sábado, 25 de outubro de 2014

SEGREDOS DA DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA - 1

Guerra Colonial
SEGREDOS DA DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA
Entrevistas a várias cadeias de televisão e à RDP 1, da Jornalista Alexandra Marques, onde revela vários tabus e segredos contidos no seu último livro, resultado do seu trabalho para defesa da tese, acerca da descolonização de Angola, tais como:
Se foi favorecida algumas das partes; Os segredos do Acordo de Alvor; o papel do Governo Português nas negociações para a Independência;  O papel do Gen. Spínola, Mario Soares, Major Melo Antunes, Costa Gomes,etc, As reuniões secretas, As negociações com os partidos que visavam a descolonização, etc ...!!!
Tudo isto se encontra no livro desta Jornalista - Segredos da descolonização de Angola.
Veja aqui alguns desses segredos revelados, através das entrevistas que a jornalista concedeu para a promoção do livro.

Áudio: Português
Fonte: TVI - SIC Notícias - RDP - YouTube - Herdeiro de Aécio


1- Segredos da descolonização de Angola: entrevista a Alexandra Marques no TVI24 Informação de sábado, 18 de Maio às 22h, por Henrique Garcia:
Segredos da descolonização de Angola: entrevista a Alexandra Marques no TVI24 Informação de sábado, 18 de Maio às 22h, por Henrique Garcia





2- Programa Mar de Letras transmitido a 16 de Setembro de 2013 na RTP África sobre o livro Segredos da Descolonização de Angola, com comentário de José Manuel Barroso:
Programa transmitido a 16 de Setembro de 2013 na RTP África sobre o livro Segredos da Descolonização de Angola, com comentário de José Manuel Barroso




3- Entrevista de Mário Crespo no Jornal das 9 da SIC Notícias de 31 de Maio 2013:
Entrevista de Mário Crespo no Jornal das 9 da SIC Notícias de 31 de Maio 2013




4- Entevista a Alexandra Marques na RDP 1:
Audio-vídeo com entrevista  a Alexandra Marques na RDP 1, onde revela informações que descobriu na sua investigação para o seu livro.







SEGREDOS DA DESCOLONIZAÇÃO DE ANGOLA



Em pleno centro de Angola, de 18 para 19 de Agosto de 1975 teve lugar um dos mais embaraçosos episódios da história recente das armas portuguesas quando um dos batalhões do exército procedia à sua evacuação por via ferroviária. Na ponte Cuanza foram desarmadas as Nossas Tropas e maltratadas, incluindo o próprio comandante do batalhão, e apreendidos todos os materiais, inclusive viaturas, visto terem desatrelado vagões que as transportavam. Foram também espancados, insultados, e alguns elementos desfardados, tendo chegado a Nova Lisboa (actualmente Huambo) em trajos menores, tendo o próprio comandante sido espancado. Foi também roubado material rádio e cripto (pp. 416 e 417).
As passagens em itálico são o conteúdo das próprias mensagens então trocadas entre os comandos militares locais e Lisboa. E as respostas de Lisboa mostram porque é que a situação desses comandos era muito complicada considerando a situação volátil que aqui se vivia e o perfil viscoso de alguns dos protagonistas: O nosso general Costa Gomes reagiu muito mal ao comportamento nos incidentes na ponte de Cuanza com a UNITA. A retaliação terá apadrinhamento do nosso general, mas há que avaliar a oportunidade política ou até onde se poderá ir nas atitudes de firmeza face ao que se pretende obter. (p. 418) Ou seja, o nosso general até achava que se devia dar porrada na UNITA mas se o fizessem e se a coisa corresse mal não os cobriria… Por alguma razão por cá adquirira a alcunha de rolha 
Este é um aspecto que dá muita força a este livro sobre a descolonização de Angola. Como a própria autora explica, cerca de 80% dele foi alimentado pelas dificilmente refutáveis fontes documentais da época. Algumas vezes percebe-se que a autora nem domina bem o assunto sobre o qual transcreve: classifica os Noratlas de helicópteros (p. 254 – o Noratlas é um bojudo avião de transporte), inventa umas pistolas de 76 mm (p. 428 – 76 mm é um calibre de artilharia) e, simbolicamente, na penúltima página, recupera a especialidade de granadeiros, ao formar um pelotão deles ao lado de outros de paraquedistas e de fuzileiros para a última cerimónia do arriar da bandeira em terras angolanas (p. 486 – na verdade, a unidade era de cavalaria).
Mas isso tratar-se-á apenas de pequenos erros causados pela ausência de uma revisão técnica cuidada que a qualidade da obra mereceria. O que é realmente importante é que a autora, Alexandra Marques, apresenta aqui um trabalho muito bom, consolidado pela qualidade das fontes quanto às teses que apresenta. Foi também uma saudável novidade o descomprometimento e o distanciamento como o tema aparece globalmente tratado, a renovação das gerações – a autora tinha sete anos quando dos acontecimentos – parece assegurar o abandono de uma certa carga de responsabilização – dos colonialistas mas também dos anti-colonialistas portugueses – pela trajectória sangrenta para onde os angolanos decidiram naquelas circunstâncias conduzir o seu próprio país.

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