domingo, 28 de dezembro de 2014

EL REI D.SEBASTIÃO: REI DESEJADO - REI PERDIDO

História de Portugal
EL REI D. SEBASTIÃO: REI DESEJADO - REI PERDIDO
Se há rei que ficou nas lendas da nossa história, esse foi D. Sebastião. Normalmente apenas se fala dele para referir o desastre de Alcacer Quibir, por isso, considero importante dar a conhecer algo mais da história e biografia deste nosso Monarca, que herda a Coroa ainda criança e em quem se tinha depositado tanta esperança. Não faltou quem o incentivasse à louca ideia de invadir Marrocos, sendo um deles o próprio Camões, mas também é certo que da Nobreza mais madura e experiênte, como o partido de Dª. Catarina, e de seu tio o Rei Filipe II de Espanha, não faltaram advertências de que seria uma loucura lançar-se em tal risco sem ter herdeiros que lhe sucedessem na Coroa.
Aqui tem reveladas as lendas e os factos históricos acerca do nosso Rei D. Sebastião, seu reinado e de como um monarca, filho de um grande rei como foi D. João III e sobrinho de um dos mais poderosos reis do mundo, Felipe II das Espanhas, teve um reinado de 10 anos de plena decadência, levando o País à maior desgraça da nossa história. Uma lição que nos mostra como realmente, há caracteres e características pessoais que são incompatíveis com a governação de uma Nação ...!!!

Texto: Português
Áudio: Português
Fontes: RTP - YouTube - Wikipédia


DOCUMENTÁRIO : D. SEBASTIÃO - O REI PERDIDO




Sebastião de Portugal





Dom Sebastião I
Armoires portugal 1481.svg
Rei de Portugal
D. Sebastião em pintura atribuída a Cristóvão de Morais.
 
Governo
Reinado 11 de junho de 1557
04 de agosto de 1578
Coroação 16 de Junho de 1557, Lisboa
Antecessor D. João III
Herdeiro Cardeal D. Henrique (tio-avô)
Sucessor D. Henrique I
Dinastia Avis
Títulos O Desejado, O Encoberto
Vida
Nascimento 20 de Janeiro de 1554
Lisboa, Portugal
Morte 4 de Agosto de 1578 (24 anos)
Alcácer Quibir, Marrocos
Sepultamento Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa
Pai D. João Manuel
Mãe D. Joana de Áustria

D. Sebastião I de Portugal (Lisboa, 20 de Janeiro de 1554Alcácer-Quibir, 4 de Agosto de 1578) foi o décimo sexto rei de Portugal, cognominado O Desejado por ser o herdeiro esperado da Dinastia de Avis, mais tarde nomeado O Encoberto ou O Adormecido. Foi o sétimo rei da Dinastia de Avis, neto do rei João III de quem herdou o trono com apenas três anos. A regência foi assegurada pela sua avó Catarina da Áustria e pelo Cardeal Henrique de Évora.
Aos 14 anos assumiu a governação manifestando grande fervor religioso e militar. Solicitado a cessar as ameaças às costas portuguesas e motivado a reviver as glórias do passado, decidiu a montar um esforço militar em Marrocos, planeando uma cruzada após Mulei Mohammed ter solicitado a sua ajuda para recuperar o trono. A derrota portuguesa na batalha de Alcácer-Quibir em 1578 levou ao desaparecimento de D. Sebastião em combate e da nata da nobreza, iniciando a crise dinástica de 1580 que levou à perda da independência para a dinastia Filipina e ao nascimento do mito do Sebastianismo.

Nascimento

Litografia representando D. Sebastião quando criança
 
Era filho do príncipe Dom João e de Dona Joana de Áustria. Seus avôs paternos eram o rei de Portugal Dom João III e a Rainha Dona Catarina. Seus avôs maternos eram o imperador Carlos V e a Imperatriz Dona Isabel. Dona Isabel era irmã de Dom João III.1
O príncipe Dom João morreu em 2 de janeiro de 1554, deixando todo o reino com sobressaltos, pois Dom Sebastião ainda estava no ventre da sua mãe, Dona Joana, que era prima de Dom João. Dom João foi o único filho sobrevivente dos nove que Dom João III havia tido, e a sucessão do reino passou a depender do sucesso do parto.1
O problema que ocorria em Portugal não era a falta de herdeiros, mas por causa do contrato de casamento de Dona Maria, irmã do príncipe defunto, com Dom Felipe II de Castela,Nota 1 pelo qual, caso não houvesse sucessores, o reino passaria ao filho desta união, Dom Carlos, ocorrendo a união com Castela, que os portugueses sempre abominaram.2
O arcebispo de Lisboa, Dom Fernando de Vasconcelos e Menezes, ordenou que, assim que começassem as dores do parto, avisassem à Sé, para que fosse feita uma procissão e fé. Dezoito dias depois da morte do príncipe, a princesa começou a sentir as dores, na noite do dia 19 para o dia 20 de janeiro. De madrugada chegou o aviso, e o povo que afluiu à igreja de São Domingos foi tamanha que várias ficaram de fora, indo padres a pregar do lado de dentro e outros a pregar do lado de fora.2
Na manhã do sábado, dia 20 de janeiro de 1554, nasceu o príncipe, e foi dada a notícia do nascimento do Desejado, recebida com orações de agradecimento a Deus.3
Em 27 de janeiro, ao oitavo dia, ele foi batizado pelo Infante Cardeal Dom Henrique, irmão do rei Dom João, e recebeu o nome de São Sebastião, por causa do dia em que havia nascido, sendo seus padrinhos o rei e a rainha, seus avôs.4
Em virtude de ser um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, ficou conhecido como O Desejado; alternativamente, é também memorado como O Encoberto ou O Adormecido, devido à lenda que se refere ao seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação.

