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GATOS - A HISTÓRIA CIENTÍFICA E A HISTÓRIA MITOLÓGICA
Recentemente li um estudo publicado pela National Geographic que afirmava que em média, os donos de gatos eram mais inteligentes do que os donos de cães ou outras mascotas. Trata-se apenas de mais um elemento para a vasta mitologia e história destes fascinantes animais. Mas o objectivo desta publicação não é semear a discórdia nem provocar ninguém, mas sim, dar o máximo de informação a quem gosta de gatos. Assim, aqui tem revelado, tudo o que necessita saber sobre os Gatos e o seu mundo e História.
O gato acompanhou o Homem ao longo dos tempos. A sua origem não é bem clara. A Bíblia não se refere aos gatos, nem no famoso episódio da Arca de Noé se refere este animal, pelo que é de supor que ainda não existiam naquela altura. No entanto há uma interessante história não recolhida na Bíblia, mas sobre Noé e sua Arca, que explica a origem do gato. Se há animal mistico é sem dúvida o Gato. Desde serem considerados divinos e serem adorados, a serem considerados como animais malditos, mensageiros do Diabo ou companheiros de Bruxas, o gato passou por todas as fases. Na idade média, o gato passou de ser um animal bem visto à sua satanização. Eu no entanto fico com as palavras de Vitos Hugo: "Deus criou o gato, para ofrecer ao Homem a oportunidade de acariciar um Tigre."
Se gosta destes nobres animais, aqui tem revelada toda a sua história em 2 bons documentários, desde a sua origem, até aos seus poderes divinos ou Satánicos. Divirtam-se.
José Rui Lira.
Áudio: Castelhano
Texto: Português
Fonte: YouTube - Wikipédia
GATOS - PARTE I:
PARTE II - GATOS NA IDADE MÉDIA:
O Gato:
O
gato (Felis silvestris catus), também conhecido como
gato caseiro,
gato urbano ou
gato doméstico, é um
animal da
Família dos
felídeos, muito popular como
animal de estimação. Ocupando o topo da
cadeia alimentar, é um
predador natural de diversos animais, como
roedores,
pássaros,
lagartixas e alguns
insetos.
A primeira associação com os
humanos da qual se tem notícia ocorreu há cerca de 9.500 anos, mas a domesticação dessa espécie oriunda do continente africano
4 5 é muito mais antiga. Seu mais primitivo ancestral conhecido é o
Miacis, mamífero que viveu há cerca de 40 milhões de anos, no final do período
Paleoceno, e que possuía o hábito de caminhar sobre os galhos das
árvores. A evolução deste animal deu origem ao
Dinictis, espécie que já apresentava a maior parte das características presentes nos felinos atuais
6 sendo também o antepassado de
linces,
jaguatiricas, grandes felinos como
tigres,
pumas,
leões,
onças,
leopardos e o extinto
tigre-dente-de-sabre. A sub-família
Felinae, que agrupa os gatos domésticos, surgiu há cerca de 12 milhões de anos, expandindo-se a partir da
África subsaariana até alcançar as terras do atual
Egito.
7
Existem cerca de 250 raças de gato-doméstico, cujo peso variável
classifica a espécie como animal doméstico de pequeno a médio porte.
Assim como
cães
com estas dimensões, vive entre quinze e vinte anos. De personalidade
independente, tornou-se um animal de companhia em diversos lares ao
redor do mundo, para pessoas dos mais variados estilos de vida. Na
cultura humana, figura da
mitologia às
superstições, passando por personagens de
desenhos animados,
tiras de jornais,
filmes e
contos de fadas. Entre suas mais conhecidas representações, estão os gatos:
Tom,
Frajola,
Manda-Chuva,
Gato Félix,
Gaturro,
O Gato de Botas e
Garfield.
Taxonomia
O gato doméstico foi denominado
Felis catus por
Carolus Linnaeus na sua obra
Systema Naturae, de
1798.
Johann Christian Daniel von Schreber chamou de
Felis silvestris, o
gato selvagem em
1775.
Desse modo, os gatos caseiros são considerados uma das sub-espécies do
gato selvagem. Não é incomum, aliás, o cruzamento entre gatos domésticos
e selvagens, formando espécimes
híbridos.
8
Pelas regras de prioridade do
Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome das espécies domésticas deveria ser
Felis catus. No entanto, na prática, a maioria dos
biólogos utilizam
Felis silvestris para as espécies selvagens e
Felis catus somente para as formas domesticadas. Na opinião n.º 2027, publicada no Volume 60 (Parte I) do
Bulletin of Zoological Nomenclature (
31 de março de
2003),
9 a
Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica confirmou a utilização de
Felis silvestris para denominar o gato selvagem e
Felis silvestris catus para as sub-espécies domesticadas.
Felis catus segue sendo válido para a forma domesticada, se esta for considerada uma espécie separada.
10
Johann Christian Polycarp Erxleben denominou o gato doméstico de
Felis domesticus em suas obras
Anfangsgründe der Naturlehre e
Systema regni animalis, de
1777. Este nome e as suas variantes
Felis catus domesticus e
Felis silvestris domesticus não são nomes científicos válidos segundo as regras do
Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.
História e domesticação
Desde tempos imemoriais os gatos auxiliam os humanos na prevenção de roedores, especialmente em áreas agrícolas.
Os gatos domésticos atuais são uma adaptação evolutiva dos
gatos selvagens. Cruzamentos entre diferentes espécimes os tornaram menores e menos agressivos aos
humanos.
11 Os gatos foram domesticados primeiramente no
Oriente Médio nas primeiras vilas agriculturais do
Crescente Fértil.
12 13 Os sinais mais antigos de associação entre homens e gatos datam de 9 500 anos atrás e foram encontrados na ilha de
Chipre.
13
Quando as populações humanas deixaram de ser
nômades, a vida das pessoas passou a depender substancialmente da
agricultura. A produção e armazenamento de
cereais, porém, acabou por atrair
roedores. Foi nesse momento que os gatos vieram a fazer parte do cotidiano do ser humano.
7 Por possuírem um forte instinto
caçador, esses animais espontaneamente passaram a viver nas cidades e exerciam uma importante função na
sociedade: eliminar os
ratos e
camundongos, que invadiam os
silos de cereais e outros lugares onde eram armazenados os alimentos.
12 13
Registros encontrados no
Egito, como
gravuras,
pinturas e
estátuas de gatos, indicam que a relação desse animal com os
egípcios data de pelo menos 5 000 anos.
14 Elementos encontradas em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e considerados animais sagrados.
15 Bastet
(Bast ou Fastet), a deusa da fertilidade e da felicidade, considerada
benfeitora e protetora do homem, era representada na forma de uma mulher
com a cabeça de um gato e frequentemente figurava acompanhada de vários
outros gatos em seu entorno.
16 17
Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso que havia leis proibindo que os gatos fossem "exportados".
18 Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a
pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de
morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de
luto.
19
Não tardou para que alguns animais fossem clandestinamente transportados para outros territórios,
20 fazendo com que a popularidade dos gatos aumentasse. Ao chegarem à
Pérsia antiga, também passaram a ser venerados e havia a crença de que, quando maltratados, corria-se o risco de estar maltratando um
espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na
Terra. Desse modo, ao prejudicar um gato, o homem estaria atingindo a si próprio.
16
Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos
séculos os gatos tiveram uma posição privilegiada na
Europa cristã. Porém, no início da
Idade Média,
a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus
espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as
pessoas acusadas de
bruxaria.
21 Até hoje, ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um
gato preto
de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de
sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais
que trazem boa sorte. É muito comum ouvir histórias de
sorte e
azar associadas aos animais dessa cor.
22
Winston Churchill afaga o gato que era mascote do navio militar HMS Prince of Wales (53), agosto de
1941.
Ao fim da Idade Média, a aceitação dos gatos nas residências teve um novo impulso, fenômeno que também se estendeu às
embarcações, onde os navegadores os mantinham como mascotes. Conhecidos como
gatos de navios, esses animais assumiam também a função de controlar a população de
roedores a bordo da embarcação.
21
Com o passar do tempo, muitos gatos passaram a ser considerados animais
de luxo, ganhando uma boa posição do ponto de vista social, sendo até
utilizados como "acessórios" em eventos sociais pelas damas. Nessa
época, o gato começou a passar por melhoramentos genéticos para
exposições, começando assim a criação de raças puras, com
pedigree. Uma das primeiras raças criadas para essa finalidade foi a
persa, que ficou conhecida após sua introdução no continente europeu, realizada pelo viajante
italiano Pietro Della Valle.
23
A primeira grande
exposição de gatos aconteceu em
1871, em
Londres. A partir desse momento, o interesse em se expor gatos desenvolvidos dentro de certos padrões propagou-se por toda a
Europa.
8
Atualmente, os gatos são animais bastante populares, servindo ao
homem como um bom animal de companhia, e ainda continuam sendo
utilizados por agricultores e navegadores de diversos países como um
meio barato de se controlar a população de determinados roedores. Devido
ao fato de sua
domesticação
ser relativamente recente, quando necessário convertem-se facilmente à
vida selvagem, passando a viver em ambientes silvestres, onde formam
pequenas colônias e caçam em conjunto.
8
Características
Os gatos, geralmente, pesam entre 2,5 e 7 kg; entretanto, alguns exemplares, como o
Maine Coon, podem exceder os 12 kg. Já foram registrados exemplares com peso superior a 20 kg, devido ao excesso de alimentação.
24
Em cativeiro, os gatos vivem tipicamente de 15 a 20 anos, porém o exemplar mais velho já registado viveu até aos 38 anos.
25 26
Os gatos domésticos têm a expectativa de vida aumentada quando não saem
pelas ruas, pois isso reduz o risco de ferimentos ocasionados por
brigas e acidentes. A
castração também aumenta significativamente a
expectativa de vida desses animais, uma vez que reduz o interesse do animal por fugas noturnas e também o risco de incidência de
câncer de
testículos e
ovários.
