the Maid had the greatest difficulty in persuading the commanders not to
retire before Troyes, which was at first closed against them. They
captured the town and then, still reluctantly, followed her to Reims,
where, on Sunday, 17 July, 1429, Charles VII was solemnly crowned, the
Maid standing by with her standard, for — as she explained — “as it had
shared in the toil, it was just that it should share in the victory.”
Coronation of Charles VII with St. Joan of Arc by his side. Painting by E. Lenepveu.
The principal aim of Joan’s mission was thus attained, and some
authorities assert that it was now her wish to return home, but that she
was detained with the army against her will. The evidence is to some
extent conflicting, and it is probable that Joan herself did not always
speak in the same tone. Probably she saw clearly how much might have
been done to bring about the speedy expulsion of the English from French
soil, but on the other hand she was constantly oppressed by the apathy
of the king and his advisers, and by the suicidal policy which snatched
at every diplomatic bait thrown out by the Duke of Burgundy.
An abortive attempt on Paris was made at the end of August. Though
St-Denis was occupied without opposition, the assault which was made on
the city on 8 September was not seriously supported, and Joan, while
heroically cheering on her men to fill the moat, was shot through the
thigh with a bolt from a crossbow. The Duc d’Alençon removed her almost
by force, and the assault was abandoned. The reverse unquestionably
impaired Joan’s prestige, and shortly afterwards, when, through Charles’
political counselors, a truce was signed with the Duke of Burgundy, she
sadly laid down her arms upon the altar of St-Denis.
Painting by Sir John Gilbert
The inactivity of the following winter, mostly spent amid the
worldliness and the jealousy of the Court, must have been a miserable
experience for Joan. It may have been with the idea of consoling her
that Charles, on 29 December, 1429, ennobled the Maid and all her
family, who henceforward, from the lilies on their coat of arms, were
known by the name of Du Lis. It was April before Joan was able to take
the field again at the conclusion of the truce, and at Melun her voices
made known to her that she would be taken prisoner before Midsummer Day.
Neither was the fulfillment of this prediction long delayed. It seems
that she had thrown herself into Compiègne on 24 May at sunrise to
defend the town against Burgundian attack. In the evening she resolved
to attempt a sortie, but her little troop of some five hundred
encountered a much superior force. Her followers were driven back and
retired desperately fighting. By some mistake or panic of Guillaume de
Flavy, who commanded in Compiègne, the drawbridge was raised while still
many of those who had made the sortie remained outside, Joan amongst
the number. She was pulled down from her horse and became the prisoner
of a follower of John of Luxemburg. Guillaume de Flavy has been accused
of deliberate treachery, but there seems no adequate reason to suppose
this. He continued to hold Compiègne resolutely for his king, while
Joan’s constant thought during the early months of her captivity was to
escape and come to assist him in this task of defending the town.
On
December 29, 1429, in praise of her great deeds, King Charles VII
officially enobled the d’Arc lineage in perpetuity by granting them the
surname “du Lys”. At the request of St. Joan of Arc, King Charles also
remitted the taxes on the people of Domrémy, which was upheld until the
French Revolution.
No words can adequately describe the disgraceful ingratitude and
apathy of Charles and his advisers in leaving the Maid to her fate. If
military force had not availed, they had prisoners like the Earl of
Suffolk in their hands, for whom she could have been exchanged. Joan was
sold by John of Luxembourg to the English for a sum which would amount
to several hundred thousand dollars in modern money. There can be no
doubt that the English, partly because they feared their prisoner with a
superstitious terror, partly because they were ashamed of the dread
which she inspired, were determined at all costs to take her life. They
could not put her to death for having beaten them, but they could get
her sentenced as a witch and a heretic.
Moreover, they had a tool ready to their hand in Pierre Cauchon, the
Bishop of Beauvais, an unscrupulous and ambitious man who was the
creature of the Burgundian party. A pretext for invoking his authority
was found in the fact that Compiègne, where Joan was captured, lay in
the Diocese of Beauvais. Still, as Beauvais was in the hands of the
French, the trial took place at Rouen — the latter see being at that
time vacant. This raised many points of technical legality which were
summarily settled by the parties interested.
The Coat of Arms given to St. Joan of Arc and her family by King Charles VII of France.
The Vicar of the Inquisition at first, upon some scruple of
jurisdiction, refused to attend, but this difficulty was overcome before
the trial ended. Throughout the trial Cauchon’s assessors consisted
almost entirely of Frenchmen, for the most part theologians and doctors
of the University of Paris. Preliminary meetings of the court took place
in January, but it was only on 21 February, 1431, that Joan appeared
for the first time before her judges. She was not allowed an advocate,
and, though accused in an ecclesiastical court, she was throughout
illegally confined in the Castle of Rouen, a secular prison, where she
was guarded by dissolute English soldiers. Joan bitterly complained of
this. She asked to be in the church prison, where she would have had
female attendants. It was undoubtedly for the better protection of her
modesty under such conditions that she persisted in retaining her male
attire. Before she had been handed over to the English, she had
attempted to escape by desperately throwing herself from the window of
the tower of Beaurevoir, an act of seeming presumption for which she was
much browbeaten by her judges. This also served as a pretext for the
harshness shown regarding her confinement at Rouen, where she was at
first kept in an iron cage, chained by the neck, hands, and feet. On the
other hand she was allowed no spiritual privileges — e.g. attendance at
Mass — on account of the charge of heresy and the monstrous dress (difformitate habitus) she was wearing.
