AS GRANDES BATALHAS DE PORTUGAL : I GUERRA MUNDIAL - LA LYS E O SOLDADO MILHÕES
Fala-se muito pouco da participação de Portugal na I Guerra Mundial e isto apesar dos inúmeros casos de heroismo, (reconhecido pelos soldados das outras nações intervenientes), de soldados Portugueses do Corpo Expedicionário Português. Talvez se cale mais este episódio da nossa história, porque constituiu um dos grandes (e o 1º) erros da recente auto-proclamada 1ª República Portuguesa, que entre outras razões, conforme refere o excelente documentário que se segue, arrastou uma Nação essencialmente agricola e pobre, para uma guerra em que iria confrontar forças Industriais e outras, muito superiores e que não entendiam, com o objectivo de consolidarem a jovem República e lhe darem algum prestígio ao lutarem ao lado das maiores potencias da época. Ou porque hoje em dia, seria mais fácil entender o grande serviço que Salazar fez ao Povo Português, ao manter a Paz e afastar o País da II Guerra Mundial, mantendo-o imparcial. Sabia bem o custo que teve para os nossos jovens a aventura da I Grande Guerra, tanto quanto Portugal continuava a ser então, uma sociedade rural, tal como era à data do C.E.P. O resultado da decisão da República Portuguesa e seus políticos e governantes, foi o que a seguir se revela. Para os heróicos jovens Portugueses das aldeias de Portugal, foi uma autentica descida aos infernos, pois muitos a única máquina que tinham visto até então, era a charrua com que trabalhavam árdua e honradamente os seus campos. No entanto, foram esses soldados Portugueses, os que cumpriram a ordem implacavel de face á brutalidade do 1º impacto da máquina de guerra Alemã - "encostar à trincheira e morrer na linha B". Assim o fizeram, sem entender porque não podiam retirar uns metros para trás onde estava a artilharia Britânica que supostamente lhes haveria de dar suporte. Mas tinham a sua ordem e pela sua honra e a de Portugal, assim heróicamente morreram milhares naquela madrugada de 7 de Abril de 1918.
Tenho muita honra de ainda ser familiar de um desses heróis que foi prisioneiro de guerra e sobrevivente dessa batalha de La Lys na Flandres. Por esse motivo e aproximando-se mais uma data dessa batalha, é uma simbólica homenagem que faço ao meu Avô e nele a todos os heróis do C.E.P.
Aqui tem revelados esses acontecimentos.
Áudio: Português e Inglês legendado em Pt.
Fontes: RTP 2 - YouTube - Wikipédia
* José Rui Lira
- CEP - CORPO ESPEDICIONÁRIO PORTUGUÊS NA GRANDE GUERRA:
- A BATALHA DE LA LIZ NA FLANDRES - A ORDEM: MORRER NA LINHA B
- O SOLDADO "MILHÕES"- UM HERÓI TRANSMONTANO.
DOCUMENTÁRIO:
AS GRANDES BATALHAS DE PORTUGAL - LA LYS
Nesta batalha, que marcou negativamente a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães provocaram uma estrondosa derrota às tropas portuguesas, constituindo a maior catástrofe militar portuguesa depois da batalha de Alcácer-Quibir, em 1578.
A frente de combate distribuía-se numa extensa linha de 55 quilómetros, entre as localidades de Gravelle e de Armentières, guarnecida pelo 11° Corpo Britânico, com cerca de 84 000 homens, entre os quais se compreendia a 2ª divisão do Corpo Expedicionário Português
(CEP), constituída por cerca de 20 000 homens, dos quais somente pouco
mais de 15 000 estavam nas primeiras linhas, comandados pelo general Gomes da Costa.
Esta linha viu-se impotente para sustentar o embate de oito divisões do
6º Exército Alemão, com cerca de 55 000 homens comandados pelo general Ferdinand von Quast (1850-1934). Essa ofensiva alemã, montada por Erich Ludendorff, ficou conhecida como ofensiva "Georgette" e visava à tomada de Calais e Boulogne-sur-Mer.
