OS HERÓIS DA LANCHA VEGA - INVASÃO DE DIU
Memórias de um Nobre Povo pretende ser um apartado dentro da secção "Guerra Colonial" do meu Blog Revelações, que faça uma homenagem aos nossos militares e ao nosso povo que teve de batalhar pela nossa Nação, dando o seu sangue, sem outra recompensa do que a glória e a honra, nem outro intuíto do que servir a Pátria pelo grande amor e respeito que se tinha dela. Assim, neste apartado, irei publicando pequenos pedaços de históriam um exemplo para todos nós, de que houve e é possível haver, um outro Portugal, com uma outra gente, que luta pela Pátria e pelos valores correctos, em vez de se servir dela para a extorquir, explorar e violar em seu próprio e único interesse. Que nos venha à memória a todos a nobre raça de povo que sempre fomos, mesmo pobres, que mantinha a dignidade humana e não se envergonhava do seu País. Que os nossos jovens entendam que houve quem não teve uma juventude tão fácil, tendo de lutar por valores e conceitos, que hoje tão banalmente atropelamos e deixamos cair.
Aqui fica revelado o primeiro relato destas memórias, que nos transportam a 1961, durante a invasão das forças da União Indiana ao território Nacional de Diu. Uma pequena lancha de fiscalização da Marinha Portuguesa, com a sua heróica tripulação de jovens Portugueses, não exitou perante os factos que se lhes depararam e teve o valor de se enfrentar aos todos poderosos Cruzadores Indianos. Não lhes esperavam chorosas gratificações monetárias ou favores políticos para a família. Enfrentavam a morte por amor à Nação, parava servir como tinham jurado e não para se servirem dela, como infelizmente hoje tanto vemos.
Texto: Português
Fonte: Liga dos Amigos do Arquivo Histórico Militar - Terra Web
OS HERÓIS DA LANCHA VEGA :
"Em 18 de Dezembro de 1961, faz hoje 53 anos, durante a invasão de Diu, destacou-se a ação da guarnição da pequena embarcação de fiscalização a lancha Vega.
A embarcação encontrava-se numa missão nas proximidades de Brancavará, no extremo leste da ilha, acompanhada por uma embarcação mais pequena e desarmada, a lancha Folque, quando a bordo se ouviu intenso tiroteio em terra. Na sequência foi dada ordem para ocupar postos de combate e a lancha dirigiu-se para o porto de Diu. O radar da embarcação tinha detectado a presença de um grande eco que navegava oculto, com todas as luzes apagadas e que navegava a aproximadamente 12 milhas da costa.
A lancha voltou ao mar e identificou o navio indiano como sendo um cruzador. O navio indiano fez fogo com munição iluminante para identificar a posição da lancha.
Saindo do campo de tiro do navio, a lancha dirigiu-se novamente para uma posição entre o porto de Diu e o forte do mar.
Às 06:15 a Vega sai novamente para identificar o navio indiano com mais precisão, tendo voltado pelas 06:30.
O comandante, o 2º Tenente Jorge Manuel Catalão Oliveira e Carmo, trajou-se com farda de gala, afirmando que morreria com mais honra e perguntou quem o queria acompanhar na defesa da pátria.
Às 07:00 a força aérea indiana ataca posições portuguesas em terra e a bordo é lida à tripulação uma mensagem em que se determina que combata até gastar todas as munições, devendo a embarcação ser destruída para não cair nas mãos do inimigo.
Às 07:30 O ataque da força aérea indiana dirige-se contra a fortaleza de Diu.
O comandante dá ordem para que se ocupem postos de combate, dirige-se para a barra a toda a velocidade e ordena que a peça antiaérea de 20mm faça fogo contra as aeronaves indianas.
Estas tentam por várias vezes atacar a lancha Vega, que beneficiando da sua pequena dimensão e manobrabilidade consegue escapar várias vezes dos tiros do inimigo. A embarcação foi finalmente atingida numa manobra conjunta de duas aeronaves, tendo atingido mortalmente o marinheiro-artilheiro e ferido com gravidade o próprio comandante.