Regência

Com dois anos de idade, seu avô, o rei, enfermo, chamou-o à sua presença, para brincar. Quando o rei pediu água, trouxeram dois copos, um, fechado, para o rei e outro aberto para Sebastião. Vendo isto, o menino começou a chorar, querendo um copo como o do avô, que comentou:5 Cedo quereis reinar.

Retrato inédito de D. Sebastião I, por Alonso Sánchez Coello, 1562. Estava na Áustria, no castelo Schonberg, mas erradamente identificado com um nobre austríaco.

No ano seguinte, em 11 de junho de 1557, morreu o rei Dom João III. Sebastião se tornou rei com três anos, quatro meses e vinte de dois dias de idade.5
Durante a sua menoridade, a regência foi assegurada primeiro pela sua avó, a rainha Catarina da Áustria, viúva de D. João III,6 e depois pelo tio-avô, o Cardeal Henrique de Évora, (23 de Dezembro de 15627 -1568). Neste período, para além da aquisição de Macau em 1557 e Damão em 1559, a expansão colonial foi interrompida. A premência era a conjugação de esforços para preservar, fortalecer e defender os territórios conquistados.
Durante a regência de D. Catarina e do cardeal D. Henrique e o curto reinado de D. Sebastião, a Igreja continuou a sua ascensão ao poder. A actividade legislativa centrou-se em assuntos do foro religioso, como por exemplo a consolidação da Inquisição e sua expansão até à Índia, a criação de novos bispados na metrópole e nas colónias. A única realização cultural importante foi o estabelecimento de uma nova universidade em Évora – e também aqui a influência religiosa na corte se fez sentir, pois foi entregue aos Jesuítas.
Investiu-se muito na defesa militar dos territórios. Na rota para o Brasil e a Índia, os ataques dos piratas eram constantes e os muçulmanos ameaçavam as possessões em Marrocos, atacando, por exemplo, Mazagão em 1562. Procurou-se assim proteger a marinha mercante e construir ou restaurar fortalezas ao longo do litoral.
Os bastiões no Norte de África, pouco interessantes em termos comerciais e estratégicos, eram autênticos sorvedouros de dinheiro, sendo necessário importar quase tudo, além do que, sujeitos a constantes ataques, custavam muito em armamento e homens. Assim, Filipe II em 1589 viria prudentemente a devolver aos mouros Arzila, oferecida a D. Sebastião em 1577 por Mulay Mohammed. Filipe II retirou-se.
De facto, a preservação das praças em Marrocos devia-se sobretudo à questão de prestígio e tradição. No entanto, estas evidências pouco interessavam a D. Sebastião, pois o seu grande sonho era conquistar Marrocos.
O jovem rei cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, embora a sua falta de experiência militar e política viesse a conduzir o exército português a grandes perdas no Norte de África e à própria morte ou desaparecimento do rei.

Reinado

Aos 14 anos, D. Sebastião assume a governação. Sonhava com batalhas, conquistas e a expansão da Fé, profundamente convicto de que seria o capitão de Cristo numa nova cruzada contra os mouros do Norte de África.
D. Sebastião começou a preparar a expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. Filipe II de Espanha, seu primo, recusou participar e adiou o casamento de D. Sebastião com uma das suas filhas para depois da campanha.
O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e D. Sebastião rumou imediatamente para o interior. Tinha 24 anos de idade.

Desaparecimento e lenda

Na batalha de Alcácer-Quibir, o campo dos três reis, os portugueses sofreram uma derrota às mãos do sultão Abd al-Malik (Mulei Moluco) e perderam uma boa parte do seu exército. Quanto a D. Sebastião, morreu na batalha ou foi morto depois desta terminar. Conta-se que, ao ser aconselhado a render-se, e a entregar a sua espada aos vencedores, o rei se tenha recusado com altivez, dizendo: "A liberdade real só há de perder-se com a vida." 8 Foram as suas últimas palavras, e é-nos dito que ao ouvi-las, "os cavalleiros arremetteram contra os infieis; D. Sebastião seguiu-os e desapareceu aos olhos de todos envolto na multidão, deixando ... a posteridade duvidosa ácerca do seu verdadeiro fim." 9 Há quem defenda, por outro lado, que o seu corpo tenha sido enterrado logo em Ceuta, "com toda a solemnidade".10 Mas para o povo português de então o rei havia apenas desaparecido. Este desastre teria as piores consequências para o país, colocando em perigo a sua independência. O resgate dos sobreviventes ainda mais agravou as dificuldades financeiras do país.

Batalha de Alcácer-Quibir, 1578. in: Miscellanea (Miguel Leitão de Andrade, 1629.).
 