27
Gatos selvagens que vivem em ambientes urbanos têm expectativa de
vida reduzida. Gatos selvagens mantidos em colônias tendem a viver muito
mais. O Fundo Britânico de Ação para Gatos (
British Cat Action Trust28 ) relatou a existência de uma gata selvagem com cerca de 19 anos de idade.
29
Os gatos possuem trinta e dois
músculos na
orelha, o que lhes permite ter um tipo de
audição
direcional, movendo cada orelha independentemente da outra. Assim, um
gato pode mover o corpo numa direção, enquanto move as orelhas para
outro lado.
30 A maioria dos gatos possui pavilhões auditivos orientados para cima. Diferentemente dos
cães, gatos com orelhas dobradiças são extremamente raros. Os
Scottish Folds são uma das exceções a essa regra, devida a uma série de
mutações genéticas. Quando irritados ou assustados, os gatos repuxam os
músculos das orelhas, o que faz com que elas se inclinem para trás.
O método de conservação de energia dos gatos compreende
dormir
acima da média da maioria dos animais, sobretudo à medida que
envelhecem. A duração do período de sono varia entre 12–16 horas, sendo
de 13–14 horas o valor médio. Alguns espécimes, contudo, podem chegar a
dormir 20 horas num período de 24 horas.
27
O gato doméstico costuma dormir durante a maior parte do dia para conservar sua energia.
A
temperatura normal do corpo desses animais varia entre 38 e 39 °C. O animal é considerado
febril quando tem a temperatura superior a 39,5 °C, e
hipotérmico quando está abaixo de 37,5 °C. Comparativamente, os seres humanos têm temperatura normal em torno de 37 °C. A pulsação do
coração
desses pequenos mamíferos vai de 140 a 220 batidas por minuto e depende
muito do estado de excitação do animal. Em repouso, a média da
frequência cardíaca fica entre 150 e 180 bpm.
30
Um
adágio popular diz que os gatos caem sempre de pé. Durante a queda, o gato consegue, por
instinto, girar o corpo e prepará-lo para aterrar em pé graças ao sentido agudo de
equilíbrio e
flexibilidade.
Um gato precisa de aproximadamente 90 centímetros para se virar. Mesmo
os gatos sem cauda como grande parte dos indivíduos da sub-espécie
Gato manês da
Ilha de Man têm esta habilidade, pois o gato usa principalmente as patas traseiras e depende da conservação do
momento angular para endireitar o corpo.
31
Assim como a maioria das espécies de mamíferos, os gatos são capazes de
nadar. No entanto, somente o fazem quando extremamente necessário, como em caso de queda
acidental na
água.
32
Assim como os cães, os gatos são
digitígrados: andam diretamente sobre os
dedos; os
ossos das suas
patas compõem a parte mais baixa da porção visível das
pernas.
São capazes de passos precisos, colocando cada pata directamente sobre a
pegada deixada pela anterior, minimizando o ruído e os trilhos
visíveis.
30
Alimentação
Gato recém-nascido sendo alimentado a
leite.
Os gatos, como caçadores, alimentam-se de
insetos, pequenas
aves e
roedores.
Os gatos não-domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos
domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16
refeições por dia. Apesar disso, os animais adultos podem adaptar-se a
apenas uma refeição por dia.
33 Biologicamente, os gatos são classificados como animais
carnívoros, tendo a sua
fisiologia orientada para a eficiência no processamento de
carne, com consequente ausência de processos eficientes para a digestão de
vegetais.
Os gatos não produzem a sua própria
taurina (um
ácido orgânico
essencial). Como essa substância está presente no tecido muscular dos
animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os
gatos apresentam
dentição e
aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O
intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução para ficar apenas com os segmentos que melhor processam as
proteínas e
gorduras de origem animal.
34 O aparelho digestivo limita seriamente a capacidade dos gatos de
digerir,
metabolizar e
absorver nutrientes de origem vegetal, bem como certos
ácidos graxos.
A taurina é rara em plantas, mas relativamente abundante nos
tecidos dos animais, sendo um
aminoácido de grande importância para a
saúde dos olhos dos gatos, de modo que a deficiência dessa substância pode causar uma
degeneração macular, na qual a
retina sofre destruição lenta e gradual, podendo causar uma
cegueira irreversível no animal.
A evolução tornou os gatos excelentes caçadores.
Apesar da fisiologia do gato ser essencialmente orientada para o
consumo de carne, é comum que os gatos complementem a sua dieta
carnívora com a ingestão de pequenas quantidades de
ervas,
folhas,
plantas domésticas ou outros elementos de origem vegetal. Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a
regurgitar
em caso de difícil digestão; outra teoria aponta que ingerir pequenas
doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes em
uma dieta exclusivamente carnívora. Neste contexto, é necessária
prudência aos donos dos gatos porque algumas plantas podem ser
venenosas para os animais.
35 As folhas de algumas espécies de
lírios podem causar dano nos
rins, que pode mesmo ser fatal; também as plantas do género
Philodendron são venenosas para os gatos.
36 Outro exemplo é o do
abacateiro, do qual algumas partes são
tóxicas, mas cujo fruto (exceto o caroço) é um ingrediente em várias marcas de comida para gatos.
37
Os gatos são bastante seletivos em sua alimentação, o que pode ser
decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda
da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de
exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral,
não toleram mais de 36 horas de jejum sem que os seus rins sofram algum
risco de dano.
38
O gato exibe alguma preferência pela planta designada por
nepeta, popularmente conhecida como
erva-dos-gatos, ou
catnip.
Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no
seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e
brincam com suas folhas e flores.
39 Os gatos também podem sofrer de distúrbios alimentares diversos. Alguns contraem uma doença chamada
pica,
40 que consiste em um transtorno que os impele a mastigar objetos alheios a sua dieta, tais como
terra,
plástico,
papel,
lã,
carvão e outros materiais, o que pode ser perigoso para a sua própria sobrevivência, dependendo da
toxicidade desses materiais.
35
O meio de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o
consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade
para o animal ao longo do dia. Essa prática tem a vantagem de diminuir o
pH da
urina, evitando, desse modo, a formação de
cálculos renais. No entanto, alguns
veterinários
costumam recomendar que o dono controle a quantidade de alimento
ingerida, oferecendo ao gato porções limitadas, visando evitar que o
animal fique com
sobrepeso.
41
O instinto para caçar é muito forte no gato. Mesmo sendo bem
alimentado, pode tentar caçar algum pequeno animal, seja para comer ou
por desporto.
Quando domesticados, é recomendado dar ração seca e húmida. Como são
animais de deserto, costumam beber pouca água, a ração húmida
permite-lhes ingerir água, sem a beber. A seca pode ser mais
conveniente, mas obriga o animal a ingerir mais água, por outro lado,
ração seca costuma ter cereais, o que não é muito natural para o gato.
Comportamento
Uma gata amamentando seus filhotes.
O
temperamento dos filhotes varia conforme a ninhada e a
socialização.
Os gatos de pelo curto tendem a ser mais magros e fisicamente mais
ativos, enquanto os gatos de pelo comprido tendem a ser mais pesados e
letárgicos. Entretanto, a maioria dos gatos partilha um mesmo
comportamento: são extremamente
curiosos. Não é por acaso que existe um dito popular que diz "
A curiosidade matou o gato".
Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana,
filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a
caçar pequenos animais para sobreviver.
42
A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas três anos. Já um
gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade.
43 O gato no estado
selvagem é um animal muito social, chegando a estabelecer colônias mais ou menos hierarquizadas. Possui um
instinto natural de caça. Mesmo quando domesticados, os machos tendem a marcar o seu território com
urina.
Os gatos possuem um cérebro bastante evoluído, sendo capazes de sentir
emoções. Podem sofrer diversos distúrbios psicológicos, tais como
estresse e
depressão. Assim como um ser humano, quando estressados, tendem a ter um comportamento
neurótico.
27
Esses animais costumam
copular somente quando a
fêmea entra no
cio. Este pode ocorrer várias vezes ao longo de um
ano e dura aproximadamente uma
semana.
O macho procura cercar a fêmea, que tenta resistir ao máximo à cópula.
Se o macho é hábil, ele conseguirá mordê-la na parte posterior do
pescoço, imobilizando-a. Até conseguir isso, é comum que os dois soltem miados altos, diferentes do miado usual. A
penetração é dolorosa. A cópula estimula o início do processo de
ovulação das fêmeas: elas têm sensores nervosos que, com a dor, ativam o processo. Desse modo, poucos
óvulos são perdidos.
30
A mãe amamenta a sua cria.
Sua
velhice ocorre de forma abrupta, não sendo gradual como a humana. Dura aproximadamente um ano e finda com a
morte. É possível que o gato tenha doenças típicas da idade avançada, como
catarata e perda
olfativa. Nesta fase, o animal geralmente dorme durante todo o dia, mostrando extremo cansaço e fraqueza muscular.
44
As fêmeas apresentam um temperamento variável: podem simular ignorar
seu dono, dar atenção a ele ou ronronar. O comportamento dos gatos
depende de cada indivíduo, do momento do dia e até mesmo das
condições climáticas.
Enquanto um felino pode ser muito sociável, o outro pode ser
completamente arisco. Alguns gatos ficam agitados e aversos ao contato
com humanos à noite. Ainda é possível observar que alguns desses animais
ficam agitados quando uma tempestade está por vir, outros adotam uma
posição defensiva, em que ficam deitados com as patas recolhidas,
aguardando o início da
chuva.
