segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

SALVÉ NOBRE PADROEIRA DE PORTUGAL - A HISTÓRIA

História, Religião & Espiritualidade
SALVE NOBRE PADROEIRA DE PORTUGAL - A HISTÓRIA
A nossa Senhora da Conceição foi declarada Padroeira de Portugal, pelo nosso Rei D. João IV, o Restaurador, que lhe entregou a Coroa Portuguesa até então usada pelos nossos Reis. Por tal facto, nunca mais a partir daquela data, nenhum Monarca de Portugal viria a usar Coroa Régia. Quer o Rei D. João, quer a Rainha Dª. Luiza de Gusmão, eram religiosos e não era a primeira vez que mostravam actos de devoção. De facto, a Rainha tinha grande devoção pela Senhora das Candeias em Mourão, no Alentejo, onde Baptizou e posteriormente foi agradecer a saúde da Infanta e Princesa Dª. Catarina de Bragança.
Aqui tem revelado o significado de Nª. Srª. da Conceição e a forma como se entregou o País à Virgem, já que nas escolas não se ensina sequer aos nossos filhos, nem quem é, nem a história, nem o significado da Padroeira de Portugal, o seu País.
E depois querem que as pessoas tenham orgulho no nosso País, se nem sequer lhe conhecem a história ...!!!

Texto: Português
Áudio: Português
Fontes: Wikipédia - YouTube - Portugal Glorioso


BREVE HISTÓRIA:

