Gnosticismo
OS EVANGELHOS PERDIDOS E PROIBIDOS
São apenas 4 os evangelhos reconhecidos pela Bíblia, mas sabe-se já que havia muitos mais, sendo que alguns, como os gnóstico foram banidos da Bíblia, recusados pelo Vaticano no Consílio de Niceia, e outros perderam-se no tempo por diversos motivos. Alguns desses evangelhos tem vindo a aparecer escondidos em grutas ou encontrados em escavações, o que indicia que provavelmente no início do Cristianismo, haveria dezenas ou centenas de Evangelhos verdadeiros saídos das diversas escolas criadas pelos Apóstolos de Jesus e posteriormente, por seguidores ou alunos desses Apóstolos. Todos eles aportavam novas informações preciosas acerca dos primeiros cristãos e do verdadeiro Cristianismo, assim como davam novas perspectivas acerca de Jesus, sua vida e sua mensagem, conforme a vivência que cada Apóstolo tinha tido com o Mestre e conforme a forma como a passaram para os seus alunos.
A aceitação de apenas 4 evangelhos pela igreja foi uma decisão mais política do que religiosa, pois conforme se sabe hoje em dia, os Bispos reunidos seguiram ordens do Imperador Constantino, que legalizou o Cristianismo no império Romano e fez com que os Bispos o moldassem de forma a incluírem os principais cultos politeístas então existentes, proibindo assim, todos os outros evangelhos que pudessem por em causa a sua concepção desse Cristianismo. Ora isto teve como consequência, que alguns dos evangelhos escritos por alguns dos próprios Apóstolos e outros que se seguiram escritos pelas inúmeras escolas, grupos e seitas que proliferaram na região do Médio Oriente e que fossem contra essa concepção de Cristianismo desenhada por Constantino, fossem proibidos e como tal os seus seguidores perseguidos, levando a que esses evangelhos fossem escondidos e muitos se tivessem perdido. Outros permaneceram escondidos até há pouco tempo e a sua descoberta tem permitido perceber melhor como era o Cristianismo original, sendo que já se percebeu que não existia uma única forma de Cristianismo, nem de adorar a Deus, mas inúmeras formas. Ora isto é polémico porque algumas religiões tem a pretensão de serem as únicas verdadeiras, o que como se vê, está muito longe de ser a verdade que Jesus predicou e que os 1ºs Cristãos seguiram.
Pode ver neste excelente documentário, a análise dos especialistas do instituto Smithsonian e os segredos que revelam alguns desses Evangelhos banidos e que estavam perdidos. São eles o evangelho de Tomás; de Maria Magdalena, de Pedro e o de Judas Iscariotes.
Poderá ainda ler neste blog, uma relação de todos os livros que não estão incluídos na Bíblia, os que foram recentemente descobertos, ou os que são mencionados no Livro Sagrado mas se encontram perdidos.
O que está para ver poderá mudar a sua perspectiva acerca de Jesus e do Cristianismo.
* José Rui Lira
Texto: Português
Áudio: Brasileiro - Castelhano
Fontes: Discovery Channel - Gnosis on Line - National Geographic
Documentário MISTÉRIOS DA BÍBLIA - OS EVANGELHOS PERDIDOS Especialistas examinam os livros perdidos da Bíblia. Do deserto do Egito aos laboratórios do Instituto Smithsonian, o programa revela os segredos dos Evangelhos banidos de Maria Madalena, do apóstolo Pedro e de Judas Iscariotes.
Documentário O EVANGELHO PROIBIDO DE JUDAS O texto do Evangelho de Judas é um relato de duzentas e cinquenta linhas, da largura aproximada de uma página, que se encontra em um códice de 66 páginas, mais de um terço do qual é ilegível, e que contém três outras obras. Duas delas (o Primeiro Apocalipse de Tiago e da Epístola a Filipe, atribuída a São Pedro) são obras gnósticas já conhecidas pelas descobertas de Nag Hammadi. O terceiro é um fragmento de um texto desconhecido, provisoriamente intitulado Livro de Alógenes. Todos os textos são escritos no dialeto Sahídico da língua copta, embora seja uma tradução de um original grego. Através de vários métodos, incluindo o carbono-14, o códice foi datado entre os anos 220 e 340. O papiro está deteriorado: algumas partes do texto foram perdidas e outras estão preservadas apenas em fragmentos. 26 das 66 páginas correspondem ao Evangelho de Judas. A parte que pode ser traduzida começa indicando que se tratam das revelações que Jesus fez a Judas Iscariotes, em conversa privada, três dias antes da Páscoa. Escrito na terceira pessoa, o texto é um diálogo entre Jesus e seus discípulos, especialmente Judas, que aparece como o discípulo preferido de Jesus. De acordo com este evangelho, Judas entregou o seu mestre aos romanos seguindo ordens do próprio Jesus, que profetizou: "Tu serás o décimo terceiro, e serás amaldiçoado por gerações, e virás para reinar sobre eles" (página 47 do manuscrito). O Jesus que apresentou este evangelho é tranquilo, ri-se com frequência dos mal-entendidos dos outros discípulos e de sua devoção superficial. A inversão da tradicional relação entre Jesus e Judas colocado pelo texto, é que Jesus está grato a Judas e o elogia: "Tu os vais superar a todos eles Porque tu sacrificarás o homem que me cobre (...) A estrela que indica o caminho é a tua estrela "(n. 56-57). Ao final, pouco depois de entrar uma nuvem luminosa, Judas "recebeu algum dinheiro e o entregou a eles." Jesus agradece-lho, já que prepara o momento em que Jesus vai ser libertado do corpo, permitindo que ele retorne para o "grande e ilimitado reino cuja imensidão nunca foi vista por nenhuma geração de anjos" (n. 47). O texto termina com Judas entregando a Jesus perante os sumos-sacerdotes, e não inclui qualquer menção à crucificação ou à ressurreição.
O EVANGELHO ESSÉNIO DA PAZ
Desde a noite dos tempos, todos os homens foram escravizados e governado por seres não-humanos que se fizeram passar por deuses. Nesses tempos, eles exigiam sacrifícios de animais, incluindo de crianças ou virgens, uma vez que o medo e sofrimento destes, produziam a energia que eles tanto desejavam.
Precisam do nosso sofrimento, por isso influenciaram a nossa alimentação e organizaram guerras e confrontos entre os seres humanos.
Esses supostos deuses, são os demônios nomeados em todas as religiões.
Sua morada está dentro da crosta terrestre. Eles são capazes de agir em nosso corpo astral tornando-nos doentes.
Quando elevamos a vibração do nosso corpo não podem fazer-nos nada, porque eles são seres de baixa vibração.
Mas como podemos elevar a vibração?