The Trial of Joan of Arc, Painting by Louis Boutet de Monvel
As regards the official record of the trial, which, so far as the
Latin version goes, seems to be preserved entire, we may probably trust
its accuracy in all that relates to the questions asked and the answers
returned by the prisoner. These answers are in every way favourable to
Joan. Her simplicity, piety, and good sense appear at every turn,
despite the attempts of the judges to confuse her. They pressed her
regarding her visions, but upon many points she refused to answer. Her
attitude was always fearless, and, upon 1 March, Joan boldly announced
that “within seven years’ space the English would have to forfeit a
bigger prize than Orléans.” In point of fact Paris was lost to Henry VI
on 12 November, 1437 — six years and eight months afterwards. It was
probably because the Maid’s answers perceptibly won sympathizers for her
in a large assembly that Cauchon decided to conduct the rest of the
inquiry before a small committee of judges in the prison itself. We may
remark that the only matter in which any charge of prevarication can be
reasonably urged against Joan’s replies occurs especially in this stage
of the inquiry. Joan, pressed about the secret sign given to the king,
declared that an angel brought him a golden crown, but on further
questioning she seems to have grown confused and to have contradicted
herself. Most authorities (like, e.g., M. Petit de Julleville and Mr.
Andrew Lang) are agreed that she was trying to guard the king’s secret
behind an allegory, she herself being the angel; but others — for
instance P. Ayroles and Canon Dunand — insinuate that the accuracy of
the procès-verbal cannot be trusted. On another point she was
prejudiced by her lack of education. The judges asked her to submit
herself to “the Church Militant.” Joan clearly did not understand the
phrase and, though willing and anxious to appeal to the pope, grew
puzzled and confused. It was asserted later that Joan’s reluctance to
pledge herself to a simple acceptance of the Church’s decisions was due
to some insidious advice treacherously imparted to her to work her ruin.
But the accounts of this alleged perfidy are contradictory and
improbable.
St. Joan of Arc being led to her execution in Rouen. Painting by Isidore Patrois
The examinations terminated on 17 March. Seventy propositions were
then drawn up, forming a very disorderly and unfair presentment of
Joan’s “crimes,” but, after she had been permitted to hear and reply to
these, another set of twelve were drafted, better arranged and less
extravagantly worded. With this summary of her misdeeds before them, a
large majority of the twenty-two judges who took part in the
deliberations declared Joan’s visions and voices to be “false and
diabolical,” and they decided that if she refused to retract she was to
be handed over to the secular arm — which was the same as saying that
she was to be burned. Certain formal admonitions, at first private, and
then public, were administered to the poor victim (18 April and 2 May),
but she refused to make any submission which the judges could have
considered satisfactory. On 9 May she was threatened with torture, but
she still held firm. Meanwhile, the twelve propositions were submitted
to the University of Paris, which, being extravagantly English in
sympathy, denounced the Maid in violent terms. Strong in this approval,
the judges, forty-seven in number, held a final deliberation, and
forty-two reaffirmed that Joan ought to be declared heretical and handed
over to the civil power, if she still refused to retract. Another
admonition followed in the prison on 22 May, but Joan remained unshaken.
The next day a stake was erected in the cemetery of St-Ouen, and in the
presence of a great crowd she was solemnly admonished for the last
time. After a courageous protest against the preacher’s insulting
reflections on her king, Charles VII, the accessories of the scene seem
at last to have worked upon mind and body worn out by so many struggles.
Her courage for once failed her. She consented to sign some sort of
retraction, but what the precise terms of that retraction were will
never be known. In the official record of the process a form of
retraction is in inserted which is most humiliating in every particular.
It is a long document which would have taken half an hour to read. What
was read aloud to Joan and was signed by her must have been something
quite different, for five witnesses at the rehabilitation trial,
including Jean Massieu, the official who had himself read it aloud,
declared that it was only a matter of a few lines. Even so, the poor
victim did not sign unconditionally, but plainly declared that she only
retracted in so far as it was God’s will. However, in virtue of this
concession, Joan was not then burned, but conducted back to prison.
Enveloped in flames, Joan cried out the name of Jesus six times before dying.