As tropas portuguesas, em apenas quatro horas de batalha, perderam
cerca de 7500 homens entre mortos, feridos, desaparecidos e
prisioneiros, ou seja, mais de um terço dos efectivos, entre os quais
327 oficiais.
Entre as diversas razões para esta derrota tão evidente têm sido citadas, por diversos historiadores, as seguintes:
- A revolução havida no mês de dezembro de 1917, em Lisboa, que colocou na Presidência da República o Major Doutor Sidónio Pais, o qual alterou profundamente a política de beligerância prosseguida antes pelo Partido Democrático.
- A chamada a Lisboa, por ordem de Sidónio Pais, de muitos oficiais
com experiência de guerra ou por razões de perseguição política ou de
favor político. - Devido à falta de barcos, as tropas portuguesas não foram rendidas
pelas britânicas, o que provocou um grande desânimo nos soldados. Além
disso, alguns oficiais, com maior poder económico e influência,
conseguiram regressar a Portugal, mas não voltaram para ocupar os seus
postos. - O moral do exército era tão baixo que houve insubordinações, deserção e suicídios.
- O armamento alemão era muito melhor em qualidade e quantidade do que
o usado pelas tropas portuguesas o qual, no entanto, era igual ao das
tropas britânicas. - O ataque alemão deu-se no dia em que as tropas lusas tinham recebido
ordens para, finalmente, serem deslocadas para posições mais à
retaguarda. - As tropas britânicas recuaram em suas posições, deixando expostos os
flancos do CEP, facilitando o seu envolvimento e aniquilação.
No entanto, é de realçar o facto de a ofensiva "Georgette"
se tratar duma ofensiva já próxima do desespero, planeada pelo Alto
Comando da Alemanha Imperial para causar a desorganização em
profundidade da frente aliada antes da chegada das tropas
norte-americanas, que nessa altura se encontravam prestes a embarcar ou
já em trânsito para a Europa.
O objectivo do general Ludendorff
no sector português consistia em atacar fortemente nos flancos do CEP,
consciente que nesse caso os flancos das linhas portuguesa e britânica
vizinha recuariam para o interior das suas zonas defensivas respectivas
em vez de manterem uma frente coerente, abrindo assim uma larga passagem
por onde a infantaria alemã se pudesse lançar. Coerente com essa
táctica e para assegurar que os flancos do movimento alemão não ficassem
desprotegidos, os estrategas alemães decidiram-se a simplesmente
arrasar o sector português com a sua esmagadora superioridade em
capacidade de fogo artilheiro (uma especialidade alemã), e deslocando
para a ofensiva um grande número de efectivos como se explica acima,
(nas palavras dos próprios: "Vamos abrir aqui um buraco e depois logo se
vê!", o que também indicia o estado de espírito já desesperado do
planeamento da ofensiva). Nestas condições, não surpreende a derrocada
do CEP, que apesar de tudo resistiu como pôde atrasando o movimento
alemão o suficiente para as reservas aliadas serem mobilizadas para
tapar a brecha.
Esta resistência é geralmente pouco valorizada em face da derrota,
mas caso esta não se tivesse verificado a frente aliada na zona poderia
ter sido envolvida por um movimento de cerco em ambos os flancos pelo
exército alemão, o que levaria ao seu colapso. Trata-se de uma batalha
com muitos mitos em volta a distorcerem a percepção do realmente passado
nesse dia 9 de Abril de 1916.
