sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

D. PAIO PERES CORREIA - CAVALEIRO E GUERREIRO EM PORTUGAL E NAS ESPANHAS

Personagens Históricos
D. PAIO PERES CORREIA - CAVALEIRO E GUERREIRO EM PORTUGAL E NAS ESPANHAS
Mais um Cavaleiro glorioso nascido em Portugal e qie não só batalhou contra o infiel na Corte Portuguesa, como também o fez ao serviço de Reis nas Espanhas.

Texto: Português
Fonte: Wikipédia - Portugal Glorioso



D. Paio Peres Correia, que também é conhecido na Espanha por Pelayo Pérez Correa, terá nascido no ano de 1205, em Monte de Fralães (Barcelos), onde ficava a tradicional casa desta nobre família.
As Inquirições assinalam a presença dos seus irmãos, de uma irmã e de outros parentes em freguesias da vizinhança.
No entanto o ilustre escritor Pinheiro Chagas no seu livro "Portugueses Ilustres" dá-o como nascido em Evora e que era filho de Pedro Peres Correia e de Dª.Dordes d'Aguilar. O que importa realçar é que, quer tenha nascido em Barcelos ou em Évora, o certo é que foi um dos mais ilustres e intrépidos guerreiros que tudo deram, incluindo o seu sangue, na ajuda da reconquista cristã que  estava em decurso na península, desde a invasão mourama que ocorreu no ano de 711.


No reinado de D.Sancho II e  vestindo o manto religioso e gerreiro da Ordem de Santiago e Espada encontramo-lo já com o grau de Comendador-Mor em Alcácer e foi a partir dali que começou a sua intrépida acção militar no Alentejo, conquistando Aljustrel, Alvalade, Juromenha, Beja e Mértola, descendo depois até ao Algarve, conquistando Alcoutim, Vaqueiros, Ayamonte, Cacela e Tavira.

De acordo com a Crónica da Conquista do Algarve, Tavira foi conquistada aos mouros, em Junho de 1239, por Dom Paio Peres Correia, como represália pela morte de sete dos seus cavaleiros.

Em 1242, torna-se em Mérida o 17º Grão-Mestre da Cavalaria de S. Tiago e passou então a estar ao serviço de Fernando III de Leão e Castela e de seu filho, o futuro Afonso X de Leão e Castela, vivendo naturalmente no reino de castela.

Um dos pontos altos da sua acção militar aconteceu na tomada de Sevilha, onde teve uma acção de grande relevo, como o testemunha, por exemplo, a Crónica Geral de Espanha de 1344. que se referea Paio Peres Correias nestes termos:

"Fantasías aparte, es innegable que su nombradía se asienta en una vida militar llena de gloriosos hechos, como lo demuestra el que se le confiase el mando de el ejército español en aquel período verdaderamente heroico de la Reconquista. Fue Gran Maestre de la Orden de Santiago y tanto los monarcas portugueses como los castellanos, se disputaran el honor de tenerle à su servicio."

TÁBUA CRONOLÓGICA  (1)