Em algumas ocasiões, um gato filhote pode apresentar variações de
energia, ficando algumas vezes mais calmo, outras mais agitado. Gatos
adultos mantêm-se calmos por mais tempo que gatos pequenos, por serem
maiores e mais pesados.
8
Higiene
Os gatos são animais muito higiênicos, sendo que passam muitas horas
por dia cuidando da limpeza de seus pelos. Para isso, utilizam a
superfície áspera de suas
línguas
para remover partículas de pó e sujeira. Devido ao modo que tratam da
sua higiene, lambendo-se e ingerindo muito pelos, os gatos eventualmente
regurgitam esse material na forma de pequenas bolas contendo suco
gástrico e material piloso.
45 Outro aspecto característico da higiene desses felinos é o fato dele enterrar a sua
urina e
fezes,
evitando assim que o cheiro denuncie sua presença a uma possível presa
ou predador. Com isso, quando o gato é criado em locais sem a presença
de solo exposto, há a necessidade de se manter uma caixa com
areia sanitária
à sua disposição, sendo que instintivamente ele irá utilizá-la para o
descarte de seus resíduos fisiológicos. Alguns fabricantes
disponibilizam areias perfumadas para eliminar o cheiro forte que suas
fezes poderiam deixar em um ambiente fechado (casas e apartamentos).
46 No entanto, o que pode ser bom para humanos não é para o animal. Absorvente sem perfume e natural é o mais recomendado.
Ciclo biológico
Reprodução
O gato apresenta vários ciclos reprodutivos ao longo do ano, que
podem durar de 4 a 7 dias. Durante esse período, as gatas miam mais
frequentemente e vários gatos podem lutar por uma mesma fêmea no
cio; o vencedor ganha o direito de copular. Ainda que a fêmea, a princípio, rechace a
relação sexual,
ela acaba aceitando o macho. Depois da cópula, a fêmea se limpa e pode
ficar muito violenta até que termine todo o ato do acasalamento, uma vez
que o ciclo se repita. As gatas podem ter cada óvulo fecundado por um
macho diferente, tendo assim, na mesma ninhada, filhotes de pais
diferentes.
35
As gatas alcançam a maturidade sexual entre 4 a 10 meses de idade, e
os gatos entre 5 a 7 meses após o nascimento. A gestação dura de 63 a 65
dias, aproximadamente e pode gerar de um a oito filhotes.
35
Os recém-nascidos devem manter-se com a mãe por 60 dias, já que então o
gatinho já terá recebido os nutrientes necessários. Separá-los antes
desse período seria um erro, devido à possibilidade de que eles morram
por falta de alimentação adequada. Pode-se esterilizar os gatos,
procedimento normalmente realizado em machos antes que eles comecem a
marcar território; isto deve evitar que eles perpetuem esse
comportamento ao longo de suas vidas.
30
Características genéticas
O gato apresenta 38
cromossomos e são conhecidas cerca de 200
patologias associadas, muitas delas comuns aos seres humanos. O projeto "Genoma do Gato", do
Laboratory of Genomic Diversity, pretende descobrir seu genoma.
47
Gata com
heterocromia, anomalia genética na qual o indivíduo possui um olho de cada cor.
Existe uma crença de que os gatos brancos de olhos azuis são surdos, a
não ser que tenham um olho de cada cor, característica conhecida por
heterocromia, cujos portadores são denominados
gatos de olhos ímpar.
Isto está certo em parte, já que há uma maior probabilidade de gatos
com essas características físicas serem também surdos, mas este fato não
é determinante.
8
A cor branca do gato se deve à ausência de
melanina em sua
pele e
pelos. Há quatro modos de um gato ser da coloração branca "sólida": ser
homozigótico para o
alelo ca (
albino
de olhos azuis); ser homozigótico para o alelo c (que é albino de olhos
vermelhos); ser homozigótico para o alelo S (mancha branca); ou possuir
o alelo w (do gene branco dominante) no seu
cariótipo.
O gene da
surdez
é próprio dos gatos brancos, chama-se alelo w, e é o causador da
coloração branca e da surdez nos gatos. Nem todos os gatos brancos são
surdos, só o são os que apresentam o tal gene. O gene w faz com que o
gato seja branco, ainda que seus genes digam que ele é um gato escuro;
este gene tem a peculiaridade de "mascarar" o resto das colorações para
fazê-los brancos.
30
Além disso, estes gatos só tem os olhos azuis ou verdes. Outra
característica genética é o fato de, em alguns animais, os dentes
caninos da mandíbula inferior serem proeminentes, semelhantemente ao
observado nos
fósseis do
tigre-dentes-de-sabre.
8
Pelagem
Uma gata de pelagem tricolor.
Em respeito às cores, os gatos podem ter uma única coloração, como os completamente brancos ou pretos, que só tem
pelos contrastantes soltos em algumas partes do corpo. Também podem ter duas cores, como o branco e preto (típico
gato-vaca),
branco e laranja, pardo e branco, ou cinza e branco. Podem possuir um
padrão de cores tigrado em laranja, pardo e branco; em tons cinza e
alaranjados (gatos romanos), com o pelo de uma só cor em toda a sua
extensão ou de dois tipos de cores (as extremidades diferentes do resto
do corpo). Também podem ter um padrão de cor siamês com cores mais
escuras na face, rabo, patas e orelhas. Outro tipo de coloração é a
tricolor, como, por exemplo, branco, laranja e preto. As gatas costumam
ter os pelos mais lustrosos e brilhantes do que os machos, em contra
partida elas costumam soltar mais pelos do que os gatos, principalmente
nos períodos do início do cio. Os gatos tricolores ou de até quatro
cores são normalmente fêmeas; quando são machos, são estéreis. Em
contrapartida, os gatos romanos laranjas são em sua maioria machos,
porém é possível deparar-se com fêmeas. O tipo de pelo vai desde o muito
curto (como o
Sphynx, cujo pelo é quase invisível), o encaracolado (no caso do
Devon rex),
o pelo curto normal com uma cor somente ou com pontas de outras cor, o
pelo semi-longo, até o pelo mais longo procedentes das cruzas com o
Bosque da Noruega, persa ou qualquer outra raça de pelo longo.
48
Sentidos
Muitos
zoólogos acreditam que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos.
[carece de fontes] Enquanto seu
olfato e
audição podem não ser tão aguçados quanto os dos cães, a
visão altamente apurada, audição e olfato sobre-humanos, combinados com o
paladar e sensores táteis altamente desenvolvidos, corroboram com esta hipótese.
48
Visão
Gatos têm a visão muito nítida.
Medir e classificar os sentidos dos animais pode ser difícil,
principalmente por que não existem meios explícitos de comunicação entre
o objeto do teste e o examinador. Entretanto, testes indicam que a
visão aguçada dos gatos é largamente superior no
período noturno em comparação aos
humanos, mas menos eficaz durante o
dia. Os olhos dos gatos possuem o
tapetum lucidum, uma membrana posicionada dentro do
globo ocular que reestimula a retina ao refletir a
luz na cavidade.
49
Enquanto este artifício melhora a visão noturna, parece reduzir a
acuidade visual na presença de luz abundante. Quando há muita
luminosidade, a
pupila em formato de fenda fecha-se o máximo possível, para reduzir a quantidade de luz a atingir a
retina, o que também resguarda a noção de profundidade. O
tapetum e outros mecanismos dão aos gatos um limiar de detecção de luminosidade sete vezes menor que a dos humanos.
50
Os gatos têm, em média, campo visual com abertura estimada em 200°,
contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a
dos humanos. Como em muitos predadores, os olhos ficam posicionados na
parte frontal da cabeça do animal, ampliando a noção de profundidade em
detrimento da largura do campo de visão.
51
O campo de visão depende principalmente do posicionamento dos olhos,
mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés
da
fóvea,
que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa
central marcando a intersecção binocular. Aparentemente, os gatos
conseguem diferenciar
cores,
especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos
humanos. Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos
olhos, a
membrana de nictação,
que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz
intensa. Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está
doente. Se o gato mostra frequentemente essa terceira
pálpebra, é um indicativo de doença.
44
Os gatos não conseguem ver a menos de 20 cm de distância, daí levarem a boca à comida, confiando no olfato.
52 Possuem um ponto cego logo abaixo do nariz.
53
Audição
O formato das orelhas dos gatos ajuda-os a identificarem com precisão a fonte dos
sons.
Os seres humanos e os gatos têm limites similares de audição em baixa
frequência, que devem rondar os 20 Hz. Já na escala de alta frequência,
os gatos têm ampla vantagem, alcançando os 60 kHz, superando até mesmo
os
cães. Os gatos podem ouvir até duas
oitavas acima dos humanos (20 kHz) e meia oitava além dos cães. Quando detectam um
som, as orelhas do gato imediatamente voltam-se para o
ruído. Os gatos podem precisar com margem de erro de 7,5 cm a localização de uma fonte sonora a um metro de distância.
49
Trinta e dois músculos individuais na orelha os permitem ouvir
direcionalmente. Os gatos podem mover uma orelha independentemente da
outra. Diferentemente dos humanos, os gatos têm sua orelha coberta
interna e externamente por pelos. Quando está enojado ou atemorizado, o
gato instintivamente abaixa as orelhas para trás da cabeça, cobrindo
seus canais auditivos. Juntamente com esta ação, arrepia seus pêlos,
coloca as
garras para fora e emite um som ameaçador com a boca, deixando os dentes à mostra.
54
Tato
Os gatos geralmente apresentam uma dúzia de
vibrissas, dispostas em quatro fileiras sobre os
lábios superiores, as vibrissas dessa região em particular são comumente chamadas coletivamente de
bigode, alguns nas bochechas, tufos sobre os
olhos e no queixo. Os
Sphynx - gatos quase sem
pelos - podem ter bigodes normais, curtos ou nem sequer apresentá-los. Os bigodes auxiliam na navegação e
tato.
Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando
ao gato descobrir obstruções sem vê-las, facilitando o deslocamento na
penumbra. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas.
50
Especula-se que os gatos podem preferir guiar-se pelos bigodes especializados que dilatar as
pupilas
na totalidade, o que reduz a habilidade de focar objetos próximos.
Esses pelos também alcançam aproximadamente a mesma largura do corpo do
bicho, permitindo-o julgar se cabe em determinados espaços.
50
O posicionamento dos bigodes é um bom indicador do
humor do felino: apontados para frente, indicam curiosidade e tranquilidade; colados ao
rosto,
indicam que o gato assumiu uma postura defensiva e agressiva. Recentes
estudos de fotografias infravermelhas de gatos caçando demonstram que
eles também utilizam seus
bigodes para determinar se a presa mordida já está morta. Observa-se nas fotos que, ao aplicar a mordida fatal à
vítima e posteriormente a manter apertada entre as
mandíbulas,
seus bigodes "abraçam" ou rodeiam completamente o corpo da presa para
detectar uma possível mínima vibração como sinal de que a caça ainda
possa estar com vida. Crê-se que este fenômeno é usado para proteger o
próprio corpo do
felino, porque muitas de suas vítimas, como os
ratos, ainda podem mordê-lo e/ou lesioná-lo, se o predador as leva à
boca quando ainda estão com vida.
55
Paladar
Os gatos têm olfato e paladar muito aguçados.
Uma curiosidade sobre o paladar dos gatos é que, de acordo com a edição
norte-americana da
National Geographic (de
8 de dezembro de
2005), eles não são capazes de saborear o
doce,
por falta de receptores desse tipo. Alguns cientistas acreditam que
isso se deve à dieta dos gatos incluir quase que exclusivamente
alimentos ricos em
proteínas, embora seja incerto se essa é a causa ou o resultado dessa falta de células adaptadas.
44
Entretanto, através da observação de gatos domésticos, percebe-se que, uma vez que sejam oferecidos
doces,
eles parecem gostar, embora não seja saudável deixá-los comer tais
guloseimas, pois podem causar excessiva fermentação dentro do aparelho
digestivo, gerando
gases e
cólicas desconfortáveis no animal.
56 Ainda que não reconheçam o gosto doce, esses animais apresentam grande sensibilidade aos sabores
ácidos,
salgados e
amargos,
o que os torna animais muito exigentes quanto ao paladar dos alimentos
que lhes são oferecidos, podendo recusar a refeição fornecida, caso
notem algo de errado em seu sabor.
57
Olfato
Um gato doméstico possui o olfato 14 vezes mais potente
58 e duas vezes mais células receptoras que os humanos, portanto, podendo sentir
odores dos quais um ser humano nem sequer registra. Além disso, os gatos possuem um órgão sensorial no céu da boca chamado
vomeronasal ou órgão de Jacobson, que atua como um órgão olfatorial auxiliar. Quando o gato franze a face, baixando a
mandíbula e expondo parte da
língua,
está abrindo a passagem de ar para o vomeronasal. Esse olfato apurado
faz com que os gatos tenham um paladar também muito apurado, o que os
torna extremamente exigentes em relação à comida, de modo que raramente
aceitem restos da alimentação dos humanos.
49
Envelhecimento
Embora não apresentem muitos sinais externos de envelhecimento, os gatos têm a saúde fragilizada nessa etapa de suas vidas.
Ainda que apresentem poucos sinais externos decorrentes do
envelhecimento, com o avanço da idade, os gatos apresentam mudanças
fisiológicas significativas que afetam seu metabolismo, tornando-os mais
suscetíveis e vulneráveis aos ataques de diversas doenças, como
problemas na pele, olhos, ouvidos, olfato e paladar.
35 56 57 Podem também apresentar fragilidade nos
ossos e desenvolver
tumores e
cânceres. Normalmente, os indivíduos mais idosos apresentam
letargia, diminuição do apetite e emagrecimento, culminando na insuficiência de órgãos vitais como
rins,
fígado e
coração, o que pode levar o animal ao óbito.
35 59
Os gatos que vivem sob cuidados de humanos podem viver mais de 20
anos. Para que atinjam tal idade, é recomendado que a partir dos oito
anos de idade, esses animais sejam submetidos a um tratamento
diferenciado, envolvendo alimentação diferenciada, consultas
veterinárias e exames de saúde regulares.
60 Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, sobretudo o
asseio
com os dentes, que devem ser limpos e inspecionados semanalmente. Os
olhos e ouvidos também devem ser focos de cuidados especiais, pois esses
órgãos vão, aos poucos, tornando-se menos eficazes. Se o gato estiver
com a sua visão prejudicada, deve-se evitar a mudança da localização dos
seus pertences, como cama,
caixa de areia e vasilhas de
água
e comida, pois o animal poderá continuar utilizando esses itens, desde
que esteja acostumado ao local onde normalmente estão instalados. Quanto
à alimentação, deve-se estimular um aumento no número de refeições,
pois o gato passará a ter menos apetite e, consequentemente, comer em
menores porções.
35
Devido a redução na quantidade de alimentos ingeridos e às mudanças fisiológicas decorrentes da
idade mais avançada,
o nível de energia disponível diminuirá e o animal não terá mais tanta
disposição para brincadeiras. No entanto, sabe-se que gatos idosos
apreciam a companhia dos humanos, devendo ser tratados com a mesma
alegria, dedicação e carinho dispensados em sua
fase juvenil.
35
Comunicação
O cérebro dos gatos possui estrutura complexa, tendo, em média, 5 centímetros de
diâmetro e 30 gramas de
massa.
Os gatos conseguem comunicar-se de forma bastante eficaz, seja com humanos ou com outros seres de sua espécie. Estudos da
inteligência em gatos têm demonstrado que tais animais são dotados de um aparato
cognitivo capaz de lhes propiciar diversas ações, que podem ser compreendidas como sinais de inteligência.
61 O
cérebro
destes animais apresenta estruturas complexas que possibilita-lhes
desenvolver uma espécie de linguagem, comunicando-se por meio de miados,
ronronares, bufos, gritos e linguagens corporais.
A avançada estrutura do cérebro faz com que esses felinos sejam frequentemente utilizados como
animais experimentais, tendo em vista que esse órgão apresenta estrutura muito similar àquela observada no
cérebro humano.
Pesquisas indicam que, tanto no homem quanto no gato, o mesmo setor
cerebral é o responsável pela existência de diferentes emoções.
62
Miado
O
? miado é o som típico que caracteriza o gato. É transcrito
onomatopeicamente como "miau" em
português (em diversas outras línguas apresenta grafia semelhante, como "meow", "miaow", "maw", etc.)
Diferentemente do
ronronar, o miado possui um som mais agudo e audível a uma grande distância. A
pronúncia desta chamada varia significativamente, dependendo de seu propósito. Usualmente, o gato vocaliza indicando
sofrimento, solicitando atenção humana (por exemplo, para ser alimentado), ou como uma
saudação. Alguns
vocalizam
excessivamente, enquanto que outros raramente miam. Dependendo da raça,
são capazes de emitir cerca de 100 tipos de vocalizações diferentes,
63
incluindo sons que se assemelham à linguagem humana. Os machos possuem
vocalização mais forte e grave que as fêmeas e a espécie doméstica
costuma miar muito mais do que a
selvagem, já que é a principal forma que eles têm de chamar a atenção de seus donos.
64
O miado é uma forma que os gatos criaram para comunicar com humanos.
Em estado selvagem, gatos raramente miam, usando marcas odoríferas e
arranhões para marcar território e avisar outros gatos de que estiveram
ali.
Ronrono
O gato geralmente ronrona quando se encontra em um estado de calma,
prazer ou satisfação. Entretanto, pode ronronar quando está se sentindo
angustiado,
aflito ou com
dor.
Ronrona na presença de outros gatos ou, se ainda filhotes, na presença
da mãe - por exemplo. Existem muitas teorias que explicam a origem deste
som, incluindo vibração das falsas
cordas vocais quando inspiram ou expiram, o som do
sangue circulando pela
artéria aorta, ressonância direta nos
pulmões, entre outras. Atualmente, acredita-se que o ronronar é o resultado de impulsos rítmicos produzidos por sua
laringe.
Quando um gato emite o característico som de satisfação, é possível
sentir sua garganta vibrar. Dentro da garganta, juntamente com as cordas
vocais, o gato possui um par de estruturas chamadas pregas
vestibulares. Alguns pesquisadores acreditam que essas pregas vibram
quando o gato ronrona.
51
No entanto, há quem diga que as pregas vestibulares nada têm a ver com a vibração da laringe, relacionada a esse ronronar.
65
A origem então estaria em um aumento momentâneo na turbulência do
sangue no sistema circulatório do gato. Esta turbulência seria mais
intensa quando o sangue é desviado para uma veia excepcionalmente larga,
situada no peito do animal. Quando os músculos à volta desta veia se
contraem, as vibrações provocadas pela turbulência são amplificadas pelo
diafragma, antes de subirem pela
traqueia e ressoarem na cavidade sinusoidal. Essa vibração faz com que o gato libere
endorfina,
causando uma sensação instantânea de bem-estar. É evidente que o
ronronar exige pouca energia por parte do animal, uma vez que os felinos
podem produzir tal som por vários minutos consecutivos.
65
Outros sons
A maioria dos gatos bufa ou grunhe quando está em perigo. Alguns
podem gorjear, quando observam uma presa ou expressando interesse a um
objeto próximo. Quando esse som é dirigido a uma presa fora de alcance,
não se sabe se é com a intenção de apresentar um barulho ameaçador, uma
expressão de frustração ou para imitar o canto de uma ave (ou de uma
presa da ave, como a
cigarra).