Há manuscritos antigos, cuja informação foi escondida dos olhos do mundo,
até mesmo o atual Novo Testamento, que é a base de todas as religiões cristãs, é distorcido e falsificado, no entanto, apesar de todos os obstáculos para que nos chegue até nós esta informação, surge o "Manuscrito dos essênios" onde Jesus nos ensina como nos livrar-mos desses seres que se alimentam da nossa energia negativa.
Jesus é um personagem muito diferente do que nos foi mostrado por aqueles que nos dominam.
O tradutor pode ter impregnado algumas de suas crenças no texto, mas a essência está lá.
É um texto com um valor incrível, ele nos diz que podemos viver como Matusalém, mais de 900 anos e sem doenças. E, o melhor de tudo, livrar-nos das criaturas que nos parasitam.
III CARTA AOS CORÍNTIOS
A assim chamada "III"(terceira) carta de Shaúl (Paulo) aos Coríntios, na verdade deveria ser a "I"(primeira), pois as duas cartas que estão na coletânea romana "bíblia",são a continuação desta mesma carta, portanto, a "I" e a "II" aos Coríntios da "bíblia" deveriam ser sim a "II" e a "III" aos Coríntios Mas,isto eles não contaram nem para você,e nem para mim!
Livros apócrifos mencionados na Bíblia, mas perdidos
Teriam os livros bíblicos, chamados Apócrifos, informações secretas e
fantásticas capazes de modificar nossa visão dos Ensinamentos de Cristo
para a humanidade?
Se não, então por que foram extirpados abruptamente da Bíblia?
Reconhecemos que sem uma Chave, nenhum livro sagrado pode nos dar as
informações necessárias para a autorrealização espiritual, mas seu
conhecimento esclareceria inúmeros pontos doutrinários da Sabedoria
Crística.
Observe em seguida a lista, possivelmente completa, dos livros “perdidos” da Bíblia.
Velho Testamento
1. Livro do Convênio (Êxodo 24:4, 7)
2. Livro das Guerras (Números 21:14)
3. Livro de Jasher (Josué 10:13) e (2 Samuel 1:18)
4. Livro dos Estatutos (1 Samuel 10:25)
5. Livro dos Atos de Salomão (1 Reis 11:41)
6. Livro de Natã (1 Crônicas 29:29) (2 Crônicas 9:29)
7. Livro de Gade (Mesmo do número 6)
8. Profecias de Aías (2 Crônicas 9:29; 2:15; 13:22)
9. Visões de Ido (Mesmo do número 8)
10. Livro de Semaías (2 Crônicas 12:15) 11. Livro de Jeú (2 Crônicas 20:34)
12. Atos de Uzias, Escrito por Isaías (2 Crônicas 26:22)
13. Livros dos Videntes (2 Crônicas 33:19)
14. Profecias de Enoque Jude 14
15. Comentários de Mateus de Nazaré (Mateus 2:23)
Escritos perdidos do Novo Testamento (ou seja, somente mencionados, mas infelizmente totalmente perdidos)
16. Epístola Perdida de Paulo (1 Coríntios 5:9)
17. Segunda epístola perdida de Paulo (Efésios 3:3-4)
18. Terceira epistola perdida de Paulo (Colossenses 4:16)
19. Epístola perdida de Judas
Os livros da Bíblia Apócrifos (Escritos do Velho Testamento)
20. Tobit
21. Judite
22. Adição do livro de Ester
23. Sabedoria de Salomão
24. Eclesiásticos ou a Sabedoria de Jesus
25. Baruque
26. A Carta de Jeremias
27. Oração de Azarias
28. Canção dos Três Judeus (estes são os livros perdidos de Daniel)
29. Susana
30. Sino e o Dragão
31. I Macabeus
32. II Macabeus
33. III Macabeus
34. IV Macabeus
35. I Esdras
36. II Esdras
37. Oração de Manassés
38. Salmo 151
Novo Testamento
Escrito do Novo Testamento que foi eliminado, mas mencionado
39. Livro de Maria
Os seguintes textos perdidos são mencionados em História
Eclesiástica, de 337 d.C., pelo bispo Eusébio de Cesaréia, o qual os
suprimiu por considerá-los “heresias”.
40. Atos de Paulo
41. Atos de André
42. Atos de João
43. O Proto-Evangelho
44. Infância I
45. Infância II
46. Cristo e Abgarus
47. Nicodemos
48. O Credo dos Apóstolos
49. Laodiceanos
50. Paulo e Sêneca
51. Paulo e Theca
52. Revelação de Pedro
53. Epístola de Barnabas
54. O Evangelho Perdido de Acordo com Pedro
55. Evangelho de Tomé
56. Evangelho de Matias
57. Clemente I
58. Clemente II
59. Efésios II
60. Magnésios
61. Tralianos
62. Romanos II
63. Filadelfos
64. Smaraneas
65. Policarpo
66. Filipenses (II)
66. Evangelho referido somente pela letra Q
Algumas destas podem ser referência nos escritos por Marcion, 150 d.C., e Muratória, 170 d.C.
67. Sheppard de Hermas
68. Hermas I (Visões)
69. Hermas II (Mandamentos)
70. Hermas III
71. Cartas de Herodes e Pilatos (Ref. para o julgamento de Cristo)
Os seguintes são uma lista de Escritos Apócrifos que não mais
existem; no entanto, eles são mencionados e referidos em outros, mais
recentes, no século 4º d.C.
72. O Evangelho de André
73. Outos livros abaixo de André
74. Evangelho de Afiles
75. O Evangelho de Acordo com os Doze Apóstolos
76. O Evangelho de Barnabé
77. Os Escritos de Bartolomeu, o Apóstolo
78. O Evangelho de Bartolomeu
79. O Evangelho de Basilides
80. O Evangelho de Cernithus
81. A Revelação de Cernithus
82. Uma Epístola de Jesus Cristo para Pedro e Paulo
83. Vários outros livros abaixo do nome de Cristo
84. Uma Epístola de Cristo (produzido por Maniqueu)
85. Um Hino, ensinado por Cristo para seus Discípulos
86. O Evangelho de Acordo com os Egípcios
87. Os Atos dos Apóstolos II
88. O Evangelho de Ebionitas
89. O Evangelho de Encratites
90. O Evangelho de Eva
91. O Evangelho de Acordo com Hebreus (ou Hebreus II)
92. O Livro de Helkesaites
93. O Falso Evangelho de Hesíquius
94. O Livro de Tiago
95. Os Atos de João
96. Evangelho de Jude
97. Evangelho de Acordo com Judas Iscariotes (recentemente
descoberto, causando furor no meio teológico. Para saber mais sobre o
Evangelho de Judas Iscariotes, clique aqui.)