The English and Burgundians were furious, but Cauchon, it seems,
placated them by saying, “We shall have her yet.” Undoubtedly her
position would now, in case of a relapse, be worse than before, for no
second retraction could save her from the flames. Moreover, as one of
the points upon which she had been condemned was the wearing of male
apparel, a resumption of that attire would alone constitute a relapse
into heresy, and this within a few days happened, owing, it was
afterwards alleged, to a trap deliberately laid by her jailers with the
connivance of Cauchon. Joan, either to defend her modesty from outrage,
or because her women’s garments were taken from her, or, perhaps, simply
because she was weary of the struggle and was convinced that her
enemies were determined to have her blood upon some pretext, once more
put on the man’s dress which had been purposely left in her way. The end
now came soon. On 29 May a court of thirty-seven judges decided
unanimously that the Maid must be treated as a relapsed heretic, and
this sentence was actually carried out the next day (30 May, 1431) amid
circumstances of intense pathos. She is said, when the judges visited
her early in the morning, first to have charged Cauchon with the
responsibility of her death, solemnly appealing from him to God, and
afterwards to have declared that “her voices had deceived her.” About
this last speech a doubt must always be felt. We cannot be sure whether
such words were ever used, and, even if they were, the meaning is not
plain. She was, however, allowed to make her confession and to receive
Communion. Her demeanor at the stake was such as to move even her bitter
enemies to tears. She asked for a cross, which, after she had embraced
it, was held up before her while she called continuously upon the name
of Jesus. “Until the last,” said Manchon, the recorder at the trial,
“she declared that her voices came from God and had not deceived her.”
After death her ashes were thrown into the Seine.
The beatification of St. Joan of Arc
Twenty-four years later a revision of her trial, the procès de réhabilitation,
was opened at Paris with the consent of the Holy See. The popular
feeling was then very different, and, with but the rarest exceptions,
all the witnesses were eager to render their tribute to the virtues and
supernatural gifts of the Maid. The first trial had been conducted
without reference to the pope, indeed it was carried out in defiance of
St. Joan’s appeal to the head of the Church. Now an appellate court
constituted by the pope, after long inquiry and examination of
witnesses, reversed and annulled the sentence pronounced by a local
tribunal under Cauchon’s presidency. The illegality of the former
proceedings was made clear, and it speaks well for the sincerity of this
new inquiry that it could not be made without inflicting some degree of
reproach upon both the King of France and the Church at large, seeing
that so great an injustice had been done and had so long been suffered
to continue unredressed. Even before the rehabilitation trial, keen
observers, like Eneas Sylvius Piccolomini (afterwards Pope Pius II),
though still in doubt as to her mission, had discerned something of the
heavenly character of the Maid. In Shakespeare’s day she was still
regarded in England as a witch in league with the fiends of hell, but a
juster estimate had begun to prevail even in the pages of Speed’s
“History of Great Britaine” (1611). By the beginning of the nineteenth
century the sympathy for her even in England was general. Such writers
as Southey, Hallam, Sharon Turner, Carlyle, Landor, and, above all, De
Quincey greeted the Maid with a tribute of respect which was not
surpassed even in her own native land. Among her Catholic
fellow-countrymen she had been regarded, even in her lifetime, as
Divinely inspired.
At last the cause of her beatification was introduced upon occasion
of an appeal addressed to the Holy See, in 1869, by Mgr Dupanloup,
Bishop of Orléans, and, after passing through all its stages and being
duly confirmed by the necessary miracles, the process ended in the
decree being published by Pius X on 11 April, 1909. A Mass and Office of
St. Joan, taken from the “Commune Virginum,” with “proper” prayers,
have been approved by the Holy See for use in the Diocese of Orléans.
HERBERT THURSTON (Catholic Encyclopedia)
Photo of the Canonization of St. Joan of Arc on May 16, 1920.
Nobility.org Editorial Comment: —
Unquestionably, St. Joan of Arc was invested with a divine mission to
save France. Nevertheless, she used natural as well as supernatural
means to pursue it.
Among the natural means, her leadership merits close analysis. She
captured the imagination of the French, she pulled them out of their
despondency and gave them a courage they thought was lost forever. She
encouraged them to dream anew and strive for an audacious, beautiful, if
seemingly impossible dream, always reminding them of the need of divine
help to crown the efforts they must make: “Soldiers must fight, but God
gives the victory.” The French, who respond well to this form of
inspired leadership, were brave as in the best moments of their History,
and the tide of war changed for good for the English.
Documentário SECRETS D'HISTOIRE: JEANNE D'ARC - AU NOM DE DIEU
Palácios e Castelos PALÁCIO NACIONAL E CONVENTO DE MAFRA A história e o vídeo de um dos mais belos palácios nacionais . Fonte: Portugal Glorioso - YouTube Texto: Português
Mandado construir por D. João V "O MAGNÂNIMO" começou por um
modesto projecto para abrigar 109 frades porém, como o ouro de muitos e
bons kilates vindos do Brasil começaram a encher os nossos depauperados
cofres, o Rei reuniu-se com o arquitecto Ludovice e, face a tanto
cabedal, ambicionaram e planearam uma obra mais grandiosa e imponente.