Perde-se no decurso dos séculos, o sentimento honroso a que obedeceu a criação solene de tomar como Padroeira de Portugal a Imaculada Conceição. Hoje, estamos porventura esquecidos, desde que a partir de 1917 se desviaram as intenções para o culto e devoção em honra de Nª Sª de Fátima, e de suas alegadas aparições aos pastorinhos da Cova da Iria, em duas ou três ocasiões desse distante ano.
    Sabe-se que foi com o Rei D. João IV, da Ilustre Casa de Bragança, que foi instituído o estatuto de real religiosidade,de ser considerada Nossa Senhora da Conceição, como Padroeira de Portugal. Frei João de S. Bernardo recordou no acto da coroação do Rei, que já D. João I construíra o Mosteiro da Batalha e D. Nuno Álvares Pereira erigira o Convento do Carmo e os Infantes D. Fernando e D. Beatriz fundaram em Beja , o Mosteiro da Conceição, com o voto sublime de invocação à Virgem Santíssima, Nª Sª da Conceição. E em Alenquer ?. Lembramos para já e por agora a Igreja de Nª Sª da Conceição em Pereiro de Palhacana. E mais à frente faremos alusão ao excelente trabalho de autoria do Senhor António Quintino, sobre as Festas em honra de Nossa Senhora da Conceição, naquela localidade, publicado no jornal Nova Verdade, na edição de 30 de Novembro de 2001(página 23).
    O Rei D. João IV, não esqueceu a exortação de Frei João de S. Bernardino, e nas cortes de 28 de Dezembro de 1645, conduziu os três Estados do Reino, a elegerem Nª Sª da Conceição, por defensora e protectora de Portugal e seus territórios. Aliás, o Rei intitulava-se não só soberano de Portugal, mas também Senhor da Guiné e da Conquista , Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia.
    A deliberação solene de tomar Nª Sª da Conceição como Padroeira de Portugal, teve lugar em 25 de Março de 1646. Perante toda a Corte, o Rei pronunciou:
- assentamos de tomar por padroeira de Nossos Reinos e Senhorios, a Santíssima Virgem, Nossa Senhora da Conceição, na forma dos Breves do Santo Padre Urbano 8º, obrigando-me a aceitar a confirmação da Santa Sé Apostólica e lhe ofereço em meu nome e do príncipe D. Theodósio, e de todos os meus descendentes, sucessores, Reinos, Senhorios e Vassalos a Sua Santa Caza da Conceição sita em Vila Viçosa-.
    O acto de imponente solenidade prosseguiu com os juramentos e os efeitos reais própriamente ditos: - se alguma pessoa intentar contra esta nossa promessa, juramento e vassalagem, por este mesmo efeito, sendo vassalo, o havemos por não natural e queremos que seja logo lançado fora do Reino; se fôr Rei, haja a sua e nossa maldição e não se conte entre nossos descendentes, esperando que pelo mesmo Deus que nos deu o Reino e subiu à dignidade real, seja dela abatido e despojado. Para que em todo o tempo haja a certeza desta nossa Eleição, promessa e juramento, firmada e estabelecida em Cortes, mandamos fazer dela três autos públicos, um que vai ser levado de imediato à Corte de Roma para se expedir a confirmação da Santa Sé Apostólica, outro que se juntará a esta confirmação, e o terceiro com cópia se guarde no Cartório da Caza de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e na nossa Torre do Tombo - - Lisboa, aos 25 de Março de 1646; Baltazar Roiz Coelho, o fez; Pedro Vieira da Silva, o escreveu.
    Em 25 de Março de 1646, dia de Ramos, perante a Corte e representantes do Reino e cinco bispos reunidos na Capela Real dos Paços da Ribeira, realizou-se esta solene cerimónia de juramento. Pedro Vieira da Silva leu em voz alta o texto e por fim a fórmula do juramento, que o Rei, ajoelhado, diante do altar foi repetindo. O mesmo fizeram o príncipe, os grandes da nobreza, os representantes do povo e os bispos presentes. O acto terminou com solene Te Deum.
    A confirmação papal, todavia, demorou 25 anos a chegar, devido a intrigas de Filipe IV, que faziam manter suspensas as nossas relações com a Santa Sé. Finalmente em 1671, Clemente X, aprovou e confirmou o decreto de el-Rei D. João IV. O Breve Papal ratificou a "eleição da Bem Aventurada Virgem Maria sob a invocação da Santíssima Conceição, como particular, única e singular Advogada e Protectora do Reino de Portugal".
    Regressando agora a Alenquer, e apoiando-nos no circunstanciado artigo elaborado Senhor António Quintino, como já referi, nele podemos ler que a 8 de Dezembro de cada ano, tal como aconteceu em 2001, da parte de tarde "vai haver a tradicional procissão, com o maior respeito e veneração, pelos devotos da Nossa Senhora da Conceição sendo esta acompanhada pela banda de música do Olhalvo e por muito povo, percorrendo as principais ruas da terra, como habitualmente acontece todos oa anos". E o articulista diz em outro passo do texto: " Estas solenidades religiosas que começam a 8 e encerram a 10 de Dezembro, mais uma vez atraem a esta aldeia de Pereiro de Palhacana, grande número de pessoas, de vários pontos do país, dando grande brilhantismo a esta tradição de romaria com hábitos transmitidos de geração em geração, que ao longo dos séculos tem demonstrado a sua devoção e dedicação à Nª Sª Imaculada Conceição".
    Os excertos aqui descritos entre aspas são da autoria do Senhor António Quintino, a quem endereçamos por esta via e assim publicamente, a expressão do nosso agradecimento, com o pedido de autorização à posteriori, destas suas descrições do seu texto. Pelo seu trabalho se pode apreciar o bom gosto dos nossos concidadãos em saber preservar as nossas tradições que são a chancela da nossa identidade.
    Com caracter excepcional, permitam-me os caros leitores, referir um facto que me ocorre na consciência e até no meu imaginário. Desde a minha infância aprendi e habituei-me a memorizar que o dia 8 de Dezembro, de Nª Sª da Imaculada Conceição, estava associado ao "Dia da Mãe". Porém este Dia comemora-se, agora, a 5 de Maio. Eu pergunto: o que se ganhou com esta alteração? Que motivações estiveram na base de uma decisão destas ? Interesses de que ordem ? : religiosos, políticos ou até comerciais ?. Eu creio que esta e outras alterações, que muitas vezes partem de pessoas que nada têm que fazer, são rudes e crus golpes às tradições centenárias de um Povo. Respondam-me, sim, quem souber, porque desejo aprender mais.
                 
Fontes: - A Aldeia de Pereiro Palhacana
                Vai Mais Uma Vez Honrar a Nossa Senhora da Conceição
                   de António Quintino -- Jornal N.V. de 30.11.2001.

