A todos nós nos falaram em Anjos, até talvez em nomes de alguns. Mas sabe realmente quem são estes seres espirituais, que desde cedo os nossos antepassados os representaram ? Terão ou não asas? Serão bons ou maus ? Qual a sua função ? Qual a sua hierarquia ? Como as diversas religiões lidaram com eles ?
Sem dúvida há imensas perguntas que gostaríamos de ver respondidas acerca deles. Aqui tem revelada alguma informação importante acerca destes seres fascinantes, através dum excelente documentário do canal Odisseia e de interessante e completa informação escrita.
Se o fascina o mundo destes seres, aqui tem toda uma vasta informação acerca deles.
De todas estas ordenações a mais corrente, derivada do Pseudo-Dionísio e de Tomás de Aquino, divide os anjos em nove coros, agrupados em três tríades.
Primeira tríade
A primeira tríade é composta pelos anjos mais próximos de Deus, que desempenham suas funções diante do
Pai.
SERAFINS:
O nome serafim vem do
hebreu saraf (שרף), e do
grego,
séraph, que significam "abrasar, queimar, consumir". Também foram chamados de
ardentes ou de
serpentes de fogo. É a ordem mais elevada da esfera mais alta. São os anjos mais próximos de Deus e emanam a essência divina em mais alto grau. Assistem ante o Trono de Deus e é seu privilégio estar unido a Deus de maneira mais íntima, e são descritos em
Isaías como cantando perpetuamente o louvor de Deus e tendo seis asas.
O Pseudo-Dionísio diz que sua natureza ígnea espelha a exuberância de sua atividade perpétua e infatigável, e sua capacidade de inflamar os anjos inferiores no cumprimento dos desígnios divinos, purificando-os com seu fogo e iluminando suas inteligências, destruindo toda sombra.
3 Pico della Mirandola fala deles em sua
Oração sobre a Dignidade do Homem (1487) como incandescentes do fogo da
caridade, e modelos da mais alta aspiração humana
Querubins
Do hebreu כרוב -
keruv, ou do plural כרובים -
keruvim, os querubins são seres misteriosos, descritos tanto no Cristianismo como em tradições mais antigas às vezes mostrando formas híbridas de homem e animal. Os povos da
Mesopotâmiatinham o nome
karabu e suas variantes para denominar seres fantásticos com forma de touro alado de face humana, e a palavra significa em algumas daquelas línguas "poderoso", noutras "abençoado".
No
Gênesis aparece um querubim como guardião do
Jardim do Éden, expulsando
Adão e Eva após o
pecado original(
Gênesis 3:23-24).
Ezequiel os descreve como guardiães do trono de Deus e diz que o ruflar de suas asas enchia todo o templo da divindade e se parecia com som de vozes humanas; a cada um estava ligada uma roda, e se moviam em todas as direções sem se voltar, pois possuíam quatro faces: leão, (O leão sempre foi reconhecido como forte, feroz, majestoso, ele é o rei dos animais e essa face simboliza então sua força). touro, (o touro é reconhecido como um animal que trabalha pacientemente para seu dono. Ele é forte, podendo carregar um urso, e conhece o seu dono). águia, (como um anjo, este pássaro voa acima das tempestades, enquanto abaixo delas existem tristezas, perigos, e angústias. Um pássaro ligeiro e poderoso, elegante, incansável) e homem, Esta face fala da mente, razão, afeições,e todas as coisas que envolvem a natureza humana, isso, para alguns estudiosos, significa que eles assim como os homens possuem o livre arbítrio. E eram inteiramente cobertos de olhos, significando a sua
onisciência (
Ezequiel 10). Mas as imagens querubins que Moisés colocou sobre a
Arca da Aliança tinham forma humana, embora com asas (
Êxodo 25:10-21;
Êxodo 37:7-9).
Os Querubins, para alguns teólogos, ocupam o topo da hierarquia, pois alguns não consideram os serafins como anjos , uma vez que a palavra hebraica para anjo é "malak" (mensageiro) e da mesma forma no grego, anjo é "angelus" (mensageiro) e estas figuras aladas que aparecem, na Bíblia, apenas em Isaías capítulo 6, onde exaltam a Deus mas não comunicam mensagens ao profeta.
São Jerônimo e
Santo Agostinho interpretam seu nome como "plenitude de sabedoria e ciência". São representados muitas vezes como crianças pequenas dotadas de asas, chamados
putti (meninos) em italiano. Têm o poder de conhecer e contemplar a Deus, e serem receptivos ao mais alto dom da luz e da verdade, à beleza e à sabedoria divinas em sua primeira manifestação. Estão cheio do amor divino e o derramam sobre os níveis abaixo deles.