Em 1582, Filipe I de Portugal mandou transladar para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, um corpo que alegava ser o do rei desaparecido, na esperança de acabar com o sebastianismo, o que não resultou, nem se pôde comprovar ser o corpo realmente o de Sebastião I. O Túmulo de Mármore, que repousa sobre dois elefantes, pode ainda hoje ser observado em Lisboa.
Tornou-se então numa lenda do grande patriota português – o "rei dormente" (ou um Messias) que iria regressar para ajudar Portugal nas suas horas mais sombrias, uma imagem semelhante à que o Rei Artur tem em Inglaterra ou Frederico Barbarossa na Alemanha.
Durante o subsequente domínio espanhol (1580-1640) da coroa portuguesa, quatro pretendentes afirmaram ser o rei D. Sebastião, tendo o último deles – o calabrês Marco Tulio Catizone – sido enforcado em 1603.
Já em fins do século XIX, no sertão da Bahia, no Brasil, camponeses sebastianistas acreditavam que o rei iria regressar para ajudá-los na luta contra a "república ateia brasileira", durante a chamada Guerra de Canudos. O mesmo repetiu-se no sul do Brasil, no episódio da Guerra do Contestado.
Dentre incontáveis especulações e investigações de vários autores, a historiadora Maria Luísa Martins da Cunha defende, em dezembro de 2011, no terceiro volume do livro ‘Grandes Enigmas da História de Portugal', que o rei D. Sebastião sobreviveu à batalha de Alcácer-Quibir e reapareceu no ano de 1598 em Itália, onde foi mais tarde preso em Veneza, Florença e Nápoles, com a cumplicidade dos espanhóis. Segundo a mesma historiadora, o corpo do rei encontra-se sepultado na capela de São Sebastião, no Convento dos Agostinhos de Limoges.11
Na verdade, já o historiador Faria y Sousa reportara testemunhos, como o de Don Lewis de Brito, que afirmavam ter visto no final da batalha o rei à distância sem ser perseguido. Brito encontrou-o posteriormente, em direção ao rio, e segundo o historiador esta foi a última vez que ele foi visto vivo. O caso do estranho em Veneza, mencionado acima, que vinte anos depois aparecera declarando-se Sebastião, rei de Portugal, é o de maior interesse. Ele chegou a ser aceite pelos portugueses da cidade como seu senhor soberano, por se parecer tão perfeitamente com Sebastião. João de Castro, neto do homónimo vice-rei da Índia e filho do diretor de finanças no reinado de D. Sebastião, defendeu e apoiou este estranho de Veneza, anunciando ao mundo que o rei não morreu no seu Discurso da vida do sempre bem-vindo e aparecido Dom Sebastião,12 publicado em 1598, enquanto que Sebastião Figueira, uma das várias testemunhas que atestaram terem visto D. Sebastião sair vivo da batalha – afirmando mesmo ter saído dela com o rei – também o diz ter reconhecido em Veneza.11 O Papa Clemente VIII mandara, por conselho de cardeais em conclave, que o pretendido rei aparecesse em Roma, onde a sua pretenção seria examinada; e chegando-se em conclave à conclusão, após cuidadas investigações, que era ele o verdadeiro D. Sebastião, escreve o Papa a Filipe III de Espanha, o então senhor da coroa e do Reino de Portugal, exigindo a devolução do dito Reyno ao Rey D. Sebastião, "sob pena de excommunhão mayor".13 Filipe responde acusando o pretendente "impostor" de vários crimes e, por intermédio do seu embaixador em Veneza, manda-o prender. Foi formado um comité de nobres, que o examinaram 28 vezes, mas ele conseguiu-se ilibar de todas as acusações.14 O pretendente mostrou marcas naturais no seu corpo, que muitos se lembravam serem de D. Sebastião, e revelou segredos de conversas entre embaixadores de Veneza no palácio de Lisboa, o que deixou atónitos os examinadores, e facilitou a sua libertação – sob a condição de ter que abandonar aqueles domínios em três dias. Na sua fuga caiu nas mãos dos Espanhóis, que em Nápoles o maltrataram, humilharam em público, e o embarcaram como escravo. Defendiam os espanhóis, que aquele sofredor era um mágico, mas tal justificação foi vista como um reconhecimento tácito da verdade das suas pretenções.15

Cultura popular

D. Sebastião é personagem principal nos romances históricos "O Desejado", do escritor brasileiro Aydano Roriz (2002-Brasil; 2003-Portugal), e "D. Sebastião e o Vidente" de Deana Barroqueiro.
Poema "D. Sebastião, Rei de Portugal", em Mensagem (1934), de Fernando Pessoa:
Louco, sim, louco, porque quiz grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Porisso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que ha.
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nella ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadaver addiado que procria?

Descoberta de retratos perdidos

Retrato d'El Rei Dom Sebastião (óleo sobre tela datável dos finais do século XVI ou início do século XVII, patente na Câmara dos Azuis).
 
Em novembro de 2010 foi encontrado na Áustria um retrato do rei, dado como desaparecido há 400 anos. O quadro estava no Castelo Schönberg, mas o protagonista era identificado como sendo um nobre austríaco. A obra é da autoria de Alonso Sánchez Coello e foi pintada na corte portuguesa em 1562.16
Um outro retrato encontrado recentemente na Itália,17 de autor ainda não identificado, mostra o soberano em idade adulta, com barba e bigode, numa representação de busto a 3/4 envergando armadura de gala com gola de folhos. Da decoração da armadura sobressai a Cruz de Cristo, de que é visível o braço superior, com uma forma mal representada, o que nos leva à conclusão da autoria por um pintor espanhol ou italiano, mais familiarizados com este tipo de cruz do que com as formas rectas da Cruz de Cristo.
O retrato está carregado de simbolismo, não apenas pela inclusão da Cruz de Cristo, como pela legenda que encima o quadro "Sebastianus I Lusitanor R" (Sebastião I Rei dos Portugueses), que remete para o início do mito de D. Sebastião.

Notas e referências

Notas

  1. Felipe II de Castela era filho do imperador Carlos V e Dona Isabel.

Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência
Ordem Avis.svg
Precedido por
D. João Manuel
Armas principe herdeiro portugal.png
Príncipe herdeiro de Portugal

1554-1557
Sucedido por
Henrique I
Precedido por
João III
Flag Portugal (1578).svg
Rei de Portugal e dos Algarves
daquém e dalém-mar em África

1557 - 1578
Sucedido por
Henrique I
 ,

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

AS ORIGENS DA ORDEM MILITAR DE AVIS - O MONGE FUNDADOR

História de Portugal
AS ORIGENS DA ORDEM MILITAR DE AVIS - O MONGE FUNDADOR
É sem dúvida a ordem militar nacional mais antiga, mais prestigiosa e com mais história. Todos já ouvimos falar da Ordem de Avis e de seus mestres, título que actualmente pertence ao Presidente da República, mas poucos saberão quais foram as suas origens.
Aqui tem revelada a história desta Ordem militar e quem escreveu a sua regra. O dia da ordem é celebrado a 23 de Dezembro.