98. Atos do Apóstolo Leucius
99. Atos do Apóstolo Lentitus
100. Atos do Apóstolo Leontius
101. Atos dos Apóstolos Leuthon
102. Os Falsos Evangelhos, publicado por Lucianus
103. Atos dos Apóstolos (usado por Manichees)
104. O Evangelho de acordo com ou de Marcion
105. Livros abaixo de Mateus:
– O Evangelho de Matias
– As Tradições de Matias
– O Livro de Matias
– O Evangelho de Merinthus
106. Evangelho de Acordo com os Nazarenos
107. Os Atos de Pedro e Thecla
108. As Pregações de Pedro e Paulo
109. As Revelações de Paulo
110. O Evangelho da Perfeição
111. Atos Adicionais de Pedro
112. A Doutrina de Pedro
113. O Evangelho de Pedro (não confundir com o Evangelho de acordo com Pedro)
114. O Julgamento de Pedro
115. As Pregações de Pedro
116. As Revelações de Pedro
117. Os Atos de Filipe
118. O Evangelho de Filipe
119. O Evangelho de Scythianus
120. Os Atos dos Apóstolos, por Seleucus
121. A Revelação de Estêvão
122. O Evangelho de Titan
123. O Evangelho de Tadeu
124. Os Atos e o Evangelho de Tomé
125. O Evangelho da Verdade
126. Contra a Heresia
Números 66 (abaixo) e 72 a 126 somente existem nas referências, eles
nunca foram encontrados, mas estão sendo ou foram conhecidos. Conhecidos
porque muitos cristãos antigos referiam-se a eles em suas cartas (não
oficiais, como as Epístolas) e outros tantos escritos religiosos. Alguns
eruditos ainda debatem a legalidade destes escritos:
Modernas descobertas de textos considerados totalmente perdidos
Escrituras Bíblicas
127. Livro de Moisés
128. Livro de Abraão (127 e 128, foram encontrados em tumbas egípcias em 1830)
129. Profecia de José do Egito 2 Néfi 3
130. Profecia de Zenoque 1 Néfi 19
131. Profecia de Neum (mesmo # 130)
132. Profecia de Zenos (mesmo # 130)
Gnosticismo
UM ÁS NA MANGA DE DEUS - A VERDADE SOBRE O SANTO SUDÁRIO
Muito se tem dito e escrito e até investigado sobre o santo sudario e acerca da sua veracidade. O que vai aqui ver talvez o impressione e até não seja do seu agrado, no entanto aqui tem revelada toda a verdade e um resumo de todas as investigações e teorias acerca deste que é o objecto mais sagrado do Cristianismo.
O Sudário de Turim: foto da face, à esquerda o positivo, à direita o negativo. Nota: O negativo teve o contraste realçado.
O Sudário de Turim ou Santo Sudário é uma peça de linho que mostra a imagem de um homem que aparentemente sofreu traumatismos físicos de maneira consistente com a crucificação.[1] O Sudário está guardado na Catedral de Turim, na Itália, desde o século XIV.[2] Pertenceu desde 1357 à casa de Saboia que em 1983 o doou ao Vaticano.[3] A peça é raramente exibida em público,[4] a última exposição foi no ano 2010 quando atraiu mais de 50 mil fiéis.[5]
O Sudário é um dos acheiropoieta (grego bizantino: "não feito pelas mãos")[6] e vários cristãos acreditam que seja o tecido que cobriu o corpo de Jesus Cristo após sua morte.[7]
A imagem no manto é em realidade muito mais nítida na impressão branca e
negra do negativo fotográfico que em sua coloração natural.[8]
A imagem do negativo fotográfico do manto foi vista pela primeira vez
na noite de 28 de maio de 1898 através da chapa inversa feita pelo
fotógrafo amador Secondo Pia que recebeu a permissão para fotografá-lo
durante a sua exibição na Catedral de Turim. [9]
A origem da peça conhecida como Santo Sudário tem sido objeto de
grande polémica. Para descrever seu estudo geral, os pesquisadores
cunharam o termo "sindonologia", do grego σινδών—sindon, a palavra usada no evangelho de Marcos para descrever o tipo de tecido comprado por José de Arimateia para usar como mortalha de Jesus[10] .
Características
A imagem completa
O sudário é uma peça rectangular de linho com cerca de 4,5 metros de comprimento e 1,1 de largura.[11][12] O tecido apresenta a imagem de um homem de 1,83m de altura[10] que parece ter sido crucificado, com feridas consistentes com as que Jesus sofreu antes de sua crucificação no relato bíblico.[1]
A 28 de maio de 1898, o fotógrafo italiano Secondo Pia tirou a primeira fotografia
ao sudário e constatou que o negativo da fotografia assemelhava-se a
uma imagem positiva do homem, o que significava que a imagem do sudário
era, em si, um negativo.[8]
História
Até o século XIII
Uma das primeiras representações do sudário de Edessa, do século IX
As primeiras referências a um possível sudário surgem na própria Bíblia. O Evangelho de Mateus (Mateus 27:59) relata que José de Arimateia envolveu o corpo de Jesus Cristo com "um pano de linho limpo". João (João 19:38-40) também descreve o evento, e relata que os apóstolos Pedro e João, ao visitar o túmulo de Jesus após a ressurreição, encontraram os lençóis dobrados (João 20:6-7). Embora depois desta descrição evangélica o sudário só tenha feito sua aparição definitiva no século XIV,
para não mais ser perdido de vista, existem alguns relatos anteriores
que contêm indicações consistentes sobre a existência de um tal tecido
em tempos mais antigos.[13][14][15]
A primeira menção não-evangélica a ele data de 544, quando um pedaço
de tecido mostrando uma face que se acreditou ser a de Jesus foi
encontrado escondido sob uma ponte em Edessa. Suas primeiras descrições mencionam um pedaço de pano quadrado, mostrando apenas a face, mas João Damasceno, em sua obra anti-iconoclasta "Sobre as Imagens Sagradas", falando sobre a mesma relíquia,
a descreve como uma faixa comprida de tecido, embora afirmasse que se
tratava de uma imagem transferida para o pano quando Jesus ainda estava
vivo, isto é, não seria uma mortalha, mas sim um tecido que esteve em
contato com Cristo ainda vivo (veja Imagem de Edessa).[16]
Em 944, quando esta peça foi transferida para Constantinopla, Gregorius Referendarius, arquidiácono da Basílica de Santa Sofia pregou um sermão sobre o artefato, que foi dado como perdido até ser redescoberto em 1004 num manuscrito dos arquivos do Vaticano.[13][14]
.Neste sermão é feita uma descrição do sudário de Edessa como contendo
não só a face, mas uma imagem de corpo inteiro, e cita a presença de
manchas de sangue. Outra fonte é o Codex Vossianus Latinus, também no Vaticano, que se refere ao sudário de Edessa como sendo uma impressão de corpo inteiro [15]
Outra evidência é uma gravura incluída no chamado Manuscrito Húngaro de Preces,[17]
datado de 1192, onde a figura mostra o corpo de Jesus sendo preparado
para o sepultamento, numa posição consistente com a imagem impressa no
sudário de Turim.
