quarta-feira, 9 de julho de 2014

D. MANUEL II - O BIBLIÓGRAFO

História de Portugal
D. MANUEL II - O BIBLIÓGRAFO
A vida, a obra e o espólio do último Rei de Portugal a governar.
Texto: Português
Fonte: Do Tempo da Outra Senhora

D. Manuel II - O Bibliógrafo

PRÓLOGO
A Filatelia é comum e simultaneamente reconhecida como “Rei dos hobbys” e como “Hobby de Reis”. E se, porventura, é certo que esta conjunção de proposições é uma proposição verdadeira, não será, eventualmente, menos certo que há outros hobbys que não estando alcandorados à categoria de hobbys merecedores do epíteto de “Rei dos hobbys”, não perdem, com isso, merecimento que os leve a deixar de ser considerados como “hobby de Reis”. Refiro-me, naturalmente às Antiguidades, à Numismática e à Bibliofilia.
Nesta panóplia de interesses coleccionistas, o meu coração pende para esta última, o que julgo ser passível da compreensão do prezado leitor. É que no jeito adquirido de trespassar montanhas de papel para perseguir uma ideia, o possuir livros como quem possui uma mulher, com total entrega e muito amor, tornou-se uma paixão intransponível. Paixão multifacetada, é certo, dado o meu interesse simultâneo e não necessariamente convergente pela Física, pela Etnologia e pela Filatelia, disciplinas que apesar de terem no terreno uma forte componente prática, não deixam por isso de ter uma forte componente bibliófila.
Livros que, como ponto de partida, são a semente donde brotam finos caules que o tempo engrossa, porque a função do tempo é essa: fazer convergir riachos que em certa altura se transmutam numa torrente, donde dimana a energia e consequentemente a vida.
Livros que folheamos, que acariciamos, que exploramos, que desbravamos, que passamos a conhecer como ninguém e que por isso passam psicologicamente a fazer parte de nós próprios.
Livros que materialmente e psicologicamente possuímos e que alguns de nós sentimos necessidade de assinalar com uma marca de posse: o ex-libris [1], espécie coleccionável, rica nos seus múltiplos aspectos.
Aspectos que eu, sôfrego de tudo o que é inter e multidisciplinar, sinto necessidade de integrar epidermicamente na minha vivência. Daí que a posse acidental de um extenso e precioso acervo de ex-libris, tenha consequências que, de momento, estou ainda longe de ser capaz de avaliar.
Numa primeira investida, estudei-os por temas, depois por desenhadores, por gravadores e por técnica de gravura. Qualquer destes estudos deu os seus frutos, mas não me conteve. É que o alentejano que há em mim, habituado à vastidão da planície, procura descortinar sempre algo mais para além da linha aparente do horizonte. E nesse aumento de profundidade de campo, quis olhar os ex-libris, que de uma forma ou de outra, tivessem a ver com o Alentejo que me vai na alma, com a Pátria que há dentro de mim e com a Cultura que me foi legada. Foi assim, que dum escasso lote de ex-libris, sobressaiu um (fig. 1), que passo de imediato a descrever.


