GATOS - A HISTÓRIA CIENTÍFICA E A HISTÓRIA MITOLÓGICA
Recentemente li um estudo publicado pela National Geographic que afirmava que em média, os donos de gatos eram mais inteligentes do que os donos de cães ou outras mascotas. Trata-se apenas de mais um elemento para a vasta mitologia e história destes fascinantes animais. Mas o objectivo desta publicação não é semear a discórdia nem provocar ninguém, mas sim, dar o máximo de informação a quem gosta de gatos. Assim, aqui tem revelado, tudo o que necessita saber sobre os Gatos e o seu mundo e História.
O gato acompanhou o Homem ao longo dos tempos. A sua origem não é bem clara. A Bíblia não se refere aos gatos, nem no famoso episódio da Arca de Noé se refere este animal, pelo que é de supor que ainda não existiam naquela altura. No entanto há uma interessante história não recolhida na Bíblia, mas sobre Noé e sua Arca, que explica a origem do gato. Se há animal mistico é sem dúvida o Gato. Desde serem considerados divinos e serem adorados, a serem considerados como animais malditos, mensageiros do Diabo ou companheiros de Bruxas, o gato passou por todas as fases. Na idade média, o gato passou de ser um animal bem visto à sua satanização. Eu no entanto fico com as palavras de Vitos Hugo: "Deus criou o gato, para ofrecer ao Homem a oportunidade de acariciar um Tigre."
Se gosta destes nobres animais, aqui tem revelada toda a sua história em 2 bons documentários, desde a sua origem, até aos seus poderes divinos ou Satánicos. Divirtam-se.
José Rui Lira.
Áudio: Castelhano
Texto: Português
Fonte: YouTube - Wikipédia
GATOS - PARTE I:
PARTE II - GATOS NA IDADE MÉDIA:
O Gato:
1 Gato | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Não avaliada: Domesticado | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Felis catus (Linnaeus, 1758) |
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Sinónimos | |||||||||||||||
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A primeira associação com os humanos da qual se tem notícia ocorreu há cerca de 9.500 anos, mas a domesticação dessa espécie oriunda do continente africano4 5 é muito mais antiga. Seu mais primitivo ancestral conhecido é o Miacis, mamífero que viveu há cerca de 40 milhões de anos, no final do período Paleoceno, e que possuía o hábito de caminhar sobre os galhos das árvores. A evolução deste animal deu origem ao Dinictis, espécie que já apresentava a maior parte das características presentes nos felinos atuais 6 sendo também o antepassado de linces, jaguatiricas, grandes felinos como tigres, pumas, leões, onças, leopardos e o extinto tigre-dente-de-sabre. A sub-família Felinae, que agrupa os gatos domésticos, surgiu há cerca de 12 milhões de anos, expandindo-se a partir da África subsaariana até alcançar as terras do atual Egito.7
Existem cerca de 250 raças de gato-doméstico, cujo peso variável classifica a espécie como animal doméstico de pequeno a médio porte. Assim como cães com estas dimensões, vive entre quinze e vinte anos. De personalidade independente, tornou-se um animal de companhia em diversos lares ao redor do mundo, para pessoas dos mais variados estilos de vida. Na cultura humana, figura da mitologia às superstições, passando por personagens de desenhos animados, tiras de jornais, filmes e contos de fadas. Entre suas mais conhecidas representações, estão os gatos: Tom, Frajola, Manda-Chuva, Gato Félix, Gaturro, O Gato de Botas e Garfield.
Taxonomia
O gato doméstico foi denominado Felis catus por Carolus Linnaeus na sua obra Systema Naturae, de 1798. Johann Christian Daniel von Schreber chamou de Felis silvestris, o gato selvagem em 1775. Desse modo, os gatos caseiros são considerados uma das sub-espécies do gato selvagem. Não é incomum, aliás, o cruzamento entre gatos domésticos e selvagens, formando espécimes híbridos.8Pelas regras de prioridade do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome das espécies domésticas deveria ser Felis catus. No entanto, na prática, a maioria dos biólogos utilizam Felis silvestris para as espécies selvagens e Felis catus somente para as formas domesticadas. Na opinião n.º 2027, publicada no Volume 60 (Parte I) do Bulletin of Zoological Nomenclature (31 de março de 2003),9 a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica confirmou a utilização de Felis silvestris para denominar o gato selvagem e Felis silvestris catus para as sub-espécies domesticadas. Felis catus segue sendo válido para a forma domesticada, se esta for considerada uma espécie separada.10
Johann Christian Polycarp Erxleben denominou o gato doméstico de Felis domesticus em suas obras Anfangsgründe der Naturlehre e Systema regni animalis, de 1777. Este nome e as suas variantes Felis catus domesticus e Felis silvestris domesticus não são nomes científicos válidos segundo as regras do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.