                                       Carlos Nogueira

Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa




Interior do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
 
O Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa é também conhecido por Solar da Padroeira, por nele se encontrar a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal.
A igreja, que é simultaneamente Matriz de Vila Viçosa, fica situada dentro dos muros medievais do castelo da vila, não se podendo porém precisar a data exacta da sua fundação, sendo que a existência da matriz é já assinalada na época medieval. O edifício actual resulta da reforma levada a cabo em 1569, reinando D.Sebastião, sendo um amplo templo de três naves, onde o mármore regional predomina como material utilizado na construção.
Segundo a tradição, a imagem da padroeira terá sido oferecida pelo Condestável do Reino, D.Nuno Álvares Pereira, que a terá adquirido em Inglaterra.
A mesma imagem teve a honra de, por provisão régia de D.João IV, referendada em cortes gerais, ter sido proclamada Padroeira de Portugal, em 25 de Março de 1646. A partir de então não mais os monarcas portuguesas da Dinastia de Bragança voltaram a colocar a coroa real na cabeça.
A notável imagem, em pedra de ançã, encontra-se no altar-mor da igreja, estando tradicionalmente coberta por ricas vestimentas (muitas delas oferecidas pelas Rainhas e demais damas da Casa Real).
Ainda em 6 de Fevereiro de 1818 o Rei D.João VI concedeu nova benesse ao Santuário, erigindo-o cabeça da nova Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, agradecendo à Padroeira a resistência nacional às invasões francesas.
Neste Santuário nacional estão sediadas as antigas Confrarias de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição.
O Papa João Paulo II visitou este Santuário durante a sua primeira visita a Portugal, em 14 de Maio de 1982.
Há uma grande peregrinação anual ao Santuário de Vila Viçosa que se celebra todos anos a 8 de Dezembro, dia da solenidade da Imaculada Conceição, Padroeira Principal de Portugal.
Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa foi também declarada padroeira da Arquidiocese de Évora.
É pároco deste Santuário, desde 2 de Outubro de 2011, o Padre Francisco Hipólito Santanita Machado Couto.




Imaculada Conceição

Nossa Senhora da Imaculada Conceição
Murillo immaculate conception.jpg
Nossa Senhora da Conceição
Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal
Instituição da festa 1476
Venerada pela Igreja Católica
Principal igreja Santuário de Nossa Senhora da Conceição, Vila Viçosa, Portugal
Festa litúrgica 8 de Dezembro
Atribuições Concepção
Padroeira de Portugal
Gold Christian Cross no Red.svg Portal do Cristianismo

A Imaculada Conceição é, segundo o dogma católico, a concepção da Virgem Maria sem mancha ("mácula" em latim) do pecado original. O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. Também professa que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado.1

Imaculada Conceição de Peter Paul Rubens no Museu do Prado.
 
A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 28 de Fevereiro de 1476 pelo Papa Sisto IV.
A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus2 em 8 de Dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pela Bíblia (por exemplo, Maria sendo cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça"), bem como pelos escritos dos Padres da Igreja, como Irineu de Lyon e Ambrósio de Milão3 4 . Uma vez que Jesus tornou-se encarnado no ventre da Virgem Maria, era necessário que ela estivesse completamente livre de pecado para poder gerar seu Filho5 .

Fontes bíblicas

Em sua Constituição Apostólica Ineffabilis Deus (8 de dezembro de 1854), que definiu oficialmente a Imaculada Conceição como dogma, o Papa Pio IX recorreu principalmente para a afirmação de Gênesis 3:15, onde Deus disse: "Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela", assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. O verso "Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti" (na Vulgata: "Tota pulchra es, amica mea, et macula non est in te"6 ), no Cântico dos Cânticos (4,7) é usado para defender a Imaculada Conceição, outros versos incluem:
"Também farão uma arca de madeira incorruptível; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura." (Êxodo 25:10-11)
"Pode o puro[Jesus]Vir dum ser impuro? Jamais!"(Jó 14:4)
"Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras; e subi ao monte com as duas tábuas na minha mão." (Deuteronômio 10:3)
Outras traduções para a palavras incorruptível ("Setim" em hebraico) incluem "acácia", "indestrutível" e "duro" para descrever a madeira utilizada. Noé usou essa madeira porque era considerada muito durável e "incorruptível". Maria é considerada a Arca da Nova da Aliança (Apocalipse 11:19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente "incorruptível" ou "imaculada".