Recentemente, estudiosos do comportamento animal creem que este som é
um "comportamento de ensaio", no qual o gato antecipa ou pratica como
matar sua presa, já que o barulho usualmente acompanha um movimento da
mandíbula similar ao que utilizam para matar a presa.
66
Zoonoses
Como os demais mamíferos, os gatos são passíveis de contaminação por doenças causadas por
vírus,
fungos e
bactérias. Estas doenças geralmente se manifestam por meio de
sintomas como falta de apetite,
apatia
e outras alterações comportamentais. Poucas dessas doenças podem
contaminar os seres humanos. No entanto, um grande número de pessoas são
alérgicas a uma
proteína
produzida pelos felinos, apresentando sintomas no sistema respiratório
quando entram em contato com fragmentos de pelos desses animais.
56
Alergias
Alguns felinos podem desenvolver severas reações alérgicas quando submetidos a determinadas
medicações, como, por exemplo, a
ivermectina, que é tradicionalmente aplicada no controle de pequenos
parasitas, como
carrapatos,
pulgas e
piolhos. Em determinadas situações, essa substância pode ocasionar o inchaço do cérebro do felino, provocando fortes
dores, perda de controle muscular,
cegueira temporária, perda de apetite, retenção de urina e
febre, chegando a levar o animal ao
estado de coma. A forma de se combater alergias desse tipo é por meio da aplicação de
antídotos contra ação do medicamento anteriormente ministrado.
67
Muitos humanos são alérgicos à
glicoproteína Fel d 1, presente na
saliva dos gatos e transmitida em contato com a pele ou com o pelo do animal. A glucoproteína
Fel d1 pode gerar
espirros, irritação das vias respiratórias e, em casos mais agudos,
asma,
rinite e outras reações alérgicas. No dia
24 de setembro de
2006,
a empresa biotecnológica Allerca anunciou o começo da criação dos
primeiros gatos hipoalergênicos. Além disso, existem algumas raças de
gatos que produzem pequenas quantidades da proteína responsável pela
reação alérgica, não causando, deste modo, problemas às pessoas
sensíveis.
68
Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma
zoonose de distribuição mundial. Trata-se de uma doença infecciosa causada pelo protozoário
Toxoplasma gondii. Ocorre em animais de estimação e de produção, incluindo
suínos,
caprinos,
aves, animais silvestres,
cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (
bovinos, suínos,
cabras, etc). Usualmente, os gatos são responsabilizados pela transmissão direta da toxoplasmose aos humanos,
69 mas pesquisas atuais indicam que na maioria das vezes essa acusação é incorreta, tendo em vista que o
Toxoplasma gondii, causador da doença, necessita de um período de incubação após ser expelido pelo organismo do animal, por meio das
fezes.
Deste modo, para que haja contaminação, é necessário que haja contato
com as fezes secas do animal. Portanto, bastaria manter o gato em um
ambiente higienizado, com limpeza diária de sua
caixa de areia, para não haver preocupação em adquirir essa zoonose.
70
A
toxoplasmose pode ser perigosa especialmente para a mulher
grávida, sendo uma possível causadora de má-formações
fetais
e surdez congênita. Os felinos desempenham um papel chave no ciclo
desta enfermidade, sendo hospedeiro do parasita. O gato pode adquirir a
doença ao se alimentar de algum
pássaro ou
rato
infectado. Logo, os gatos envolvidos na transmissão são somente aqueles
que têm possibilidade de caçar ratos (gatos silvestres ou de fazendas).
Como os gatos doméstico são, normalmente, alimentados apenas com ração,
esse risco é extremamente reduzido, bastando certificar-se de que o
gato de estimação não tenha por hábito caçar animais. Destaca-se ainda
que é improvável que um gato doméstico ingira os animais que caça, tendo
em vista que a maioria trata a carcaça de suas vítimas como "troféus",
não se alimentando delas. Quando contaminado, o felino excreta os
oocistos
("ovos" do protozoário) nas suas fezes, e o humano pode ser infectado
via oral ao não lavar as mãos corretamente depois de limpar a caixa de
areia do animal, ou não lavar os vegetais que foram plantados em locais
que contêm fezes de gatos, por exemplo. Mas a contaminação apenas é
possível se esse contato ocorrer após o período de incubação desses
ovos. Assim, boas condições de higiene tornam improvável algum tipo de
infecção.
71
Segundo a
Organização Mundial da Saúde
(OMS), o principal contágio da toxoplasmose não é o contato com gatos
domésticos, mas sim a ingestão de protozoários presentes na
carne vermelha crua ou mal cozida, bem como em vegetais mal lavados e contaminados com dejetos de animais.
72
Leucemia felina
Gatos que vivem nas ruas são mais suscetíveis a doenças como a Leucemia e a Panleucopenia felina.
A leucemia felina, provocada por um
vírus,
é uma das doenças mais complexas que afeta os gatos. Diferentemente da
versão humana da doença, é contagiosa, podendo ser transmitida de gato
para gato por meio da
saliva ou pelo contato com
sangue
contaminado. No entanto, não é transmitida aos seres humanos, tendo em
vista que o agente causador somente sobrevive no organismo dos felinos.
56 A
vacinação contra a leucemia confere proteção aos gatos em 95% dos casos. A
castração reduz a possibilidade de contaminação, já que o animal tende a permanecer mais em casa e não ter contato com outros gatos.
A leucemia felina é uma doença desconhecida por muitos veterinários,
que, ao não saber como tratá-la, recomendam o sacrifício do animal.
Inicialmente, esta doença se manifesta pela perda parcial da defesa
imunológica do gato portador. Porém, trata-se de uma
doença degenerativa,
cuja gravidade vai avançando ao mesmo tempo que reduz a expectativa de
vida em alguns anos. Tratamentos podem abrandar os problemas, sobretudo
se o gato viver em boas condições, uma vez que, devido à baixa
imunidade, qualquer doença de menor gravidade pode ser altamente
perigosa para o animal. Durante o estado crítico, o gato necessita de
cuidados e boa alimentação, acompanhado por veterinários, e do uso do
interferon. A leucemia felina "terminal" ocorre quando a doença atinge a
medula óssea,
anulando totalmente a produção de glóbulos brancos para a sua defesa;
quando esta ocorre, o animal começa a ter a sua saúde deteriorada
rapidamente e passa a sofrer fortes dores, de modo que o sacrifício é a
única solução.
73
Panleucopenia felina
Brigas entre gatos podem fazer com que eles tenham contato com sangue e saliva de animais contaminados.
A panleucopenia felina é uma doença viral que acomete gatos domésticos e outros membros das famílias
Felidae,
Mustelidae,
Viverridae e
Procyonidae. O agente causador é um
vírus classificado como
parvovírus felino. Essa doença não é transmissível ao
homem e nem a outros
animais de estimação.
74 Trata-se de uma enfermidade altamente contagiosa aos felinos, caracterizada pelo aparecimento súbito de
febre,
falta de apetite,
depressão,
vômitos e
diarreia,
desidratação e
leucopenia.
56
O vírus da panleucopenia felina é um parvovírus pequeno pertencente à família
Parvoviridae.
Essa doença é considerada um dos distúrbios gastrointestinais mais
mortais para os gatos, apresentando taxa de mortalidade de
aproximadamente 80% dos indivíduos contaminados.
75
Os gatos que vivem soltos estão mais expostos à contaminação pelo vírus
da doença. A vacinação é bastante eficaz, sendo a incidência de
panleucopenia muito baixa nas populações de gatos que recebem as doses
da vacina nos primeiros meses de idade.
76 Contudo, foram relatadas ocorrencias da panleucopenia transmitida pelo
colostro e pelo
leite.
77
Os incubadores do vírus são os próprios gatos, sendo que a
transmissão é feita mediante contato direto com os gatos contaminados
e/ou doentes, através de alimentos ou água contaminada, pelo contato com
fezes ou
urina (que ocorre quando um animal sadio usa uma
caixa de areia contaminada por um gato doente), contato com vômito, saliva, ou
ectoparasitas como
pulgas e
carrapatos.
78
Os indivíduos doentes passam por um tratamento de elevada
complexidade. Os animais que conseguem sobreviver mais de uma semana,
evitando-se a todo o custo a
desidratação,
têm possibilidade plena de se salvar. Contudo, isto ocorre apenas em
20% dos casos, indicando que a prevenção por meio da aplicação de
vacinas ainda é a melhor forma de se evitar a ocorrência do problema.
78
Peritonite infecciosa felina
O compartilhamento de uma mesma caixa de areia entre diferentes gatos
pode aumentar o risco de transmissão de algumas doenças, como a PIF.
A peritonite infecciosa felina, mais conhecida pelo acrônimo PIF, é uma
síndrome
viral contagiosa entre os felinos, que contamina o intestino, o fígado,
os rins, o cérebro e e todo o sistema nervoso dos animais, levando à
formação
abcessos nos órgãos afetados.
79
A peritonite infecciosa felina é transmitida por meio de contato com
as fezes contaminadas, o que ocorre, sobretudo, quando diversos gatos
dividem uma mesma
liteira. Pode também ser transmitida aos filhotes de gatas doentes, por meio do
leite. Contudo, trata-se de um vírus que ataca exclusivamente os felinos, não oferecendo assim risco de contágio aos seres humanos.
80
Dentre os principais sintomas, estão a perda de apetite, emagrecimento rápido do animal, anemia, diarreia, febre constante,
abdômen distendido, e
inchaço nos gânglios linfáticos. Não há cura para a PIF, sendo que, após a contaminação, o gato vive por, no máximo, dois anos.
81 Ainda não há vacina eficaz contra essa doença. Normalmente, quando os sintomas se agravam, é praticada a
eutanásia,
visando minimizar o sofrimento, tendo em vista que as manifestações dos
sintomas dessa doença, em sua fase terminal, causam dores intensas no
animal.