História e domesticação
Quando as populações humanas deixaram de ser nômades, a vida das pessoas passou a depender substancialmente da agricultura. A produção e armazenamento de cereais, porém, acabou por atrair roedores. Foi nesse momento que os gatos vieram a fazer parte do cotidiano do ser humano.7 Por possuírem um forte instinto caçador, esses animais espontaneamente passaram a viver nas cidades e exerciam uma importante função na sociedade: eliminar os ratos e camundongos, que invadiam os silos de cereais e outros lugares onde eram armazenados os alimentos.12 13
Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso que havia leis proibindo que os gatos fossem "exportados".18 Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de luto.19
Não tardou para que alguns animais fossem clandestinamente transportados para outros territórios,20 fazendo com que a popularidade dos gatos aumentasse. Ao chegarem à Pérsia antiga, também passaram a ser venerados e havia a crença de que, quando maltratados, corria-se o risco de estar maltratando um espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na Terra. Desse modo, ao prejudicar um gato, o homem estaria atingindo a si próprio.16
Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos séculos os gatos tiveram uma posição privilegiada na Europa cristã. Porém, no início da Idade Média, a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria.21 Até hoje, ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais que trazem boa sorte. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.22
A primeira grande exposição de gatos aconteceu em 1871, em Londres. A partir desse momento, o interesse em se expor gatos desenvolvidos dentro de certos padrões propagou-se por toda a Europa.8
Atualmente, os gatos são animais bastante populares, servindo ao homem como um bom animal de companhia, e ainda continuam sendo utilizados por agricultores e navegadores de diversos países como um meio barato de se controlar a população de determinados roedores. Devido ao fato de sua domesticação ser relativamente recente, quando necessário convertem-se facilmente à vida selvagem, passando a viver em ambientes silvestres, onde formam pequenas colônias e caçam em conjunto.8
Características
Em cativeiro, os gatos vivem tipicamente de 15 a 20 anos, porém o exemplar mais velho já registado viveu até aos 38 anos.25 26 Os gatos domésticos têm a expectativa de vida aumentada quando não saem pelas ruas, pois isso reduz o risco de ferimentos ocasionados por brigas e acidentes. A castração também aumenta significativamente a expectativa de vida desses animais, uma vez que reduz o interesse do animal por fugas noturnas e também o risco de incidência de câncer de testículos e ovários.27
Gatos selvagens que vivem em ambientes urbanos têm expectativa de vida reduzida. Gatos selvagens mantidos em colônias tendem a viver muito mais. O Fundo Britânico de Ação para Gatos (British Cat Action Trust28 ) relatou a existência de uma gata selvagem com cerca de 19 anos de idade.29
Os gatos possuem trinta e dois músculos na orelha, o que lhes permite ter um tipo de audição direcional, movendo cada orelha independentemente da outra. Assim, um gato pode mover o corpo numa direção, enquanto move as orelhas para outro lado.30 A maioria dos gatos possui pavilhões auditivos orientados para cima. Diferentemente dos cães, gatos com orelhas dobradiças são extremamente raros. Os Scottish Folds são uma das exceções a essa regra, devida a uma série de mutações genéticas. Quando irritados ou assustados, os gatos repuxam os músculos das orelhas, o que faz com que elas se inclinem para trás.
O método de conservação de energia dos gatos compreende dormir acima da média da maioria dos animais, sobretudo à medida que envelhecem. A duração do período de sono varia entre 12–16 horas, sendo de 13–14 horas o valor médio. Alguns espécimes, contudo, podem chegar a dormir 20 horas num período de 24 horas.27
Um adágio popular diz que os gatos caem sempre de pé. Durante a queda, o gato consegue, por instinto, girar o corpo e prepará-lo para aterrar em pé graças ao sentido agudo de equilíbrio e flexibilidade. Um gato precisa de aproximadamente 90 centímetros para se virar. Mesmo os gatos sem cauda como grande parte dos indivíduos da sub-espécie Gato manês da Ilha de Man têm esta habilidade, pois o gato usa principalmente as patas traseiras e depende da conservação do momento angular para endireitar o corpo.31
Assim como a maioria das espécies de mamíferos, os gatos são capazes de nadar. No entanto, somente o fazem quando extremamente necessário, como em caso de queda acidental na água.32
Assim como os cães, os gatos são digitígrados: andam diretamente sobre os dedos; os ossos das suas patas compõem a parte mais baixa da porção visível das pernas. São capazes de passos precisos, colocando cada pata directamente sobre a pegada deixada pela anterior, minimizando o ruído e os trilhos visíveis.30
Alimentação
Os gatos não produzem a sua própria taurina (um ácido orgânico essencial). Como essa substância está presente no tecido muscular dos animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam dentição e aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução para ficar apenas com os segmentos que melhor processam as proteínas e gorduras de origem animal.34 O aparelho digestivo limita seriamente a capacidade dos gatos de digerir, metabolizar e absorver nutrientes de origem vegetal, bem como certos ácidos graxos.
A taurina é rara em plantas, mas relativamente abundante nos tecidos dos animais, sendo um aminoácido de grande importância para a saúde dos olhos dos gatos, de modo que a deficiência dessa substância pode causar uma degeneração macular, na qual a retina sofre destruição lenta e gradual, podendo causar uma cegueira irreversível no animal.
Os gatos são bastante seletivos em sua alimentação, o que pode ser decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral, não toleram mais de 36 horas de jejum sem que os seus rins sofram algum risco de dano.38
O gato exibe alguma preferência pela planta designada por nepeta, popularmente conhecida como erva-dos-gatos, ou catnip. Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e brincam com suas folhas e flores.39 Os gatos também podem sofrer de distúrbios alimentares diversos. Alguns contraem uma doença chamada pica,40 que consiste em um transtorno que os impele a mastigar objetos alheios a sua dieta, tais como terra, plástico, papel, lã, carvão e outros materiais, o que pode ser perigoso para a sua própria sobrevivência, dependendo da toxicidade desses materiais.35
O meio de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade para o animal ao longo do dia. Essa prática tem a vantagem de diminuir o pH da urina, evitando, desse modo, a formação de cálculos renais. No entanto, alguns veterinários costumam recomendar que o dono controle a quantidade de alimento ingerida, oferecendo ao gato porções limitadas, visando evitar que o animal fique com sobrepeso.41
O instinto para caçar é muito forte no gato. Mesmo sendo bem alimentado, pode tentar caçar algum pequeno animal, seja para comer ou por desporto.
Quando domesticados, é recomendado dar ração seca e húmida. Como são animais de deserto, costumam beber pouca água, a ração húmida permite-lhes ingerir água, sem a beber. A seca pode ser mais conveniente, mas obriga o animal a ingerir mais água, por outro lado, ração seca costuma ter cereais, o que não é muito natural para o gato.
