sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Dª. LEONOR TELES DE MENESES - A ALEIVOSA

História de Portugal
Dª. LEONOR TELES DE MENESES - A ALEIVOSA
(Contains written information in English as well).
A história das Nações é conhecida practicamente apenas pelos actos de homens. No entanto, frequentemente as mulheres tiveram papeis fundamentais e influênciaram os destinos e a história dessas Nações. Normalmente, ou eram muito amadas e até consideradas Santas, ou então, eram profundamente odiadas e o Povo dáva-lhes cognomes que as adjectivavam negativamente para sempre. Mas nem sempre o Povo sabia de toda a História ou de todas as razões dessas actitudes desprezadas.
Este será o caso desta Rainha Portuguesa, que o nosso povo detestou desde o primeiro momento. Mas terá sido apenas pelo seu eterno caracter conservador e religioso, ou terá havido realmente motivos para esse ódio...???
Pois bem, neste blog tento esclarecer um pouco e revelar os factos e a história da vida de Dª. Leonor Teles de Meneses, pertencente a uma das mais nobres famílias, Rainha consorte de D. Fernando e a quem o povo chamou, desrespeitosamente, "A Aleivosa". Para isso, poderá ler a informação histórica que aqui deixo e no final, poderá assistir a dois excelentes documentários - "Dª. Leonor Teles - A Rainha e o destino", e "A Rainha que o Povo Rejeitou" - conduzidos pelo prof. Hermano Saraiva.

Texto: Português - Inglês
Áudio: Português
Fontes: RTP - YouTube - Wikipédia


*INFORMAÇÃO ESCRITA:

Leonor Teles de Meneses


Leonor Teles de Meneses
Armoiries Portugal 1247.svg
Rainha de Portugal
Leonor Teles, a aleivosa
Dona Leonor Teles,
consorte do rei Dom Fernando I
Governo
Casa Real Teles de Meneses
Vida
Nascimento 1350
Trás-os-Montes
Morte 27 de Abril de 1386 (36 anos)
Tordesilhas, Reino de Castela
Sepultamento Mosteiro de Tordesilhas
Pai Martim Afonso Telo de Meneses
Mãe Aldonça Anes de Vasconcelos

Leonor Teles de Meneses,1 cognominada a Aleivosa (Trás-os-Montes, c. 1350Tordesilhas, 27 de abril de 1386), foi rainha de Portugal entre 1371 e 1383, pelo seu casamento com Fernando I de Portugal.
Sobrinha de João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos, descendia por seu pai (Martim Afonso Telo de Meneses) do rei Fruela II das Astúrias e Leão e, por sua mãe (Aldonça Anes de Vasconcelos), de Teresa Sanches, filha bastarda do rei Sancho I de Portugal.

Rainha

Ainda muito jovem, Dona Leonor casou com João Lourenço da Cunha, filho do morgado do Pombeiro, de quem teve um filho: Álvaro da Cunha. Conta-se que, numa altura em que visitou a irmã Maria Teles, aia da infanta Beatriz, seduziu o rei Fernando I de Portugal. Alegando consanguinidade, foi obtida a anulação do prévio casamento de Leonor Teles, o que motivou a reprovação do povo português e perturbação social e política que gerou um clima de insegurança.
O casamento público com o rei ocorreu no Mosteiro de Leça do Balio, em 15 de maio de 1372, havendo notícia de que teria sido precedido por um outro, este secreto, ainda em 13712 . Em meados de fevereiro de 1373 nascia a infanta Beatriz. Temendo o prestígio do infante D. João que se casara com sua irmã Maria Teles de Menezes (c.1338 - 1379, Coimbra), Leonor concebeu o plano de casar o infante com sua filha Beatriz. Mas para isso era preciso eliminar Maria Teles de Menezes, sua própria irmã, acção por que terá sido responsável. João foi preso e exilado pela acção.
As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. Leonor Teles, através de doação de Fernando, recebeu Vila Viçosa, Abrantes, Almada, Sintra, Torres Vedras, Alenquer, Atouguia, Óbidos, Aveiro, bem como os reguengos de Sacavém, Frielas, Unhos e a terra de Melres, em Ribadouro. Trocou Vila Viçosa por Vila Real em 1374 e adquiriu Pinhel em 1376.

Crise de 1383–1385

Com a morte de Fernando em 22 de outubro de 1383, Leonor assumiu a regência do reino e o seu amante galego, João Fernandes Andeiro, passou a exercer uma influência decisiva na corte. Esta ligação e influência desagradavam manifestamente ao povo e à burguesia e a alguma nobreza, que odiavam a regente e temiam ser governados por um soberano castelhano.
D. João, Mestre de Avis, apoiado por um grupo de nobres, entre os quais Álvaro Pais e o jovem Nuno Álvares Pereira, foi incentivado pelo descontentamento geral a assassinar o conde Andeiro. A acção ocorreu no paço, a 6 de dezembro de 1383, e iniciou o processo de obtenção da regência em nome do infante João.
Leonor abandonou Lisboa, fiel ao Mestre de Avis, e refugiou-se em Alenquer e depois em Santarém, cidades fiéis à causa da rainha, onde tentou manobrar politicamente a sua continuidade no poder. No entanto, com o desenvolver do conflito entre o Mestre de Avis e o rei castelhano, a regente perdeu espaço de manobra e acabou por ser constrangida a abdicar da regência a favor de João I de Castela e de Beatriz, sua filha, a esposa do rei castelhano.
Com a vitória do partido do Mestre de Avis na guerra civil e contra Castela, este tornou-se regente e depois rei. D. João I de Castela, genro de Leonor, logo em 1384, pouco depois dela ter renunciado à regência, havia-a internado no Mosteiro de Tordesilhas, perto de Valhadolide, onde, segundo alguns historiadores, faleceu em 1386. No entanto, referências do cronista castelhano Lopez de Ayala, seu contemporâneo, dão-na como viva em 1390 e em data ainda mais tardia.