Há historiadores que nos dizem ser a obra fruto de uma promessa que
D.João V fizera no caso da Rainha Dª.Maria Ana de Áustria lhe desse
descendência, o que aconteceu com o nascimento da Princesa Dª.Maria
Bárbara, mas há ainda outros que asseguram ser a obra feita por via de
uma outra promessa relativa a uma doença de que o Rei padecia.
O que é certo, é que a grandiosa obra está lá em Mafra, para deleite de
todos os Portugueses e de quem nos visita. Foi iniciada em 17 de
Novembro de 1717 e feita em pedra da região, ocupa 38.000 m, com 1.200
divisões, 4.700 portas e janelas e 156 escadas.
Para tão Real Obra, o Magnânimo Rei encomendou esculturas e pinturas a
Mestres Italianos e Portugueses e, na Flandres, dois carrilhões,
mandados fabricar em Antuérpia e em Liège, com um total de 98 sinos que
pesam mais de 200 toneladas e constituem um dos maiores carrilhões
históricos do mundo.
Integra ainda um conjunto de seis órgãos históricos na Basílica, uma
extraordinária biblioteca do séc. XVIII, com 38000 volumes e um Núcleo
Conventual, com um hospital da época.
A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projecto final acabou por
abrigar 330 frades, um palácio real, umas das mais belas bibliotecas da
Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e
incontáveis obras de arte. A magnifica basílica foi consagrada no 41.º
aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730.
Porque os nossos irmãos brasileiros ainda hoje choram o ouro que veio
para Portugal e que tornou possível esta magnífica obra, entre outras, é
bom que saibam também que algum desse ouro retornou, porque as
melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde
partiu a família real aquando das invasões francesas em 1807.
Durante os últimos reinados da Dinastia de Bragança, o Palácio foi
utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de Outubro de
1910 o último rei D. Manuel II para a praia da Ericeira, onde o seu iate
real o conduziu para o exílio.
............................ Texto baseado nas fontes; Instituto de Museus e da Conservação. Wikipedia.
História HISTÓRIA DO AZULEJO PORTUGUÊS Fonte: Portugal Glorioso
A palavra azulejo vem do árabe azzelij, que significa pequena pedra
polida usada para desenhar mosaico bizantino do Próximo oriente. É
comum, no entanto, relacionar-se o termo com a palavra azul (termo persa
لاژور lazkward, lápis-lázuli) dado grande parte da produção portuguesa
de azulejo caracterizar-se pelo emprego maioritário desta cor, mas a
real origem da palavra é árabe.
Este termo designa uma peça de cerâmica de pouca espessura, geralmente,
quadrada (originalmente fabricada nas medidas 15×15 ou menores
formatos), em que uma das faces é vidrada, resultado da cozedura de um
revestimento geralmente denominado como esmalte, que se torna
impermeável e brilhante. Devido a essa impermeabilidade era, geralmente,
usado em áreas molhadas também pelo seu baixo custo e pela resistência.
Esta face pode ser monocromática ou policromática, lisa ou em relevo. O
azulejo é normalmente, utilizado em grande número como elemento
associado à arquitectura em revestimento de superfícies interiores ou
exteriores ou como elemento decorativo isolado. Os temas oscilam entre
os relatos de episódios históricos, cenas mitológicas, iconografia
religiosa e uma vasta gama de elementos decorativos espalhados em muitos
temas (geométricos, vegetarianos etc) aplicados à parede, pavimentos e
tectos de palácios, jardins, edifícios religiosos (igrejas, conventos),
de habitação e públicos.
Nas igrejas, o azulejo reveste todas as superfícies, mesmo tectos e
abóbadas, e observa-se um complemento estético entre a talha dourada do
período barroco português e as molduras ondulantes do azulejo.
Azulejo Português – A Padeira de Aljubarrota
Com diferentes características entre si, este material tornou-se um
elemento de construção divulgado em diferentes países, assumindo-se em
Portugal como um importante suporte para a expressão artística nacional
ao longo de mais de cinco séculos, onde o azulejo transcende para algo
mais do que um simples elemento decorativo de pouco valor intrínseco.
Este material convencional era usado além do seu baixo custo, pelas suas
fortes possibilidades de qualificar, esteticamente, um edifício de modo
prático. Mas nele se reflecte, além da luz, o repertório do imaginário
português, a sua preferência pela descrição realista, a sua atracção
pelo intercâmbio cultural. De forte sentido cenográfico descritivo e
monumental, o azulejo é considerado hoje, como uma das produções mais
originais da cultura portuguesa, onde se dá a conhecer, como num extenso
livro ilustrado de grande riqueza cromática, não só a história, mas
também a mentalidade e o gosto de cada época. Antigamente, o azulejo era
material exclusivo de áreas molhadas como cozinha, banheiro, e demais
áreas que continham instalações hidráulicas, porém, actualmente é muito
usado como elemento decorativo e estético em detalhes de construção e
decoração.