Comportamento
Esses animais costumam copular somente quando a fêmea entra no cio. Este pode ocorrer várias vezes ao longo de um ano e dura aproximadamente uma semana. O macho procura cercar a fêmea, que tenta resistir ao máximo à cópula. Se o macho é hábil, ele conseguirá mordê-la na parte posterior do pescoço, imobilizando-a. Até conseguir isso, é comum que os dois soltem miados altos, diferentes do miado usual. A penetração é dolorosa. A cópula estimula o início do processo de ovulação das fêmeas: elas têm sensores nervosos que, com a dor, ativam o processo. Desse modo, poucos óvulos são perdidos.30
As fêmeas apresentam um temperamento variável: podem simular ignorar seu dono, dar atenção a ele ou ronronar. O comportamento dos gatos depende de cada indivíduo, do momento do dia e até mesmo das condições climáticas. Enquanto um felino pode ser muito sociável, o outro pode ser completamente arisco. Alguns gatos ficam agitados e aversos ao contato com humanos à noite. Ainda é possível observar que alguns desses animais ficam agitados quando uma tempestade está por vir, outros adotam uma posição defensiva, em que ficam deitados com as patas recolhidas, aguardando o início da chuva. Em algumas ocasiões, um gato filhote pode apresentar variações de energia, ficando algumas vezes mais calmo, outras mais agitado. Gatos adultos mantêm-se calmos por mais tempo que gatos pequenos, por serem maiores e mais pesados.8
Higiene
Os gatos são animais muito higiênicos, sendo que passam muitas horas por dia cuidando da limpeza de seus pelos. Para isso, utilizam a superfície áspera de suas línguas para remover partículas de pó e sujeira. Devido ao modo que tratam da sua higiene, lambendo-se e ingerindo muito pelos, os gatos eventualmente regurgitam esse material na forma de pequenas bolas contendo suco gástrico e material piloso.45 Outro aspecto característico da higiene desses felinos é o fato dele enterrar a sua urina e fezes, evitando assim que o cheiro denuncie sua presença a uma possível presa ou predador. Com isso, quando o gato é criado em locais sem a presença de solo exposto, há a necessidade de se manter uma caixa com areia sanitária à sua disposição, sendo que instintivamente ele irá utilizá-la para o descarte de seus resíduos fisiológicos. Alguns fabricantes disponibilizam areias perfumadas para eliminar o cheiro forte que suas fezes poderiam deixar em um ambiente fechado (casas e apartamentos).46 No entanto, o que pode ser bom para humanos não é para o animal. Absorvente sem perfume e natural é o mais recomendado.Ciclo biológico
Reprodução
O gato apresenta vários ciclos reprodutivos ao longo do ano, que podem durar de 4 a 7 dias. Durante esse período, as gatas miam mais frequentemente e vários gatos podem lutar por uma mesma fêmea no cio; o vencedor ganha o direito de copular. Ainda que a fêmea, a princípio, rechace a relação sexual, ela acaba aceitando o macho. Depois da cópula, a fêmea se limpa e pode ficar muito violenta até que termine todo o ato do acasalamento, uma vez que o ciclo se repita. As gatas podem ter cada óvulo fecundado por um macho diferente, tendo assim, na mesma ninhada, filhotes de pais diferentes.35As gatas alcançam a maturidade sexual entre 4 a 10 meses de idade, e os gatos entre 5 a 7 meses após o nascimento. A gestação dura de 63 a 65 dias, aproximadamente e pode gerar de um a oito filhotes.35 Os recém-nascidos devem manter-se com a mãe por 60 dias, já que então o gatinho já terá recebido os nutrientes necessários. Separá-los antes desse período seria um erro, devido à possibilidade de que eles morram por falta de alimentação adequada. Pode-se esterilizar os gatos, procedimento normalmente realizado em machos antes que eles comecem a marcar território; isto deve evitar que eles perpetuem esse comportamento ao longo de suas vidas.30
Características genéticas
O gato apresenta 38 cromossomos e são conhecidas cerca de 200 patologias associadas, muitas delas comuns aos seres humanos. O projeto "Genoma do Gato", do Laboratory of Genomic Diversity, pretende descobrir seu genoma.47A cor branca do gato se deve à ausência de melanina em sua pele e pelos. Há quatro modos de um gato ser da coloração branca "sólida": ser homozigótico para o alelo ca (albino de olhos azuis); ser homozigótico para o alelo c (que é albino de olhos vermelhos); ser homozigótico para o alelo S (mancha branca); ou possuir o alelo w (do gene branco dominante) no seu cariótipo.