A gravura no "Manuscrito Húngaro de Preces"
Em 1203, o cruzado Roberto de Clari afirmou ter visto o sudário em Constantinopla nos seguintes termos: "Lá
estava o sudário em que nosso Senhor foi envolto, e que a cada
quinta-feira é exposto de modo que todos possam ver a imagem de nosso
Senhor nele".[18] Seguindo-se ao saque de Constantinopla, em 1204, Teodoro Ângelo, sobrinho de um dos três imperadores bizantinos, escreveu uma carta de protesto ao papa Inocêncio III, onde menciona o roubo de riquezas e relíquias sagradas da capital pelos cruzados, e dizendo que as jóias ficaram com os venezianos e relíquias haviam sido divididas entre os "francos", citando explicitamente o sudário, que segundo ele havia sido levado para Atenas nesta época.[19][20]
Dali, a partir de testemunhos de época de Godofredo de Villehardouin e do mesmo Roberto de Clari, o sudário teria sido tomado por Otão de la Roche, que se tornou Duque de Atenas. Segundo a pesquisadora italiana Barbara Frale, os templários teriam mantido o sudário por um século em sua posse e o levado à França.[21] Ainda há controvérsia se o sudário de Edessa (chamado Mandylion)
seria o mesmo de Turim, em vista de referências que indicariam sua
presença em Constantinopla até 1362, cinco anos após sua aparição no
Ocidente.[22]
Século XIV
O Sudário reapareceu na França por volta de 1349 em poder de Godofredo de Charney, senhor de Lirey, próximo de Troyes[23] . Henrique de Poitiers, arcebispo de Troyes, apoiado mais tarde pelo rei Carlos VI de França,
declarou o sudário como uma impostura e proibiu a sua veneração. A peça
conseguiu, no entanto, recolher um número considerável de admiradores
que lutaram para a manter em exibição nas igrejas.
Em 1389, o bispo Pierre d’Arcis (sucessor de Henrique) denunciou a suposta relíquia como uma fraude fabricada por um pintor talentoso, numa carta a Clemente VII (antipapa em Avinhão).
D’Arcis menciona que até então tem sido bem sucedido em esconder o pano
e revela que a verdade lhe fora confessada pelo próprio artista, que
não é identificado. A carta descreve ainda o sudário com grande
precisão.
Aparentemente, os conselhos do bispo de Troyes não foram ouvidos visto que Clemente VII declarou a relíquia sagrada e ofereceu indulgências a quem peregrinasse para ver o sudário.[24]
Século XV
Em 1415, devido às pilhagens da Guerra dos Cem Anos, Margarita de Charny, neta de Godofredo e casada com Humberto de Villersexel,
conde de La Roche, retirou o sudário da Colegiata de Lirey e o colocou
no castelo de seu marido, no povoado de Saint Hippolyte-sur-le Doubs[23] .
Pintura de Giulio Clovio mostrando o sudário e a forma como Jesus foi envolvido
Quando Margarita enviuvou de Humberto, passou a expor o sudário no
castelo, em troca de donativos, devido à sua precária situação
financeira[23] . Possivelmente devido a esta situação, em 22 de março de 1453 o sudário foi transferido a Luís, duque de Saboia, mediante contrato assinado em Genebra[23] . Pelo mesmo contrato, o duque de Saboia cede a Margarita o castelo de Varambon e as rendas do senhorio de Mirabel, próximo a Lyon[23]
. O contrato declara que a cessão do castelo é "pelos numerosos e
importantes serviços que a condessa de la Roche prestou ao duque de
Saboia" [23] . Assim o sudário passou a ser propriedade da Casa de Saboia, sob queixas dos cônegos de Lirey que se consideram donos do lençol[23] .
Em 1502, o sudário foi depositado na Capela Santa do castelo dos duques em Chambéry[23] .
Século XVI aos nossos dias
Na noite de 3 para 4 de dezembro de 1532, o sudário foi danificado
por um incêndio que afectou a sua capela e pela água das tentativas de o
controlar[23]
. O sudário estava guardado numa urna de prata — presenteada por
Margarida da Áustria em 1509 — e o fogo provocou o derretimento parcial
da prata[23]
. Os pingos de prata derretida deixaram perfurações simétricas no
sudário, uma vez que o lençol estava dobrado quarenta e oito vezes[23] . Também as bordas dessas dobras, em contato com o metal incandescente, ficaram chamuscadas[23]
. A água impregnou o sudário, produzindo manchas em forma de losangos
devido às dobraduras, as quais aparecem simetricamente em toda a peça
quando é estendida[23] .
Em 1562, a capital do Ducado de Saboia foi transferida de Chambéry para Turim e, em 1578 a peça foi levada para a catedral de Turim, onde está até hoje na Cappella della Sacra Sindone do Palazzo Reale di Torino.[25]
A casa de Saboia foi a proprietária do sudário até 18 de março de 1983, quando o ex-rei da Itália, Humberto II, ao morrer o legou à Santa Sé[23] . Em 2002, o sudário foi submetido a obras de restauro.