5
Tronos ou Ofanins
Os Tronos têm seu nome derivado do grego
thronos, que significa "anciãos". São chamados também de
"erelins" ou
"ofanins", ou algumas vezes de
Sedes Dei(Trono de Deus), e são identificados com os 24 anciãos que perpetuamente se prostram diante de Deus e a Seus pés lançam suas coroas (
Apocalipse 11:16-17</ref>. São os símbolos da autoridade divina e da humildade, e da perfeita pureza, livre de toda contaminação
Segunda tríade
A segunda tríade é composta pelos príncipes da corte celestial.
Dominações
As Dominações ou Domínios (do latim
dominationes) têm a função de regular as atividades dos anjos inferiores, distribuem aos outros anjos as funções e seus mistérios, e presidem os destinos das nações. Crê-se que as Dominações possuam uma forma humana alada de beleza inefável, e são descritos portando
orbes de luz e cetros indicativos de seu poder de governo. Sua liderança também é afirmada na tradução do termo grego
kyriotes [küriotés], que significa "senhor", aplicado a esta classe de seres.
São anjos que auxiliam nas emergências ou conflitos que devem ser resolvidos logo. Também atuam como elementos de integração entre os mundos materiais e espirituais, embora raramente entrem em contato com as pessoas.
Virtudes
As Virtudes são os responsáveis pela manutenção do curso dos astros para que a ordem do universo seja preservada. Seu nome está associado ao grego
dunamis, significando "poder" ou "força", e traduzido como "virtudes" em
Efésios 1:21, e seus atributos são a
pureza e a
fortaleza. Pseudo-Dionísio diz que eles possuem uma virilidade e poder inabaláveis, buscando sempre espelhar-se na fonte de todas as
virtudes e as transmitindo aos seus inferiores.
5
Orientam as pessoas sobre sua missão. São encarregados de eliminar os obstáculos que se opõe ao cumprimento das ordens de Deus, afastando os anjos maus que assediam as nações para desviá-las de seu fim, e mantendo assim as criaturas e a ordem da Divina providência. Eles são particularmente importantes porque têm a capacidade de transmitir grande quantidade de energia divina. Imersas na força de Deus, as Virtudes derramam bênçãos do alto, frequentemente na forma de milagres. São sempre associados com os heróis e aqueles que lutam em nome de Deus e da verdade. São chamados quando se necessita de
coragem.
Potestades
As Potestades ou Potências são também chamadas de "condutores da ordem sagrada". Executam as grandes ações que tocam no governo universal. Eles são os portadores da
consciência de toda a humanidade, os encarregados da sua
história e de sua
memória coletiva, estando relacionados com o
pensamentosuperior - ideais,
ética,
religião e
filosofia, além da
política em seu sentido abstrato.
Também são descritos como anjos guerreiros completamente fiéis a Deus. Seus atributos de organizadores e agentes do intelecto iluminado são enfatizados pelo Pseudo-Dionísio, e acrescenta que sua autoridade é baseada no espelhamento da ordem divina e não na
tirania. Eles têm a capacidade de absorver e armazenar e transmitir o poder do plano divino, donde seus nomes.
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Os anjos do nascimento e da morte pertencem a essa categoria. São também os guardiões dos animais.
Terceira tríade
A terceira tríade é composta pelos anjos ministrantes, que são encarregados dos caminhos das
nações e dos
homens e estão mais intimamente ligados ao mundo material.
PRINCIPIADOS
Os Principados, do latim
principatus, são os anjos encarregados de receber as ordens das Dominações e Potestades e transmití-las aos reinos inferiores, e sua posição é representada simbolicamente pela
coroa e
cetroque usam. Guardam as
cidades e os países. Protegem também a
fauna e a
flora. Como seu nome indica, estão revestidos de uma autoridade especial: são os que presidem os reinos, as províncias, e as dioceses, e velam pelo cultivo de sementes boas no campo das
ideologias, da
arte e da
ciência.
Arcanjo
O nome de arcanjo vem do grego αρχάγγελος,
arkangélos, que significa "anjo principal" ou "chefe", pela combinação de
archō, o primeiro ou principal governante, e άγγελος,
aggělǒs, que quer dizer "mensageiro". Este título é mencionado no
Novo Testamento por duas vezes e a esta ordem pertencem os únicos anjos cujos nomes são conhecidos através da
Bíblia:
Miguel,
Rafael e
Gabriel. Miguel é especificamente citado como "O" arcanjo,
6 ao passo que, embora se presuma pela tradição que Gabriel também seja um arcanjo, não há referências sólidas a respeito. Rafael descreve a si mesmo como
"um dos sete que estão diante do Senhor" em
Tobias 12:15, uma classe de seres mencionada também
Apocalipse 1:5.