O gene da surdez é próprio dos gatos brancos, chama-se alelo w, e é o causador da coloração branca e da surdez nos gatos. Nem todos os gatos brancos são surdos, só o são os que apresentam o tal gene. O gene w faz com que o gato seja branco, ainda que seus genes digam que ele é um gato escuro; este gene tem a peculiaridade de "mascarar" o resto das colorações para fazê-los brancos.30 Além disso, estes gatos só tem os olhos azuis ou verdes. Outra característica genética é o fato de, em alguns animais, os dentes caninos da mandíbula inferior serem proeminentes, semelhantemente ao observado nos fósseis do tigre-dentes-de-sabre.8
Pelagem
Sentidos
Muitos zoólogos acreditam que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos.[carece de fontes] Enquanto seu olfato e audição podem não ser tão aguçados quanto os dos cães, a visão altamente apurada, audição e olfato sobre-humanos, combinados com o paladar e sensores táteis altamente desenvolvidos, corroboram com esta hipótese.48Visão
Os gatos têm, em média, campo visual com abertura estimada em 200°, contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a dos humanos. Como em muitos predadores, os olhos ficam posicionados na parte frontal da cabeça do animal, ampliando a noção de profundidade em detrimento da largura do campo de visão.51
O campo de visão depende principalmente do posicionamento dos olhos, mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés da fóvea, que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa central marcando a intersecção binocular. Aparentemente, os gatos conseguem diferenciar cores, especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos humanos. Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos olhos, a membrana de nictação, que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz intensa. Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está doente. Se o gato mostra frequentemente essa terceira pálpebra, é um indicativo de doença.44
Os gatos não conseguem ver a menos de 20 cm de distância, daí levarem a boca à comida, confiando no olfato.52 Possuem um ponto cego logo abaixo do nariz.53
Audição
Trinta e dois músculos individuais na orelha os permitem ouvir direcionalmente. Os gatos podem mover uma orelha independentemente da outra. Diferentemente dos humanos, os gatos têm sua orelha coberta interna e externamente por pelos. Quando está enojado ou atemorizado, o gato instintivamente abaixa as orelhas para trás da cabeça, cobrindo seus canais auditivos. Juntamente com esta ação, arrepia seus pêlos, coloca as garras para fora e emite um som ameaçador com a boca, deixando os dentes à mostra.54
Tato
Os gatos geralmente apresentam uma dúzia de vibrissas, dispostas em quatro fileiras sobre os lábios superiores, as vibrissas dessa região em particular são comumente chamadas coletivamente de bigode, alguns nas bochechas, tufos sobre os olhos e no queixo. Os Sphynx - gatos quase sem pelos - podem ter bigodes normais, curtos ou nem sequer apresentá-los. Os bigodes auxiliam na navegação e tato. Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando ao gato descobrir obstruções sem vê-las, facilitando o deslocamento na penumbra. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas.50Especula-se que os gatos podem preferir guiar-se pelos bigodes especializados que dilatar as pupilas na totalidade, o que reduz a habilidade de focar objetos próximos. Esses pelos também alcançam aproximadamente a mesma largura do corpo do bicho, permitindo-o julgar se cabe em determinados espaços.50
O posicionamento dos bigodes é um bom indicador do humor do felino: apontados para frente, indicam curiosidade e tranquilidade; colados ao rosto, indicam que o gato assumiu uma postura defensiva e agressiva. Recentes estudos de fotografias infravermelhas de gatos caçando demonstram que eles também utilizam seus bigodes para determinar se a presa mordida já está morta. Observa-se nas fotos que, ao aplicar a mordida fatal à vítima e posteriormente a manter apertada entre as mandíbulas, seus bigodes "abraçam" ou rodeiam completamente o corpo da presa para detectar uma possível mínima vibração como sinal de que a caça ainda possa estar com vida. Crê-se que este fenômeno é usado para proteger o próprio corpo do felino, porque muitas de suas vítimas, como os ratos, ainda podem mordê-lo e/ou lesioná-lo, se o predador as leva à boca quando ainda estão com vida.55
Paladar
Entretanto, através da observação de gatos domésticos, percebe-se que, uma vez que sejam oferecidos doces, eles parecem gostar, embora não seja saudável deixá-los comer tais guloseimas, pois podem causar excessiva fermentação dentro do aparelho digestivo, gerando gases e cólicas desconfortáveis no animal.56 Ainda que não reconheçam o gosto doce, esses animais apresentam grande sensibilidade aos sabores ácidos, salgados e amargos, o que os torna animais muito exigentes quanto ao paladar dos alimentos que lhes são oferecidos, podendo recusar a refeição fornecida, caso notem algo de errado em seu sabor.57
Olfato
Um gato doméstico possui o olfato 14 vezes mais potente58 e duas vezes mais células receptoras que os humanos, portanto, podendo sentir odores dos quais um ser humano nem sequer registra. Além disso, os gatos possuem um órgão sensorial no céu da boca chamado vomeronasal ou órgão de Jacobson, que atua como um órgão olfatorial auxiliar. Quando o gato franze a face, baixando a mandíbula e expondo parte da língua, está abrindo a passagem de ar para o vomeronasal. Esse olfato apurado faz com que os gatos tenham um paladar também muito apurado, o que os torna extremamente exigentes em relação à comida, de modo que raramente aceitem restos da alimentação dos humanos.49Envelhecimento
Os gatos que vivem sob cuidados de humanos podem viver mais de 20 anos. Para que atinjam tal idade, é recomendado que a partir dos oito anos de idade, esses animais sejam submetidos a um tratamento diferenciado, envolvendo alimentação diferenciada, consultas veterinárias e exames de saúde regulares.60 Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, sobretudo o asseio com os dentes, que devem ser limpos e inspecionados semanalmente. Os olhos e ouvidos também devem ser focos de cuidados especiais, pois esses órgãos vão, aos poucos, tornando-se menos eficazes. Se o gato estiver com a sua visão prejudicada, deve-se evitar a mudança da localização dos seus pertences, como cama, caixa de areia e vasilhas de água e comida, pois o animal poderá continuar utilizando esses itens, desde que esteja acostumado ao local onde normalmente estão instalados. Quanto à alimentação, deve-se estimular um aumento no número de refeições, pois o gato passará a ter menos apetite e, consequentemente, comer em menores porções.35
Devido a redução na quantidade de alimentos ingeridos e às mudanças fisiológicas decorrentes da idade mais avançada, o nível de energia disponível diminuirá e o animal não terá mais tanta disposição para brincadeiras. No entanto, sabe-se que gatos idosos apreciam a companhia dos humanos, devendo ser tratados com a mesma alegria, dedicação e carinho dispensados em sua fase juvenil.35
Comunicação
A avançada estrutura do cérebro faz com que esses felinos sejam frequentemente utilizados como animais experimentais, tendo em vista que esse órgão apresenta estrutura muito similar àquela observada no cérebro humano. Pesquisas indicam que, tanto no homem quanto no gato, o mesmo setor cerebral é o responsável pela existência de diferentes emoções.62
Miado
O ? miado é o som típico que caracteriza o gato. É transcrito onomatopeicamente como "miau" em português (em diversas outras línguas apresenta grafia semelhante, como "meow", "miaow", "maw", etc.)Diferentemente do ronronar, o miado possui um som mais agudo e audível a uma grande distância. A pronúncia desta chamada varia significativamente, dependendo de seu propósito. Usualmente, o gato vocaliza indicando sofrimento, solicitando atenção humana (por exemplo, para ser alimentado), ou como uma saudação. Alguns vocalizam excessivamente, enquanto que outros raramente miam. Dependendo da raça, são capazes de emitir cerca de 100 tipos de vocalizações diferentes,63 incluindo sons que se assemelham à linguagem humana. Os machos possuem vocalização mais forte e grave que as fêmeas e a espécie doméstica costuma miar muito mais do que a selvagem, já que é a principal forma que eles têm de chamar a atenção de seus donos.64
O miado é uma forma que os gatos criaram para comunicar com humanos. Em estado selvagem, gatos raramente miam, usando marcas odoríferas e arranhões para marcar território e avisar outros gatos de que estiveram ali.