O restauro de 2002
No inverno de 2002, o sudário foi submetido a uma grande restauração
que chocou a comunidade de pesquisadores e foi condenada por muitos.[26] Autorizada pelo arcebispo de Turim
como uma medida benéfica de conservação, a operação foi baseada na
reclamação que o material em torno dos furos de queimadura (dos
incêndios pelo qual o sudário passou em pelo menos duas ocasiões)
estavam causando contínua oxidação que iriam com o tempo ameaçar a
imagem. A operação foi rotulada como cirurgia desnecessária que destruiu
dados científicos, removeu os reparos de 1534 que eram parte da herança
do sudário, e destruiu oportunidades de pesquisa sofisticada.[26]
Em 2003, a principal restauradora, Mechthild Flury-Lemberg,
especialista suíça em tecidos, descreveu a operação e as razões pelas
quais ela a considerou necessária.[27]
Em 2005, William Meacham, arqueólogo que estuda o sudário desde 1981,
criticou ferozmente a restauração, rejeitou as razões apresentadas por
Flury-Lemberg e classificou a operação como "um desastre para o estudo
científico da relíquia".[28]
Análise científica
As primeiras análises de laboratório ao sudário foram realizadas em 1973 por uma equipe internacional de cientistas.[29]
Os resultados demonstraram, segundo Walter McCrone, que a imagem do
sudário é composta por numerosas gotículas de tinta fabricada a partir
de ocre.[29]
Em 1978, a equipe americana do STURP (Shroud of Turin Research Project) teve acesso ao sudário durante 120 horas.[30]
A equipe era composta por 40 cientistas, dos quais apenas um não era
religioso, Walter C. McCrone, que retirou-se logo no início das
investigações.[31]
Foram realizados muitos experimentos que envolveram diversas áreas da
ciência, como fotografias com diferentes tipos de filme, radiografia de raios X, raio X com fluorescência, espectroscopia, infravermelho e retirada de amostras com fita, mas não foi autorizado a fazer o teste por datação carbono-14.[carece de fontes]
Datação por radiocarbono
Em 1988 o sudário foi datado por radiocarbono por três diferentes laboratórios em Zurique, Oxford e na Universidade do Arizona.[32] Os resultados estavam em concordância de que o tecido é da época entre 1260 e 1390.[32]
A datação radiométrica por carbono-14 é efetiva até datas de 30 mil a 40 mil anos BP (Before Present=
Antes do Presente). Após esse período, a radiação emitida pelo
carbono-14 terá sido reduzida a praticamente zero. Por outro lado, em um
objeto com muito recente, por exemplo, com cem anos de idade, a
quantidade de radiação emitida não terá diminuído o suficiente para que
seja detectada alguma diferença.[33] Existem, no entanto, várias fontes de erro que podem induzir resultados duvidosos.[34] Muito da polémica sobre a autenticidade do sudário foca as possíveis fontes de erros da datação.[34]
O ensaio do carbono reativo feito em 1988 por três equipes de
cientistas independentes indicou como resultados que o manto foi feito
entre 1260 e 1390, portanto durante a Idade Média, aproximadamente treze séculos posterior à vida de Jesus.[32]
Alegações de incertezas e erros nos exames surgiram imediatamente após a
publicação dos resultados e foram em grande parte respondidas por Harry
E. Gove.[35][36]
A controvérsia continuou, porque o microbiólogo Dr. Garza Valdez
descobriu no Sudário bactérias que deturpariam a datação pelo carbono.
Posteriormente, em documentário do Discovery Channel,
o Dr. Harry Gove - que foi o descobridor da tecnologia de datação de
carbono - 14 reconheceu que o trabalho no Sudário foi feito sem
conhecimento das descobertas de Valdez. Ainda afirmou que mesmo tentando
limpar as bactérias, com a tecnologia atual, não seria possível separar
as bactérias do tecido e, portanto, por enquanto a datação por carbono
no Sudário não seria válida. Harry Gove afirmou então que quando
houvesse essa tecnologia faria a petição à Santa Sé para tentar datar o Sudário novamente[37] .
A afirmação de que a amostra analisada pelas equipes de cientistas
teria sido retirada de uma zona do manto que não fazia parte do tecido
original, foi desmentida por Joe Nickell[38] . O Sudário foi também danificado devido a um incêndio no final da Idade Média, o que poderia ter acrescentado carbono reativo à composição do tecido invalidando a aplicação da análise por carbono reativo.[38]
. Este laudo por sua vez foi questionado por céticos como Joe Nickell,
que acredita que as conclusões do seu autor, Raymond Rogers,[39] resultam de uma "busca de evidências que possam garantir uma conclusão previamente desejada". Philip Ball, editor da revista "Nature",
contestou esta afirmação dizendo que a ideia de que os estudos de
Rogers tenham sido direcionados para a obtenção de uma conclusão
pré-estabelecida é injusta e Rogers "apresenta uma história de trabalho
respeitável".[40] Todavia, a pesquisa de 2008 na unidade de aceleração de carbono reativo da Universidade de Oxford propôs uma revisão da data a que se atribui à criação do manto de 1390 para 1260,[41]
o que levou seu diretor Gordan Ramsey a convocar a comunidade
científica a novas comprovações sobre autenticidade do Sudário. "Com as
medidas do ensaio de carbono reativo e com todas as outras evidências
que se possui a respeito do Sudário, ainda existem conflitos de
interpretação de diferentes fontes" disse Gordan ao noticiário da BBC em
2008, após a publicação dos novos resultados.[carece de fontes]
Apesar de manter uma mente aberta quanto ao tema, Ramsey enfatizou que
ficaria surpreso se sobre os ensaios de 1988 fosse comprovado um erro de
dez séculos.[carece de fontes]
A datação do sudário foi contestada pelo argumento de contaminação bacteriana[38] . Em resposta, os cientistas que realizaram as análises de carbono-14 afirmam que o tecido foi limpo antes do teste Cabon o 14, o que exclui a possibilidade dessa contaminação[38] . O intervalo de resultados (1290-1390) é explicado pela influência do incêndio de Chambéry
de 1532 e subsequentes tentativas (desastradas) de restauro. Sendo
assim, e devido aos acidentes, a datação com carbono-14 não seria exata.
[42] Porém segundo o Dr. Walter McCrone, um peso de carbono do século XX igual a duas vezes o peso total do sudário seria necessário para fazer um objeto do século I ser datado como do século XIV, e portanto haveria suficiente certeza que o sudário seria uma criação medieval.[43]
No entanto, Joseph G. Marino e M. Sue Benford propuseram que a área
de tecido usada como amostra pode não pertencer ao tecido original
(nenhuma das amostras continha uma área "manchada"), uma vez que quase
60% do tecido do Sudário é resultado de progressivas reparações feitas
ao longo dos séculos.[44] O académico Raymond Rogers argumentou, num artigo publicado em 2005,[45]
que a análise química por ele realizada confirmava esta hipótese, uma
vez que as amostras usadas na datação-por-carbono mostram traços
evidentes de corantes,
provavelmente usados pelos tecelões medievais para conseguir a cor do
tecido original ao realizarem reparações e reforçarem o sudário para
maior protecção. outros autores apresentaram ainda evidências adicionais
neste sentido.[44][46][47][48]
Em dezembro de 2011 a agência italiana para as novas tecnologias e
desenvolvimento sustentável (ENEA) executou estudos sobre o manto. Por
cinco anos, essa agência de pesquisa centralizou seus esforços sobre a
formação da imagem que se vê no sudário, tentando a sua reprodução. A
conclusão foi que: “A imagem dupla (frente e verso) de um homem
flagelado e crucificado, pouco visível no tecido de linho do Sudário de
Turim, tem muitas características físicas e químicas e é impossível de
ser reproduzida em laboratório”.[49]
Os cientistas tiveram extrema cautela ao publicar suas conclusões,
limitando-se a “propor considerações que não extravasam o campo
científico”.[50]
A datação correta do sudário ainda gera discussões no mundo
científico, uma pesquisa publicada na revista especializada
"Termochimica Acta", sugere que o manto possa ter entre 1300 e 3000 anos
o que torna possível ele ter sido usado por Jesus. A pesquisa afirma
que a datação anterior feita em 1988 utilizou uma parte do manto que
havia sido restaurada por freiras, durante a idade média, para recompor
partes danificadas do manto durante um incêndio. Segundo a pesquisa, na
amostra utilizada em 1988 foi encontrada vanilina, composto produzido
pela decomposição da lignina. Este composto desaparece com o tempo não
podendo ser encontrado em pedaços de linho muito antigos. Como este
composto não foi encontrado no restante do sudário a pesquisa concluiu
que o sudário é muito mais antigo do que foi deduzido anteriormente.[51]
Propriedades químicas
Foram também efectuados testes químicos ao sudário por especialistas das Universidades de Milão e da Califórnia.