Fig. 1

O EX-LIBRIS DE D. MANUEL II
Trata-se de um ex-libris do “MUSEU-BIBLIOTECA DO PAÇO DUCAL DE VILA VIÇOSA”, onde estes dizeres estão encimados pelo ex-libris de D. Manuel II, que como é sabido foi um bibliófilo e bibliógrafo distintíssimo.
O ex-libris de D. Manuel II já foi inúmeras vezes descrito [2] após a sua divulgação pública em Portugal[3]. Inspirado na página do rosto de “O Livro e Legenda que fala de todolos feitos e paixões dos Santos Mártires”, impresso em letra gótica, em 1513, em Lisboa, por João Pedro de Cremona, por ordem de D. Manuel I.
À semelhança daquela obra, o ex-libris ostenta, lado a lado, as armas reais e a esfera armilar. Esta foi adoptada por D. Manuel I como sua “empresa” (emblema pessoal), ainda antes de ser Rei. Enquanto que o brasão de armas, foi herança familiar de D. Manuel I, a esfera armilar é um emblema pessoal.“E emblema que pela sua adopção por um príncipe português é simultaneamente uma excelente manifestação de presença no renascimento, de vontade portuguesa de estudar e conhecer o universo, de cientificamente conquistar verdades geográficas e astronómicas”.[4]
À gravura existente na página do rosto daquela obra, acrescentou D. Manuel II, as legendas “Ex Libris” e “Depois de Vós Nós / D. Manuel II”. O conjunto está envolvido por uma corda e a gravura por outra corda, mas agora com dois nós.
Através do seu ex-libris, D. Manuel II assume toda a mensagem encerrada no simbolismo da esfera armilar, ao mesmo tempo que não se esquece da sua ascendência Bragança, uma vez que a corda e a frase transcrita no ex-libris eram o emblema pessoal, dos duques de Bragança de quinhentos, que através dele exprimiam que o seu lugar na hierarquia social portuguesa era imediatamente a seguir ao Rei. Ora, sendo D. Manuel II Rei, o uso do antigo emblema ducal bragantino, assume o significado de D. Manuel II aceitar assumir um lugar secundário em relação a D. Manuel I.
VIDA E OBRA DE D. MANUEL II
D. Manuel II [5] subiu ao trono a 6 de Maio de 1908, com 18 anos apenas, em virtude de seu pai D. Carlos I e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe terem sucumbido no regicídio a 1 de Fevereiro de 1908. Tímido, inexperiente, sem gosto nem vocação para a política, D. Manuel II reinaria durante vinte e nove escassos meses, nos quais passaram pelo poder seis ministérios, cuja acção não foi além de pequenas manobras políticas. Seria destronado pelo triunfo da revolução republicana a 5 de Outubro de 1910.
Ao embarcar na Ericeira, em 5 de Outubro de 1910, para o seu exílio na Inglaterra, afirma em carta dirigida ao seu Presidente do Conselho de Ministros, conselheiro Teixeira de Sousa: “Forçado pelas circunstâncias, vejo-me obrigado a embarcar no yatch real “Amélia”. Sou portuguez e se-lo-hei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu Paiz. Espero que elle, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer. Viva Portugal! Dê a esta carta a publicidade que puder. Sempre muito affectuosamente MANUEL. yatch real “Amélia”, 5 de Outubro de 1910”.[6]
Em 4 de Setembro de 1913 casa com uma prima, a princesa D. Augusta Vitória de Hohenzollern Sigmaringen, pertencente à família real alemã e da qual não teve descendência.
Viveu primeiro em Richmond e depois no Palácio de Fulwell Park, em Twickenham, onde morreu a 2 de Julho de 1932.
O casamento de D. Manuel II com uma princesa alemã, não o impediu de aconselhar os seus partidários a combater pela causa dos aliados, durante a I Grande Guerra e de visitar as tropas portuguesas na frente da Flandres.
Perante as incursões monárquicas sempre proclamou que não queria aventuras, afirmando que a Monarquia se devia restaurar pelo combate no campo legal.
Durante o exílio, que duraria até à morte, consagrou-se à investigação bibliográfica. As suas investigações foram publicadas nos dois primeiros volumes da obra “Livros Antigos Portugueses, 1489-1600, da Biblioteca de Sua Majestade Fidelíssima, descritos por S.M. El-Rei D. Manuel em Três Volumes”. A publicação, dirigida pelos livreiros Maggs Bros, de Londres, foi impressa nas oficinas tipográficas da Universidade de Cambridge, tendo o 1º volume sido publicado em 1929 e o 2º volume em 1932. Já o terceiro volume seria publicado em 1935, após a sua morte, tendo sido completado pela sua secretária Miss Margery Withers e editado com prefácios de Aubrey Bel e Ricardo Jorge.
A monumental obra de D. Manuel II descreve 9 incunábulos, 460 livros quinhentistas impressos em Portugal e 6 no estrangeiro. Na obra indicam-se ainda, o mais concisamente possível, 3 manuscritos e 112 volumes da camoneana de D. Manuel II, impressos de 1572 a 1928.
O Sr D. Manuel de Bragança, além de descrever cientifica e miudamente cada livro, apontando todas as suas características de tipo, lugar, autoria, apresentação, utilização de vinhetas, portadas e capitulares, seriação de folhas e páginas, colocação de capítulos, prefácios, índices e estampas, ainda biografa autores e “impremidores”, ainda comenta, às vezes desenvolvidamente, os assuntos, não se proibindo, de quando em quando, do seu bocadinho de crítica histórica”.[7]
“A obra “Livros Antigos Portugueses”, orna-se com multiplas reproduções a preto e vermelho, xilogravuras, portadas, rostos, “colophons” capitulares, estampas, vinhetas e tarjas, caracterizantes de cada obra estudada, algumas de grande raridade e muitas de verdadeiro mérito etnográfico, artístico e histórico”.[8]