Síndrome urológica felina
Radiografia evidenciando a existência de um
cálculo na bexiga de um gato. A mancha mais clara, na ponta da seta, indica a presença de
calcificação no interior do órgão em questão.
A síndrome urológica felina consiste num conjunto de problemas que
surgem nos felinos com o avanço da idade. O animal afetado apresenta
problemas inflamatórios no sistema urinário, dentre os quais destacam-se
a
cistite,
uremia e formação de
cálculos renais e na
bexiga.
82
O principal sintoma consiste na dificuldade e dor ao urinar; algumas
vezes nota-se a presença de sangue na urina. As causas dessa doença
estão ligadas à alimentação do animal, além de fatores genéticos que
implicam uma predisposição à sua ocorrência. O tratamento consiste na
aplicação de medicamentos contra as dores e a infecção, além de um
rigoroso controle na dieta do animal. Deve ser oferecida água limpa em
abundância e rações que não tenham acidificantes em sua formulação, ou
apresentem elevados índices de
magnésio.
83
Com uma alimentação adequada, há uma considerável diminuição da
probabilidade de formação de cálculos no sistema urinário. Existem no
mercado diversas rações balanceadas para diferentes tipos de gatos,
variando de acordo com diversos elementos, como a raça do animal, sua
idade, sexo, se é castrado ou não. É até mesmo possível encontrar
rações
específicas para gatos portadores da síndrome urológica felina, capazes
de reduzir o pH urinário e melhorar o funcionamento dos rins,
auxiliando na dissolução dos cálculos existentes e prevenindo a formação
de novas calcificações.
84
Raças
Os gatos apresentam uma grande variedade de cores e padrões. As
raças
podem ser divididas em três categorias: pelo longo, pelo curto e pelo
ralo. A pelagem pode ainda ser dividida em lisa ou ondulada, existindo
variações intermediárias. A cor dos olhos também podem estar
relacionadas a certas raças. Os gatos persas, por exemplo, costumam
apresentar
íris
com a mesma coloração dos pelos. A maior parte das raças foram
desenvolvidas recentemente, de modo a ressaltar determinadas
características desejadas e inibir outras indesejadas. Por exemplo,
enquanto um gato bengal possui pernas alongadas, um Munchkin jamais deve
apresentar tal característica. Ou ainda, enquanto que caudas longas e
exuberantes são imprescindíveis para a beleza dos persas e himalaios,
não fazem parte do padrão existente para a raça Bobtail. Diferentes
raças tendem a apresentar graus distintos de suscetibilidade a certas
doenças. Os gatos do padrão
Keltic Shorthair normalmente são mais resistentes a problemas de saúde, uma vez que tais animais derivam de
gatos de rua. Nesse caso, a
seleção natural faz com que apenas os animais mais adaptados sobrevivam e consigam passar seus genes adiante.
85
Estima-se que, atualmente, existam mais de 250 diferentes raças de gatos domésticos.
86 Algumas delas surgiram naturalmente, a partir de cruzamentos entre gatos
sem raça definida
que portavam diferentes características. Outras foram desenvolvidas por
meio de cruzamentos planejados por criadores, visando um
aprimoramento genético,
com a intenção de ressaltar determinadas feições dos animais. Segundo
associações de criadores de felinos, como a Associação Internacional de
Gatos (TICA), as raças de gatos mais comuns existentes na atualidade são
as seguintes:
8 87 88
Raças mais comuns
- Abissínio
Gato da raça
abissínio, umas das 26 mais comuns do mundo. É forte e ativo.
Os gatos abissínios possuem origem misteriosa, sendo mais provavelmente provenientes do Egito ou Etiópia
89
. Caracterizam-se pelo comportamento retraído e discreto, com miados
baixos. O corpo é esguio e musculoso, o que lhes confere agilidade. Com
isso, tornam-se felinos ativos, que precisam de muita atividade física.
Costumam interagir com outros gatos, mesmo que pertençam a raças
diferentes.
90
- Angorá
Os gatos da raça Angorá surgiram na região de
Ankara, na
Turquia Central, e são conhecidos na Europa desde o início do século XVII. Os representantes desta raça são animais dóceis e
amistosos. Curiosos, gostam de escalar até pontos elevados, de onde possam observar a movimentação.
90
- Bengal
O Bengal é uma raça recente, derivada de cruzamentos induzidos entre gatos domésticos e o
leopardo-asiático (
Prionailurus bengalensis). Tal cruzamento só foi possível devido ao fato do leopardo-asiático possuir o mesmo número de
cromossomos
do gato doméstico, o que tornou possível a realização de cruzamentos
que originassem descendentes férteis. Esses animais apresentam tamanho
médio a grande, com peso entre 5,5 a 9 kg. Possuem pelo curto, estrutura
óssea
bastante forte e uma cabeça relativamente grande, com contornos
arredondados e ligeiramente comprida, lembrando o formato dos felinos
selvagens.
90
- Bobtail japonês
O Bobtail surgiu no
Japão no
século VII,
país no qual é bastante popular e onde acredita-se que a existência um
espécime tricolor desse animal traz sorte, felicidade e prosperidade. A
principal característica do Bobtail é a pequena cauda, que mede entre
oito e dez centímetros quando esticada. O gato sempre a mantém curvada, o
que a deixa com a aparência de um rabo de
coelho.
É uma raça de porte elegante, com uma boa musculatura, porém esbelta.
Suas pernas são esguias, sendo as posteriores ligeiramente maiores que
as anteriores.
90
- Bombay
O Bombay é um gato originário dos
Estados Unidos. Surgiu na
década de 1960,
por meio de cruzamentos entre diferentes gatos pretos de pelo curto
americano. Esses gatos apresentam a pelagem completamente negra e curta,
com textura aveludada, sem a presença de pontos brancos. Seu tamanho é
médio, sendo o macho maior que fêmea. Os gatos dessa raça miam pouco,
mas, em contrapartida, costumam ronronar intensamente. É sociável e
necessita sempre de companhia, não adaptando-se bem à vida solitária.
90
- Chartreux
Chartreux de olhos amarelos. Fortes, silenciosos e ágeis, são bons caçadores de pequenas presas, como os ratos.
Os gatos Chartreux apresentam coloração cinza-azulada, com pelos
curtos, densos e grossos. Os gatos desta raça são muito silenciosos, de
modo que raramente miam. São muito ativos e necessitam de bastante
espaço físico para correrem exercitarem-se. Quando privados de espaço,
podem ficar irritadiços e demonstrar alguma agressividade. Originário da
França,
o Chartreux é um animal afetuoso e sociável. Possui um apurado instinto
de caça e uma forte musculatura, que lhe dá condições para atacar
rapidamente pequenas presas como pássaros e roedores.
90
- Cornish Rex
O Cornish Rex é um gato de pelo curto e ligeiramente cacheado, originário da
Inglaterra.
Possui um aspecto rústico e é considerado um excelente animal de
estimação, uma vez que convive muito bem com os humanos, mesmo no caso
da presença constante de estranhos. É um animal de fácil tratamento, não
exigindo cuidados muito complexos.
90
- Himalaio
O gato Himalaio foi criado por meio de cruzamentos consecutivos entre
espécimes das raças persa e siamês. Deste modo, combinam a vasta e
sedosa pelagem dos persas com o porte e a marcação de cores presentes
nos siameses. São gatos apegados aos donos e bastante brincalhões, de
modo que sempre necessitam da companhia humana ou da presença de
brinquedos para se distraírem. Sua principal característica é a pelagem
densa com coloração do tipo
colourpoint, na qual as extremidades do rabo, patas e cabeça assumem uma tonalidade mais escura em relação ao corpo.
90
- LaPerm
O gato LaPerm foi registrado em 1982, nos
Estados Unidos. Trata-se de um felino de pelagem longa e cacheada, com espirais lembrando um
saca-rolhas.
Apresenta comportamento bastante interativo. É um gato muito procurado
por pessoas que gostam de animais que se adaptem aos costumes do lar.
Sua personalidade marcante faz com que o LaPerm desenvolva uma forte
ligação afetiva com os donos e esteja sempre pronto para brincadeiras,
até mesmo com estranhos.
90
- Maine Coon
Podendo alcançar peso superior a 20 kg, o
Maine Coon
é a maior raça de gatos existente. Originalmente norte-americano, é
dócil, dono de macia pelagem e capaz de tolerar climas rigorosos.
O Maine Coon é um gato norte-americano, conhecido pelo seu avantajado
tamanho em relação às demais raças. Foi primeiramente reconhecido como
raça oficial
91 no estado norte-americano do
Maine,
onde era famoso pela sua capacidade de caçar ratos e de tolerar climas
rigorosos. Devido ao seu grande porte físico, também é conhecido como "o
gigante gentil". Originalmente um gato de trabalho, o Maine Coon é
resistente, rústico, capaz de suportar as intempéries. Seu pelo é macio e
seu corpo muito bem proporcionado, de aparência retangular e
balanceada, sem partes exageradas em tamanho. É musculoso, de tamanho
médio para grande. As fêmeas geralmente são menores que os machos.
92
O comportamento do Maine Coon é extremamente dócil, meigo, companheiro,
dando-se bem com outros gatos e outros animais de estimação, como o
cão. É um gato de fácil adaptação, e essencialmente muito amigável. É
carente de cuidados e atenção, necessitando sempre companhia. Seu miado é
um dos mais curiosos, por ser semelhante ao cricrilar de um
grilo.
90
- Mau egípicio
O Mau Egípcio é uma raça que descende diretamente dos gatos da época do
Antigo Egito. Pode ser visto em
papiros e construções egípcias anteriores a
1000 a.C.93
Exemplares foram levados à Europa e, mais recentemente, a raça foi
desenvolvida nos Estados Unidos a partir de cruzamentos entre exemplares
europeus. É um gato doméstico de temperamento calmo. Esperto e
dedicado, possui laços afetivos extremamente fortes com os seus donos.
