História de Portugal - Lendas & Mistérios
A FUNDAÇÃO DA IGREJA DA BENEDITA
Mais uma linda lenda da nossa rica História Nacional.
Texto: Português
Fonte: Portugal Glorioso
Em tempos antigos, a aldeia da Benedita era
um pequeno lugarejo, cujos fogos estavam divididos em Três freguesias:
Turquel, Alvorninha e Santa Catarina. O lugar não tinha templo onde o
povo pudesse orar e, por isso, os habitantes resolveram mandar fazer
uma capela que ficaria sob o patrocínio da Nossa Senhora da Encarnação.
Reuniram-se, quotizaram-se e mandaram fazer a capela no centro do lugar,
no local onde hoje se ergue o cruzeiro. Foi a obra dada de empreitada a
um homem de apelido Aleixo, residente no Casal dos Salões,
e deu-se começo à capela, mas todas as manhãs apareciam as paredes
aluídas e erguidas no local onde hoje está a pequena igreja, mas
aumentadas sempre de mais um cunhal. Começava a circular entre o povo a
versão de que era um milagre.
Nossa Senhora não queria a capela no centro do lugar, mas sim onde
todas as manhãs apareciam os materiais. Uns, eram crentes no milagre,
outros, não sendo o mais obstinado contraditor do milagre o próprio
empreiteiro.
Perto do local, há uma fonte, e o aludido Aleixo, que tinha uma fazenda
contígua, costumava mandar duas filhitas buscar água à fonte. Um dia,
as pequenas vão encher os cântaros, e Nossa Senhora, envolta em branca
nuvem desce até ao pé da pequena mais nova, envolvendo-a de forma a
ocultá-la aos olhos da irmã e revela-lhe que transmita ao pai os seus
desejos de que a capela seja feita no sítio onde foram encontrados os
materiais. A pequena, de volta a casa, conta ao pai o sucedido.
Interrogada a mais velhinha, que nada vira, negou a aparição e a mais
novita é admoestada pela suposta mentira.
No dia seguinte, vai o homem lavrar para perto da fonte e as petizes
voltam mais uma vez à água. Nova aparição à mais nova e, de novo, lhe
recomenda que diga ao pai para lhe fazer a capela onde ela pretendia.
A criança diz à Virgem que o pai está descrente. Nossa Senhora, para o
convencer, faz-lhe anunciar pela filha que um boi lhe irá cair
repentinamente morto no rego da lavrada, o que sucede mal acabou a
pequenita de transmitir ao pai esta previsão sinistra. Cheio de temor, o
homem ordena então à filha que torne à fonte e que peça à Senhora que
lhe reanime o boi que ele lhe faria a capela no lugar onde Ela queria.
A pequena vai, Nossa Senhora aparece-lhe de novo e ela transmite-lhe o
pedido do pai. A Senhora, sorrindo, disse-lhe que fosse descansada que
já iria encontrar o boi a trabalhar.
Assim sucedeu.
O empreiteiro cumpriu a palavra, e a Igreja foi erigida onde hoje se
encontra e a fonte, onde a Senhora havia aparecido, ficou a chamar-se a
“Fonte de Nossa Senhora”.
A Virgem para que ficasse perpetuada a lembrança da sua Aparição,
deixou a sua imagem gravada numa pedra broeira que, anos depois,
alguém, bem intencionalmente, colocou junto ao fontanário, para memorar
o facto. Um virtuoso sacerdote, pároco da freguesia, mandou remover a
pedra para a Igrejinha, mas esta desapareceu com o rodar dos anos.
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