Azulejo no Centro de Interpretação da Batalha Vimeiro – Salvador
A utilização do azulejo e sua fabricação são as expressões mais fortes
da Cultura em Portugal e uma das contribuições mais originais do génio
dos portugueses para a Cultura Universal.
Em Lisboa, o Azulejo ultrapassou largamente a mera função utilitária ou o
seu destino de Arte Ornamental e atingiu o estatuto transcendente de
Arte, enquanto intervenção poética na criação das arquitecturas e das
cidades.
Azulejo da Igreja São Francisco - Salvador
Azulejos Portugueses e sua aplicação no Brasil No Brasil, alguns painéis em azulejo mostram que as marcas do
colonialismo português ficaram por todos os lados. Na culinária, na
moda, no idioma e nas paredes.
Nos principais núcleos urbanos, os belos azulejos portugueses ornamentam
importantes edificações, como a Ordem Terceira de São Francisco de
Salvador (Bahia) e a Igreja do Outeiro da Glória (Rio de Janeiro). Em
Portugal, a arte da azulejaria é tão valorizada que ganhou um museu
próprio: o Museu Nacional do Azulejo, instalado em 1980 no Convento da
Madre de Deus, em Lisboa.
A sede do Colégio 2 de Julho, imponente casarão em Salvador, abriga uma
relíquia artística única no país. Espalhados por vários cômodos, 21
painéis retratam, com riqueza de detalhes, o estilo neoclássico.
Em Campinas temos influência Portuguesa em alguns imóveis mais antigos,
um exemplo de imóvel importante e tombado é o Palácio dos Azulejos, que
tem suas origens no apogeu da economia cafeeira paulista. Trata-se de um
patrimônio histórico e arquitetônico tombado tanto pelo Iphan, como
pelo Condephaat e Condepacc, ou seja, nas instâncias nacional, estadual e
local.
Na sua construção, em 1878, grande parte do material foi importada da
Europa, como era o costume da época. O Palácio dos Azulejos foi usado
como residência até 1908 e, daí até 1968, foi sede do governo municipal,
passando depois a ser sede da Sanasa. Em 1996, seu uso foi transferido
para a Secretaria de Cultura, e, desde então, abriga a sede do MIS
(Museu da Imagem e do Som).
Gnosticismo & Paganismo O DIA DA ESPIGA Ritos pagãos e Cristãos dum Portugal antigo, onde se misturava o Paganismo com a Religião em rituais agricolas.
Texto: Português Fonte: Do Tempo da Outra Senhora
O Dia da Espiga (2ª edição)
Esta é a 2ª edição do post, cuja 1ª edição,
datada de 6 de Março de 2010, foi agora ampliada com diversas
referências de literatura oral: adagiário português (4), superstições
populares (6) e cancioneiro popular (1). Foram igualmente adicionadas,
novas fontes bibliográficas (3).
Bilhete-postal ilustrado dos anos 20 do século XIX,
reproduzindo ilustração de A. Rey Colaço.
De
acordo com o calendário litúrgico cristão, na Quinta-Feira de Ascensão
comemora-se a ascensão de Cristo Salvador ao Céu, após ter sido
crucificado e ter ressuscitado. Esta data móvel encerra um ciclo de
quarenta dias após a Páscoa. Lá diz o adágio: "Da Páscoa à Ascensão, 40 dias vão."
Na
Quinta-Feira de Ascensão celebra-se igualmente o Dia da Espiga. Era
tradição e igualmente superstição [2], as pessoas irem para o campo
neste dia, para apanhar a espiga de trigo e outras plantas e flores
silvestres. Faziam um ramo que incluía pés de trigo e/ou centeio,
cevada, aveia, um ramo florido de oliveira, papoilas e margaridas.
O ramo
tinha um valor simbólico. Simbolizava a fecundidade da terra e a alegria
de viver. As espigas simbolizavam o pão e a abundância, as papoilas o
amor e a vida, o ramo de oliveira a paz e as margaridas o ouro, a prata e
o dinheiro.