94
Seu aspecto é perfeitamente balanceado entre esbelto e roliço. Sua
cabeça é levemente arredondada. O focinho não é pontudo e os seus olhos
são oblíquos, de formato oval, geralmente apresentando cor verde.
90
- Munchkin
O Munchkin é um gato de pernas curtas e corpo alongado. Em função do formato peculiar, é apelidado de
Basset Hound
felino. É dócil, sociável e amável. É ativo como outros gatos, mas não
pula tão alto devido à pequena altura das suas pernas, que chegam a
medir apenas um terço do tamanho observado nas outras raças. A pelagem é
bastante variável, podendo ser longa ou curta, com várias tonalidades e
cores diferentes.
90
- Norueguês da Floresta
O gato
Norueguês da Floresta apresenta densa pelagem na região do pescoço, que lhe protege contra o frio.
Como o próprio nome diz, o gato Norueguês da Floresta se originou nas áreas florestais da
Noruega. A necessidade de se abrigar durante os invernos frios da
Escandinávia
transformou seu manto em uma espécie de cobertor macio, protegendo-o do
vento, do frio e da umidade da neve. Para proteger-se do frio, este
gato também dispõe de abundante camada de pelos ao redor do pescoço,
formando uma densa juba. Como originaram-se de gatos que viviam ao ar
livre, os representantes dessa raça possuem a característica de serem
excelente caçadores e apresentarem grande independência em relação à
seus donos.
95
-
O
gato himalaio combina os longos pelos dos persas com a coloração do Siamês.
-
Típico exemplar da raça
Bombay, que apresenta a pelagem completamente negra.
-
-
- Pelo curto americano
O gato de pelo curto americano foi criado a partir do padrão observado nos gatos que se procriaram nas ruas das grandes
cidades
dos Estados Unidos. São conhecidos por sua longevidade, saúde e
docilidade com crianças. Resistente, tem seu corpo muito bem
proporcionado, forte, ágil, balanceado e simétrico. Seu corpo é mais
comprido do que alto, de tamanho médio para grande. As fêmeas são menos
robustas em relação aos machos. Sua pelagem é curta e de textura dura.
Variações na grossura dos pelos são observadas de acordo com a região e
estação do ano. A pelagem é densa o suficiente para proteção do tempo, frio e cortes superficiais na pele.
90
- Pelo curto brasileiro
A raça
Pelo Curto Brasileiro foi a primeira a ser reconhecida internacionalmente como de fato brasileira.
O gato de pelo curto brasileiro foi a primeira raça genuinamente
brasileira a ser reconhecida internacionalmente. São conhecidos por sua
longevidade, resistência e docilidade com adultos e crianças. O pelo é
bem deitado junto ao corpo, cabeça e orelhas de tamanho médio,
proporcionais a largura da base, bem colocadas. Os olhos ligeiramente
oblíquos e o nariz da mesma largura da base até à ponta. Peito largo,
pernas de tamanho médio e patas arredondadas, também de tamanho médio. O
corpo é forte, musculoso, mas o aspecto geral é de um gato muito ágil e
elegante.
96
- Pelo curto europeu
O gato de pelo curto europeu foi naturalmente desenvolvido a partir
do cruzamento entre os gatos de diferentes raças que viviam nas ruas das
cidades
cidades
da Europa continental. É conhecido por sua longevidade e resistência a
doenças. Assemelha-se bastante ao gato de pelo curto brasileiro, mas,
devido ao clima mais frio da Europa, possui uma pelagem mais densa e
compacta. Assim como as demais raças de gatos surgidas nas ruas,
apresenta excelente visão noturna e bom faro, o que lhe permite caçar
roedores na ausência de alimentos fornecidos pelos humanos.
90
- Pelo curto inglês
Sendo conhecido há cerca de dois mil anos, o gato de pelo curto
inglês é a mais antiga raça de gatos da Inglaterra. É um gato elegante,
compacto, bem balanceado e forte, que prefere estar no chão e não tem
entre suas especialidades a velocidade, ou a agilidade. A cabeça é
arredondada, com bom espaço entre as orelhas.
90 Devido à sua inteligência, é uma das raças preferidas para filmes em
Hollywood e
comerciais de
televisão.
97
- Persa
Gato persa, a raça com
pedigree mais comum no Brasil.
98
Os gatos persas originaram-se na antiga
Pérsia (atual
Irã). No
século XVII, foram levados à
Itália,
onde sua pelagem macia e brilhante fez com que imediatamente ganhassem
popularidade. Atualmente, esta é a raça de gato doméstico mais popular
no Brasil e na maior parte do mundo.
99
Os persas são gatos muito procurados por pessoas que vivem em espaços
pequenos, como apartamentos, pois seus miados são baixos e pouco comuns,
além do fato desses animais apresentarem um forte apego ao seu dono.
99
Caracteriza-se pela pelagem comprida e sedosa, com uma cabeça grande e
redonda, orelhas pequenas e arredondadas com tufos de pelos no interior,
olhos grandes e redondos de coloração vívida e patas curtas, porém
musculosas. O padrão comum da raça apresenta focinhos achatados (
flat face), porém alguns exemplares possuem focinhos um pouco mais alongados (doll face).
90 99
- Ragdoll
Os gatos da raça
Ragdoll, conhecidos por serem dóceis, têm em seu nome o significado de "boneca de pano".
O gato ragdoll foi desenvolvido em meados do
século XX, nos Estados Unidos. Seu nome, que significa "boneca de pano" em
inglês,
indica uma característica peculiar da raça, que é relaxar completamente
ao ser colocado no colo. É tão dócil que permite ser jogado de um lado
para o outro, algo que nem todos os gatos aceitam. É um gato muito
quieto e gentil, e uma vez que escolha um dono, o acompanhará
permanentemente. É uma raça caseira e, por sua docilidade, totalmente
indefesa quando livre, necessitando, portanto, exclusivamente do
ambiente interno. Não possui muita necessidade de atividades físicas,
sendo mais sedentário que gatos de raças menores.
90
- Ocicat
O gato Ocicat surgiu nos Estados Unidos em
1964,
quando uma criadora comercial realizava cruzamentos entre abissínios e
siameses. Ao cruzar um abissínio-siamês com um com um siamês chocolate
point, obteve um gato com a pelagem semelhante a de um
jaguar. Batizou a nova raça de "Ocicat", pela semelhança desse gato com a
jaguatirica (que, em inglês, é chamada de
Ocelot).
Apesar desta aparência singular, o Ocicat não é híbrido entre gatos
domésticos e espécimes selvagens. Possui grande porte, com patas ovais,
pernas robustas bem musculosas e rabo alongado. Seu pelo segue um padrão
manchado, assemelhando-se ao observado nos felinos selvagens. Seus
olhos podem apresentar quase todas as tonalidades de cores,
excetuando-se o azul.
90
- Sagrado da Birmânia
O gato sagrado da Birmânia recebeu esse nome por descenderem
diretamente de uma linhagem de gatos que viviam dentro dos mosteiros
budistas birmaneses.
100
Segundo a lenda budista, havia, em um determinado templo, um gato
branco de pelo comprido que era o fiel companheiro de um sacerdote.
Quando este morreu, assassinado por invasores, o gato pulou para cima do
corpo de seu dono e aí ficou, para evitar que alguém se aproximasse.
Nesse momento, sua pelagem foi ficando cor de creme. Os olhos dourados
tornaram-se azuis e as patas, nariz, orelhas e cauda azuis-cinzentos.
Apenas os quatro pés, que estavam em contato com o corpo do defunto,
permaneceram brancos.
101
Os espécimes dessa raça apresentam olhos azuis, pelos longos e corpos
musculosos. A pelagem não forma nós, nem cachos, exceto da região do
abdômen. As fêmeas pesam no máximo 5 kg, sendo bem menores do que os
machos, que podem chegar aos 8 kg. Sempre andam com a cauda ereta e
nascem brancos, adquirindo a coloração definitiva após alguns meses.
Alguns gatos dessa raça nascem portando
cardiopatias congênitas.
90
- Savannah
Um gato da raça
Savannah, possui como sua marca a orelha pontiaguda.
O Savannah é um
animal híbrido derivado de cruzamentos entre o gato doméstico e o
serval africano (
Leptailurus Serval). Possui esse nome pelo fato do serval habitar as savanas.
102
Pelo fato da raça ser resultante do cruzamento de espécies diferentes, a
maioria dos Savannah é estéril, o que a torna uma raça muito rara.
Possui um porte intermediário ao do gato doméstico e ao do serval, com a
cabeça possuindo formato triangular, orelhas esguias e de tamanho
grande, e a pelagem formada por manchas iguais a do serval, porém com a
cor do pelo variando entre prateado, dourado ou marrom. Sua
personalidade é independente, contudo, não apresenta traços da
agressividade existente nos animais selvagens.
103
- Scottish Fold
Diferente das outras raças, os
Scottish Folds apresentam as pontas das orelhas caídas.
O Scottish Fold é um gato originário da
Escócia.
Possui um porte robusto, pelos macios e face bem arredondada. Sua
característica mais marcante está nas orelhas que, ao contrario dos
demais gatos, são pequenas e com pontas dobradas para dentro. É bastante
companheiro e tolerante com animais de outras espécies. Possui nível
médio de atividade, não sendo nem muito agitado nem muito pacato. Os
gatos dessa raça praticamente não miam, exceto quando estão no cio. Sua
coloração é cinza-azulada, podendo variar entre tons mais claros e mais
escuros, sempre contrastando com áreas de pelagem branca. O pelo azul
pode ficar levemente marrom antes da troca, que normalmente ocorre duas
vezes por ano.