História

Desde o cristianismo primitivo diversos Padres da Igreja defenderam a Imaculada Conceição da Virgem Maria, tanto no Oriente como no Ocidente. No século IV, Efrém da Síria (306-373), diácono, teólogo e compositor de hinos, propunha que só Jesus Cristo e Maria são limpos e puros de toda a mancha do pecado.
Já no século VIII se celebrava a festa litúrgica da Conceição de Maria aos 8 de dezembro ou nove meses antes da festa de sua natividade, comemorada no dia 8 de setembro.
No século X a Grã-Bretanha celebrava a Imaculada Conceição de Maria[carece de fontes].
A festa da Imaculada Conceição de 8 de dezembro, foi definida em 28 de Fevereiro 1476 pelo Papa Sisto IV. A existência da festa era um forte indício da crença da Igreja de Imaculada Conceição, mesmo antes da definição do século XIX como um dogma.
Em 1497 a Universidade de Paris decretou que ninguém poderia ser admitido na instituição se não defendesse a Imaculada Concepção de Maria, exemplo que foi seguido por outras universidades como a de Coimbra e de Évora. Em 1617 o Papa Paulo V proibiu que se afirmasse que Maria tivesse nascido com o pecado original, e em 1622 Gregório V impôs silêncio absoluto aos que se opunham à doutrina. Foi em 8 de Dezembro de 1661 que Alexandre VII promulgou a Constituição apostólica Sollicitudo omnium Ecclesiarum em que definia o sentido da palavra conceptio, proibindo qualquer discussão sobre o assunto7 .
Na Itália do século XV o franciscano Bernardino de Bustis escreveu o Ofício da Imaculada Conceição, com aprovação oficial do texto pelo Papa Inocêncio XI em 1678. Foi enriquecido pelo Papa Pio IX em 31 de março de 1876, após a definição do dogma com 300 dias de indulgência cada vez que recitado.

Visão de Santo Tomás de Aquino

Alguns teólogos e Doutores da Igreja, como Santo Anselmo, São Bernardo e São Boaventura, chegaram a negar a Imaculada Conceição, mas isso deve ser entendido de acordo com o desenvolvimento da doutrina, que não permitiu a eles ver de forma clara de que forma essa doutrina mariana se encontrava implícita na Revelação divina (Bíblia + Tradição).
Sobre Santo Tomás de Aquino, criou-se um consenso de que ele teria, durante toda a sua vida, negado e repudiado completamente o dogma da Imaculada Conceição. Tal consenso é falso, porque, inicialmente, este doutor da Igreja declarou abertamente que a Virgem foi pela graça imunizada contra o pecado original, defendendo claramente o dogma do privilégio mariano, que seria declarado e definido séculos mais tarde. No livro primeiro dos comentários dos livros das Sentenças (Sent.), escrito provavelmente em 1252 e quando Santo Tomás contava apenas 27 anos de idade, ainda no início de sua atividade acadêmica em Paris, ele escreveu o seguinte:8
"Ao terceiro, respondo dizendo que se consegue a pureza pelo afastamento do contrário: por isso, pode haver alguma criatura que, entre as realidades criadas, nenhum seja mais pura do que ela, se não houver nela nenhum contágio do pecado; e tal foi a pureza da Virgem Santa, que foi imune do pecado original e do atual." (I Sent., d. 44, q. 1, a. 3)
Depois, Santo Tomás adotou uma postura confusa sobre o dogma da Imaculada Conceição, presente em trechos do Compêndio de Teologia e da Suma Teológica. Como por exemplo, pode-se encontrar esta postura na segunda parte do Compêndio de Teologia (CTh.), que pertence a um período anterior ao da elaboração da III da Suma Teológica, escrito quando Tomás já contava com cerca de 42 anos de idade, sendo provavelmente do ano de 1267:8
"Como se verificou anteriormente, a Beata Virgem Maria tornou-se Mãe de Deus concebendo do Espírito Santo. Para corresponder à dignidade de um Filho tão excelso, convinha que ela também fosse purificada de modo extremo. Por isso, deve-se crer que ela foi imune de toda nódoa de pecado atual, não somente de pecado mortal, bem como de venial, graça jamais concedida a nenhum outro santo abaixo de Cristo... Ela não foi imune apenas de pecado atual, como também, por privilégio especial, foi purificada do pecado original. Convinha, contudo relembrar que o op é pandula, ser ela concebida com pecado original, porque foi concebida de união de dois sexos." (CTh. c. 224)
Mas, no final da sua vida, Santo Tomás retornou à sua tese original favorável ao dogma mariano. A sua defesa encontra-se no texto Expositio super Salutatione angelicae, sermão de um período em que ele já contava 48 anos de idade, provavelmente do ano de 1273:8
“Ipsa enim purissima fuit et quantum ad culpam, quia ipsa virgo nec originale, nec mortale nec veniale peccatum incurrit”. [“Ela é, pois, puríssima também quanto à culpa, pois nunca incorreu em nenhum pecado, nem original, nem mortal ou venial”]
Este retorno à tese original encontra-se também em várias obras da época final de São Tomás, como por exemplo na Postiila Super Psalmos de 1273, onde se lê no comentário do Salmo 16, 2: “Em Cristo a Bem-Aventurada Virgem Maria não incorreu absolutamente em nenhuma mancha” ou no Salmo 18, 6: “Que não teve nenhuma obscuridade de pecado”8 .

