quarta-feira, 14 de maio de 2014

PORTUGUESES GLORIOSOS - D. EGAS MONIZ

História de Portugal - D. EGAS MONIZ : O AIO
Egas Moniz de Riba Douro, dito «o Aio», nasceu no ano 1080 e faleceu em 1146, (um ano antes da conquista de Lisboa aos mouros) foi um rico-homem portucalense, da linhagem dos Riba Douro, uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro-e-Minho condal do século XII, a quem Henrique de Borgonha, conde de Portucale confiou a educação do filho, Afonso Henriques, tarefa essa que lhe deu o cognome de AIO, pelo qual é conhecido.


O Condado Portucalense era nominalmente dependente de Leão e Castela, então regidos pela rainha D. Urraca, (tia de D.Afonso Henriques). Por morte desta em 1127, sucede-lhe no trono Afonso VII, o qual adopta o título de imperador de toda a Hispânia, procurando a vassalagem dos demais reinos, incluindo entre eles também o Condado Portucalense, que há muito demonstrava tendências autonomistas.

Afonso VII vai por cerco a Guimarães, então sede política do condado, e exige um juramento de vassalagem a seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão. Contudo, depois de deslocar a sua capital para Coimbra (1131), Afonso Henriques sente-se com força para destruir os laços que o ligavam a Afonso VII; faz-lhe guerra e invade a Galiza, travando-se a batalha de Cerneja (1137), da qual saem vitoriosos os portucalenses.

Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital imperial, descalço e com um baraço ao pescoço. Acompanhado da sua esposa e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes. Diz-se que o imperador, comovido com tanta honra, o perdoou e mandou em paz de volta a Portucale.

Ao entregar-se, Egas Moniz ressalvava a sua honra e também a de Afonso Henriques, assegurando através da sua astúcia a futura independência de Portugal.
Esta parte da vida de Egas Moniz é recontada por Camões no Canto III dos Lusíadas (estrofes 35-40).

Existe um cenotáfio historiado no Mosteiro de Paço de Sousa (monumento que integra a Rota do Românico do Vale do Sousa), do qual foi padroeiro, referido tradicionalmente como "Túmulo de Egas Moniz".
Egas Moniz, que era filho de Monio Ermiges (1050 - 1107) e de Ouroana que nasceu em 1060 desconhecendo-se a data da sua morte, teve uma imensa prole, fruto de dois casamentos.

O primeiro casamento foi com D. Dórdia Pais de Azevedo (1080 - ca. 1124) de quem teve:
 1 - Lourenço Viegas "o Espadeiro",
 2 - Afonso Viegas "O moço",
 3 - Mem Viegas
 4 - Rodrigo Viegas
 5 - Hermígio Viegas

O segundo casamento foi com Teresa Afonso, filha de Afonso Nunes de Celanova1 , de quem teve:
6 - Dórdia Viegas, casou com Gonçalo Mendes de Sousa "O Bom", que foi outro dos valentes seguidores de D.Afonso Henriques.
 7 - Soeiro Viegas, casou com Sancha Bermudez de Trava, filha de Bermudo Peres de Trava e de Urraca Henriques, (esta Urraca era meia irmã de D.Afonso Henriques por parte da sua mãe)
 8 - Elvira Viegas
 9 - Urraca Viegas

Os filhos homens de Egas Moniz que foram educados juntamente com D.Afonso Henriques como é sabido, todos se notabilizaram nas lutas pela Independência, do Condado (que viria a ser Reino), lutando lado a lado com aquele que consideravam seu irmão, tendo Lourenço Viegas "o Espadeiro" atingido os postos mais altos na hierarquia, como  braço direito do nosso Fundador.

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