Descendência

Do seu primeiro casamento com João Lourenço da Cunha, filho do morgado do Pombeiro, nasceu:
  • Álvaro da Cunha
Depois de anulado o primeiro matrimónio por motivos de consanguinidade a 15 de Maio de 1372 casou-se em segundas núpcias com o rei D. Fernando I de Portugal. Desta união nasceram:

Bibliografia

  • FERNÃO LOPES, Crónica de El-Rei D. João I de Boa Memória.
  • ALEXANDRE HERCULANO, Lendas e narrativas, tomo I
  • ANTÓNIO SÉRGIO, tomo VI; Marcelino Mesquita, D. Leonor Teles, drama, em verso, em 5 actosEnsaios,
  • MAURÍCIA DE FIGUEIREDO, (1914). Leonor Teles
  • ANTERO DE FIGUEIREDO, (1916). Leonor Teles Flor de Altura
  • JOAQUIM DE OLIVEIRA, (1965). Rainha D. Leonor, Figura Enigmática de Mulher (Sep. da rev. Ocidente, Lisboa.
  • João de Ameal Dona, (1968).Leonor, Princesa, perfeitíssima. Livraria Tavares Martins, Porto
  • FERREIRA ALVES, (1972). Dois Caluniados (D. Fernando I e D. Leonor Teles)
  • ALICE SAMPAIO (1968), D.Leonor, Rainha maravilhosamente, peça representada no Teatro de São Luís, em Lisboa, em 1979
  • Maria Pilar QUERALT DEL HIERRO. Eu, Leonor Teles
  • HELOÍSA MARANHÃO, Dona Leonor Teles
  • JOSÉ MANUEL SARAIVA; 2005, Rosa Brava
  • CAMPOS, ISABEL MARIA GARCIA DE PINA N. BALEIRAS S.,(2008).Leonor Teles, uma mulher de poder? Teses de mestrado, FL Lisboa

Precedida por:
Beatriz de Castela
PortugueseFlag1248.svg
Rainha de Portugal

13711383
Sucedida por:
Filipa de Lencastre
Precedida por:
Afonso III de Portugal
PortugueseFlag1248.svg
Regente de Portugal

13831384
Sucedida por:
João, Mestre de Avis


*INFORMAÇÃO EM INGLÊS:


Leonor Telles de Meneses


Leonor Telles de Menezes
Leonore Teles de Menezes.jpg
D. Leonor Telles de Meneses
Queen consort of Portugal
Tenure 5 May 1372 – 22 October 1383

Spouse Ferdinand I of Portugal

Issue Beatrice of Portugal
House Meneses
Father Martim Afonso Telo de Meneses
Mother Aldonça Anes de Vasconcelos
Born 1350
Trás-os-Montes, Kingdom of Portugal
Died 27 April 1386 (aged 35–36)
Tordesillas, Crown of Castile
Burial Royal Convent of Santa Clara, Tordesillas, Spain
Religion Roman Catholicism
Leonor Telles de Meneses (or Teles de Meneses) (1350 – 27 April 1386) was a queen consort of Portugal and regent during the years 1383–1385. She was the wife of a Portuguese nobleman from whom she was forcibly divorced by King Ferdinand I, who afterward married her. She is called the Treacherous (Portuguese: a Aleivosa) by the Portuguese, who execrate her on account of her adultery and treason to her native country; she is considered "a sort of Portuguese Lucrezia Borgia".[1]

Early life

A redheaded beauty, Dona Leonor Telles (or Teles) was the daughter of Martim Afonso Telo de Meneses, a nobleman in the Trás-os-Montes. She was great-great-great granddaughter of Teresa Sanches, the illegitimate daughter of King Sancho I of Portugal by his mistress Maria Pais Ribeira. At a young age she married Dom João Lourenço da Cunha, 2nd Lord of Pombeiro, with whom she had a son, Dom Álvaro da Cunha, 3rd Lord of Pombeiro, and a stillborn child.
Leonor's sister, Maria Telles de Meneses, was a lady-in-waiting to the Infanta Beatrice, daughter of Peter I of Portugal and Inês de Castro. While visiting her sister Maria at court, Leonor had the privilege of attending Beatrice's marriage to Sancho, Count of Alburquerque. There, Leonor met Beatrice's elder half-brother, the Infante Ferdinand, heir to the Portuguese throne, who fell passionately in love with her and proceeded to seduce her, in spite of his promise to marry Eleanor, daughter of Henry II of Castile. Leonor did nothing to resist Ferdinand's advances and lashed out at her sister Maria for her attempts to prevent the affair from developing.

Queen of Portugal

King Ferdinand managed to annul Leonor's first marriage to João Lourenço da Cunha on grounds of consanguinity and on 5 May 1372 they were secretly married.
Upon the death of Ferdinand (1383), Leonor was nominated regent in the name of her daughter Beatrice. From 1383 onwards, Leonor ruled with her lover, João Fernandes de Andeiro, 2nd Count of Ourém, also called "Conde Andeiro", which angered the nobility and the lower classes. Beatrice's marriage to the Castilian king John I led to the expulsion of both mother and daughter.
The loss of independence had been unthinkable for the majority of Portuguese nobles. A rebellion led by the Master of the Order of Aviz, future John I of Portugal, started in that year, leading to the 1383–1385 Crisis.
Leonor died in exile at a monastery at Tordesillas.


DOCUMENTÁRIO: 
Dª. LEONOR TELES - A RAINHA E O DESTINO:






DOCUMENTÁRIO: 
A RAINHA QUE O POVO REJEITOU 




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