1205 (aproximadamente) — nasce Paio Peres Coreia, no palácio da Honra de Fralães
1230 — é «ádito» à Ordem de Sant’ lago
1234 — conquista Aljustrel
1235 — comendador-mor da Ordem de Santiago em Portugal; recebe, em nome da Ordem, Aljustrel por doação de Sancho II
1238 — conquista Mértola
1239 ou 1240— conquista Cacela
1239 — recebe a doação de Mértola e Alfajar de Pena, de Sancho II, «pelo muito serviço» que o comendador e seus freires lhe fizeram
1240 — recebe Aiamonte e Cacela
1241 — passa a Castela
1241-42 – conquista do Algarve (José Mattoso)
1242 — é Mestre de Uclés; em 21 de Agosto, recebe, com o seu Mestre Rodrigo Iñiguez, a vila e o castelo de Segura
1243— em finais do ano, torna-se Grão-Mestre da Ordem de Santiago; acompanha o futuro Afonso X na conquista de Múrcia; recebe dele, a 5 de Setembro, a promessa de que lhe entregará a criação do primeiro filho.
1244 — acompanha o infante Afonso de Castela na conquista de Lorca e Mula; recebe Tavira.
1245 — acompanha o infante Afonso de Molina na conquista de Aljarafe; colo­ca-se do lado do Conde de Bolonha na disputa pelo trono, contra Sancho II; vem a Portugal
1246 — acompanha Fernando III e seu filho na conquista de Jaén
1247 — participa nas campanhas contra o rei de Niebla
1248 – acompanha o rei Fernando III no cerco de Sevilha
1249 — encontra-se, provavelmente, ao lado de Afonso III na conquista de Faro; concede foral a Setúbal
1252 — concede foral a Aljustrel
1254 — concede foral a Mértola
1255 - recebe, de Afonso III, Aiamonte, confirmando assim a doação de Sancho II. Confirmam-se também as doações de Aljustrel, Mértola e Cacela
1263 (Abril) — integra a comissão para solucionar as divergências entre Afonso III e Afonso X sobre o senhorio do Algarve
1264 — combate a Revolta Mudéjar
1265 — está em Portugal
1267— dá foral a Garvão
1268 — distancia-se de Afonso X, na Revolta dos Nobres
1272 – renuncia, em nome da Ordem e a favor de Afonso III, aos castelos de Tavira, Cacela e Castro Marim
1274 — faz, em Mérida, uma doação a seu primo Afonso Anes do Vinhal
1275 — morre Paio Peres Correia em Talavera de la Reina. Princípio do século XVI - os seus restos mortais são trasladados para Tentudia.

1622 - Lope de Vega publica sobre ele El Sol Parado
1751 — os mesmos restos mortais teriam sido tras­ladados de Tentudia para Tavira, para a Igreja de Santa Maria do Castelo. Como também se continuam a guardar em Tendudia, esta infirmação merece pouco ou nenhum crédito. Aliás, a veneração que lhe era tributada em Tentudia não permitiria a trasladação.


(1) Esta Tábua Cronológica, resulta de um excelente trabalho do Ilustre Professor José Ferreira, aposentado do ensino secundário.


Paio Peres Correia




Paio Peres Correia
Nascimento 1205
Monte de Fralães
Morte 8 de fevereiro de 1275 (70 anos)
Uclés
D. Paio Peres Correia, conhecido na Espanha por Pelayo Pérez Correa (século XIII) foi Mestre da Ordem de Santiago, tendo conduzido uma campanha militar contra os mouros no Algarve, que culminou com a tomada de Silves (Portugal) e foi determinante para a conquista definitiva daquela região em 1249.1

 

Biografia

D. Paio Peres Correia terá nascido no ano de 1205, em Monte de Fralães (Barcelos), onde ficava a tradicional casa desta nobre família. As Inquirições assinalam a presença dos seus irmãos, de uma irmã e de outros parentes em freguesias da vizinhança.
No reinado de D. Sancho II, encontramo-lo em Alcácer do Sal; a partir de 1228 vai ter como primeiro palco da sua acção o Alentejo, conquistando Aljustrel, Alvalade, Juromenha, Beja e Mértola, descendo depois até ao Algarve, conquistando Alcoutim, Vaqueiros, Ayamonte, Cacela e Tavira. De acordo com a Crónica da Conquista do Algarve, Tavira foi conquistada aos mouros, em Junho de 1239, por Dom Paio Peres Correia, como represália pela morte de sete dos seus cavaleiros.
Em 1242, torna-se em Mérida o 17º Grão-Mestre da Cavalaria de S. Tiago e passou então a estar ao serviço de Fernando III de Leão e Castela e de seu filho, o futuro Afonso X de Leão e Castela, vivendo naturalmente no reino de castela.
Terá passado algum tempo no Seixal, onde fundou a aldeia com o seu nome: Aldeia de Paio Pires.
Alguns anos adiante, voltou ao Algarve, no reinado de D. Afonso III de Portugal, e trouxe para a posse cristã a parte restante do Algarve. Um dos pontos altos da sua acção militar aconteceu na tomada de Sevilha, onde teve uma acção de grande relevo, como o testemunha, por exemplo, a Crónica Geral de Espanha de 1344.
Falecido em 1275 em Talavera de la Reina, os seus restos mortais foram levados no século XVI para Tentudia.