Nalguns
locais, o ritual da colheita da espiga era muito preciso. Na 5ª Feira
de Ascensão, devia ir-se ao campo, do meio-dia para a uma hora, colher
flores de oliveira, espigas de trigo e flores amarelas e brancas, tudo
em número de cinco. Deviam rezar-se igualmente cinco Padres-Nossos,
cinco Ave Marias e cinco Gloria Patres, para que durante o ano, houvesse
sempre em casa, azeite, ouro e prata. [6]
De
acordo com a tradição, o ramo devia ser pendurado dentro de casa, na
parede da cozinha ou da sala, aí se conservando durante um ano, até ser
substituído pelo ramo do ano seguinte. Havia a crença que o ramo
funcionava como um poderoso amuleto que trazia a abundância, a alegria, a
saúde e a sorte. Lá diz o adágio: "Quem tem trigo da Ascensão, todo o ano terá pão." E porquê? Porque se acredita naquilo que diz o cancioneiro popular alentejano:
"Tudo vai colher ao campo
Quinta-feira d'Ascensão,
trigo, papoila, oliveira.
p'ra que Deus dê paz e pão." [4]
"Quinta-feira de Ascensão
As flores têm virtudes,
Quis amar teu coração,
Fiz empenho mas não pude." (Évora) [3]
Estava
de resto, arreigada a superstição de que era bom colher certas flores e
plantas medicinais na Quinta-Feira de Ascensão, antes do nascer do Sol.
[2] Existia igualmente a crença de que os ovos postos pelas galinhas,
entre o meio-dia e a uma hora da Quinta-Feira de Ascensão, nunca
apodrecem e têm a virtude de curar doenças e suprimir dores. [2]
Acreditava-se também que o queijo feito na Quinta-Feira de Ascensão era
medicamento eficaz contra as sezões. [1] Existia ainda o convencimento
de que o vento que na Quinta-feira de Ascensão, soprasse à uma hora da
tarde, era o que sopraria durante todo o ano. Existia finalmente a
convicção de que era bom comer carne na Quinta-Feira de Ascensão, de
acordo com adágio:
“Em Quinta-Feira de Ascensão,
Quem não come carne
Não tem coração;
Ou de ave de pena,
Ou de rês pequena.” [2]
A
origem festiva do Dia da Espiga, coincidente com a Quinta-Feira da
Ascensão, é muito anterior à era cristã. Na verdade, este dia é um
sucessor claro de rituais pagãos, praticados durante séculos, por todo o
mundo mediterrâneo, em que grandiosos festivais de cantares e danças,
celebravam a Primavera e consagravam a natureza. Neles se exortava o
eclodir da vida vegetal e animal, após a letargia dos meses frios, bem
como a esperança nas novas colheitas. O Dia da Espiga era assim como que
uma bênção aos primeiros frutos e marcava o início da época das
colheitas.
A
Igreja, à semelhança do que fez com outras ancestrais festas pagãs,
cristianizou o Dia da Espiga. A data atravessa assim os tempos com uma
dupla significação:
- como Quinta-feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, a ascensão de Jesus ao Céu, ao fim de 40 dias;
- como Dia da Espiga, traduzindo aspectos e crenças não religiosos, mas exclusivos da esfera agrícola e familiar.
Bilhete-postal ilustrado do 2º quartel do século XIX, edição A.V.L. (Lisboa),
reproduzindo aguarela de Alfredo Moraes (1872-1971).
Actualmente
poucas são as pessoas que ainda se deslocam ao campo na Quinta-Feira da
Ascensão para apanhar o ramo da espiga. Mas aquelas que vão, têm
dificuldade em constituir o ramo, sobretudo pela dificuldade em recolher
pés de cereal, raros a partir do momento em que os nossos agricultores
receberam dinheiro de Bruxelas para deixar de cultivar. Apesar de tudo,
há quem consiga cumprir a tradição. E há também quem faça negócio com a
tradição, colhendo e vendendo ramos de espiga na cidade. Apesar do
mercantilismo deste biscate em tempo de crise, é um contributo para a
preservação da tradição. Actualmente, também são poucas as pessoas que
se deslocam à Igreja para participar nos deveres religiosos inerentes à
data. Todavia, houve tempos em que a data, das mais festivas do ano, era
repleta de cerimónias sagradas e profanas, que chegavam a implicar a
paralisação laboral. Existia mesmo a crença que em Quinta-Feira de
Ascensão, os passarinhos não vão aos ninhos. [1] Daí também o adágio: “No Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos”, o que está de acordo com o cancioneiro popular:
“Se os passarinhos soubessem
Quando é dia d'Ascensão,
Nem subiam ao seu ninho,
Nem punham o pé no chão.” [5]
Existia
igualmente a crença de que na Quinta-Feira de Ascensão, os pássaros não
iam ao ninho desde o meio-dia até à uma hora, que era o período de
orações nas festas da Igreja. Consta, que antigamente, finalizadas essas
orações, era costume soltarem-se passarinhos do coro e das tribunas, e
espargirem-se flores desfolhadas sobre os fiéis. [6]
Por
vezes chove na Quinta-feira de Ascensão, o que originou a convicção de
que em chovendo na tarde de Quinta-Feira de Ascensão, as nozes apodrecem
e os frutos sairão pecos. [6] O adagiário, regista, de resto a crença
de que “Água d'Ascensão, tira o vinho e dá o pão”, assim como “Chuvinha da Ascensão, dá palhinha e dá pão” e também “Quinta-feira da Ascensão, coalha a amêndoa e o pinhão”.