Ronrono
O gato geralmente ronrona quando se encontra em um estado de calma, prazer ou satisfação. Entretanto, pode ronronar quando está se sentindo angustiado, aflito ou com dor. Ronrona na presença de outros gatos ou, se ainda filhotes, na presença da mãe - por exemplo. Existem muitas teorias que explicam a origem deste som, incluindo vibração das falsas cordas vocais quando inspiram ou expiram, o som do sangue circulando pela artéria aorta, ressonância direta nos pulmões, entre outras. Atualmente, acredita-se que o ronronar é o resultado de impulsos rítmicos produzidos por sua laringe. Quando um gato emite o característico som de satisfação, é possível sentir sua garganta vibrar. Dentro da garganta, juntamente com as cordas vocais, o gato possui um par de estruturas chamadas pregas vestibulares. Alguns pesquisadores acreditam que essas pregas vibram quando o gato ronrona.51No entanto, há quem diga que as pregas vestibulares nada têm a ver com a vibração da laringe, relacionada a esse ronronar.65 A origem então estaria em um aumento momentâneo na turbulência do sangue no sistema circulatório do gato. Esta turbulência seria mais intensa quando o sangue é desviado para uma veia excepcionalmente larga, situada no peito do animal. Quando os músculos à volta desta veia se contraem, as vibrações provocadas pela turbulência são amplificadas pelo diafragma, antes de subirem pela traqueia e ressoarem na cavidade sinusoidal. Essa vibração faz com que o gato libere endorfina, causando uma sensação instantânea de bem-estar. É evidente que o ronronar exige pouca energia por parte do animal, uma vez que os felinos podem produzir tal som por vários minutos consecutivos.65
Outros sons
A maioria dos gatos bufa ou grunhe quando está em perigo. Alguns podem gorjear, quando observam uma presa ou expressando interesse a um objeto próximo. Quando esse som é dirigido a uma presa fora de alcance, não se sabe se é com a intenção de apresentar um barulho ameaçador, uma expressão de frustração ou para imitar o canto de uma ave (ou de uma presa da ave, como a cigarra). Recentemente, estudiosos do comportamento animal creem que este som é um "comportamento de ensaio", no qual o gato antecipa ou pratica como matar sua presa, já que o barulho usualmente acompanha um movimento da mandíbula similar ao que utilizam para matar a presa.66Zoonoses
Alergias
Alguns felinos podem desenvolver severas reações alérgicas quando submetidos a determinadas medicações, como, por exemplo, a ivermectina, que é tradicionalmente aplicada no controle de pequenos parasitas, como carrapatos, pulgas e piolhos. Em determinadas situações, essa substância pode ocasionar o inchaço do cérebro do felino, provocando fortes dores, perda de controle muscular, cegueira temporária, perda de apetite, retenção de urina e febre, chegando a levar o animal ao estado de coma. A forma de se combater alergias desse tipo é por meio da aplicação de antídotos contra ação do medicamento anteriormente ministrado.67Muitos humanos são alérgicos à glicoproteína Fel d 1, presente na saliva dos gatos e transmitida em contato com a pele ou com o pelo do animal. A glucoproteína Fel d1 pode gerar espirros, irritação das vias respiratórias e, em casos mais agudos, asma, rinite e outras reações alérgicas. No dia 24 de setembro de 2006, a empresa biotecnológica Allerca anunciou o começo da criação dos primeiros gatos hipoalergênicos. Além disso, existem algumas raças de gatos que produzem pequenas quantidades da proteína responsável pela reação alérgica, não causando, deste modo, problemas às pessoas sensíveis.68
Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial. Trata-se de uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Ocorre em animais de estimação e de produção, incluindo suínos, caprinos, aves, animais silvestres, cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (bovinos, suínos, cabras, etc). Usualmente, os gatos são responsabilizados pela transmissão direta da toxoplasmose aos humanos,69 mas pesquisas atuais indicam que na maioria das vezes essa acusação é incorreta, tendo em vista que o Toxoplasma gondii, causador da doença, necessita de um período de incubação após ser expelido pelo organismo do animal, por meio das fezes. Deste modo, para que haja contaminação, é necessário que haja contato com as fezes secas do animal. Portanto, bastaria manter o gato em um ambiente higienizado, com limpeza diária de sua caixa de areia, para não haver preocupação em adquirir essa zoonose.70A toxoplasmose pode ser perigosa especialmente para a mulher grávida, sendo uma possível causadora de má-formações fetais e surdez congênita. Os felinos desempenham um papel chave no ciclo desta enfermidade, sendo hospedeiro do parasita. O gato pode adquirir a doença ao se alimentar de algum pássaro ou rato infectado. Logo, os gatos envolvidos na transmissão são somente aqueles que têm possibilidade de caçar ratos (gatos silvestres ou de fazendas). Como os gatos doméstico são, normalmente, alimentados apenas com ração, esse risco é extremamente reduzido, bastando certificar-se de que o gato de estimação não tenha por hábito caçar animais. Destaca-se ainda que é improvável que um gato doméstico ingira os animais que caça, tendo em vista que a maioria trata a carcaça de suas vítimas como "troféus", não se alimentando delas. Quando contaminado, o felino excreta os oocistos ("ovos" do protozoário) nas suas fezes, e o humano pode ser infectado via oral ao não lavar as mãos corretamente depois de limpar a caixa de areia do animal, ou não lavar os vegetais que foram plantados em locais que contêm fezes de gatos, por exemplo. Mas a contaminação apenas é possível se esse contato ocorrer após o período de incubação desses ovos. Assim, boas condições de higiene tornam improvável algum tipo de infecção.71