Seu caráter de mensageiros, ou intermediários, é assinalada pelo seu papel de elo entre os Principados e os Anjos, interpretando e iluminando as ordens superiores para seus subordinados, além de inspirar misticamente as mentes e corações humanos para execução de atos de acordo com a vontade divina
7 . Atuam assim como arautos dos desígnios divinos, tanto para os Anjos como para os homens, como foi no caso de Gabriel na Anunciação a Maria. A cultura popular faz deles protetores dos bons relacionamentos, da sabedoria e dos estudos, e guerreiros contra as ações do
Diabo.
Anjos
Os anjos são os seres angélicos mais próximos do reino humano, o último degrau da hierarquia angélica acima descrita e pertencentes à sua terceira tríade. A tradição hebraica, de onde nasceu a Bíblia, está cheia de alusões a seres celestiais identificados como anjos, e que ocasionalmente aparecem aos seres humanos trazendo ordens divinas. São citados em vários textos místicos judeus, especialmente nos ligados à tradição
Merkabah. Na
Bíblia são chamados de מלאך אלהים (mensageiros de Deus), מלאך יהוה (mensageiros do Senhor), בני אלוהים (filhos de Deus) e הקדושים (santos).
8São dotados de vários poderes supernaturais, como o de se tornarem visíveis e invisíveis à vontade, voar, operar
milagres diversos e consumir sacrifícios com seu toque de fogo. Feitos de luz e fogo (
Jó 15:15;
Salmos 104:4), sua aparição é imediatamente reconhecida como de origem divina também por sua extraordinária beleza.
ANJOS ESPECIAIS:
Anjo da guarda
Dentre os anjos da
tradição cristã está o tipo do
anjo da guarda, chamado
"fravashi" pelos seguidores de
Zoroastro, e ao anjo da guarda, como o nome diz, é confiada individualmente cada pessoa ao nascer, protegendo-a do mal até onde a ordem divina o permita, fortalecendo corpo e alma e inspirando-a à prática das boas ações.
O Anjo do Senhor
Na
Bíblia, sobretudo no
Antigo Testamento há várias menções à aparição do
Anjo do Senhor. A expressão "Anjo do Senhor" causa curiosidade por tratar-se não apenas de mais um anjo e sim de um anjo específico, considerando a antecedência do artigo definido
o.
De acordo com algumas posições teológicas, o Anjo do Senhor que fez vários contatos com personagens bíblicos, entre os quais Abraão,
Hagar,
Gideão, sendo aparições do próprio Deus e constituindo, portanto, uma espécie de
teofania ou até mesmo uma
cristofania.
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Também é conhecido como o "Anjo da Presença", embora este termo tenha em certas filosofias um significado bem específico. O Anjo da Presença, segundo o pensamento
gnóstico e cristão esotérico, não é um ser com vida própria, mas sim uma
forma-pensamento que representa Cristo durante o
sacramento da
Eucaristia e é um veículo da Sua consciência e das Suas bênçãos.
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Lúcifer
Segundo diversas tradições,
Lúcifer seria um Querubim que se rebelou contra o Arcanjo Miguel, e contra o próprio Deus, sendo posto por Miguel para fora do Céu. Com Lúcifer foram todos seus seguidores.
Outros
teólogos e alguns grupos cristãos como as
Testemunhas de Jeová, afirmam que
"a única referência a Lúcifer na Bíblia aplicava-se a Nabucodonosor, rei de Babilônia. E embora a arrogância dos governantes babilônicos realmente refletisse a atitude de Satanás que também anseia ter poder e deseja colocar-se acima de Deus, a Bíblia não atribui claramente o nome Lúcifer a Satanás".
Os anjos em outras tradições
Judaísmo
Anjo (em hebraico: מַלְאָךְ, malach, "mensageiro") é um ente no mor das vezes espiritual que serve de elo transmissor entre o homem e o Criador. Sua existência é denotada em vários trechos da
Bíblia hebraica e em diversos textos da
literatura rabínica e do
folclore judaico. Alguns anjos são citados por nome, até mencionados em excertos da liturgia religiosa, e também servem de protetores da humanidades e das pessoas individualmente. São entes inteligentes mas vinculados e dependentes do poder Divino, que podem assumir diversos tipos de tarefas, que, aos olhos humanos, podem ser boas ou más.