Os métodos utilizados foram a análise espectral e fotografia
ultravioleta. Os resultados mostram que a porção amostrada para datação
radiométrica é distinta do resto do tecido, nomeadamente pela presença
de pigmentos e fixantes. Este resultado sugere que esta porção do tecido
seja na realidade um remendo posterior. Outra diferença consiste na
presença de vanilina,
um produto da decomposição térmica da linhina (um composto das fibras
naturais). A vanilina é um composto habitual na análise a tecidos da Idade Média,
mas que se encontra ausente em amostras mais antigas, uma vez que sofre
decaimento. Segundo Raymond Rogers: "O fato de que a vanilina não pode
ser detectada na lignina das fibras do manto, pergaminhos do mar Morto e outros pedaços de linho muito antigos indica que o manto é muito velho".[52]
Possíveis meios de formação da imagem
A imagem no tecido tem muitas características peculiares e profundamente estudadas.[53]
Por exemplo, ela é inteiramente superficial, não penetrando nas fibras
do tecido sob a superfície, de forma que as fibras do algodão não estão
coloridas; a imagem é composta de fibras descoloridas dispostas lado a
lado com fibras não descoloridas de forma que estrias aparecem. Segundo
Walter McCrone, toda a imagem é composta de pigmentos (óxido de ferro e
sulfeto de mercúrio).[54] Porém investigação química relatada no Canadian Society of Forensi Jornal
afirma que pequenas quantidades de óxido de ferro estão igualmente
distribuídas na área da imagem e na área sem imagem e que as manchas de
sangue são realmente de sangue.[55]
A hipótese da reação de Maillard
Uma hipótese para a formação natural da imagem é a reação de Maillard na qual os gases libertados por um corpo em decomposição reagem com a fina camada (180-600 nanometros) de carbo-hidratos a celulose
das fibras do tecido. Esta reação e a alteração química correspondente
poderia explicar a variação de cor que define a imagem do sudário. Outra
conclusão relevante é a de que a reação de Maillard afecta apenas a
camada de carbo-hidratos, o que pode ser uma resposta para a
superficialidade da imagem. Nas primeiras fases de decomposição, um
cadáver exala os gases que desenvolvem a reacção de Maillard com os
carbo-hidratos do tecido. No entanto, à medida que a decomposição
prossegue, o corpo tende a libertar outro tipo de produtos líquidos que
mancham o tecido, eliminando a possível coloração devida à reacção de
Maillard. Se a imagem do sudário é de facto a impressão post-mortem
de Jesus Cristo, então o corpo teria que ter sido retirado da sua
mortalha antes do começo da decomposição. Segundo a Bíblia, foi mesmo
isto que aconteceu durante a ressurreição.[56]
Análise da perspectiva ótica
O sudário em duas dimensões apresenta uma imagem tridimensional
projetada sobre uma superfície plana (bidimensional), como uma
fotografia ou pintura, numa projeção ortogonal[57] .
Se um sudário funerário repousasse de forma aproximadamente
cilíndrica sobre a superfície tridemensional da face, o resultado seria
uma distorção lateral não-natural, um forte alargamento para os lados,
como numa projeção de Mercator, em vez da fortemente alongada imagem vertical vista no sudário. Mario Latendresse questiona esta argumento.[58]
Segundo ele, distorções podem ser pequenas se o sudário não estivesse
firmemente apertado contra o corpo. Não é explicado, porém, como os
detalhes da superfície podem aparecer no sudário de ele não estivesse
firmemente contra o corpo. Mas ele mostra que não devia estar firmemente
contra o corpo uma vez que pequenas distorções ocorreram. Portanto, o
mecanismo de formação de imagens deve assumir que o tecido não estava
firmemente apertado. Ainda, o tecido não permaneceria completamente
plano. Um tecido natural repousando sobre um corpo não criaria maiores
distorções.[58]
O engenheiro electrónico Hernán Toro também questiona se uma imagem
por contato com o tecido mostraria uma um retrato de aparência
fotográfica e não uma imagem distorcida, como uma projeção de uma
superfície irregular em uma superfície plana[59] . Ou seja, deveria haver uma distorção na imagem, o que não ocorre [38] .
Perspectiva religiosa
Os
defensores do sudário como relíquia têm voltado a atenção aos métodos
naturais que possam ter produzido a imagem, a partir do corpo
crucificado de Jesus Cristo. Os crentes mais ortodoxos argumentam que tenha surgido por milagre
e como tal, não carece de mais explicação. No entanto, no seio da
comunidade católica, há quem procure investigar o problema de forma
científica.
