Documentários
OS MISTÉRIOS DA TUMBA DE JESUS
Depois de se descobrir que era falsa a localização e as sepulturas de Jesus e sua família que nos foi apresentada no famoso documentário produzido por James Cameron, a localização exacta da tumba de Jesus Cristo continua a ser um dos grandes mistérios da humanidade que nos tem confundido de há 2000 anos para cá. O doc. de James Cameron revelou-se falso ao descobrir-se que as inscrições nos ossários encontrados tinham sido falsificados, tendo sido acrescentados nomes que induziam em erro a fim de levar a acreditar que se tratava da tumba familiar de Jesus. O logro foi levado a cabo por um comerciante sem escrúpulos, que apenas pretendia ganhar uns tostões. É que continua a haver homens que por dinheiro são capazes de vender o próprio Deus. A história de Judas repete-se assim. Isto mostra bem como são inúmeros os mistérios e problemas que nos surgem à medida que vamos seguindo as pistas existentes em diversos tipos de documentos históricos para chegar à verdade.
Aqui lhes deixo este documentário que tenta revelar este mistério, viajando por todo o mundo e reunindo os conhecimentos dos maiores religiosos estudiosos da vida de Cristo, assim como dos melhores historiadores e arqueólogos, na esperança de reunir as pistas necessárias para revelar um dos mais emblemáticos e místicos lugares para a religião Cristã - a localização da Tumba de Jesus.
Áudio: Castelhano
Fonte: YouTube
A foto acima é da tradicional entrada do túmulo de Jesus em
Jerusalém. Embora o lugar seja apontado pela Igreja Católica e outras
igrejas cristãs como sendo o lugar certo, a verdade é que não há certeza
absoluta de que Jesus foi sepultado aqui mesmo. Para os cristãos
reformados, o exato local -- e mesmo, um local -- não faz muita
diferença. Para eles, Jesus morreu no monte Gólgota e foi sepultado em
algum lugar nos arredores de Jerusalém, ressuscitou dos mortos ao
terceiro dia e subiu aos céus, conforme o relato dos Evangelhos.
Agora,
o Discovery Channel anuncia documentário "imparcial" a ser veiculado 18
de março, com o título "O Sepulcro Esquecido de Jesus". Segundo o site
do Discovery, é "o provável achado mais importante da história". O
documentário, dirigido pelo diretor de "Titanic", James Cameron, é sobre
uma caverna encontrada em 1980 ou 1990 [tenho essas duas datas na
mídia] num bairro ao norte de Jerusalém contendo dez caixões que
guardariam os restos mortais de Jesus de Nazaré, de sua mãe Maria e de
Maria Madalena. Afirmará o documentário que a caverna é o local do
enterro de Jesus. "Se for comprovado que é verdadeiro, este será o mais
importante achado arqueológico da história do mundo cristão", afirma
notícia do Globo online.
A diferença entre o local
tradicional e esse apontado pelo Discovery é que o primeiro está vazio,
enquanto que o último, supostamente, contém os restos mortais de Jesus.
Se os reformados não se importam com o local exato, agora o assunto é
diferente. Faço as seguintes observações sobre a notícia e o fato em si.
1) Tem se tornado comum nos últimos anos a veiculação de
matérias anti-cristãs pela mídia internacional durante as datas
tradicionais da Cristandade, como Natal e Páscoa. O documentário da
Discovery irá ao ar exatamente no período da Páscoa. Nos anos anteriores
foi o Código da Vinci, o Evangelho de Tomé, o Evangelho de Judas, a
sepultura de um irmão de Jesus, etc. Agora é a vez da descoberta do
corpo de Jesus.