Uma situação análoga à da batalha de La Lys foi a da contra-ofensiva
alemã nas Ardenas na parte final da Segunda Guerra Mundial, a (Batalha do Bulge),
que merece comparação pelas semelhanças entre ambas. Novamente um
exército aliado escasso para defender o sector atribuído (o I Exército
dos Estados Unidos da América), sujeito a uma ofensiva desesperada por
parte do Alto Comando Alemão (OKW - Oberkommando der Wehrmacht),
para desorganizar a frente aliada arrombando-a em profundidade, usando
para o efeito quatro exércitos completos (dois blindados) para atacar no
sector do I exército norte-americano. A consequência foi o colapso
local da frente, com retirada desorganizada dos americanos e com
milhares a serem feitos prisioneiros pelos alemães, contido depois com
as reservas aliadas (incluindo forças sobreviventes da Batalha de Arnhem
ainda em recuperação como a 101ª e a 82ª divisões aerotransportadas) e
com o desvio de recursos de outros exércitos aliados nas regiões
vizinhas (com destaque para o III Exército do general Patton), obrigando a passar duma situação de ofensiva geral aliada à defesa do sector das Ardenas a todo o custo. Os aliados só retomariam a iniciativa na frente ocidental passado mais de um mês.
Comparando-se ambas compreende-se melhor a derrocada das forças do CEP em La Lys.
A experiência do Corpo Expedicionário Português no campo de batalha ficou registada na publicação João Ninguém, soldado da Grande Guerra, com ilustrações e texto do capitão Menezes Ferreira.
As cerimónias da comemoração do aniversário da Batalha de La Lys têm lugar, habitualmente, todos os anos no Mosteiro Santa Maria da Victória - Batalha
(Leiria) num dos primeiros fins de semana de Abril, com a presença dos
vários ramos das forças armadas portuguesas, entre outras entidades.
O soldado Milhões
Nesta batalha a 2ª Divisão do CEP foi completamente desbaratada,sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos,
desaparecidos e capturados como prisioneiros de guerra. No meio do caos,
distinguiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um
nome ficou para a História, deturpado, mas sempiterno: o soldado Milhões.
De seu verdadeiro nome Aníbal Milhais, natural de Valongo, em Murça, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua menina, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os combatentes lusos como a Luísa.
Munido da coragem que só no campo de batalha é possível, enfrentou
sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em
último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e
britânicos para as posições defensivas da retaguarda. Vagueando pelas
trincheiras e campos, ora de ninguém ora ocupados pelos alemães, o
soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o
qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho.
Quatro dias depois do início da batalha, encontrou um major escocês,
salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre
agradecido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado
transmontano.
Regressado a um acampamento português, um comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a História de Portugal, "Tu és Milhais, mas vales Milhões!". Foi o único soldado raso português da Primeira Guerra a ser condecorado com o Colar da Ordem da Torre e Espada, a mais alta condecoração existente no país.
O CORPO EXPEDICIONÁRIO PORTUGUÊS:
O Corpo Expedicionário Português (CEP) foi a principal força militar que Portugal, durante a 1ª Guerra Mundial, enviou para França, com a finalidade de, através da sua participação ativa no esforço de guerra contra a Alemanha que também ameaçava os seus territórios ultramarinos, conseguir apoios dos seus aliados e evitar a perda daqueles territórios.
De notar que Portugal também enviou para França uma outra força, mais reduzida e menos famosa: o Corpo de Artilharia Pesada Independente (CAPI). O CAPI destinou-se a responder a um pedido de ajuda francesa, ficando sob comando do Exército Francês, sendo aí conhecido por Corps de Artillerie Lourde Portugaise (CALP) e tendo operado artilharia super-pesada de caminho de ferro, com obuses de 320 mm, 240 mm e 190 mm. A partida de milhares de homens para a Flandres gerou, no entanto, descontentamentos nacionais, avolumados pelos enormes gastos a suportar pelo governo.
Primeira Guerra Mundial
Em Portugal, foi o General Norton de Matos, Ministro da Guerra entre 1915 e 1917, com a colaboração do General Tamagnini, o responsável pela organização do Corpo Expedicionário Português, no centro de instrução de Tancos (o chamado milagre de Tancos) que tão depressa e bem (de acordo com relatórios oficiais) se transformaram em soldados aptos e capazes para um conflito duro homens que, pouco tempo antes, tinham uma vida civil, pacata e tranquila.