Definição dogmática

Em 8 de dezembro de 1854, Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Assim o Papa se expressou:
Em honra da santa e indivisa Trindade, para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a nossa, declaramos, pronunciamos e definimos a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida por todos os fiéis.

Lourdes

Em 1858 Bernadete Soubirous, afirmou ter visto uma aparição que se autodenominou de "Imaculada Conceição" na localidade de Lourdes, diocese de Tarbes na França. O caso foi submetido às autoridades civis locais e eclesiásticas, após o que o bispo de Tarbes deu por confirmadas as aparições como sendo da Virgem Maria. As autoridades civis francesas se viram impotentes para impedir a devoção de milhares de peregrinos na época, atualmente Lourdes se transformou num lugar de peregrinação internacional de milhões de católicos devotos da Virgem Maria.
No dia 8 de dezembro de 2007 o papa Bento XVI, após a recitação do Angelus, comentou que nesta festa solene se recorda que "o mistério da graça de Deus envolveu desde o primeiro instante de sua existência à criatura destinada a converter-se na Mãe do Redentor, preservando-a do contágio com o pecado original. Ao contemplá-la, reconhecemos a altura e a beleza do projeto de Deus para cada ser humano: chegar a ser santos e imaculados no amor (Efésios 1, 4), a imagem de nosso Criador."

Nossa Senhora da Conceição versus Imaculada Conceição de Maria

O dia 8 de dezembro é marcado por duas celebrações cristãs de significados distintos (quase antagónicos), que se confundem devido à semelhança das suas designações.
A evocação popular, tradicional, celebra a Nossa Senhora da Conceição (ou Concepção), isto é, celebra o arquétipo da Maternidade. Conhecem-se desde o século VII, nomeadamente na Península Ibérica, festas com esta evocação; até há poucos anos era nesta data, e não no primeiro domingo de Maio, que se celebrava o Dia da Mãe.
O conceito teológico oficial é o do dogma da Imaculada Conceição de Maria, definido pelo papa Pio IX em 1854, e nada tem a ver com o conceito popular: afirma que Maria, mãe de Jesus, foi imune de toda a mancha do pecado original, desde o primeiro momento da sua concepção. Esta ideia começou a surgir no século XII, tendo causado intensa polémica e sido rejeitada por importantes teólogos, incluindo São Bernardo e São Tomás de Aquino, e condenada pelo papa Bento XIV em 1677, até ter sido aceite como dogma em 1854.9
A instituição da ordem militar de Nossa Senhora da Conceição por D. João VI de Portugal, que alegadamente sintetizaria um culto que em Portugal existiu muito antes de ser dogma, pelo menos na sua designação remete para o conceito popular, não para o conceito teológico afirmado pelo dogma. De igual forma, as freguesias portuguesas anteriormente listadas adoptaram a designação "Nossa Senhora da Conceição" ou "Conceição", mas não "Imaculada Conceição".
Em 8 de dezembro de 1904, em Lisboa solenemente lançou-se a primeira pedra para um monumento comemorativo do cinquentenário da definição do dogma. Ao ato, a que assistiram as pessoas reais, patriarca e autoridades, estiveram também representadas muitas irmandades de Nossa Senhora da Conceição, de Lisboa e do país, sendo a mais antiga a da atual freguesia dos Anjos, que foi instituída em 1589.
Em Portugal e no Brasil é tradição montar a árvore de Natal e enfeitar a casa no dia 8 de dezembro, dia de N.Sra. da Conceição10 .

