A LENDA DE DEU-LA-DEU
Conheça mais uma das nossas lendas aqui revelada. Segundo a tradição oral, esta lenda passou-se em Monção,terras do Reino pertencentes à região do Minho, a norte de Portugal.
Como muito outras lendas do nosso País, reporta-nos ao tempo das guerras com os Castelhanos.
Ao final do blog, após terem conhecido a lenda, podem ver a actuação dos alunos do 4º Ano na festa de finalistas do Agrupamento de Escolas Prof. Carlos Teixeira - 07/06/2013, cantando e representando uma pequena peça sobre a Deu-la-deu Martins.
Conhecer as nossas lendas, é conhecer-mos a nossa origem, o nosso carácter, e a nós mesmos.
Texto: Português
Áudio: Português
Fontes: Infopédia - Portugal Glorioso - YouTube
Deu-La-Deu Martins
Na época das guerras entre D. Fernando de Portugal e D. Henrique de Castela, vivia em Monção Deu-La-Deu Martins, mulher do capitão-mor da região.
Um dia, o galego D. Pedro Rodriguez Sarmento resolveu pôr cerco a Monção com um poderoso exército, aproveitando a ausência temporária do seu capitão-mor. A vila foi aguentando o cerco sob o comando de Deu-La-Deu Martins, mas a escassez de alimentos começava a tornar-se desesperante. Foi então que Deu-La-Deu se lembrou de mandar fazer alguns pães da pouca farinha que restava. Pegou nos pães, subiu à muralha e atirou-os aos sitiantes, dizendo-lhes que as provisões abundavam na cidade e que, dada a duração do cerco, os galegos poderiam precisar de alimento. O inimigo, também cheio de fome e pensando que o cerco ainda poderia demorar mais tempo, decidiu retirar para Espanha.
Deu-la-Deu Martins, é uma personagem lendária da história de Monção, sendo lhe atribuído o feito de ter enganado os castelhanos à época das Guerras fernandinas.
Os castelhanos tinham imposto cerco à vila de Monção, que já durava há demasiado tempo e dentro das muralhas não havia já mantimentos. Sabendo que os invasores também já estavam desmoralizados e sem provisões, a heroína terá lançado pães feitos com a pouca farinha que restava em Monção, gritando-lhes a frase;
"Deus lo deu, Deus lo há dado".
Em consequência, os castelhanos levantaram o cerco acreditando que ainda havia muita resistência dentro das muralhas.
Era casada com o alcaide-mor de Monção, D. Vasco Rodrigues de Abreu, comandante da praça de Monção, quando Portugal se viu, como foi comum durante toda a Idade Média, em mais uma refrega com Castela, sendo que desta vez (1368), o conflito opunha Fernando de Portugal a Henrique de Trastâmara ou Enrique II de Castilla.
Monção estava cercada pelo exército castelhano, comandado por Pedro Rodrigues Sarmento, (1) e depois de um longo cerco às muralhas de Monção, a fome reinava no interior da fortaleza, enquanto o sitiante parecia disposto a esperar e obter a rendição dos lusos pela fome e o medo. Como D. Vasco estava ausente, coube a esposa a defesa do castelo.
Em gesto desesperado e estratégico, ela mandou reunir pegou nos últimos pães e atirou-os do alto das muralhas aos inimigos, gritando que se quisessem mais, só teriam que pedir, procurando, assim, iludir os castelhanos.
O estratagema deu certo, pois os galegos, convencidos de que dentro das muralhas de Monção havia fartura e que resistiriam por muito tempo, abandonaram o cerco e seu nome virou lenda e sinónimo de mulher corajosa.
Não há registros sobre o local exato de seu nascimento, porém o episódio parece verdadeiro na medida que há um cenotáfio da heroína, uma torre no cimo da qual se encontra a figura da heroína segurando um pão, construído pelo seu 3º neto e que o brasão da vila ostenta a figura da nobre mulher a distribuir pães do alto da fortaleza, símbolo da coragem que perdurou para além da espessura da história.
Na capela-mor, ao lado da epístola, está colocado um túmulo com os restos mortais da heroína.
Monção era uma vila pequena rodeada por um castelo cujas muralhas desenhavam uma planta circular, demolidas em parte ou ocultas por posteriores habitações. São incertas as suas origens, mas Monção toma forma durante o reinado de D. Sancho I, numa altura em que era necessário resguardar a fronteira do Minho.
O nome é derivado ou abreviado de Monsanto e do latim Mons Sanctus, cujo significado era Monte grande ou Monte forte, como consta no foral dado por este monarca D. Afonso III (1261), encontrava-se situada na margem direita do rio Minho, quase em frente da povoação galega de Salvaterra.
A fortaleza voltaria a fazer história no confronto com os vizinhos e a se destacar pela presença feminina. Quando sofreu um novo ataque espanhol (1643), mais uma vez, foi uma mulher que comandou sua resistência, a Condessa de Castelo Melhor.
Quinze anos mais tarde, Monção foi novamente posta à prova e desta vez, a fortaleza foi defendida inicialmente por contingente inicial de cerca de dois mil soldados, mas cuja violência da batalha reduziu os defensores a 236 defensores que resistiram corajosamente a todas as investidas, animados pela presença de mais uma mulher, Helena Peres, a viúva de um dos militares, e de mais 30 mulheres, que acudiam a todos os feridos e encorajavam os soldados.
Fontes; Wikipédia - http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/DeladeuM.html
(1): Este Pedro Sarmento, adiantado da Galiza, iria dar anos mais tarde (1373) o mesmo tratamento ao Castelo de Faria, que seria heroicamente defendido pelo filho do célebre Nuno Gonçalves de Faria, seu alcaide.
Sem comentários:
Enviar um comentário