Fig. 2

A obra de D. Manuel II tem sido unanimente elogiada por historiadores e bibliógrafos, sendo de salientar que “...no que se refere aos livros quinhentistas portugueses, El-rei Dom Manuel é o maior bibliógrafo de todos os tempos, embora não tenha descrito todos esses livros, pois só se dedicou às várias centenas que deles possuía, mas fê-lo com tal mestria e com tanta erudição que bem merece ser designado o Rei Bibliógrafo”.[9]
A obra de D. Manuel II é, pois, uma obra de alta bibliografia, importantíssima por isso, mas também uma prova cabal do seu grande amor por Portugal, o qual ele manifestava permanentemente e que já tivera um dos seus pontos altos, quando, em 20 de Setembro de 1915, assinou o seu testamento em Londres, cuja cláusula 14 contém a disposição de as suas colecções de arte virem a constituir um Museu.
Este Museu da Casa de Bragança seria instalado no paço ducal de Vila Viçosa, passando a partir de 1940 a ser gerido pela Fundação da Casa de Bragança, cujos objectivos são consumar e perpetuar os objectivos estéticos, culturais e beneficentes do Rei D. Manuel II.
Para a instalação do Museu-Biblioteca foi transformado o paço ducal, que nos últimos anos de monarquia serviu de Casa de Campo à Família Real. Não surpreende a escolha do local, pois “De menino, criara D. Manuel, nas suas afeições grande predilecção pelo solar de Vila Viçosa; alguém já escrevera, de resto, que era íntima condição dos Braganças “o alentejanismo pelo coração”. (...) Como, em disposições de última vontade, lembrou também aquele Paço, para serem arrecadadas as preciosidades bibliográficas que, paciente, se dera a reunir, e magnanimamente, doou ao seu País...”[10]
Do vasto acervo de objectos de arte e de interesse histórico que constituem o riquíssimo património do Museu-Biblioteca, há a destacar os livros antigos, incunábulos e manuscritos, adquiridos e reunidos por D. Manuel II, durante o exílio em Londres. Entre esses livros há 69 que se podem considerar exemplares únicos no mundo e 16 que embora existam no estrangeiro, são exemplares únicos em Portugal. “O paço ducal de Vila Viçosa tornou-se o santuário da alma do Rei brigantino que ali permanece no meio dos seus objectos e dos seus livros, como imagem de um tempo que marcou a grandeza de Portugal no mundo”.[11]
D. Manuel II nascera no Palácio de Belém em 15 de Novembro de 1889, filho de D. Carlos I de Bragança e de Amélia de Orléans. Como foi a sua educação? Esmerada como era timbre da Família Real Portuguesa. “Para além dos Pyreneos, so uma casa real, a Casa d’Orléans, ao findar o seculo XVIII, educava os seus princepes com verdadeiro amor pelo caracter e pela intelligencia.”[12]
“Embora tendo assentado praça, como aspirante de marinha, a 1 de Junho de 1904, só em 1907 o especialismo do curso naval, correspondente aos preparatorios da escola Polytechnica, veio alterar o primitivo programa educativo, elaborado pelo preceptor Kerausch, e orientado no sentido de um bacharelato de lettras. O estudo da historia, das litteraturas e das linguas tomava a maior parte da profusa leccionação a que um regimen severo submetera desde os doze annos o Infante.”[13]