A peça de proa, uma oerlikon de 20mm, ficara impossibilitada de fazer fogo e a embarcação estava envolta em chamas. As aeronaves indianas voltaram a atacar a lancha por uma segunda vez tendo nessa segunda passagem ferindo os restantes tripulantes e morto o comandante.
A tripulação na água nadou durante três horas contra a maré que os empurrava para o mar alto. Um dos feridos, acabará por morrer antes de atingir terra firme e um dos sobreviventes ficou na água durante 7 horas.
Segundo os relatos da força aérea indiana foram atingidas três aeronaves."
*RELATO DA AÇÃO DA LANCHA VEGA :
CLICK AQUI PARA VER O RELATO DOS ACONTECIMENTOS
*HOMENAGENS PÓSTUMAS À TRIPULAÇÃO :
Cabo Artilheiro
Aníbal dos Santos
Fernandes Jardino
Lancha «Vega»
Índia
Tombou em combate em 18 de Dezembro de 1961
«Pouco se
fala hoje em dia nestas coisas mas é bom que
para preservação do nosso orgulho como
Portugueses, elas não se esqueçam»
Barata da
Silva, Vice-Comodoro
Homenagem ao Cabo
Artilheiro Aníbal Jardino,
morto em combate na
Índia
Imagens
extraídas do
Blogue Defesa Nacional, no facebook -
Joaquim Jorge Santos
Fonte:
Marinha Portuguesa
Numa organização conjunta da
Marinha, Câmara Municipal de Bragança e da Liga
dos Combatentes vai ser prestada uma homenagem
ao Cabo artilheiro Aníbal Jardino nos próximos
dias 02 e 03 de novembro em Bragança, de onde o
militar era natural.
No dia 18 de dezembro de 1961
o Cabo artilheiro Aníbal Jardino, embarcado na Lancha
“Vega” comandada pelo Segundo-Tenente Oliveira e Carmo,
em missão no território da Índia Portuguesa de Diu,
faleceu em combate, heroicamente ao serviço de Portugal
aquando do ataque aquele território pela União Indiana.
Pela coragem evidenciada, entrega e espírito de
sacrifício revelados, o Cabo Jardino foi condecorado a
título póstumo com a Medalha de Cobre de Valor Militar
com Palma.
A forma como toda a guarnição
da Lancha Vega combateu, numa luta desigual, contra
várias aeronaves indianas, à vista da velha fortaleza de
Diu, constitui, ainda hoje, uma das páginas mais
brilhantes da História da Marinha Portuguesa.
Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito
2.º Tenente
Jorge Manuel C. de Oliveira e Carmo
Comandante
da Lancha «Vega»
Índia
Tombou em combate em 18 de Dezembro de 1961
Diz o
relatório elaborado pelos sobreviventes que «foi
atingido mortalmente no peito» por disparos de
um avião; antes, já uma rajada lhe havia cortado
«as pernas totalmente pelas coxas». O
segundo-tenente, de 25 anos, correu para a
morte. Começou por se fardar «de branco»,
explicando aos marinheiros «que assim morreria
com mais honra». Exortou-os a lutar até ao fim:
«Fazemos parte da defesa de Diu e da Pátria e
vamos cumprir até ao último homem e última bala
se possível». Já ferido, despediu-se da mulher e
do filho, beijando as fotografias que trazia no
bolso.
"Pouco se fala hoje em
dia nestas coisas mas é bom que para preservação
do nosso orgulho como Portugueses, elas não se
esqueçam"
Barata da Silva, Vice-Comodoro
Os Heróis da
Lancha de Fiscalização «Vega»
Mortos em combate:
Comandante: 2.º
Tenente
Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo
Marinheiro
Artilheiro Apontador n.º 10030
António Ferreira
Cabo
Artilheiro da RM n.º 10519 -
Aníbal dos Santos
Fernandes Jardino
Feridos em combate:
Marinheiro
Telegrafista n.º 11027 -
António da Costa Baguim
Grumete
Artilheiro n.º 13032
Venâncio dos Ramos
Sobreviventes do combate:
Marinheiro
Fogueiro n.º 5645 -
Armando Cardoso da Silva
Marinheiro
Electricista n.º 5353 -
Francisco Mendes de Freitas
Marinheiro
Fogueiro n.º 6788 -
António da Silva Nobre
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