Budismo e hinduísmo
O
Budismo e o
Hinduísmo descrevem os anjos, ou
devas, como os chamam, de maneira semelhante às outras religiões ocidentais. Seu nome deriva da raiz
sânscrita div, que significa "brilhar", e seu nome significa, então, os "seres brilhantes" ou "auto-luminosos". Dizem que alguns deles comem e bebem, e podem construir formas ilusórias para poderem se manifestar em planos de existência diferentes dos seus próprios. O Budismo estabelece uma categorização bastante completa para os seus devas, em grande parte herdada da tradição hinduísta.
ISLAMISMO
Por outro lado, existe também no Islamismo uma categorização hierárquica. Em primeiro lugar estão os quatro Tronos de Deus, com formas de leão, touro, águia e homem. Em seqüência, vêm o querubim, e logo os quatro arcanjos:
Jibril ou
Jabra'il, o revelador, intermediário entre Deus e os
profetas e constante auxiliador de
Maomé;
Mikal ou
Mika'il, o provedor, citado apenas uma vez no
Corão (2:98) e quem, segundo a tradição, ficou tão horrorizado com a visão do
inferno quando este foi criado que jamais pôde falar de novo;
Izrail, o anjo da morte, uma criatura espantosa de dimensões cósmicas, quatro mil asas e um corpo formado de tantos olhos e línguas quantas são as pessoas da Terra, que se posta com um pé no sétimo céu e outro no limite entre o
paraíso e o inferno; e
Israfil, o anjo do julgamento, aquele que tocará a trombeta no
Juízo Final; tem um corpo cheio de pelos e feitos de inumeráveis línguas e bocas, quatro asas e uma estatura que vai desde o trono de Deus até o sétimo céu.
14 Por fim, os demais anjos. Como uma classe à parte estão os
gênios, ou
djins, que possuem muitas características humanas, como a capacidade de se alimentar, propagar a espécie, e morrer, e cujo caráter é ambíguo.
15
O
Espiritismo faz uma descrição em muito semelhante à judaico-cristã, considerando-os seres perfeitos que atuam como mensageiros dos planos superiores, sem, no entanto, tentar atribuir forma ou aparência a tais seres: seria apenas uma visão de suas formas morais. A diferença da visão espírita se faz apenas pelo raciocínio de que Deus, sendo soberanamente justo e bom (atributos que seguem-lhe a perfeição, ou seja, Deus não precisa evoluir, já é e sempre foi perfeito e imutável), não os teria criado perfeitos, pois isso seria creditar a Deus a capacidade de ser injusto, face à necessidade que os homens enfrentam de experimentação sucessiva para aperfeiçoarem-se. O Espiritismo apresenta a visão de que tais seres angélicos, independente de suas hierarquias celestiais, estão nesse ponto evolutivo por mérito próprio, são espíritos santificados e livres da interferência da matéria pelas próprias escolhas que fizeram no sentido evolutivo e de renúncia de si mesmos ao longo do tempo, sendo facultado também aos homens atuais - ainda muito materializados - atingirem, através de seus esforços morais e intelectuais nas múltiplas reencarnações, tais pontos de perfeição
16 .
Segundo
Allan Kardec, os anjos seriam os espíritos elevados de benignidade superior que são protetores dos necessitados e mensageiros do amor.
17 Seriam, portanto, aqueles que trazem mensagens do mundo incorpóreo. Por este motivo seriam chamados de anjos, palavra que significa mensageiros, os quais aparecem inúmeras vezes nos textos sagrados de religiões judaico-cristãs, indicando a comunicabilidade entre vivos e mortos. Ainda segundo o Espiritismo, os anjos, em sua concepção mais comumente conhecida e aceita - criaturas perfeitas, a serviço direto de Deus - seriam os espíritos que já alcançaram a perfeição passível de ser alcançada pelas criaturas. Estes, ao fazê-lo, passariam a dedicar a sua existência a fazer cumprir a vontade de Deus na Criação, por serem capazes de compreendê-la completamente.
Entretanto, a alma, qual criança, é inexperiente nas primeiras fases da existência, e daí o ser falível. Não lhe dá Deus essa experiência, mas dá-lhe meios de adquiri-la. Assim, um passo em falso na senda do mal é um atraso para a alma, que, sofrendo-lhe as conseqüências, aprende à sua custa o que importa evitar. Deste modo, pouco a pouco, se desenvolve, aperfeiçoa e adianta na hierarquia espiritual até ao estado de puro Espírito ou anjo. Os anjos são, pois, as almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus apraz confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem ditosas, tendo ainda nele um meio de progresso.