Esta passagem carece de fontes
A presença de sangue no sudário é questão polêmica ainda. Pelo que se sabe das prácticas funerárias do século I, os judeus limpavam e perfumavam os seus mortos antes de os sepultarem.[25]
Sendo Jesus Cristo uma figura amada pelos seus, seria pouco provável
que o tenham amortalhado sem os devidos procedimentos de limpeza que
eliminariam a presença de sangue no corpo, como supõe-se pelo evangelho
de João
(19:40) (neste ponto é importante lembrar que os cadáveres não sangram,
visto que já não há batimento cardíaco, pelo que as manchas de sangue
não podem ser posteriores à limpeza). Uma resposta a essa questão,
entretanto, poderia ser encontrada nos evangelhos de Lucas (23:50-56 e 24:1) e Marcos
(15:41-47 e 16:1): o corpo teria sido sepultado às pressas, devido ao
descanso sabático no dia da preparação da Páscoa, o qual começaria na
noite posterior à morte de Jesus. Por este fato, as mulheres teriam
deixado para perfumar e embalsamar o corpo no amanhecer do primeiro dia
da semana, após o sábado - no que teriam encontrado o túmulo vazio,
devido a ressurreição. As narrativas de Marcos e Lucas, portanto,
justificariam o fato de o corpo do sudário estar sujo de sangue,
enquanto que a de João deixaria dúvidas. [nota 1]
Posição do Vaticano
A Igreja Católica
não emitiu opinião acerca da autenticidade desta alegada relíquia. A
posição oficial a esta questão é a de que a resposta deve ser uma
decisão pessoal do fiel. O papa João Paulo II
confessou-se pessoalmente comovido e emocionado com a imagem do
sudário, mas afirmou que uma vez que não se trata de uma questão de fé, a
Igreja não se pode pronunciar, ao mesmo tempo que convidou as
comunidades científicas a continuar a investigação.[60] A Catholic Encyclopedia, editada pela Igreja Católica,
no seu artigo sobre o Sudário de Turim afirma que o sudário está além
da capacidade de falsificação de qualquer falsário medieval.[61]
Controvérsia
Em campos opostos encontram-se os crentes que explicam o tecido como a mortalha de Jesus e os céticos que o consideram uma falsificação do século XIV[38]
. Ambos os campos utilizaram diversos tipos de argumentação científica
para provar as suas teorias. Segue-se um resumo dos argumentos a favor e
contra.[38]
Cientistas, pessoas crentes, historiadores e escritores divergem com
respeito ao local, à data e à maneira como esta imagem foi criada. De um
ponto de vista religioso, em 1958 o papa Pio II
aprovou a associação da imagem e a celebração anual em sua homenagem na
"terça-feira do Sudário" com a devoção à face sagrada de Jesus dentro
da fé Católica Apostólica Romana.[62]
Alguns acreditam que a imagem gravada nas fibras do Sudário se produziu
no momento do sepultamento do corpo de Jesus Cristo ou pouco antes do
que se acredita como a sua ressurreição. Céticos, entretanto alegam que o sudário consiste em uma falsificação medieval. A acusação de falsificação é tão antiga como o próprio sudário e foi lançada até pelos arcebispos de Troyes
contemporâneos da sua descoberta. Um deles, Pierre d’Arcis, escreveu
mesmo ao papa detalhando os pormenores da impostura que considerava ser
uma forma ardilosa de roubar dinheiro de peregrinos piedosos.[24] . Outros atribuem a formação da imagem às reações químicas e outros processos naturais. "[63]
A equipe americana do STURP (Shoud of Turin Research Project), após três anos e cerca de 100 000 horas de pesquisa, apontou as seguintes conclusões: [30]
Havia sangue humano no sudário;
As gotículas de tinta ocre seriam resultado de contaminação;
A habilidade e equipamentos necessários para gerar uma falsificação daquela natureza seriam incompatíveis com o período da Idade Média, época em que o sudário apareceu e foi guardado;
Como cientistas, também não podiam afirmar que a mortalha era verdadeira;
As marcas do Sudário são um duplo negativo fotográfico do corpo inteiro de um homem. Existe a imagem de frente e de dorso;
A figura do Sudário, ao contrário de outras figuras bidimensionais testadas até então, contém dados tridimensionais;
Não existe ainda explicação científica de como as imagens do Sudário foram feitas;
O Sudário apresenta marcas compatíveis com a descrição da crucificação nos Evangelhos.
Na época, o STURP não foi autorizado a fazer o teste por datação carbono-14, o que impossibilitou a determinação da idade da peça. Dez anos depois, em 1988, o Vaticano autorizou os primeiros testes de datação radiométrica do sudário, segundo o método do carbono-14. A três análise independentes revelaram idades entre 1260-1390.[32][38]
O foco principal dos ataques científicos dos defensores do sudário tem sido a datação radiométrica que aponta para o século XIV e possíveis fontes de erro. Um acontecimento da história do sudário (o incêndio de 1532) pode ter introduzido poeiras e outros materiais contemporâneos nas fibras, que não teriam sido removidos pelas equipas de datação[38] .
Considerando
esta hipótese, os resultados dos testes de carbono-14 seriam uma
mistura entre a idade real (segundo os defensores), por volta do século I, e as poeiras do século XVI.
Outra fonte de erro possível é a presença de resíduos bacterianos que,
sendo eles próprios compostos carbónicos, influenciam a quantidade do isótopo
carbono-14 e por consequência, a datação. O campo dos céticos
defensores da qualidade da datação oferece no entanto uma resposta à
ideia de contaminação bacteriana.
A análise microscópica das fibras mostra que a imagem está contida
apenas na camada de carbo-hidratos. Os defensores da autenticidade
argumentam que não existe técnica de pintura, disponível nos séculos
XIII e XIV, que permita uma precisão de aplicação de tintas à escala no
nanômetro.[64]
Uma análise do espectro de freqüências da figura digitalizada do
Sudário não mostra a existência de picos que demonstrariam a ação de um
pintor.[carece de fontes]
De acordo com Mechthild Flury-Lemberg, especialista suíça em
restauro de tecidos, a trama do sudário é similar à encontrada em
tecidos datados de 40 a.C. a 73 d.C. recuperados na fortaleza de Masada, que caiu durante a segunda revolta dos judeus contra o Império Romano no século I.[65]
Os ferimentos nos pulsos, atribuídos à crucificação, são
consistentes com o que se sabe sobre este procedimento de execução. No
entanto, na iconografia religiosa da Idade Média,
Cristo aparece pregado pelas palmas das mãos, o que parecia ser a ideia
aceite na altura. Os defensores argumentam que se o sudário fosse uma
falsificação medieval, seria esta a disposição das feridas, uma vez que
os detalhes correctos da crucificação eram desconhecidos então.[66]
Outros testemunhos contemporâneos[quando?]
descrevem as manchas de sangue da imagem com cores tão vivas que,
segundo os relatos, pareciam frescas. Hoje em dia (passados cerca de 550
anos desses relatos), estas nódoas de sangue são mortiças e passam
despercebidas na primeira análise. Se fossem originárias do século I, então não seriam mais visíveis na Idade Média,
tanto que hoje já não se vêm. Contudo há que referir que era costume
fazerem-se cópias (decalques) do sudário para catedrais da Europa onde
era venerada a "imagem real de Nosso Senhor".[necessário esclarecer]
Por outro lado o sudário foi várias vezes trocado por cópias
(decalques) para preservar o original (pois aos fieis o que
impressionava era poder conhecer a figura de Cristo e não tanto admirar a
antiguidade da relíquia). Contudo estes dados vêm levantar dúvidas
quanto à originalidade do sangue, que pode ser original do sudário ou
pode ter sido colocado depois.