“Antes de conhecer o paiz de que seu Pae era Rei, foi nos livros de Historia e nas estancias dos Luziadas que o collegial, recluso nas Necessidades, o entreviu.”...”Eis os fructos e as lições do humanismo com que se alimentou a juventude de D. Manuel.” ...”Pode discordar-se da orientação dada aos primeiros estudos de D. Manuel, accusando-a de excessivamente humanista. Mas ninguém poderá contestar que o humanismo singularmente radica no caracter o culto apaixonado da belleza moral e das virtudes civicas. Esse excesso de humanismo providencialmente preparou o Infante para as eventualidades de uma realeza imprevista, destinada a defrontar-se com uma reacção democrática, ...”[14]
A esmerada educação de D. Manuel II e os bons frutos que dela houve, tornaram a sua vida e obra um corolário natural daquela educação.
Vida e obra que mereceu e continua a merecer a admiração de muitos. A propósito da morte de D. Manuel II, disse o então Presidente do Conselho de Ministros, Dr. Oliveira Salazar: “São inúmeros, na História, os exemplos de grandes homens que, exilados por infelicidades políticas, chegaram a amaldiçoar a Pátria que os baniu; mas aqueles que como o senhor D. Manuel, foram expulsos, sem culpa, da sua Pátria, e, apesar disso, continuaram a amá-la e a prestar-lhes serviços, são ainda maiores do que os grandes”.  [15] Face a estas palavras, não é de admirar que “...por determinação expressa do Governo da República, como reconhecimento por tudo quanto por Portugal fez, foi decidido o regresso do féretro ao seu país natal e a sua sepultura no Panteão Nacional, onde descansa junto de seu Augusto Pai e seu Irmão”.[16]
É assim que depois de decorridos os funerais celebrados na Catedral de Westminster, em Londres, onde se celebram as exéquias dos monarcas e dos grandes vultos britânicos, D. Manuel é transladado para Lisboa, onde tem funerais nacionais, jazendo desde 2 de Agosto de 1932, no panteão de S. Vicente de Fora.
“A História dum monarca, que em luto começara, em luto finda. Parece que um crepe, invisível e fatal, o envolvera desde o berço, sôbre o qual chorara um imperador destronado, até à surpresa da morte na terra do exílio, onde sempre se ensaüdara do seu querido Portugal”. [17]

Fig. 3
O MEU REI
Estou certo que, quem me está a ler, decerto já terá percebido que o meu Rei, é D. Manuel II [18]. Daí que não seja de estranhar que sendo a Filatelia, o rei dos meus hobbys, eu possua nas minhas colecções, objectos postais circulados cuja figura central é “O bibliógrafo”. Três delas são postais ilustrados, circulados com o selo do lado da vista (T.C.V.’s), os quais conjuntamente com o ex-libris do Museu-Biblioteca do Paço Ducal de Vila Viçosa, são o fulcro do presente artigo.
Dois dos postais ilustrados circularam durante o reinado de D. Manuel II e são reproduzidos nas fig. 2 e 3. Qualquer deles tem apostos selos de 10 reis, verde, papel esmalte, denteado 14x15, com período de circulação: 1.1.1910 a 30.3.1913. Os selos representam o retrato de perfil do Rei D. Manuel II, vestido de generalíssimo, segundo desenho e gravura do busto e cercadura de Domingos Alves dos Reis.
O postal da fig. 2, é de edição privada, não identificada, reproduzindo uma das primeiras fotografias de D. Manuel II, usando a farda de generalíssimo e tendo à esquerda as Armas da Monarquia. Circulação: LISBOA 14.8.1910 a MADRID (?). Obliteração de partida, do tipo quadrangular de LISBOA CENTRAL/4ª SECÇÃO. Porte de 10 reis, correspondente aos bilhetes postais simples do serviço nacional e aos impressos para o estrangeiro. 