Texto: Inglês / Português
Fontes: Nobility Org. - Wikipédia


INFORMAÇÃO EM INGLÊS

The Knights of Aviz and Their Cistercian Founder


Saint John of Cirita

Memorial: 23 December

Benedictine monk, also known as John Ziritu. Hermit in Galacia. Monk at Toronca, Portugal, which he helped turn into a Cistercian house. Wrote the Rule of the Knights of Aviz (Portuguese: Ordem Militar de Avis).  Died, c. 1164.

Cross of Ordem de Avis (Aviz Order) Photo by Nuno Tavares
Cross of Ordem de Avis (Aviz Order) Photo by Nuno Tavares


The Military Order of St. Benedict of Aviz

A military body of Portuguese knights.
The Kingdom of Portugal, founded in 1128, was not only contemporaneous with the Crusades but conducted one of its own against the Moors. Some crusaders were bound only by temporary vows, and when these expired they would sometimes return to their country although the war was not ended. This accounts for the favour with which military orders were regarded beyond the Pyrenees, in Portugal as well as in Spain; for in them the vow of fighting against the infidels was perpetual, like other monastic vows. Knights Templar were found in Portugal as early as 1128, and received a grant from Queen Teresa in the year of the Council of Troyes, which confirmed their early statutes.
A native order of this kind sprang up in Portugal about 1146. Affonso, the first king gave to it the town of Evora, captured from the Moors in 1211, and the Knights were first called “Brothers of Santa Maria of Evora”.

City of Evora. Photo by Darwinius.
City of Evora. Photo by Darwinius.
Pedro Henriquez, an illegitimate son of the king’s father, was the first grand master. After the conquest of Aviz the military castle erected there became the motherhouse of the order, and they were then called “Knights of St. Benedict of Aviz”, since they adopted the Benedictine rule in 1162, as modified by John Ziritu, one of the earliest Cistercian abbots of Portugal.

Évora - part of the old wall Photo by FlavioGalvao
Évora – part of the old wall Photo by FlavioGalvao

Like the Knights of Calatrava in Castile, the Knights of Portugal were indebted to the Cistercians for their rule and their habit — a white mantle with a green fleur-de-lysed cross. The Knights of Calatrava also surrendered some of their places in Portugal to them on condition that the Knights of Aviz should be subject to the visitation of their grand master.
Hence the Knights of Aviz were sometimes regarded as a branch of the Calatravan Order, although they never ceased to have a Portuguese grand master, dependent for temporalities on the Portuguese king. At the accession of King Ferdinand (1383) war broke out between Castile and Portugal. When João I, who had been grand master of the Knights of Aviz, ascended the throne of Portugal, he forbade the knights to submit to Castilian authority, and consequently, when Gonsalvo de Guzman came to Aviz as Visitor, the knights, while according him hospitality, refused to recognise him as a superior. Guzman protested, and the point remained a subject of contention until the Council of Basle (1431), when Portugal was declared to be in the wrong. But the right of the Calatravans was never exercised, and the next grand master of the Knights of Aviz, Rodrigo of Sequirol, continued to assert supreme authority over them.

Medals of the Order of Avis
Medals of the Order of Avis

The mission of the military orders in Portugal seemed to fail after the overthrow of Moslem domination, but the Portuguese expeditions across the sea opened up a new field for them. The first landings of Europeans in Africa, the conquest of Ceuta by King João I (1415), the attacks upon Tangier under João’s son Duarte (1437) were also crusades, inspired by a religious spirit and sanctioned by similar papal Bulls.

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The Knights of Aviz and the Knights of Christ, scions of the Knights Templars, achieved deeds of valour, the former under the Infants Fernando, the latter under Henrique, brother of King Duarte. Fernando displayed a no less heroic forbearance during his six years of captivity among the Moslems, a long martyrdom which after his death placed him among the Blessed (Acta SS.,5 June). This splendid enthusiasm did not last. Soon the whole nation became affected by the wealth that poured in, and the Crusade in Africa degenerated into mere mercantile enterprise; the pontifical Bulls were made a vulgar means of raising money and after the grand mastership of the order (1551) had been vested in the king in perpetuity, he availed himself of its income to reward any kind of service in the army or the fleet. If the wealth of the Knights of Aviz was not as great as that of the Knights of Christ, it was still quite large, drawn as it was from some forty-three commanderies. The religous spirit of the knights vanished, and they withdrew from their clerical brothers who continued alone the conventual life. They were dispensed from their vow of celibacy by Alexander VI (1402), who tolerated their marriage to prevent scandalous concubinage; Julius III (1551) allowed them to dispose freely of their personal properties. Nobility of birth remained the chief requirement of aspirants to the mantle, a requirement confirmed by a decree of 1604. Queen Maria I, supported by Pope Pius VI (1 Aug., 1789), attempted a last reformation and failed. Finally, the military orders were suppressed by Dom Pedro, after the downfall of the Miguelist usurpation (1834).

The Order of Saint Benoit d'Avis
The Order of Saint Benoit d’Avis

For Documents: Noronha. Constitucoes de S. Bento de Aviz (Lisbon. 1631). For history: Jos. Da Purificao, Catalogo dos Mestres de Aviz, 1722 (Acad real de Historia); Burro, Chronica de Cister, onde, etc. (Lisbon. 1602); cf Almeida in Mem. Acad. Scient. Lisboa (1837); Helyot Dict. Des ordes religieuz (1847), 1, 348-350; Schefer, Gesch. Von Portugal (Gotha 1834-54); Herculano, History of Portugal (Lisbon, 1554-73).
CH. MOELLER (1913 Catholic Encyclopedia)

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In the reign of the First King of Portugal, Alphonso I, in the year 1143, or 1147, several noble Portuguese formed themselves into a military fraternity, which they named the “New Knighthood,” having for its object the subjection of the Moors. Sanctioned by the King, and presented with the Castle Mafra, which they had conquered, the Knighthood existed for a long time without solemn vows, and almost without any Statutes, until 1162, when it was converted into a spiritual Order, and received from John of Cirita, the Papal Legate, a series of Statutes which bound the Knights to solemn vows of chastity and mercy, to the defence of the Catholic religion, to the observance of the rules of the Benedictine and Cistercian monks, and to the wearing of a costume consisting of a white military coat, with a black hood above it, to which was fastened a narrow black scapular reaching below the sword belt, but without mountings of precious stones or gold on either weapon, spurs or apparel.