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o principal contágio da toxoplasmose não é o contato com gatos domésticos, mas sim a ingestão de protozoários presentes na carne vermelha crua ou mal cozida, bem como em vegetais mal lavados e contaminados com dejetos de animais.72
Leucemia felina
A leucemia felina é uma doença desconhecida por muitos veterinários, que, ao não saber como tratá-la, recomendam o sacrifício do animal. Inicialmente, esta doença se manifesta pela perda parcial da defesa imunológica do gato portador. Porém, trata-se de uma doença degenerativa, cuja gravidade vai avançando ao mesmo tempo que reduz a expectativa de vida em alguns anos. Tratamentos podem abrandar os problemas, sobretudo se o gato viver em boas condições, uma vez que, devido à baixa imunidade, qualquer doença de menor gravidade pode ser altamente perigosa para o animal. Durante o estado crítico, o gato necessita de cuidados e boa alimentação, acompanhado por veterinários, e do uso do interferon. A leucemia felina "terminal" ocorre quando a doença atinge a medula óssea, anulando totalmente a produção de glóbulos brancos para a sua defesa; quando esta ocorre, o animal começa a ter a sua saúde deteriorada rapidamente e passa a sofrer fortes dores, de modo que o sacrifício é a única solução.73
Panleucopenia felina
O vírus da panleucopenia felina é um parvovírus pequeno pertencente à família Parvoviridae. Essa doença é considerada um dos distúrbios gastrointestinais mais mortais para os gatos, apresentando taxa de mortalidade de aproximadamente 80% dos indivíduos contaminados.75 Os gatos que vivem soltos estão mais expostos à contaminação pelo vírus da doença. A vacinação é bastante eficaz, sendo a incidência de panleucopenia muito baixa nas populações de gatos que recebem as doses da vacina nos primeiros meses de idade.76 Contudo, foram relatadas ocorrencias da panleucopenia transmitida pelo colostro e pelo leite.77
Os incubadores do vírus são os próprios gatos, sendo que a transmissão é feita mediante contato direto com os gatos contaminados e/ou doentes, através de alimentos ou água contaminada, pelo contato com fezes ou urina (que ocorre quando um animal sadio usa uma caixa de areia contaminada por um gato doente), contato com vômito, saliva, ou ectoparasitas como pulgas e carrapatos.78
Os indivíduos doentes passam por um tratamento de elevada complexidade. Os animais que conseguem sobreviver mais de uma semana, evitando-se a todo o custo a desidratação, têm possibilidade plena de se salvar. Contudo, isto ocorre apenas em 20% dos casos, indicando que a prevenção por meio da aplicação de vacinas ainda é a melhor forma de se evitar a ocorrência do problema.78
Peritonite infecciosa felina
A peritonite infecciosa felina é transmitida por meio de contato com as fezes contaminadas, o que ocorre, sobretudo, quando diversos gatos dividem uma mesma liteira. Pode também ser transmitida aos filhotes de gatas doentes, por meio do leite. Contudo, trata-se de um vírus que ataca exclusivamente os felinos, não oferecendo assim risco de contágio aos seres humanos.80
Dentre os principais sintomas, estão a perda de apetite, emagrecimento rápido do animal, anemia, diarreia, febre constante, abdômen distendido, e inchaço nos gânglios linfáticos. Não há cura para a PIF, sendo que, após a contaminação, o gato vive por, no máximo, dois anos.81 Ainda não há vacina eficaz contra essa doença. Normalmente, quando os sintomas se agravam, é praticada a eutanásia, visando minimizar o sofrimento, tendo em vista que as manifestações dos sintomas dessa doença, em sua fase terminal, causam dores intensas no animal.
Síndrome urológica felina
A síndrome urológica felina consiste num conjunto de problemas que surgem nos felinos com o avanço da idade. O animal afetado apresenta problemas inflamatórios no sistema urinário, dentre os quais destacam-se a cistite, uremia e formação de cálculos renais e na bexiga.82
O principal sintoma consiste na dificuldade e dor ao urinar; algumas vezes nota-se a presença de sangue na urina. As causas dessa doença estão ligadas à alimentação do animal, além de fatores genéticos que implicam uma predisposição à sua ocorrência. O tratamento consiste na aplicação de medicamentos contra as dores e a infecção, além de um rigoroso controle na dieta do animal. Deve ser oferecida água limpa em abundância e rações que não tenham acidificantes em sua formulação, ou apresentem elevados índices de magnésio.83
Com uma alimentação adequada, há uma considerável diminuição da probabilidade de formação de cálculos no sistema urinário. Existem no mercado diversas rações balanceadas para diferentes tipos de gatos, variando de acordo com diversos elementos, como a raça do animal, sua idade, sexo, se é castrado ou não. É até mesmo possível encontrar rações específicas para gatos portadores da síndrome urológica felina, capazes de reduzir o pH urinário e melhorar o funcionamento dos rins, auxiliando na dissolução dos cálculos existentes e prevenindo a formação de novas calcificações.84
Raças
Ver artigo principal: Lista de raças de gatos domésticos
Os gatos apresentam uma grande variedade de cores e padrões. As raças