Fig. 4
O postal da fig. 3, é de edição “GLORIA”, Porto, reproduzindo uma gravura a cores. Ao centro e dentro de uma cercadura encimada pela coroa real, D. Manuel II vestido de generalíssimo. À direita de D. Manuel II, duas bandeiras da Monarquia e à esquerda, o brasão real. Circulação: PORTO 12.6.1910 a SEINE 15.10.1910. Obliteração de partida, do tipo hexagonal de PORTO CENTRAL/3ª SECÇÃO. Porte de 20 reis, correspondente aos bilhetes postais simples do serviço internacional.
O terceiro postal ilustrado, reproduzido na fig. 4, circulou já depois da implantação da República. Tem aposto um selo de 10 reis, verde, papel esmalte, denteado 14x15, da emissão anterior, com sobrecarga “REPUBLICA” a vermelho e período de circulação: 1.11.1910 a 30.3.1913.
Este último postal, é de edição “A. MIRE”, Lisboa, reproduzindo uma gravura a cores da bandeira da monarquia, em cujo campo azul e dentro de uma cercadura, figura D. Manuel II, vestido de generalíssimo. Circulação: LISBOA 29.11.1910 a LISBOA 30.11.1910. Obliteração de partida, do tipo hexagonal de LISBOA CENTRAL/3ª SECÇÃO (A.E.) e obliteração de chegada do tipo circular de LISBOA CENTRAL/2ª SECÇÃO. No verso, flâmula obliterante constituída por 6 barras paralelas e marca do dia octogonal, datada de 30.11.1910. Porte de 10 reis, usado nos bilhetes postais simples do serviço nacional.
Os T.C.V.’s aqui apresentados são postais máximos precursores, uma vez que aconteceram acidentalmente, antes da Convenção Postal Universal, assinada no Cairo a 20 de Março de 1934, ter passado a proibir expressamente a possibilidade de expedir T.C.V.’s. Além disso circularam durante um período muito curto (o período de circulação dos selos de D. Manuel II sem e com sobrecarga “REPUBLICA” foi: 1.1.1910 a 30.3.1913), pelo que são raros. Por essa dupla circunstância, a de serem postais máximos precursores, cumulativamente raros, podem muito justamente ser considerados jóias maximófilas, não porque sejam peças do meu Rei, mas apesar disso por direito próprio, que importa aqui salientar.

Hernâni Matos
Texto publicado na revista "Convenção Filatélica", nº 4, Estremoz, Novembro de 2002.

[1] - Alguns não saberão porventura o que é um ex-libris. “É o símbolo pessoal, estampado ou impresso, geralmente em papel – de desenho heráldico, alegórico, simbólico, ornamental ou falante, onde figura também o nome e, facultativamente, a divisa do bibliófilo -, que se cola no verso da capa de cada livro possuído, para garantir a pertença da obra e favorecê-la com esse derradeiro requinte artístico” – Rato, Fausto Moreira. Manual de Ex-Librística. Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Lisboa, 1976. “O primeiro ex-libris conhecido foi usado por Frederico I da Baviera (1198). Em Portugal, o ex-libris mais antigo conhecido foi usado a partir de 1662 por Francisco de Mello e Torres (1620-1667), Marquês de Sande” – Godinho, Auto-Gélio. Ex-Libris. Associação Portuguesa de Ex-Libris. Porto, s/d. 

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