Esta passagem carece de fontes
Em 2012, o historiador de arte Thomas de Wesselow apresentou no livro "O sinal - O Santo Sudário e o segredo da ressurreição" (The Sign: The Shroud of Turin and the Secret of the Resurrection)
novas pistas sobre a autenticidade do Santo Sudário. Sua teoria se
baseia na análise de passagens bíblicas e debates sobre os resultados
obtidos por cientistas, entre eles o teste de Carbono 14 - que o teólogo
Joe Marino e a estudiosa Sue Benford alegaram em 2000 ter sido feito em
uma área remendada do lençol na Idade Média, e não no tecido original.
Em sua interpretação, o Sudário foi a prova fundamental para os
apóstolos de Cristo da sua ressureição - essa teria sido a "aparição"
feita por Jesus ao ressuscitar - e por isso se configura como peça
principal do surgimento do cristianismo e de seu crescimento de fiéis no
século I[67] .
Em 2014, o pesquisador brasileiro Jack Brandão em seu livro
"Apontamentos imagético-interdisciplinares: as artes iconológica,
pictográfica, fotográfica e literária" contesta o historiador Wesselow
ao demonstrar que o mesmo estava mais preocupado em criar uma "teologia
própria", visando tão-só a "desconstruir o conceito da ressurreição
cristã" - como se isso "coubesse a um pesquisador sério[68] " já que buscava em seu livro "contrapor duas realidades imiscuíveis: fé e ciência[69] " - do que analisar o tecido como um start
para a construção imagética de Jesus Cristo. Ainda segundo Brandão,
Wesselow, enquanto "historiador da arte" emprega, muitas vezes, de
"beligerância não frente ai objeto de seu estudo, no caso o próprio
Sudário de Turim, mas frente a seu desvirtuamento, a sua mudança de
foc0: afinal um historiador da arte, teria de trabalhar com seu objeto
de estudo, não interferir em outro que não e de sua competência.[70] "
No mesmo ano, o também brasileiro professor Átila Soares da Costa
Filho publica na revista "Leituras da História" nº76 (edição de outubro)
um estudo onde, além de contestar o cerne da obra de Wesselow, reúne
algumas evidências que podem apontar para o lençol como um trabalho de
Leonardo da Vinci. Assim, o Sudário não seria mais um autorretrato -
como defendem Picknett-Prince -, mas uma recriação da iconografia de
Cristo tendo como modelo o rosto de Cesare Borgia, filho do Papa
Alexandre VI.[71]
Desenvolvimentos recentes
Em 2009, Luigi Garlaschelli, professor de química da Universidade de Pávia afirmou ao jornal La Repubblica ter conseguido produzir em laboratório uma réplica do sudário com a utilização de técnicas disponíveis na Idade Média.
Esta seria uma evidência adicional à datação da radiação radiométrica,
indicando que já existiam na época apontada pela datação mecanismos para
criação do sudário, e portanto nenhuma explicação paranormal se
exigiria.[72][73] No entanto, de acordo com Giulio Fanti, reconhecido sindonologista e professor de medições térmicas e mecânicas na Universidade de Pádua,
"a imagem em discussão [obtida por Garlaschelli] não corresponde às
propriedades fundamentais da imagem do Sudário, em particular ao nível
das linhas e fibras, mas também a um nível macroscópico". Fanti afirma
ainda que graças à experiência de Garlaschelli, foi possível demonstrar
como e porquê, graças a "detalhes" fundamentais, a imagem do Sudário de
Turim não é reproduzível nem na actualidade, e continua sendo um objecto
inexplicado.[74]
Achado arqueológico
Em dezembro de 2009, arqueólogos da Universidade Hebraica reportaram no periódico PloS ONE Journal ter encontrado fragmentos de um sudário numa tumba da primeira metade do século I, localizada no vale inferior do Hinnon, ao lado do túmulo de Anás, sogro de Caifás no cemitério de Haceldama, o "Campo de Sangue" que teria sido comprado com as 30 moedas recebidas por Judas.
Sua localização sugere que pertencia a uma pessoa de família nobre ou
sacerdotal. Segundo Orit Shamir, especialista em tecidos antigos, o
material utilizado para envolver o corpo é de boa qualidade, condizente
com uma pessoa de posses, embora muito menos elaborado que o tecido do
Santo Sudário de Turim.[75]
A idéia de que o corpo de Jesus tenha sido envolto em um manto, de acordo com o costume judaico, não estava apoiada por qualquer evidência arqueológica.
No entanto, no "túmulo do Sudário", foram encontrados indivíduos
cobertos no interior da câmara, confirmando a prática, bem como o
caráter definitivo da preparação mortuária. A análise de traços de
material orgânico presentes em todas as amostras de tecido confirma que
estes cobriam todo o corpo. Vestígios de cabelos também confirmam a
prática de cobrir a cabeça do morto.[75]
O Shimon Gibson, um dos autores do artigo "Molecular Exploration of the First-Century Tomb of the Shroud in Akeldama, Jerusalem", disse à National Geographic
que haviam diferenças na confecção do sudário encontrado pela sua
equipa e o Sudário de Turim, o que foi divulgado pelos mídia como sendo
prova da falsidade do Sudário. Todavia, César Barta, físico do Centro
Espanhol de Sindologia, afirma que "estes dados, ao contrário, suportam a
autenticidade da relíquia de Turim", acrescentando, ainda, que as
diferenças na trama e textura dos tecidos quando comparados "não são
suficientes para que se questione sua autenticidade", até porque "o
tecido que constitui o Sudário de Turim é um exemplar único, não tendo
sido encontrados tecidos similares nem da época de Cristo nem da Idade
Média".[75]
Notas
«E
eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo, Que não
tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, de Arimatéia, cidade
dos judeus, e que também esperava o reino de Deus; Esse, chegando a
Pilatos, pediu o corpo de Jesus. E, havendo-o tirado, envolveu-o num
lençol, e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda
havia sido posto. E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado. E as
mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o
sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam
especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.» (Lucas 23:50-56) «E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao
sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras
com elas. E acharam a pedra revolvida do sepulcro.» (Lucas 24:1-2) «E, chegada a tarde, porquanto era o dia da preparação, isto é, a
véspera do sábado, Chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também
esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo
de Jesus. E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando
o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido. E,
tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José; O qual comprara
um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o depositou
num sepulcro lavrado numa rocha; e revolveu uma pedra para a porta do
sepulcro. E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o
punham.» (Marcos 15:41-47) «E, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.» (Marcos 16:1) «Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as
especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o
sepulcro.» (João 19:40)
Portanto, dos evangelhos de Lucas e Marcos, deduz-se que não houve tempo
para a preparação do cadáver conforme o ritual judaico, o que explica
as marcas de sangue. Já o Evangelho de João não é claro ao colocar a
expressão "como os judeus costumam fazer".