Em 30 de Janeiro de 1917 zarparam do Tejo três vapores britânicos levando a bordo a 1.ª Brigada do CEP, comandada pelo general Gomes da Costa. Estes navios chegaram ao porto de Brest três dias depois, desembarcando as primeiras tropas portuguesas a chegar a França em 2 de Fevereiro. Em 8 de Fevereiro chegaram à Flandres francesa, região que acolheria o CEP e, em 23 de Fevereiro, partiu para França um segundo contingente do CEP. Em 4 de Abril de 1917 as primeiras tropas portuguesas ficaram entrincheiradas e, nesse mesmo dia, António Gonçalves Curado foi o primeiro soldado português morto em combate.
Primeira Guerra Mundial
Em Portugal, foi o General Norton de Matos, Ministro da Guerra entre 1915 e 1917, com a colaboração do General Tamagnini, o responsável pela organização do Corpo Expedicionário Português, no centro de instrução de Tancos (o chamado milagre de Tancos) que tão depressa e bem (de acordo com relatórios oficiais) se transformaram em soldados aptos e capazes para um conflito duro homens que, pouco tempo antes, tinham uma vida civil, pacata e tranquila.Em 30 de Janeiro de 1917 zarparam do Tejo três vapores britânicos levando a bordo a 1.ª Brigada do CEP, comandada pelo general Gomes da Costa. Estes navios chegaram ao porto de Brest três dias depois, desembarcando as primeiras tropas portuguesas a chegar a França em 2 de Fevereiro. Em 8 de Fevereiro chegaram à Flandres francesa, região que acolheria o CEP e, em 23 de Fevereiro, partiu para França um segundo contingente do CEP. Em 4 de Abril de 1917 as primeiras tropas portuguesas ficaram entrincheiradas e, nesse mesmo dia, António Gonçalves Curado foi o primeiro soldado português morto em combate.
Ao chegarem à Frente Ocidental as tropas portuguesas adaptaram-se rapidamente à guerra de trincheiras, mostrando grande eficiência e espírito combativo. No entanto as condições foram piorando ao longo dos tempos, sobretudo devido à falta de reforços que impediam a substituição e descanso das tropas. Esta situação era agravada por outros factores tais como o Inverno frio e húmido, muito diferente do que o que os portugueses estavam habituados. As condições foram-se agravando a tal ponto que o Comando do 1º Exército Britânico decidiu a rendição das tropas portuguesas por tropas britânicas, com o objectivo de permitir o descanso daquelas. É justamente no dia previsto para a rendição do CEP que se dá a ofensiva alemã e a Batalha do Lys, apanhando as forças portuguesas numa posição completamente desfavorável.
Com a ofensiva "Georgette" dos alemães, montada por Ludendorff, os portugueses, não motivados e muito mal preparados, acabaram por sofrer uma derrota estrondosa na Batalha de La Lys (sector de Ypres), em 9 de Abril de 1918, logo após a derrota do Exército Britânico em Arras. Não se pode definir um tempo de duração da fase inicial da ofensiva do Lys sobre a 2.ª Divisão do CEP, contudo, tendo começado o bombardeamento preparatório às 4h15 da madrugada de 9 de Abril, a última resistência dos Portugueses só cessou próximo do meio-dia de 10, em Lacouture. Os Portugueses tiveram cerca de 7.000 baixas, sendo que o maior número foi de prisioneiros por terem sido cercados pelos flancos da Divisão, como se comprova pelo facto de os Alemães lhes surgirem pela retaguarda, próximo das 11 horas da manhã. Essa derrota já era esperada pelo comandante do CEP general Fernando Tamagnini de Abreu e Silva e pelo comandante da 2.ª Divisão Gomes da Costa e pelo Chefe do Estado-Maior do Corpo Sinel de Cordes, que por diversas vezes avisaram o governo de Portugal e o comando do 1º Exército Britânico, das dificuldades existentes.