Evora - Chapel of Bones. Photo by Nuno Sequeira André.
Evora – Chapel of Bones. Photo by Nuno Sequeira André.

In 1188, when Sancho I., son of Alphonso I, had availed himself of the presence of James of Avesnes, who, with an army of Crusaders, had been thrown by a gale upon the Portuguese coast, to reconquer a few provinces of his Kingdom, he transferred to the new Order of Knighthood the reconquered town of Evora, and, by the name of Knights of Evora, they were subsequently known, until the reign of Alphonso II, the successor of Sancho I, (1211—1223), who put them into possession of the frontier fortress, Aviz, in Alemtejo, a designation they thenceforth adopted.
In 1213, Rodrigo Garcia de Aca, seventh Grand Master of the Order of Calatrava, ceded several important places and domains which his Order possessed in Portugal to the Knights of Aviz, who, in return, adopted the rules, Statutes, and authority of Calatrava; the Union was, however, broken off in 1385, and as neither the efforts of the Kings, nor even the decision of the Council of Basle were able to prevent the complete solution of the union, the Order stood, since 1550, with a few interruptions during the reign of Philip II under an Administrator, and the independent authority of the Kings of Portugal, who are Grand Masters of the same.

Portuguese Caravel with Crusader Cross. Photo by PHGCOM
Portuguese Caravel with Crusader Cross. Photo by PHGCOM

In 1789, Queen Mary converted it into an Order of Merit, and divided it into three classes: Six Knights of the Grand Cross (who wear the decoration across the right shoulder towards the left hip by a broad green ribbon); forty-nine Commanders (who wear the same decoration round the neck), and an unfixed number of Knights (who wear the decoration fastened at the button-hole). The first two classes wear, besides, on the left side of the breast the Star.
At that period, the Order was in possession of eighteen villages, and forty-nine prebends, or benefices, while its annual revenue exceeded 80,000 ducats.
The Orders of Knighthood British and Foreign, by Rajah Sir Sourindro Mohun Tagore, Calcutta, 1884, published by The Catholic Orphan Press, Part II, p. 78-79)



INFORMAÇÃO EM PORTUGUÊS 

OS CAVALEIROS DE AVIS E O SEU FUNDADOR CISTERCIANO 

Monge beneditino, também conhecido como John Ziritu. Eremita em Galacia. Monge no Toronca, Portugal, que ele ajudou a se transformar em uma casa de Cister. Escreveu a Regra dos Cavaleiros de Aviz (Português: Ordem Militar de Avis). Morreu, c. 1164.

A Ordem Militar de São Bento de Aviz

Um corpo militar dos cavaleiros portugueses.

O Reino de Portugal, fundada em 1128, não foi apenas contemporâneo com as Cruzadas, mas realizou um de seus próprios contra os mouros. Alguns cruzados estavam ligados apenas por votos temporários, e quando estes expirou eles, às vezes, regressar ao seu país, embora a guerra não terminou. Isso explica a favor com que ordens militares eram considerados além dos Pirinéus, em Portugal, bem como em Espanha; porque nelas a promessa de lutar contra os infiéis era perpétua, assim como outros votos monásticos. Cavaleiros Templários foram encontrados em Portugal, já em 1128, e recebeu uma bolsa da Rainha Teresa, no ano do Conselho de Troyes, que confirmou seus primeiros estatutos.

A ordem nativo deste tipo surgiram em Portugal cerca de 1146. Affonso, o primeiro rei deu a ele a cidade de Évora, conquistada aos mouros em 1211, e os Cavaleiros foram chamados pela primeira vez "Irmãos de Santa Maria de Évora".


Pedro Henriquez, um filho ilegítimo do pai do rei, foi o primeiro grande mestre. Após a conquista de Aviz o castelo militar levantou ali tornou-se a casa-mãe da ordem, e eles foram então chamados de "Cavaleiros de São Bento de Aviz", uma vez que eles adotaram a regra beneditina em 1162, tal como modificada pela John Ziritu, um dos mais antigos abades cistercienses de Portugal.

Como os Cavaleiros de Calatrava em Castela, os Cavaleiros de Portugal estavam em débito com os cistercienses para seu governo e seu hábito - um manto branco com uma cruz fleur-de-lise verde. Os Cavaleiros de Calatrava também se rendeu alguns de seus lugares em Portugal a eles a condição de que os Cavaleiros de Aviz deve estar sujeita à visitação de seu grande mestre.

Por isso, os Cavaleiros de Aviz foram às vezes considerada como um ramo da Ordem Calatravan, embora eles nunca deixaram de ter um grande mestre Português, dependente de temporalidades sobre o rei Português. Com a ascensão do rei Ferdinand (1383) a guerra eclodiu entre Castela e Portugal. Quando João I, que havia sido grão-mestre dos Cavaleiros de Aviz, subiu ao trono de Portugal, ele proibiu os cavaleiros se submeter à autoridade castelhano e, conseqüentemente, quando Gonçalo de Guzman chegou a Aviz como visitante, os cavaleiros, enquanto, segundo ele hospitalidade, recusou-se a reconhecê-lo como um superior. Guzman protestou, eo ponto continuou a ser um assunto de disputa até que o Conselho de Basileia (1431), quando Portugal foi declarado ser o errado. Mas o direito dos Calatravans nunca foi exercido, e no próximo grande mestre dos Cavaleiros de Aviz, Rodrigo de Sequirol, continuou a afirmar a autoridade suprema sobre eles.