Gnosticismo A OBRA PRIMA DE MIGUEL ANGELO Fonte: Celso Alves Ferreira
Esta imagem é uma das obras primas de
Michelângelo, pela sua beleza e também pela inteligência e capacidade de
captar e trabalhar símbolos, além de demonstrar grande conhecimento da
Kabbalah e de seu simbolismo dentro da alquimia. Vamos começar por um dos nomes de Deus, que é retratado nesta imagem: YHVH (yod-heh-vav-heh)
Nada no hebraico antigo está ali por acaso. A linguagem é uma das mais
belas que existem porque foi construída a partir da matemática e do
simbolismo. Palavras e números possuem correspondência (muito muito
muito longe da palhaçada que os esquisotéricos chamam de “numerologia
pitagórica”) e seus símbolos se conectam em valores éticos que são
válidos em qualquer período. Vamos aos exemplos: Começamos por examinar cada letra separadamente.
Yod – Valor gematrico 10; representa o fogo, a inspiração, a centelha
divina. Sua tradução literal é “Mão”, mas a mão que cria, a mão que
trabalha, a mão que realiza e transforma o mundo. Faz a conexão
simbólica entre Tiferet e Chesed e representa o iluminado que estendeu a
mão em busca do Santo Graal. Seu arcano é a do Eremita, da pessoa que
ativamente faz uma busca espiritual, intelectual ou emocional.
Heh – Valor Gematrico 5; sua tradução é “Janela”, no sentido de abertura
para um local maior. Todas as vezes que estamos presos em um lugar
fechado (seja uma casa, seja nossa mente) e abrimos um espaço para que
possamos enxergar dimensões maiores, estamos trabalhando em sintonia com
esta letra. Seu arcano correspondente é o Imperador e faz a conexão
entre as esferas de Tiferet (Beleza) e Hochma (sabedoria). Heh se
manifesta sempre que procuramos romper uma casca em direção à luz, seja
um ateu/crente fundamentalista ampliando sua mente, seja o ato de se
pesquisar e estudar fontes de fora da sua bolha, seja observar um novo
ponto de vista; uma janela por onde a luz pode penetrar e iluminar o
interior.
Vav – Valor Gematrico 6; significa “Gancho”, “garra”
ou “unha” dependendo da tradução, mas sua essência é o ato de buscar ou
agarrar alguma coisa e trazer para si. Pode ser algo físico, mas pode
ser agarrar uma idéia, um pensamento ou um ensinamento. Seu Arcano
correspondente é o Hierofante (ou Papa, no tarot de Marselha), aquele
que ensina. Todas as vezes que trazemos algo novo para dentro do nosso
universo, estamos puxando ou agarrando uma parte maior do todo. Isso se
aplica desde a um cientista de ponta pesquisando algo que ninguém nunca
pesquisou no planeta quanto a um bebê que está aprendendo a engatinhar.
São escalas diferentes do mesmo fractal. Vav conecta Chesed a
Hochma: é a essência simbólica do que está dentro do Santo Graal; o que
move os alquimistas, ocultistas e cientistas: a busca pelo desconhecido
que ainda está oculto.
Na Genesis (que é um livro totalmente
simbólico), Deus cria Adão (yod) e Eva (heh-vav-heh). Adão “dá nome a
todas as coisas do planeta” e HVH surge da lateral de Yod (a conexão
entre as esferas de Hochma e Binah forma uma ligação cujo desenho é
horizontal e que graças às imagens iconográficas e erros de tradução de
crentes medievais, foi transformado em “costela”… Esta conexão entre Yod
e EVE é escrito pela letra Daleth (“porta”) ou o portal entre dois
mundos, o da ação e o da concretização, que vai desde o processo de
formulação de uma idéia à gestação de um filho.
Adão representa
a primeira manifestação da criação (Alef, ou “sopro” ou inspiração
vinda do universo), que foi representada pelo “sopro divino que anima o
barro (Barro = Malkuth, Mundo Material) e representa todo o processo
científico de procurar respostas naquilo que ainda é desconhecido. O
universo (Kether) já estava lá antes de chegarmos, o homem (Malkuth) é
que está buscando entender o todo.
Eva (HVH) representa o
Entendimento (Binah), ou o ato de se passar através de uma janela ou
abertura (“HVH é “uma janela que é aberta até se tornar uma porta”…
pense na imagem de uma abertura em uma tenda que é rasgada com um gancho
até que esta abertura não seja apenas um ponto de ver o que se está
adiante, mas algo maior que se possa efetivamente passar e chegar até
este outro local… ). Assim, Heh se torna Daleth.
Adão + Eva = Y + HVH = YHVH = Deus.
[Mãos trabalhando] + [Teorias se Expandindo] = [Conhecimento do Universo].