podem ser divididas em três categorias: pelo longo, pelo curto e pelo
ralo. A pelagem pode ainda ser dividida em lisa ou ondulada, existindo
variações intermediárias. A cor dos olhos também podem estar
relacionadas a certas raças. Os gatos persas, por exemplo, costumam
apresentar íris
com a mesma coloração dos pelos. A maior parte das raças foram
desenvolvidas recentemente, de modo a ressaltar determinadas
características desejadas e inibir outras indesejadas. Por exemplo,
enquanto um gato bengal possui pernas alongadas, um Munchkin jamais deve
apresentar tal característica. Ou ainda, enquanto que caudas longas e
exuberantes são imprescindíveis para a beleza dos persas e himalaios,
não fazem parte do padrão existente para a raça Bobtail. Diferentes
raças tendem a apresentar graus distintos de suscetibilidade a certas
doenças. Os gatos do padrão Keltic Shorthair normalmente são mais resistentes a problemas de saúde, uma vez que tais animais derivam de gatos de rua. Nesse caso, a seleção natural faz com que apenas os animais mais adaptados sobrevivam e consigam passar seus genes adiante.85Estima-se que, atualmente, existam mais de 250 diferentes raças de gatos domésticos.86 Algumas delas surgiram naturalmente, a partir de cruzamentos entre gatos sem raça definida que portavam diferentes características. Outras foram desenvolvidas por meio de cruzamentos planejados por criadores, visando um aprimoramento genético, com a intenção de ressaltar determinadas feições dos animais. Segundo associações de criadores de felinos, como a Associação Internacional de Gatos (TICA), as raças de gatos mais comuns existentes na atualidade são as seguintes:8 87 88
Raças mais comuns
- Abissínio
- Angorá
- Bengal
- Bobtail japonês
- Bombay
- Chartreux
- Cornish Rex
- Himalaio
- LaPerm
- Maine Coon
- Mau egípicio
- Munchkin
Ver artigo principal: Gato Munchkin
O Munchkin é um gato de pernas curtas e corpo alongado. Em função do formato peculiar, é apelidado de Basset Hound
felino. É dócil, sociável e amável. É ativo como outros gatos, mas não
pula tão alto devido à pequena altura das suas pernas, que chegam a
medir apenas um terço do tamanho observado nas outras raças. A pelagem é
bastante variável, podendo ser longa ou curta, com várias tonalidades e
cores diferentes.90- Norueguês da Floresta
-
O gato himalaio combina os longos pelos dos persas com a coloração do Siamês.
-
Típico exemplar da raça Bombay, que apresenta a pelagem completamente negra.
-
Gato de pelo curto europeu desenvolveu-se naturalmente através do cruzamento de raças do continente.
-
A pelagem do Ocicat se assemelha bastante a de uma jaguatirica (Leopardus pardalis).
- Pelo curto americano
Ver artigo principal: Gato de pelo curto americano
O gato de pelo curto americano foi criado a partir do padrão observado nos gatos que se procriaram nas ruas das grandes cidades
dos Estados Unidos. São conhecidos por sua longevidade, saúde e
docilidade com crianças. Resistente, tem seu corpo muito bem
proporcionado, forte, ágil, balanceado e simétrico. Seu corpo é mais
comprido do que alto, de tamanho médio para grande. As fêmeas são menos
robustas em relação aos machos. Sua pelagem é curta e de textura dura.
Variações na grossura dos pelos são observadas de acordo com a região e estação do ano. A pelagem é densa o suficiente para proteção do tempo, frio e cortes superficiais na pele.90- Pelo curto brasileiro
Ver artigo principal: Gato de pelo curto brasileiro
- Pelo curto europeu
Ver artigo principal: Gato de pelo curto europeu
O gato de pelo curto europeu foi naturalmente desenvolvido a partir
do cruzamento entre os gatos de diferentes raças que viviam nas ruas das
cidades cidades
da Europa continental. É conhecido por sua longevidade e resistência a
doenças. Assemelha-se bastante ao gato de pelo curto brasileiro, mas,
devido ao clima mais frio da Europa, possui uma pelagem mais densa e
compacta. Assim como as demais raças de gatos surgidas nas ruas,
apresenta excelente visão noturna e bom faro, o que lhe permite caçar
roedores na ausência de alimentos fornecidos pelos humanos.90- Pelo curto inglês
Ver artigo principal: Gato de pelo curto inglês
- Persa
Ver artigo principal: Gato persa
- Ragdoll
Ver artigo principal: Gato ragdoll
- Ocicat
Ver artigo principal: Gato Ocicat
O gato Ocicat surgiu nos Estados Unidos em 1964,
quando uma criadora comercial realizava cruzamentos entre abissínios e
siameses. Ao cruzar um abissínio-siamês com um com um siamês chocolate
point, obteve um gato com a pelagem semelhante a de um jaguar. Batizou a nova raça de "Ocicat", pela semelhança desse gato com a jaguatirica (que, em inglês, é chamada de Ocelot).
Apesar desta aparência singular, o Ocicat não é híbrido entre gatos
domésticos e espécimes selvagens. Possui grande porte, com patas ovais,
pernas robustas bem musculosas e rabo alongado. Seu pelo segue um padrão
manchado, assemelhando-se ao observado nos felinos selvagens. Seus
olhos podem apresentar quase todas as tonalidades de cores,
excetuando-se o azul.90- Sagrado da Birmânia
Ver artigo principal: Gato Sagrado da Birmânia
- Savannah
Ver artigo principal: Gato Savannah
- Scottish Fold
Ver artigo principal: Gato Scottish Fold
- Siamês
Ver artigo principal: Gato siamês
- Sphynx
Ver artigo principal: Gato Sphynx
- Tonquinês
Ver artigo principal: Gato Tonquinês
O Tonquinês é uma raça desenvolvida no início do século XX,
a partir do cruzamento entre gatos siameses e gatos birmaneses.