104
- Siamês
Exemplar de
gato siamês. É uma das poucas raças de gato que podem ser realmente adestradas.
Os gatos siameses receberam esse nome por serem originais do antigo
Sião (atual
Tailândia).
Trata-se de um gato de psicologia complexa, frequentemente imprevisível
em suas reações. Por isso, precisa viver em espaço amplo, onde possa
dar seus passeios noturnos. Costuma miar bastante, sobretudo no período
do cio.
90
A característica mais marcante dessa raça está na cabeça, perfeitamente
triangular, ornamentada por um par de olhos azuis. Tais gatos nascem
quase totalmente brancos, sendo que a pelagem das partes menos aquecidas
(orelhas, patas e cauda) escurece à medida que se tornam adultos; a
pelagem das partes mais aquecidas, como o umbigo, permanece clara. O tom
dos pelos em geral tende a escurecer conforme a idade do animal, devido
à circulação sanguínea menos eficiente, e gatos que vivem em ambientes
mais frios são geralmente mais escuros que espécimes em ambientes mais
quentes. É uma das poucas raças de gato que pode ser realmente
adestrada, aceitando inclusive a passear de coleira com seus donos, como
fazem os cães, desde que treinados desde pequenos.
105
- Sphynx
Gato
Sphynx, a única raça que não possui pelos.
O Sphynx é uma raça originária do
Canadá.
Ficou famosa por não possuir pelos, sendo assim muito procurado por
pessoas que gostem de gatos, mas possuam alergia a seus pelos. Devido a
essa ausência de pelos, esse animal é vulnerável ao frio e ao calor,
podendo sofrer
queimaduras solares nas partes mais claras da pele.
90
- Tonquinês
O Tonquinês é uma raça desenvolvida no início do
século XX,
a partir do cruzamento entre gatos siameses e gatos birmaneses.
Inicialmente, foi denominado "siamês dourado", mas, após diversas
gerações, a raça conseguiu reconhecimento próprio. De caráter afetuoso e
sociável, é muito inteligente. Por sua genética mista, no cruzamento
entre tonquineses, apenas a metade da prole será de representantes dessa
raça.
90 O Tonquinês ainda é pouco difundido na Europa, ao contrário do que ocorre em sua área de origem, a
América do Norte, onde é bastante comum encontrar criadores que comercializem esses animais.
106
Mitologia e cultura popular
Antiga estátua egipícia fundida em
bronze, pertencente ao acervo do
Museu do Louvre, exibe uma gata amamentando dois filhotes.
Os gatos sempre foram muito referenciados na
cultura popular. Dentre os antigos povos que reverenciavam os gatos, destacam-se as civilizações
egípcia,
birmanesesa,
celta,
latina,
nórdica e
persa.
107 Todas essas culturas tinham em comum a presença de
deuses que apresentavam-se na forma de gatos.
108
Na
cultura celta, a deusa
Ceridwen possui uma relação com o culto ao gato, por meio de seu filho
Taliesin, o qual, em uma de suas
reencarnações, foi descrito como sendo um gato de cabeça sarapintada.
109 Na
mitologia nórdica, existe a deusa
Freya, a qual possui uma
carruagem puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa: a
fertilidade e a
ferocidade. Esses gatos exibiam as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afetuosos, ternos e ferozes. Os
templos pagãos da região nórdica eram frequentemente adornados com imagens de gatos. Na
Finlândia, havia a crença de que as
almas dos
mortos eram levadas ao
além por meio de um
trenó puxado por gatos.
110 A cultura
islâmica relata várias associações entre os gatos e o profeta
Maomé, a quem teriam inclusive salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava.
108
Na Ásia, os gatos foram venerados pelos primeiros
budistas,
devido a sua capacidade elevada de auto-domínio e ao fato do animal
apresentar capacidade de concentração semelhante à obtida por meio da
meditação. Na
China,
estatuetas de gatos eram utilizadas para afugentar maus espíritos. Tal
povo acreditava na existência de dois tipos distintos de gatos: os bons e
os maus, que podiam ser facilmente diferenciados, uma vez que os maus
tinham duas caudas.
110
Os
hebreus acreditavam que o gato teria sido criado por
Deus dentro da
Arca, quando
Noé,
preocupado com a proliferação dos ratos que se procriaram
excessivamente na embarcação, implorou à Deus para que Ele
providenciasse uma solução. Deus então fez com que o leão da Arca
espirrasse, e do espirro desse felino, surgiram os gatos domésticos.
111
Durante a
Idade Média, os gatos foram vítimas de inúmeras
crueldades, pois algumas pessoas acreditavam que esses animais eram
possuídos pelo diabo.
112 No
século XV, o papa
Inocêncio VIII chegou a incluir os
gatos pretos na lista de
seres hereges perseguidos pela
Inquisição. Assim, esses gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, assim, queimados nas
fogueiras juntamente com as pessoas acusadas de
bruxaria.
112
As várias vidas dos gatos
De acordo com um
mito existente em diversas culturas, os gatos possuem sete ou nove
vidas.
Esta lenda surgiu em decorrência da habilidade que esses felinos
possuem para escapar de situações que envolvam risco à sua vida.
113
Outro fator também responsável por essa crença é que, ao caírem de
grandes altitudes, os gatos quase sempre atingem o solo apoiados sobre
as quatro patas. Isso ocorre em função de possuírem um apurado senso de
equilíbrio, permitindo-lhes girar rapidamente usando a cauda como
contrapeso.
114
Quando abandonados em áreas remotas, distantes da sociedade humana,
filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a
caçar pequenos animais para sobreviver. Isso faz com que eles sejam
frequentemente vistos como animais resistentes, dotados de várias
"vidas".
42
Entretanto, a expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos.
Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de
idade.
43
Mas, ainda que seja impossível apontar a origem exata dessa lenda,
acredita-se que ela esteja ligada à Idade Média, quando se imaginava que
as bruxas se associavam aos gatos, principalmente aos pretos. Em 1584,
no livro
Beware the Cat115 (
Cuidado com o gato), o escritor inglês
William Baldwin dizia que
"é permitido às bruxas possuírem o corpo do seu gato por nove vezes". Outro inglês,
John Heywood, reuniu, em 1546, uma coletânea de provérbios, dos quais um dizia que
"a mulher, assim como o gato, tem nove vidas". Um outro provérbio inglês diz:
"O gato tem 9 vidas, com 3 ele brinca, 3 ele perde e com 3 ele fica". Já os árabes e turcos nada tinham contra os gatos (
Maomé
vivia cercado deles) e seus provérbios falam em sete vidas. É provável
que tenham passado essa versão para espanhois e portugueses na ocupação
da
Península Ibérica pelos
mouros - que teve início no
Século VIII e durou quase 800 anos. A partir de Portugal, o mito das sete vidas felinas logo chegou ao
Brasil, onde é muito popular.
Gato preto
Um gato preto ou negro possui pelagem totalmente de cor escura, muito associado à
crenças e
superstições. Na
Idade Média, acreditava-se que os gatos pretos eram
bruxas
transformadas em animais. Por isso, a tradição diz que cruzar com um
gato preto é sinal de mau agouro. Em outras culturas, os gatos dessa cor
são reverenciados, estando associados a presença de boa sorte. Os
animais de cor
preta frequentemente estão presentes em histórias de
suspense e
terror. Um
conto muito popular tratando desse animal é
O Gato Preto, de
Edgar Allan Poe, onde o autor responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração.
116 Histórias desse tipo acabam levando algumas pessoas a desenvolverem um
medo patológico de gatos, que é denominado
ailurofobia.
117
Os gatos e a sociedade humana
Muito utilizados como animais de estimação, os gatos podem ter
efeitos benéficos, a medida em que atuam como animais de companhia,
auxiliando no tratamento da depressão em seres humanos.
118 Estudos científicos indicam que existe uma redução de 30% no risco de ocorrências de
infartos
nas pessoas que têm gatos como animais de estimação. O provável motivo é
que o convívio com esses pequenos felinos minimizam o nível de
estresse, um dos principais responsáveis pelo surgimento de problemas
cardiovasculares.
119 120
A presença constante desses animais na sociedade humana faz com que frequentemente sejam criados personagens baseados neles.
121
- O Gato de Botas: datado de 1697, é um conto de fadas do francês Charles Perrault.
- Bafo-de-Onça: João Bafo-de-Onça é conhecido como ladrão de bancos e inimigo de Mickey Mouse. Sua primeira aparição foi em 1925.
- Gato Félix:
é um personagem de desenho animado da época dos filmes mudos.
Considerado o primeiro personagem de animação em série a conquistar a
atenção do grande público.
- Frajola: personagem da Looney Tunes, rival do canário Piu-piu.
- Manda-Chuva: série produzida por Hanna-Barbera entre 1961 e 1962, conta a história de um grupo de gatos que vivem em um beco de Nova Iorque, cujo líder dá nome à animação.
- Tom:
personagem em constante rivalidade com Jerry, o rato. Suas armações
geram sempre grandes confusões para si. Tom e o ratinho dividem a mesma
casa.
- Hello Kitty: figura de uma gata branca japonesa com traços humanos. Virou logomarca em 1976. É distribuída mundialmente.
- Garfield: criação de Jim Davis, é um dos personagens mais famosos de tirinhas de jornal.
- Comichão: personagem do desenho animado que diverte os Simpsons.
- CatDog: uma criatura metade gato, metade cão; era o personagem de um desenho animado que dava nome à animação de Peter Hannan. A série teve duração de quatro anos (1998–2001).
- Blaze the Cat:
Uma gata roxa, princesa de outra dimensão, que fez sua primeira
aparição em Sonic Rush. Apareceu também em Sonic Rush Adventure e Sonic
the Hedgehog (2006).