2) Os ataques da mídia e documentários como esse
são dirigidos primariamente contra a Igreja Católica. Note que não é só o
corpo de Jesus que pretensamente foi achado, mas também de Maria -- que
a Igreja Católica defende que foi assunta aos céus. De tabela, o
documentário atinge os protestantes, pelo menos os que acreditam no
relato bíblico da ressurreição de Jesus. Os neo-liberais e neo-ortodoxos
não serão muito atingidos se descobrirem o corpo de Jesus, pois, como
Bultmann já disse, a única coisa realmente histórica (que aconteceu de
fato) no Credo Apostólico é a frase "Cristo... padeceu sob Pôncio
Pilatos". Os demais itens -- nascimento virginal, ressurreição, ascenção
e segunda vinda -- é tudo fruto da fé criadora dos discípulos e não têm
a menor importância para o Cristianismo.
3) Não é a primeira vez
que aparece gente para derrubar a fé cristã na ressurreição de Jesus.
Já os judeus do primeiro século disseminaram a versão de que os
discípulos roubaram o corpo de Jesus e inventaram a história que ele
ressuscitou. Fala-se também que Jesus não morreu de fato, mas ficou em
coma, do qual se recuperou posteriormente. As idéias são muitas e
engenhosas. Recomendo a leitura da "Busca do Jesus Histórico" de Albert
Schweitzer para os interessados no assunto. Apesar de todos os ataques,
os fatos permanecem os mesmos: o túmulo vazio, a ausência do corpo de
Jesus, a mudança radical dos discípulos, o testemunho dos 4 Evangelhos e
de Paulo, um judeu convertido a Cristo, que afirma tê-lo visto
ressurreto.
4) Apesar da propaganda de que o documentário foi
montado por pesquisadores, especialistas, etc., estou simplesmente
curioso para ver as evidências que vão apresentar de que os restos
mortais dos dez caixões são de Jesus e de sua mãe. Pelo que li, Cameron e
Jacobovici, o co-produtor, "dizem ter encontrado sarcófagos com a
legenda 'Jesus, filho de José', 'Maria' e 'Judá' (que, segundo os
cineastas, seria filho de Jesus)". É essa a prova que vai destruir a
evidência oriunda do século I e que tem sido crida por 2 mil anos? Como
sabem se as inscrições são autênticas? Segundo alguns, "a inscrição
parecia duvidosa, pelo conteúdo, a caligrafia e o revestimento que o
cobria". Mesmo que fossem autênticas, só havia um Jesus, um José e uma
Maria em Israel no século I? São nomes extremamente comuns naquela
época.
5) À semelhança das demais tentativas anuais para
desacreditar o Cristianismo, essa vai para o esquecimento em breve, como
também já está indo o Código da Vinci e o Evangelho de Judas. É claro
que os incrédulos continuarão a se apegar teimosamente a qualquer coisa
que prometa comprovar que os Evangelhos são uma grande mentira. E mesmo
que o Discovery diga que é um "provável" achado, muitos verão o
documentário como prova absoluta de que Jesus não ressuscitou.
Uma
falha imperdoável destes documentários – compreensível por terem sido
escritas por cineastas, e não por peritos em crítica histórica do Novo
Testamento – é que não consultam a opinião de pesquisadores e
arqueólogos bíblicos de convicções conservadoras. São reportagens
unilaterais e preconceituosas. O documentário da Discovery está, num
sentido, longe de ser um documentário "imparcial".
O pressuposto
controlador do documentário com certeza é o racionalismo, para quem a
Bíblia é um livro religioso igual aos demais das outras religiões,
contendo elementos mitológicos e lendas. Temos também a natureza
altamente especulativa das ferramentas críticas utilizadas para
interpretar os achados aqueológicos.
Finalmente, não vou dizer que
se realmente acharem o corpo de Jesus tudo continua como antes. Terei
de clamar como Paulo, "se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé...
somos os mais infelizes de todos os homens" (1Cor 15). Para mim, a
ressurreição literal de Cristo de entre os mortos é o fundamento da fé
cristã. Por isso, considero uma coisa muito séria o que esses cineastas
estão tentando fazer. E não lamento nem um pouco o fracasso que vão
experimentar, como todos antes deles.
DOCUMENTÁRIO: OS MISTÉRIOS DA TUMBA DE JESUS
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