quarta-feira, 4 de junho de 2014

AS GÁRGULAS DA RIVALIDADE ENTRE PORTUGAL E ESPANHA

História de Portugal
 AS GÁRGULAS DA RIVALIDADE ENTRE PORTUGAL E ESPANHA
As gárgulas são a saída, ou escapatória, das águas pluviais localizadas por isso mesmo nos beirais dos telhado de igrejas, conventos, palácios e outros monumentos. Era frequente os arquitectos ornamentarem essas saídas de águas com figuras mitológicas, cenas que alertassem para as consequências do pecado, ou fizessem crítica social sobre temas do dia-a-dia.São a essas figuras arquitectónicas que chamamos gárgulas. 
Aqui tem algumas gárgolas antigas, representativas da rivalidade vivida naqueles tempos, entre Portugal e as Espanhas. (José Rui Lira).

Texto: Português
Fonte: Portugal Glorioso - Wikipédia



As gárgulas malcriadas...!

A gárgula é a saída, ou escapatória, das águas pluviais localizadas por isso mesmo nos beirais. Um detalhe curioso da Matriz de Caminha é uma gárgula que se encontra virada para Espanha. Essa gárgula representa um homem de traseiro ao léu, "cagando" para os espanhóis... Quando chove, a água da chuva escorre pelo buraco, como se o homem estivesse com diarreia!



Este tipo de gárgula não é exclusivo desta igreja. Existe uma gárgula semelhante, por exemplo, na Sé Catedral da Guarda.


Na Sé de Braga podemos encontrar  este exemplar também sempre virado para Espanha


Em Miranda do Douro, igualmente, há uma casa que tem um apoio para vasos de flores em forma de cu, numa fachada da Rua do Abade de Baçal. E mais cus haverá certamente ao longo da fronteira, todos devidamente virados para os espanhóis.

É claro que estes traseiros malcriados são sinais de um tempo passado, de guerras e inimizades, entre Portugal e Espanha. Nos tempos que correm, eles são completamente anacrónicos. Ainda mais anacrónicos são em Caminha, tendo em vista os laços de especial cordialidade que existem entre portugueses e galegos. 

Ao fim de tantos séculos de separação política, de guerras, ódios e mortes aos milhares, portugueses e galegos acabam por descobrir que afinal são irmãos, de sangue e de cultura. 
O Rio Minho não separa; une, isso mesmo, junto aos beirais.



Gárgulas



Quimera na Catedral de Notre-Dame de Paris.

Gárgula em formato de animal, daCatedral de Reims.
As gárgulas, na arquitetura, são desaguadouros, ou seja, são a parte saliente das calhas de telhados que se destina a escoar águas pluviais a certa distância da parede e que, especialmente na Idade Média, eram ornadas com figuras monstruosas, humanas ou animalescas, comumente presentes na arquitetura gótica. O termo se origina do francêsgargouille, originado de gargalo ou garganta, em Latim gurgulio, gula. Palavras similares derivam da raiz gar, engolir, a palavra representando o gorgulhante som da água; em italiano: doccione; alemão: AusgussWasserspeier.
Acredita-se que as gárgulas eram colocadas nas Catedrais Medievais para indicar que o demônio nunca dormia, exigindo a vigilância contínua das pessoas, mesmo nos locais sagrados.
Uma quimera, ou uma figura grotesca, é um tipo de escultura similar que não funciona como desaguadouros e serve apenas para funções artísticas e ornamentais. Elas também são popularmente conhecidas como gárgulas.

História

O termo gárgula é majoritariamente aplicado ao trabalho medieval, mas através das épocas alguns significados de escoar a água do telhado, quando não conduzidos por goteiras, foram adotados. No antigo Egito, as gárgulas escoavam a água usada para lavar os vasos sagrados, o que aparentemente precisava ser feito no telhado plano dostemplos. Nos templos gregos, a água dos telhados passava através da boca de leões os quais eram esculpidos ou modelados em mármore ou terracota na cornija. Em Pompeia, muitas gárgulas de terracota que foram encontradas eram modeladas na forma de animais.
Uma lenda francesa gira em torno do nome de São Romano (+ 641 D.C), primeiro chanceler do rei merovíngio Clotário II, que foi feito bispo de Ruão. A história relata como ele e mais um prisioneiro voluntário derrotaram "Gárgula", (La Gargouille), um dragão-do-rio (ou serpente-do-rio) que vivia nos pântanos da margem esquerda no rio Sena, em Ruão, e que afundava os barcos e comia as pessoas e os animais da região. Um dia, o bispo atraiu a Gárgula para fora do rio com um crucifixo, e usando seu lenço como cabresto, levou o monstro até à praça principal. Lá, os aldeões a queimaram até a morte.
Apesar da maioria ser figuras grotescas, o termo gárgula inclui todo o tipo de imagem. Algumas gárgulas são esculpidas como monges, outras combinando animais reais e pessoas, e muitas são cômicas.

Séculos XIX e XX

Gárgulas, ou mais precisamente quimeras, foram usadas na decoração no século XIX e no começo do século XX em construções de cidades como Nova Iorque eChicago. Gárgulas podem ser encontrados em muitas igrejas e prédios.
Uma das mais impressionantes coleções de gárgulas modernas pode ser encontrada na Catedral Nacional de Washington, nos Estados Unidos. A catedral iniciada em 1908 é encrustada com demônios em pedra calcária. No século XX, o neogótico produziu muitas gárgulas modernas, notavelmente na Universidade de PrincetonUniversidade de Duke e na Universidade de Chicago.

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