A missão das ordens militares em Portugal parecia falhar após a derrubada da dominação muçulmana, mas as expedições portuguesas sobre o mar abriu um campo novo para eles. Os primeiros desembarques de europeus em África, a conquista de Ceuta por D. João I (1415), os ataques à Tangier sob o filho de João Duarte (1437) também foram cruzadas, inspirado por um espírito religioso e sancionadas pelo semelhantes bulas papais.

Os Cavaleiros de Aviz e os Cavaleiros de Cristo, descendentes dos Cavaleiros Templários, alcançado actos de bravura, o antigo sob o Infants Fernando, este último sob Henrique, irmão de D. Duarte. Fernando exibida uma tolerância não menos heróica durante seus seis anos de cativeiro entre os muçulmanos, um longo martírio que após sua morte o colocou no álbum dos Beatos (Acta SS., 05 de junho). Este magnífico entusiasmo não durou muito. Logo toda a nação tornou-se afetado pela riqueza que derramou dentro, e da Cruzada na África degenerou em mera empresa mercantil; os Bulls pontifícias foram feitos um meio vulgares de levantar o dinheiro e depois do Grão Mestre da Ordem (1551) tinham sido investidos no rei em perpetuidade, ele aproveitou-se de sua renda para premiar qualquer tipo de serviço no exército ou frota. Se a riqueza dos Cavaleiros de Aviz não era tão grande quanto a dos Cavaleiros de Cristo, ainda era muito grande, como foi elaborado a partir de alguns quarenta e três comendas. O espírito religioso dos cavaleiros desapareceu, e eles se retiraram de seus irmãos clericais que continuaram sozinhos a vida conventual. Eles eram dispensados de seu voto de celibato por Alexandre VI (1402), que toleraram seu casamento para evitar concubinato escandaloso; Júlio III (1551) permitiu-lhes dispor livremente de seus bens pessoais. A nobreza de nascimento permaneceu o chefe exigência dos aspirantes ao manto, uma exigência confirmado por um decreto de 1604. Rainha Maria I, apoiado pelo Papa Pio VI (01 de agosto de 1789), tentou uma última reforma e falhou. Por fim, as ordens militares foram reprimidas por Dom Pedro, após a queda da usurpação miguelista (1834).

Para Documentos: Noronha. Constitucoes de S. Bento de Aviz (Lisboa. 1631). Para a história:. Jos Da Purificao, Catalogo dos Mestres de Aviz, 1722 (Acad reais de Historia); Burro, Chronica de Cister, Onde, etc. (Lisboa 1602.); cf Almeida em Mem. Acad. Scient. Lisboa (1837); Helyot Dict. Des ordes religieuz (1847), 1, 348-350; Schefer, Gesch. Von Portugal (Gotha 1834-1854); Herculano, História de Portugal (Lisboa, 1554-1573).

CH. MOELLER (1913 Enciclopédia Católica)


No reinado do primeiro rei de Portugal, Afonso I, no ano de 1143, ou 1147, vários nobre Português formaram uma fraternidade militar, que deram o nome de "New Cavalaria", tendo por objeto a sujeição dos mouros. Sancionada pelo Rei, e apresentado com o Castelo de Mafra, que haviam conquistado, a Cavalaria existe há muito tempo, sem votos solenes, e quase sem nenhum Estatutos, até 1162, quando foi convertida em uma ordem espiritual, e recebeu de João de Cirita, o Legado Pontifício, uma série de estatutos que vinculava os Cavaleiros para solenes votos de castidade e misericórdia, para a defesa da religião católica, com a observância das regras dos monges beneditinos e cistercienses, e para o uso de um costume que consiste em um casaco militar branco, com um capuz preto acima dele, para o qual foi fixado um escapulário estreito preto atingindo abaixo da cintura espada, mas sem armação, de pedras preciosas ou ouro de cada arma, esporas ou vestuário.

Em 1188, quando Sancho I., filho de Afonso I, havia se aproveitado da presença de James de Avesnes, que, com um exército de cruzados, tinha sido atirado por um vendaval sobre o litoral Português, para reconquistar algumas províncias do seu Unido, ele se transferiu para a nova Ordem da Cavalaria da cidade reconquistada de Évora, e, com o nome de cavaleiros de Évora, que foram posteriormente conhecido, até o reinado de Afonso II, o sucessor de Sancho I, (1211-1223), que colocá-los em posse da fortaleza de fronteira, Aviz, no Alentejo, uma designação que desde então adotado.

Em 1213, Rodrigo Garcia de Aca, sétimo Grão-Mestre da Ordem de Calatrava, cedeu vários lugares e domínios que sua Ordem possuía em Portugal para os Cavaleiros de Aviz, que, em troca, adotadas as regras, estatutos importantes e autoridade de Calatrava ; da União foi, no entanto, interrompidas em 1385, e uma vez que nem os esforços dos Reis, nem mesmo a decisão do Conselho de Basileia foram capazes de impedir a solução completa da união, a Ordem estava, desde 1550, com alguns interrupções durante o reinado de Filipe II ao abrigo de um administrador e, a autoridade independente dos Reis de Portugal, que são Grandes Mestres do mesmo.


Em 1789, a rainha Mary converteu-o em uma Ordem de Mérito, e é dividido em três classes: Seis Cavaleiros da Grande Cruz (que usam a decoração em todo o ombro direito em direção ao quadril esquerdo por uma fita verde largo); quarenta e nove comandantes (que usam a mesma decoração em volta do pescoço), e um número não fixado de Cavaleiros (que usam a decoração preso no botão buracos). As duas primeiras classes de desgaste, além disso, no lado esquerdo do peito da Estrela.

Naquele período, a Ordem estava na posse de dezoito aldeias, e quarenta e nove prebendas, ou benefices, enquanto sua receita anual ultrapassou 80 mil ducados.

