VILARINHO DAS FURNAS 1971
Um excelente documentário realizado por António Campos em 1971,apreto e branco, que nos revela os usos e costumes de Vilarinho das Furnas, nas suas actividades do dia a dia, nos conflitos e nas festas,etc... que no fundo tem muitas semelhanças com as tradições mais profundas das populações do interior e do nosso Portugal mais profundo. Certamente é um óptimo documento para quem gosta de Antropologia.
Poderá ainda ver revelada a história e o enquadramento desta povoação.
Texto: Português
Áudio: Português
Fonte: YouTube - Wikipédia
Vilarinho das Furnas
Contudo, quando a barragem é esvaziada para limpeza ou quando desce o nível das águas em períodos de seca, podem ver-se ainda as casas, os caminhos e os muros da antiga aldeia.
Origens e Enquadramento Histórico
Vilarinho da Furna foi uma aldeia comunitária, cujas origens se perdem nas brumas da memória, desconhecendo-se a sua antiguidade. Nas Inquirições de 1220, de D. Afonso II, e de 1258, D. Afonso III, há referências à freguesia de São João do Campo, mas nada se encontra respeitante a Vilarinho da Furna. Mas, no Arquivo Distrital de Braga, encontra-se a primeira referência a Vilarinho, no Tombo da Igreja de São João do Campo, de 1540, bem como os Arquivos Paroquiais, a partir de 1623. Parece que chegou a ser uma freguesia autónoma do concelho de Terras de Bouro, tendo, posteriormente, passado a ser uma aldeia da freguesia de São João do Campo. E sabe-se que era a última povoação por que passava a célebre “Jeira” antes de entrar na Galiza, a antiga via militar de Braga a Astorga.Na evolução humana, a organização comunitária corresponde a um ciclo cultural resultante da passagem do pastoreio nómada à agricultura sedentária. Em Vilarinho da Furna conservou-se, até 1971, uma organização comunitária bastante perfeita, o que denota a superioridade de uma economia que conjuga as potencialidades das economias pastoril e agrícola, sistema de organização comunitária, outrora muito espalhado na Europa.
Vilarinho da Furna deve filiar-se na cultura dos pastores e ganadeiros da Europa, povos indo-europeus que migraram de leste para oeste, em duas épocas. A primeira, em tempos pré-romanos, provavelmente formados por ramificações do povo celta. A segunda, por povos germânicos que invadiram a Península Ibérica aquando da queda do império Romano do Ocidente, nomeadamente Suevos.
Enquadramento Natural
A 4 Km da sede da freguesia, Campo do Gerês, a aldeia encontra-se agora submersa nas águas do rio Homem que a barragem contém. Num recanto praticamente isolado e perdido entre a Serra Amarela, a Norte e Poente, e a serra do Gerês, a Sul e Nascente, está ancorada entre o vale do Ribeiro das Furnas, onde pontuavam ramadas de vinha, a deslizar por uma encosta granítica, até se alargar em terrenos de aluvião muito férteis, onde se cultivava o milho, a batata e o feijão.O casario distribuía-se predominantemente pelo sopé da Serra Amarela, virado a Nascente, e, portanto, protegido do Norte e Poente pela Serra Amarela, na margem direita do rio Homem. Do lado da margem esquerda do rio Homem, o terreno era mais arborizado, com pequenas faixas destinadas à pastagem do gado, fazendo parte da serra do Gerês.
Era antes da confluência do Ribeiro das Furnas com o rio Homem que se situava a aldeia. O rio apresentava aqui, onde o vale era mais largo, poços fundos e transparentes, onde, a pouca distância, havia cavernas ou furnas no granito, com grandes fendas e desprendimento de blocos.
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