Inicialmente, foi denominado "siamês dourado", mas, após diversas
gerações, a raça conseguiu reconhecimento próprio. De caráter afetuoso e
sociável, é muito inteligente. Por sua genética mista, no cruzamento
entre tonquineses, apenas a metade da prole será de representantes dessa
raça.90 O Tonquinês ainda é pouco difundido na Europa, ao contrário do que ocorre em sua área de origem, a América do Norte, onde é bastante comum encontrar criadores que comercializem esses animais.106Mitologia e cultura popular
Ver artigo principal: Gatos na cultura popular
Na cultura celta, a deusa Ceridwen possui uma relação com o culto ao gato, por meio de seu filho Taliesin, o qual, em uma de suas reencarnações, foi descrito como sendo um gato de cabeça sarapintada.109 Na mitologia nórdica, existe a deusa Freya, a qual possui uma carruagem puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa: a fertilidade e a ferocidade. Esses gatos exibiam as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afetuosos, ternos e ferozes. Os templos pagãos da região nórdica eram frequentemente adornados com imagens de gatos. Na Finlândia, havia a crença de que as almas dos mortos eram levadas ao além por meio de um trenó puxado por gatos.110 A cultura islâmica relata várias associações entre os gatos e o profeta Maomé, a quem teriam inclusive salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava.108
Na Ásia, os gatos foram venerados pelos primeiros budistas, devido a sua capacidade elevada de auto-domínio e ao fato do animal apresentar capacidade de concentração semelhante à obtida por meio da meditação. Na China, estatuetas de gatos eram utilizadas para afugentar maus espíritos. Tal povo acreditava na existência de dois tipos distintos de gatos: os bons e os maus, que podiam ser facilmente diferenciados, uma vez que os maus tinham duas caudas.110
Os hebreus acreditavam que o gato teria sido criado por Deus dentro da Arca, quando Noé, preocupado com a proliferação dos ratos que se procriaram excessivamente na embarcação, implorou à Deus para que Ele providenciasse uma solução. Deus então fez com que o leão da Arca espirrasse, e do espirro desse felino, surgiram os gatos domésticos.111
Durante a Idade Média, os gatos foram vítimas de inúmeras crueldades, pois algumas pessoas acreditavam que esses animais eram possuídos pelo diabo.112 No século XV, o papa Inocêncio VIII chegou a incluir os gatos pretos na lista de seres hereges perseguidos pela Inquisição. Assim, esses gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, assim, queimados nas fogueiras juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria.112
As várias vidas dos gatos
De acordo com um mito existente em diversas culturas, os gatos possuem sete ou nove vidas. Esta lenda surgiu em decorrência da habilidade que esses felinos possuem para escapar de situações que envolvam risco à sua vida.113 Outro fator também responsável por essa crença é que, ao caírem de grandes altitudes, os gatos quase sempre atingem o solo apoiados sobre as quatro patas. Isso ocorre em função de possuírem um apurado senso de equilíbrio, permitindo-lhes girar rapidamente usando a cauda como contrapeso.114 Quando abandonados em áreas remotas, distantes da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. Isso faz com que eles sejam frequentemente vistos como animais resistentes, dotados de várias "vidas".42 Entretanto, a expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade.43Mas, ainda que seja impossível apontar a origem exata dessa lenda, acredita-se que ela esteja ligada à Idade Média, quando se imaginava que as bruxas se associavam aos gatos, principalmente aos pretos. Em 1584, no livro Beware the Cat115 (Cuidado com o gato), o escritor inglês William Baldwin dizia que "é permitido às bruxas possuírem o corpo do seu gato por nove vezes". Outro inglês, John Heywood, reuniu, em 1546, uma coletânea de provérbios, dos quais um dizia que "a mulher, assim como o gato, tem nove vidas". Um outro provérbio inglês diz: "O gato tem 9 vidas, com 3 ele brinca, 3 ele perde e com 3 ele fica". Já os árabes e turcos nada tinham contra os gatos (Maomé vivia cercado deles) e seus provérbios falam em sete vidas. É provável que tenham passado essa versão para espanhois e portugueses na ocupação da Península Ibérica pelos mouros - que teve início no Século VIII e durou quase 800 anos. A partir de Portugal, o mito das sete vidas felinas logo chegou ao Brasil, onde é muito popular.
Gato preto
Ver artigo principal: Gato preto
Um gato preto ou negro possui pelagem totalmente de cor escura, muito associado à crenças e superstições. Na Idade Média, acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas
transformadas em animais. Por isso, a tradição diz que cruzar com um
gato preto é sinal de mau agouro. Em outras culturas, os gatos dessa cor
são reverenciados, estando associados a presença de boa sorte. Os
animais de cor preta frequentemente estão presentes em histórias de suspense e terror. Um conto muito popular tratando desse animal é O Gato Preto, de Edgar Allan Poe, onde o autor responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração.116 Histórias desse tipo acabam levando algumas pessoas a desenvolverem um medo patológico de gatos, que é denominado ailurofobia.117Os gatos e a sociedade humana
A presença constante desses animais na sociedade humana faz com que frequentemente sejam criados personagens baseados neles.121
- O Gato de Botas: datado de 1697, é um conto de fadas do francês Charles Perrault.
- Bafo-de-Onça: João Bafo-de-Onça é conhecido como ladrão de bancos e inimigo de Mickey Mouse. Sua primeira aparição foi em 1925.
- Gato Félix: é um personagem de desenho animado da época dos filmes mudos. Considerado o primeiro personagem de animação em série a conquistar a atenção do grande público.
- Frajola: personagem da Looney Tunes, rival do canário Piu-piu.
- Manda-Chuva: série produzida por Hanna-Barbera entre 1961 e 1962, conta a história de um grupo de gatos que vivem em um beco de Nova Iorque, cujo líder dá nome à animação.
- Tom: personagem em constante rivalidade com Jerry, o rato. Suas armações geram sempre grandes confusões para si. Tom e o ratinho dividem a mesma casa.
- Hello Kitty: figura de uma gata branca japonesa com traços humanos. Virou logomarca em 1976. É distribuída mundialmente.
- Garfield: criação de Jim Davis, é um dos personagens mais famosos de tirinhas de jornal.
- Comichão: personagem do desenho animado que diverte os Simpsons.
- CatDog: uma criatura metade gato, metade cão; era o personagem de um desenho animado que dava nome à animação de Peter Hannan. A série teve duração de quatro anos (1998–2001).
- Blaze the Cat: Uma gata roxa, princesa de outra dimensão, que fez sua primeira aparição em Sonic Rush. Apareceu também em Sonic Rush Adventure e Sonic the Hedgehog (2006).
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