O envio do CEP para França tinha sido motivo de desacordo interno entre os vários departamentos do Governo Britânico e o Governo Francês. Enquanto que o Governo Francês e o Ministério da Guerra Britânico (War Office) se mostravam bastante favoráveis à ajuda portuguesa (originalmente tinha sido o Governo Francês a pedir ajuda a Portugal logo no início da guerra), o Ministério do Exterior Britânico (Foreign Office) opunha-se, por razões políticas, à mesma ajuda.
A estadia do CEP em França foi sempre muito atribulada, não tendo havido a substituição de efectivos, devido aos navios britânicos necessários para isso, terem sido requisitados para o transporte das tropas americanas para a Europa e porque alguns dos oficiais que conseguiam vir a Portugal, já não voltavam para o seu posto em França.
Apesar da Batalha de La Lys ter sido, em termos tácticos imediatos, uma derrota para o CEP, a mesma acabou por dar origem a uma vitória estratégica para as forças aliadas. A resistência das forças portuguesas foi muito desigual mas globalmente ténue, o que se justifica pelo estado de fatiga e desmotivação do CEP causado pelo tempo excessivo passado nas linhas da frente. A ordem inglesa de "morrer na linha B" não foi cumprida.
De qualquer forma o ímpeto do ataque germânico foi-se perdendo e a sua progressão foi atrasada impedindo que o Exército Alemão alcançasse os seus objectivos estratégicos.
Após La Lys, o governo de Sidónio Pais afirmou tentar enviar mais 10 a 15 mil homens, mas esse envio nem nunca foi efectivamente concretizado nem o Governo inglês disponibilizou navios para efectuar o transporte por os ter empenhados no transporte dos exércitos americanos para a Europa. As forças portuguesas perderam importância perante os novos reforços, que se revelariam decisivos para o desfecho da Primeira Guerra Mundial.
Apesar dos reforços não terem sido enviados, no final da guerra, com os restos do CEP ainda se conseguiu organizar alguns Batalhões que tomaram parte nas últimas operações que levaram à vitória final aliada.
José Maria Hermano Baptista (1895-2002)1 107 anos foi o último sobrevivente português2 Combatente da Grande Guerra3 , 1º Cabo promovido a 2º Sargento Miliciano em 22 de Março de 1918, foi ferido na Batalha de La Lys, depois de algum tempo hospitalizado em Wesel foi prisioneiro de guerra no campo de concentração de Friedrichsfeld.
Hermano Baptista foi tio e padrinho do Professor, José Hermano Saraiva.
A experiência do Corpo Expedicionário Português no campo de batalha foi registada na publicação João Ninguém, soldado da Grande Guerra, com ilustrações e texto do capitão Menezes Ferreira.
ORGANIZAÇÃO:
O Corpo Expedicionário Português foi inicialmente organizado como uma Divisão Reforçada seguindo o modelo organizativo português e englobando 3 Brigadas, cada uma com 2 Regimentos de Infantaria a 3 Batalhões.
No entanto, dado que o CEP iria ser integrado no 1º Exército Britânico cujas divisões eram menores que as portuguesas, entendeu-se que se poderia facilmente fazer subir o escalão do CEP, transformando-o em Corpo de Exército a 2 Divisões de modelo britânico, permitindo uma maior autonomia e um maior protagonismo da participação portuguesa. Para tal, além de outros pequenos acertos, foram acrescentados 6 novos Batalhões de Infantaria que se juntaram aos 18 já existentes. Com os 24 Batalhões foram organizadas 6 Brigadas (normalmente 3 em cada divisão), extinguindo-se o escalão intermédio de Regimento.
O CEP ficou, pois, com a seguinte organização:
- Quartel-General do Corpo;
- Quartel-General da 1ª Divisão;
- Quartel-General da 2ª Divisão;
- Infantaria:
- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Brigadas (cada uma englobando um Quartel-General, 4 Batalhões de Infantaria e uma Bataria de Morteiros Ligeiros de 75 mm);
- A 1ª Brigada (da 1ª Divisão), era constituída pelo Batalhão Inf. n.º 21 (Covilhã), Batalhão Inf. n.º 22 (Portalegre), Batalhão Inf. n.º 28 (Figueira da Foz) e Batalhão Inf. n.º 34 (Mangualde).