Feriado

Nossa Senhora da Conceição é a rainha e padroeira de Portugal desde o reinado da Dinastia de Bragança.
Assim como, são várias as cidades brasileiras que declaram feriado no dia da Imaculada Conceição, tais como Cunha,Cachoeira dos Índios,São Sebastião do Paraíso, Angra dos Reis, Resende (Rio de Janeiro), Vassouras, Guarulhos, Aiuruoca, Guararapes, Campinas(Padroeira),Diadema(Padroeira),Piracicaba, Dourados (Padroeira), Itapura, Itanhaém, Itaiópolis, Itaporanga (Padroeira), Bragança Paulista, Jacareí, Mogi-Guaçu, Recife, Aracaju,Salvador, João Pessoa, São Luís, Manaus, Campina Grande, Ingá, Itabaiana - Paraíba (Padroeira), Sobral, Santa Maria (Rio Grande do Sul),Curitibanos, Mundo Novo, Monsenhor Paulo, Belo Horizonte, Sete Lagoas, Sabará, Contagem, Conceição dos Ouros, Conceição das Alagoas (Padroeira), Divinópolis, Moraújo, Porto Franco, Campos dos Goytacazes,Nilópolis Jandira, Teresina, Teófilo Otoni, Angelina, Rio das Ostras, Ipueiras (Padroeira), Guarapari, Varginha (MG), Prados, Itajaí, Maracajá, Pau dos Ferros, Osório (Rio Grande do Sul), Viamão, Rio Bonito, Bom Jardim, Alegrete (Rio Grande do Sul), São Jerônimo (Rio Grande do Sul), Ceará-Mirim (Rio Grande do Norte), Macau (Rio Grande do Norte) Franca, Santiago (Rio Grande do Sul) Jardim-Ceará (Solene procissão todos os anos, às 19:00hrs, e depois recitação do Santo Terço, logo após, missa Solene), entre outros (Padroeira). Em muitos países como Portugal, este dia é também feriado.

Outras Igrejas Cristãs

O dogma da Imaculada Conceição não é aceite pelas Igreja Ortodoxa. A Igreja Ortodoxa acredita que Maria foi uma pessoa muito devota a Deus e que levou uma vida santa, como dizia os pais da Igreja, evitando os pecados atuais. As Igrejas Anglicanas possuem a mesma doutrina das Igrejas Ortodoxas.
A Igreja Luterana e as Igrejas Reformadas também não aceitam esta doutrina católica romana devido a diferentes interpretações do fundamento bíblico.

Críticas

Os Protestantes costumam criticar a crença da "imaculada conceição de Maria", bem como outros atributos, como ela ser eterna virgem, intercessora, ou sem pecados. Baseados na bíblia, que não afirma explicitamente que ela não tinha pecados ou que foi concebida sem pecados, rejeitam títulos dados a Maria, como "Senhora", e opõem-se a prática, acusando católicos de um ato próximo de idolatria e hipocrisia, fundamentada em tradições que não estão na bíblia.
A questão da virgindade de Maria quando concebeu a Cristo e de que fosse uma mulher agraciada não é questionada normalmente, mas sim os atributos que a aproximam da autoridade divina. Os protestantes não supõem que ela tinha de ser livre do pecado para ser escolhida (1. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". Rm 3.23) (2. como também Cristo não nasceu num berço de ouro, mas numa manjedoura), não aceitando com convicção mais do que o que está nos textos bíblicos, não criando nem aceitando dogmas extra-bíblicos aceitos tradicionalmente por católicos. A questão é razão de divisão entre igrejas chamadas "evangélicas" e católicas.