Referências a Paio Peres

A Crónica Geral de Espanha de 1344 narra o conselho em que Fernando III decide a estratégia a adoptar para submeter a cidade de Sevilha - e que foi a que Paio Peres Correia defendeu:
"E a esto cada huu dava sua divisa, segundo seu entender. Mas o meestre dom Paae Correa e outros boos cavaleiros e muy sabedores de guerra disseron a el rey que fosse cercar Sevilha e que, se a cobrasse, que per ella cobrarya todo o al e que seria mais sen trabalho e con mais pequena custa e sem muyta lazeira d’alguus. Mas esto contradisseron outros, dizendo que Sevilha era logar grande e muy pobrado e que non seria muy ligeiro de cercar mas pero se el rey tal cousa quisesse cometer, que primeiro compria correr e estragar a terra per alguas vezes e, depois que a bem quebrantada tevessem e os mouros bem apremados, que entõ seria bem de a hir cercar. Mas o meestre dõ Paae Correa e os outros que primeiro conselharon o cerco de Sevilha disserõ a el rey que o tempo que posesse em corrimentos e fazer cavalgadas e cercar outros pequenos logares que melhor era de o poer sobre Sevilha e que, tomandoa, cobrava todo o al e que, por esta razon, melhor era de acabar todo per huu afam e per huu tempo que por muytos. E demais que poderia seer, se lhes dessem tal vagar, que elles se avisariã de guisa que seria depois muy forte cousa de começar e que por esto melhor seria de começar esto cedo que tarde. E, ditas estas palavras e outras muytas, acordousse el rey con todolos outros en este cõselho."
E agora este passo, que fala das façanhas de Paio Peres Correia e dos seus homens:
"(...) o meestre dom Paae Correa e os outros ricos homees que com el estavon da outra parte do ryo, segundo ja ouvistes, cavalgarom sobre Golles e cõbaterõna e entrarõna per força e mataron todollos mouros que dentro acharom e levarõ muy grande algo que hy acharom. E, em se tornando per Tyriana, sayiu a elles gram cavalarya de mouros e muitos peõoes com elles e ouverõ com elles gram batalha. E foron os mouros vencidos e mortos muytos delles e os cristãaos tornarõsse muy hõrados pera seu arreal."
Uma enciclopédia espanhola refere-se a Paio Peres Correia nestes termos:
"Fantasías aparte, es innegable que su nombradía se asienta en una vida militar llena de gloriosos hechos, como lo demuestra el que se le confiase el mando de el ejército español en aquel período verdaderamente heroico de la Reconquista.
Fue Gran Maestre de la Orden de Santiago y tanto los monarcas portugueses como los castellanos, se disputaran el honor de tenerle à su servicio."
Luís Vaz de Camões recorda-o em duas estrofes d'Os Lusíadas (canto VIII, estrofes 26-27), Almeida Garrett baseou o seu poema épico D. Branca nos seus feitos algarvios, e Lope de Vega escreveu sobre ele na sua peça El Sol Parado. No Cancioneiro da Biblioteca Nacional existe uma cantiga que o critica.
Para mais informação sobre Paio Peres Correia, consulte-se esta página que lhe é dedicada.

Herança ao nível de arruamentos e localidades

D. Paio Peres Correia é lembrado na toponímia de várias cidades e vilas como: Lisboa, Setúbal, Silves (Portugal), Tavira, Sevilha (bairro de Triana), Samora Correia, entre outras. Setúbal, por exemplo, recebeu foral2 em Março de 1249, concedido pela Ordem de Santiago, senhora desta região, e subscrito por D. Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago, e por Gonçalo Peres, comendador de Mértola. A terra de Paio Pires (Seixal) deve-lhe também o seu nome, assim como Samora Correia (Santarém), havendo ainda uma rua e uma estátua em homenagem ao seu fundador.


Sem comentários:

Enviar um comentário