- A 2ª Brigada (da 1ª Divisão), era constituída pelo Batalhão Inf. n.º 7 (Leiria), Batalhão Inf. n.º 23 (Coimbra), Batalhão Inf. n.º 24 (Aveiro) e Batalhão Inf. n.º 35 (Coimbra).
- A 3ª Brigada (da 1ª Divisão), era constituída pelo Batalhão Inf. n.º 9 (Lamego), Batalhão Inf. n.º 12 (Guarda), Batalhão Inf. n.º 14 (Viseu) e Batalhão Inf. n.º 15 (Tomar).
- A 4ª Brigada (da 2ª Divisão), era constituída pelo Batalhão Inf. n.º 3 (Viana do Castela), Batalhão Inf. n.º 8 (Braga), Batalhão Inf. n.º 20 (Guimarães) e Batalhão Inf. n.º 29 (Braga).
- A 5ª Brigada (da 2ª Divisão), era constituída pelo Batalhão Inf. n.º 4 (Faro), Batalhão Inf. n.º 10 (Bragança), Batalhão Inf. n.º 13 (Vila Real) e Batalhão Inf. n.º 17 (Beja).
- A 6ª Brigada (da 2ª Divisão), era constituída pelo Batalhão Inf. n.º 1 (Lisboa), Batalhão Inf. n.º 2 (Lisboa), Batalhão Inf. n.º 5 (Lisboa) e Batalhão Inf. n.º 11 (Évora).
- Companhia de Telegrafistas de Corpo;
- 1ª e 2ª Companhias Divisionárias de Telegrafistas;
- Secção de Telegrafia sem Fios (englobando 2 subsecções divisionárias);
- 1ª e 2ª Companhias de Sapadores de Corpo;
- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Companhias Divisionárias de Sapadores Mineiros;
- Secção de Pombais Militares;
- Batalhão de Mineiros;
- 1º e 2º Grupos de Companhias de Pioneiros;
- 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º Grupos de Metralhadoras (cada um englobando 2 Batarias de Metralhadoras Pesadas de 7,7 mm);
- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Ambulâncias;
- 1ª e 2ª Colunas Automóveis de Transporte de Feridos;
- 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª Secções Hipomóveis de Transporte de Feridos;
- Outros:
- Grupo de Esquadrões de Cavalaria, transformado em Grupo de Companhias de Ciclistas;
- 1ª e 2ª Secções Divisionárias de Observadores;
- 1ª e 2ª Secções Móveis Veterinárias;
- 1º e 2º Trens Divisionários;
- 1º e 2º Grupos Automóveis;
- 1ª e 2ª Companhias de Serviços Auxiliares.
- Base de Retaguarda:
- Quartel-General da Base;
- 1º, 2º e 3º Depósitos de Infantaria;
- Depósito de Cavalaria;
- Depósito de Remonta;
- Depósito Misto;
- Depósito(s) Disciplinar(es);
- Tribunal de Guerra da Base;
- C.M.C.A.;
- Hospital Cirúrgico;
- Hospital de Medicina e Depósito de Convalescentes;
- Estação de Evacuação;
- Depósito de Material de Engenharia;
- Depósito de Material de Guerra;
- Depósito de Material Sanitário;
- Depósito de Material Veterinário;
- Depósito de Material de Subsistências;
- Depósito de Material de Fardamento e Aquartelamento;
- Depósito de Material de Bagagens;
- Oficina de Montagem de Munições de 75 mm.
- Corpo de Artilharia Pesada, englobando 2 Grupos, cada um com uma Bataria de Obuses de 233 mm, uma Bataria de Obuses de 202 mm e uma Bataria de Obuses de 152 mm;
- Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro;
- Companhia de Projectores de Campanha.
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