As Ordens de Cavalaria Britânica e Estrangeira, por Rajah Sir Sourindro Mohun Tagore, Calcutá, 1884, publicado pelo The Orphan Catholic Press, Parte II, p. 78-79)



A HISTÓRIA DA ORDEM:          

Ordem de São Bento de Avis


Ordem de São Bento de Avis
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Santa Sé
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Status: Extinta como ordem eclesiástica. Ativa como ordem honorífica
Chefe: Grão-Mestre Aníbal António Cavaco Silva
Instituição: Portugal, Século XII
Fundador: D. Afonso Henriques
Lema: Ordo Militiae Avi
Classes:
A Ordem de São Bento de Avis (inicialmente chamada de Milícia de Évora ou Freires de Évora) era originalmente uma ordem religiosa militar de cavaleiros portugueses. Esta ordem parece ter tido origem em Castela, como ramo da Ordem de Calatrava, embora muitos historiadores afirmem sua criação em Portugal, no século XII, por D. Afonso Henriques. Em 1789 a Ordem de Avis foi secularizada, tornando-se uma ordem honorífica até sua extinção em 1910. A ordem foi refundada em 1917, como sucederia à Ordem Militar de Cristo no ano seguinte, e é presidida pelo seu grão-mestre, o Presidente da República Portuguesa.

História

O Reino de Portugal, fundado na primeira metade do século XII, não foi apenas contemporâneo das Cruzadas do Oriente, mas conduziu a sua própria guerra de cruzada contra os Mouros – a chamada Reconquista cristã. Nesse contexto, nasceram na Península Ibérica ordens religiosas autónomas, de carácter supranacional, destinadas a expulsar os muçulmanos do território – paralelamente às ordens nascidas na Terra Santa, como os Templários ou os Hospitalários.
Entre as ordens de carácter ibérico, destacam-se a Ordem de Santiago, a Ordem de Alcântara e a Ordem de Calatrava. Esta última, fundada em 1158 com o auxílio do rei Sancho III de Castela, foi logo confirmada por bula papal, adoptando a regra de São Bento e a Constituição da Ordem de Cister. Da Ordem de Calatrava viria a nascer, como braço autónomo no reino de Portugal, a futura Ordem de São Bento de Avis.
Por seguirem a regra beneditina, daí advém a origem do hábito das ordens de Calatrava e Avis – branco, com uma cruz flordelisada (vermelha, no caso da Ordem de Calatrava, e verde, na de Avis). De igual modo, o estabelecimento dessa regra impedia os seus membros de se casarem (ao contrário de outras ordens religiosas militares, cujos membros eram leigos). Contudo, o concubinato era bastante comum, o que levou a que o Papa Alexandre VI (em 1402) tolerasse o casamento, como forma de prevenir eventuais concubinagens e desregramentos da vida conventual.
Afonso I de Portugal, viria a ocupar Évora cerca de 1165, e cerca de 1175 doaria bens na cidade, intramuros, aos frades de Calatrava instalados em Portugal – donde o primeiro nome dessa milícia em solo lusitano: os freires de Santa Maria de Évora ou milícia de Santa Maria de Évora – a fim de a povoarem, desenvolverem e organizarem.
Inclusivamente, o primeiro rei viria a conceder a um seu filho ilegítimo, Pedro Afonso, mestre da Ordem de Avis, o cargo de primeiro mestre dessa ordem em solo português.
Embora os Freires de Évora mantivessem a obediência que deviam ao seu prior em Castela, cedo porém ganhou foros de «ordem nacional», sobretudo a partir do momento em que se deslocam para o lugar de Avis, que lhes fora doado em 1211 pelo rei Afonso II. O nobre D. Martins de Avelar assume oficialmente o mestrado da Ordem de Avis até sua súbita morte no verão de 1364.
Por volta de 1364, o rei Pedro I de Portugal entrega o mestrado da ordem ao seu bastardo João, filho do relacionamento com uma dama galega de nome Teresa Lourenço. Seria este mesmo João que, após a morte de Fernando, viria a congregar inúmeros apoios na luta contra Beatriz de Portugal, a legítima herdeira do trono, vencer o rei castelhano João I em Aljubarrota e a ser declarado rei pelas Cortes de Coimbra de 1385.
A ascensão de D. João, Mestre de Avis, ao trono de Portugal, ditou, por um lado, a integração do mestrado dessa ordem na Coroa de Portugal (sendo nomeados ou membros da família real, ou nobres da inteira confiança do monarca, como foi o caso do primeiro grão-mestre após D. João, Fernando Rodrigues de Sequeira), e por outro, um maior afastamento face à Ordem de Calatrava; após 1385, os cavaleiros da Ordem recusaram-se a reconhecer o grão-mestre castelhano, Gonçalo de Guzmán, como seu superior. Isto conduziu inclusivamente a problemas junto do Papado (a que se juntava o posicionamento de ambas as coroas durante o Grande Cisma do Ocidente, com João I de Portugal a apoiar o Papa de Roma, e João I de Castela, o cismático de Avinhão), apenas resolvidos definitivamente com o concílio de Basileia-Ferrara-Florença (1431).
Por outro lado, a subida ao trono de um mestre de Avis levou a que lhe fosse concedida dispensa canónica para celebrar casamento, já que, ao abrigo da regra beneditina que a Ordem de Avis seguia, os membros da dita ordem professavam voto de castidade.
Com a subida ao trono de João I de Portugal reacende-se a chama da guerra de cruzada, há muito perdida em Portugal; as conquistas no Magrebe conduzem as ordens religiosas a novas paragens. Assim, os cavaleiros de Avis (bem como os de Cristo, a outra ordem nacional portuguesa) estarão presentes na conquista de Ceuta (1415), bem como no falhado ataque a Tânger (1437), no qual ficou detido (e acabou por morrer em cativeiro com fama de santidade) o infante D. Fernando, o qual era então mestre da Ordem desde 1434. Por sua morte, em Fez, em 1443, passou o mestrado para as mãos do filho mais velho do regente Pedro, Duque de Coimbra, também chamado Pedro (o qual viria a ser, por breve período, rei de Aragão).
A ordem foi depois herdada pelo príncipe D. João (futuro João II de Portugal), pelo seu filho ilegítimo Jorge de Lencastre, e, por morte deste, em 1551 (reinado de João III de Portugal), o grão-mestrado da Ordem de Avis foi incorporado perpetuamente à Coroa, perdendo todo o seu carácter religioso. Nesse mesmo ano, o Papa Júlio III viria permitir que os seus membros pudessem dispor livremente dos seus bens (contrariando também o voto de pobreza feito pelos seus membros). Por esta altura, o único critério que passou a ser necessário para a admissão na Ordem era a pertença ao Estado da Nobreza, o que foi confirmado por um decreto de 1604.
Em 1 de Agosto de 1789, a rainha Maria I de Portugal, com o auxílio do Papa Pio VI, tentou reformar a ordem de Avis, mas acabou apenas por secularizá-las – as três ordens – (Avis, Santiago e de Cristo), embora tivesse mantido o grão-mestrado integrado ainda à Coroa. Desta secularização radicou o nascimento da Banda das Três Ordens (uma faixa tripartida de púrpura, vermelho e verde, representando respectivamente as Ordens de Santiago, Cristo e Avis), com a qual foram desde então agraciados os chefes de Estado portugueses (reis ou presidentes) quando da sua subida ao poder, como símbolo da magistratura que exercem.
A ordem foi também levada para o Brasil, pelo príncipe regente D. João e, em 1834, o regente D. Pedro, Duque de Bragança, em nome da jovem rainha Maria II, aboliu completamente a ordem. Esta, contudo, viria a ser restaurada e reformada com o nome de Real Ordem Militar de São Bento de Avis em 1894,1 durante o governo de Hintze Ribeiro, com o carácter de ordem honorífica que ainda hoje mantém, destinando-se a condecorar personalidades militares que tivessem obrado papel de relevo.