Também faz referência ao nascimento (humano, de uma idéia, de um
projeto, etc). Todas as idéias um dia foram suposições ou teorias que,
através dos experimentos e da busca ou refinamento se tornaram algo
sólido, no qual você não apenas vê o que está adiante, mas pode dar o
passo e chegar lá (isso se aplica a MUITAS coisas… é um fractal).
Mas este processo não requer um homem e uma mulher, mas duas metades
simbólicas de NÓS MESMOS. Uma união gay que traga para dentro dos
universos daquelas duas pessoas novos conceitos, novas experiências e
ampliação da consciência está perfeitamente enquadrada como manifestação
divina nos termos hermeticos; um cientista ateu pesquisando sobre
mosquinhas de fruta para estudar genética está buscando Deus (mesmo que
não tenha capacidade para entender isso).
Gnosticismo S. TOMÁS DE AQUINO E A CONCEPÇÃO HILEMÓRFICA DO SER HUMANO Aqui tem revelada a filosofia e a concepção filosófica de S. Tomás de Aquino acerca do Homem. Fonte: ATI - Sínodo de Portugal Texto: Português
Sº Tomás de Aquino - Pensamento. Partindo de um conceito aristotélico, Aquino desenvolveu uma concepção
hilemórfica do ser humano, definindo o ser humano como uma unidade
formada por dois elementos distintos: a matéria primeira
(potencialidade) e a forma substancial (o princípio realizador). Esses
dois princípios se unem na realidade do corpo e da alma no ser humano.
Ninguém pode existir na ausência desses dois elementos.
A concepção hilemórfica é coerente com a crença segundo a qual Jesus
Cristo, como salvador de toda a humanidade, é ao mesmo tempo plenamente
humano e plenamente divino. Seu poder salvador está diretamente
relacionado com a unidade, no homem ou na mulher, do corpo e da alma.
Para Aquino, o conceito hilemórfico do homem implica a hominização
posterior, que ele professava firmemente. Uma vez que corpo e alma se
unem para formar um ser humano, não pode existir alma humana em corpo
que ainda não é plenamente humano.16 O feto em desenvolvimento não tem a
forma substancial da pessoa humana. Tomás de Aquino aceitou a ideia
aristotélica de que primeiro o feto é dotado de uma alma vegetativa,
depois, de uma alma animal, em seguida, quando o corpo já se
desenvolveu, de uma alma racional. Cada uma dessas "almas" é integrada à
alma que a sucede até que ocorra, enfim, a união definitiva
alma-corpo.16 Conforme as próprias palavras de Aquino:
Em
latim: "Anima igitur vegetabilis, quae primo inest, cum embryo vivit
vita plantae, corrumpitur, et succedit anima perfectior, quae est
nutritiva et sensitiva simul, et tunc embryo vivit vita animalis; hac
autem corrupta, succedit anima rationalis ab extrinseco immissa (…) cum
anima uniatur corpori ut forma, non unitur nisi corpori cuius est
proprie actus. Est autem anima actus corporis organici".16
Em
português: "A alma vegetativa, que vem primeiro, quando o embrião vive
como uma planta, corrompe-se e é sucedida por uma alma mais perfeita,
que é ao mesmo tempo nutritiva e sensitiva, quando o embrião vive uma
vida animal; quando ela se corrompe, é sucedida pela alma racional
induzida do exterior (…) Já que a alma se une ao corpo como sua forma,
ela não se une a um corpo que não seja aquele do qual ela é propriamente
o ato. A alma é agora o ato de um corpo orgânico".
Não
obstante a sua crença na animação tardia e infusão da alma, Tomás de
Aquino também ensinava que a prática do aborto era errada já desde o
momento da concepção. Ele acreditava que esta prática seria pecado
mortal pela manifestação de uma vontade homicida, mesmo que, como ele
pensava, o homicídio não fosse realmente cometido nos primeiros estágios
da gravidez.
Mas por que Tomás de Aquino acreditava que a
infusão da alma ocorria só algum tempo após a concepção? Porque ele
aceitava a ciência de seus dias, que ensinava a teoria da geração
espontânea da vida (a ideia de que a vida brota espontaneamente a partir
da matéria não-viva). Aplicada à reprodução humana, esta teoria sugeria
que (aparentemente) os elementos não-vivos de contribuição de cada
genitor — “matéria fetal” no caso da mãe e fluído seminal no caso do pai
— eram sucessivamente transformados de matéria não-viva em vida
vegetativa, vida animal, e finalmente em vida humana.
Como os
primeiros cientistas não observavam nada distintamente humano nos
primeiros estágios do desenvolvimento embrionário (eles nada conheciam
de genética, nem possuíam microscópios), concluíam que não havia alma
humana presente. Mas a biologia moderna tem demonstrado que o “concepto”
possui traços distintivamente humanos. Ele está vivo e tem um código
genético humano para guiar seu crescimento e desenvolvimento. Se Tomás
de Aquino tivesse acesso a esses dados, seria levado a concluir que a
infusão da alma se dava no momento da concepção.