18
De toda a eternidade tem havido, pois, puros espíritos ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos. Realiza-se assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras.
TEOSOFIA
A
Teosofia admite a existência dos seres angélicos, e várias classes dentre eles, embora existam relativamente poucos estudos neste campo que as sistematizem profundamente, dos quais os de
Charles Leadbeater e sobretudo
Geoffrey Hodson são as fontes mais ricas e interessantes.
Charles Leadbeater diz que, sendo um dos muitos reinos da criação divina, o reino angélico também está, como os outros, sujeito à
evolução, e que existem grandes diferenças em poder, sabedoria, amor e inteligência entre seus integrantes. Pelo mesmo motivo, o de constituírem um reino independente, com interesses e metas próprias, diz que os anjos não existem mormente em função dos homens e seus problemas, como reza a cultura popular, apesar de assistí-los de uma variedade imensa de formas, como por exemplo na ministração dos sacramentos das igrejas, na cura espiritual e corporal dos seres humanos, e na sua inspiração, encorajamento, proteção e instrução.
19 20 Mesmo que o reino angélico como um todo esteja envolvido em muitas tarefas que não dizem respeito ao homem, Leadbeater afirma em
A Ciência dos Sacramentos que existe uma classe deles especialmente associada aos seres humanos, a dos
anjos da guarda, na verdade uma espécie de
silfos, à qual se confia uma pessoa por ocasião de seu
batismo, e que por seu serviço conquistam a individualização, tornando-se serafins.
21
Os anjos são descritos por Hodson como tendo uma atitude em relação a Deus completamente diversa da humana, não concebendo uma existência personalizada individual, mas sim uma consciência única central e ao mesmo tempo difusa e onipresente, de onde suas próprias consciências derivam e à qual estão inextrincavelmente ligadas. Sentem-se unidos a esta consciência e para eles não é possível, exatamente por esta unidade, experimentarem
egoísmo, separatividade,
desejo, possessividade,
ódio,
medo, revolta ou amargura. Apesar de serem essencialmente seres amorosos, seu amor é impessoal, sendo extremamente raras associações estreitas com quaisquer indivíduos. Em seus estudos Hodson os divide em quatro tipos principais, associados aos
quatro elementos da filosofia antiga: terra, água, fogo e ar.
Hodson faz também uma associação dos anjos com a
Árvore Sefirotal, derivada da tradição
Cabalística, definindo dez ordens. Afirma que um dos aspectos do
Logos é de natureza angélica e acrescenta que ao reino angélico pertencem os chamados
espíritos da natureza. Muitos destas classes estão envolvidos em processos naturais básicos como a formação celular e cristalização mineral, sendo por isso de dimensões microscópicas, constituindo os primeiros degraus da sua longa evolução em direção aos anjos planetários e formas ainda mais grandiosas como os grandes arcanjos solares, de estatura verdadeiramente colossal, a ponto de poderem ser percebidos de pontos próximos à extremidade externa do
sistema solar. Outros tipos são os silfos, as
salamandras, as
fadas,
dríades,
ondinas e os variados espíritos da natureza conhecidos desde a antigüidade em várias culturas. Suas descrições dão uma vívida idéia da importância destes seres na manutenção da ordem cósmica e na manifestação do universo desde sua origem insondável até as formas físicas, passando por todos os degraus intermédios. Em seu livro
O Reino dos Deuses oferece uma série de ilustrações do aspecto dos vários tipos de anjos, diferindo radicalmente das tradicionais representações angélicas da cultura ocidental, e diz que apesar disso ambos, anjo e homem, derivam suas formas de um mesmo
arquétipo
Na Literatura
Pouco espaço foi ocupado pelo anjo na modernidade, sobrevivendo na literatura por meio do culto dos jovens. No entanto, perdeu seu significado original e assumiu outro: um ser romântico que muitas vezes foi "amaldiçoado" ao se apaixonar por uma humana, as histórias mais recentes são a dos livros "
Fallen" (com direitos comprados pela Disney) que é o primeiro volume da saga composta por Tormenta, Paixão e Rapture. Também é famosa a saga "Hush Hush", composta por Sussurro, Crescendo e Silêncio. Já "Halo" trata de um amor que ultrapassa as barreiras do céu e do inferno". A saga "
Os Instrumentos Mortais", também tem a temática sobre serafins, e seus descendentes na terra, os Caçadores de Sombras, que protegem os humanos de demônios.
Criatura fantástica do tipo doskerabu, proveniente de Khorsabad
Sultão Muhammad: A Mi'raj, ou Ascensão de Maomé, rodeado de anjos. Iluminura, c. 1650