Islã

A pureza de Maria do pecado desde o momento de seu nascimento também é atestada no Islã. Alguns dos títulos marianos no Islã realçam este fato:
  • Tahirah: significa "Aquela que foi purificada" (Alcorão 3:42). De acordo com um hadith, o Diabo não tocou em Maria quando ela nasceu, portanto, ela não chorou (Nisai 4:331).
  • Mustafia: significa "Ela, que foi escolhida". O Alcorão declara: "Ó Maria! Por certo Deus te escolheu e te purificou, e te escolheu sobre todas as outras mulheres dos mundos" (Alcorão 3:42). Deus escolheu a Virgem Maria entre todas as mulheres do mundo para um plano divino.
  • Nur: Uma das passagens mais importantes, Maria foi chamada de Nur (Luz) e Umm Nur (a mãe da Luz). O verso da Luz, também contém os símbolos virginal do cristal, a estrela, a árvore abençoada de oliva e óleo, que segundo os muçulmanos, referem-se a pureza de Maria11 .


Imaculada Conceição, Padroeira e Rainha de Portugal

Celebra-se a Festa da Imaculada Conceição de Maria, Padroeira do Reino de Portugal, desde o dia 8 de Dezembro do ano de 1325, por decisão unânime do Conselho do Cabido, das Pessoas Virtuosas e versadas em Letras Teológicas, reunidas em Coimbra por Ordem do Bispo D. Raimundo a pedido da Rainha Santa Isabel. No entanto, só no dia 25 de Março de 1646 é que o Rei D. João IV decidiu consagrar o país a Nossa Senhora da Conceição, após a Restauração da Independência, e desde então nunca mais os Reis Portugueses voltaram a colocar a Coroa na cabeça.


Nas cortes celebradas em Lisboa no ano de 1646 declarou el-rei D. João IV que tomava a Virgem Nossa Senhora da Conceição por padroeira do Reino de Portugal, prometendo-lhe em seu nome, e dos seus sucessores, o tributo anual de 50 cruzados de ouro. Comemorando este facto cunharam-se umas medalhas de ouro de 22 quilates, com o peso de 12 oitavas, e outras semelhantes mas de prata, com o peso de uma onça, as quais foram depois admitidas por lei como moedas correntes, as de ouro por 12$000 réis e as de prata por 600 réis

Ordenou o mesmo soberano que os estudantes na Universidade de Coimbra, antes de tomarem algum grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

Não foi D. João IV o primeiro monarca português que colocou o reino sob a protecção da Virgem, apenas tornou permanente uma devoção, a que os nossos Reis se acolheram algumas vezes em momentos críticos para a pátria.

D. João I punha nas portas da capital a inscrição louvando a Virgem, e erigia o convento da Batalha a Nossa Senhora, como o seu esforçado companheiro D. Nuno Alvares Pereira levantava a Santa Maria o convento do Carmo.

Fontes; http://www.arqnet.pt/index.html - http://refugiodomocho.blogspot.pt/ - http://risco-continuo.blogs.sapo.pt/

Santuário de Fátima, Cova da Iria, Fátima (Portugal).
Um dos mais importantes santuários Marianos do Mundo

Solene cântico, que diz muito a todos os Portugueses:
Salve, nobre Padroeira,
Do povo Teu protegido,
Entre todos escolhido,
Para povo do Senhor.
 Ó glória da nossa terra,
Que tens salvado mil vezes!
Enquanto houver Portugueses,
Tu serás o seu amor
! Bis
 És a nossa Padroeira
Não largues o Padroado
Do rebanho confiado
Ao teu poder protector.
 És a obra mais sublime
Que saiu das mãos de Deus.
Nem na terra nem nos céus,
Há criatura maior!
 Flor de suave perfume
Para toda a Lusa Gente,
Entre nós, em cada crente
Tens esmerado cultor.
 A Tua glória é valer-nos,
Não tens maior alegria;
Ninguém chama por Maria,
Que não alcance favor.
Portugal, qual outra Fénix,
À vida torne outra vez:
Não se chame português
Quem cristão de fé não for.

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