Ordem Militar de Avis

Novamente extinta em 1910 (em conjunto com as demais ordens), pelo Governo Provisório da República Portuguesa, que julgava a atribuição de ordens algo próprio do carácter de não-igualdade social da Monarquia, foi restaurada (de novo também com as honoríficas Ordem Militar de Cristo e a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada) em 1918 por Sidónio Pais, no quadro da Primeira Guerra Mundial (julgou-se então ser oportuno condecorar os militares que se haviam distinguido nas campanhas contra os Alemães em Flandres, em Angola e em Moçambique - isto muito embora o próprio Sidónio fosse contra a participação de Portugal na guerra).
Após o seu assassinato em Dezembro desse ano, não se voltou ao statu quo ante; o regime das ordens foi depois regulamentado, já durante o Estado Novo (1962), e mais recentemente, em 1986, quando se definiu as atribuições de cada ordem e o seu regime de concessão, em exclusivo, por iniciativa do Presidente da República, Grão-Mestre das Ordens. Assim sendo, a Ordem Militar de Avis ficou destinada a premiar serviços militares de excepcional relevo, sendo apenas atribuída a quadros das Forças Armadas e/ou militarizadas (isto é, da Guarda Nacional Republicana, GNR e da Guarda Fiscal), bem ainda como a corpos ou unidades militares, a título colectivo, podendo a condecoração ser efectuada em vida ou postumamente.
A insígnia desta Ordem é originalmente composta por uma cruz latina verde, flordelizada. No Brasil, fita e banda verde, com orla vermelha. Por fim, divide-se a atribuição do título da ordem nos graus de cavaleiro (ou dama), oficial, comendador, grande-oficial e grã-cruz.

Lista de Mestres da Ordem de Avis

Com sede em Évora

  1. D. Pedro Afonso (c. 1160-1169)
  2. D. ... (1169-1175)
  3. D. Fernão Rodrigues Monteiro (1175-1195)
  4. D. ... (1195-1197)
  5. D. Gonçalo Viegas de Lanhoso (1197-1219)

Com sede em Avis

  1. D. Fernando Eanes (1219-1237)
  2. D. Fernão Soares (?-?)
  3. D. Lourenço Afonso (?-?)
  4. D. João Pires (?-?)
  5. D. Vasco Afonso (?-?)
  6. D. Gil Martins (?-?)
  7. D. Garcia Pires (?-?)
  8. D. Gil Pires (?-?)
  9. D. Afonso Mendes (?-?)
  10. D. Gonçalo Vaz (?-?)
  11. D. João Rodrigues Pimentel (?-?)
  12. D. João Afonso (?-?)
  13. D. Diogo Garcia (?-?)
  14. D. João Porteiro (?-?)
  15. D. Egas Martins (?-?)
  16. D. Martim Fernandes (?-?)
  17. D. Martim de Avelar (1282-1364?)
  18. D. João I de Portugal (1364-1387)

Administradores da Ordem

Com a subida ao trono do Mestre de Avis, a ordem iniciou o seu processo de anexação à Coroa, designando o monarca o administrador da mesma:
  1. D. Fernando Rodrigues de Siqueira (1387-?)
  2. D. ... (?-1434)
  3. D. Fernando de Portugal, o Infante Santo (1434-1443)
  4. D. ... (1443-1445)
  5. D. Pedro de Coimbra, Condestável de Portugal (Pedro V de Aragão), filho do Pedro, Duque de Coimbra (1445-1466)
  6. D. ... (1466-1468)
  7. D. João II de Portugal (1468-1490)
  8. Infante D. Afonso (filho de D. João II - morreu antes da confirmação papal) (1490-1491)
  9. D. Jorge de Lancastre (filho de D. João II) (1491-1551)
Desde 1551, com a incorporação do mestrado da Ordem na Coroa Portuguesa que o cargo de Mestre é desempenhado pelo chefe de Estado Português.

Património associado