JOSÉ HERMANO SARAIVA 1919-2012
Lembrando o homem que mais fez pela história de Portugal em todo o século XX.
Não tenho palavras para expressar toda a admiração que sinto pelo Professor Hermano. Senti a sua morte profundamente, numa época em que o País se afunda em escândalos de corrupção e maus costumes, só o Professor semanalmente, parecia remar contra a maré, fazendo-nos lembrar, que os Portugueses fomos grandes e somos feitos de outra espécie bem diferente do que a que actualmente assumiu o poder e nos causa vergonha e indignação. Pessoa de valores e de educação, preservava a ordem e lutava pelas causas suas e fazendo suas, as causas de outras pessoas que considerava justas. Foi defensor do anterior regime, com orgulho de ter servido Portugal durante o Estado Novo, época em que Portugal éra o 3º império do mundo, um País respeitado e honrado, sem dívidas e produtor de trabalho e riqueza ...!!!
O prof. Hermano Saraiva, foi um homem que levou uma vida dedicada ao trabalho, quer na área do direito, quer na história de Portugal, sendo um dos pioneiros a trazerem a cultura à RTP.
Aqui se revela a biografia deste homem à antiga Portuguesa que nos ficou no coração a todos, porque todos nos sentimos Portugueses e gostamos da nossa Pátria.
Após a sua morte, muito temos a aprender com as suas palavras, o seu exemplo e o seu legado. Assim quisessem os Portugueses ...!!!
Texto: Português
Áudio: Português
Fontes: RTP1 - YouTube - Wikipédia
DOCUMENTÁRIO: RETRATOS - JOSÉ HERMANO SARAIVA
Uma série documental que permite compreender melhor os grandes comunicadores da sociedade portuguesa
"Retratos" é uma série documental de cariz parcialmente autobiográfico. Pretende-se mostrar como de facto é uma determinada personalidade, o que ela pensa da sua própria vida, e como justifica a sua intervenção pessoal nos principais acontecimentos que viveu.
Ao testemunho, na primeira pessoa, pretende-se também justapor o retrato da sociedade da época, conseguido com recurso a uma pesquisa exaustiva, uma seleção e apresentação criteriosas das imagens do Arquivo da RTP e, bem entendido, aos testemunhos de familiares, colegas, amigos e inimigos.
José Hermano Saraiva : 1919-2012
José Hermano Saraiva | |
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José Hermano Saraiva | |
Ministro(a) de Portugal | |
Período de governo | 1968-1970 |
Antecessor(a) | Inocêncio Galvão Teles |
Sucessor(a) | José Veiga Simão |
Vida | |
Nascimento | 3 de Outubro de 1919 Leiria, Leiria |
Morte | 20 de Julho de 2012 (92 anos) Palmela, Palmela |
Dados pessoais | |
Religião | Católica |
Profissão | Professor, historiador |
José Hermano Saraiva GCIH • GCIP • ComNSC (Leiria, Leiria, 3 de Outubro de 1919 — Palmela, Palmela, 20 de Julho de 2012) foi um professor e historiador português. Ocupou o cargo de Ministro da Educação entre 1968 e 1970, num período conturbado da vida política nacional.1 2 3 4 É descrito frequentemente como o Príncipe dos Comunicadores pelo seu trabalho em prol da História, da Cultura, da Literatura e da Televisão, de acordo com a homenagem póstuma prestada na Assembleia da República.
Biografia
Terceiro filho de José Leonardo Venâncio Saraiva, um professor agnóstico, de formação positivista, e de sua mulher Maria da Ressurreição Baptista, uma Católica devota, cresceu em Leiria, onde frequentou o Liceu Nacional. Posteriormente ingressou na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1941, e em Ciências Jurídicas, em 1942, doutorando-se mais tarde.Iniciou a sua vida profissional no ensino liceal, que acumulou com o exercício da advocacia. Foi professor do liceu e, seguidamente, director do Instituto de Assistência aos Menores, reitor do Liceu Nacional D. João de Castro, em Lisboa, e assistente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (actual ISCSP). Nessa altura, com a colaboração de Baltasar Rebelo de Sousa, iniciou uma edição de livros didácticos de carácter geral em prol da população já alfabetizada mas sem acesso à cultura.
Envolvido na política, durante o Estado Novo, foi deputado à Assembleia Nacional entre 1957 e 1961,5 procurador à Câmara Corporativa (1965-1973)6 e ministro da Educação. Durante o seu ministério, entre 1968 e 1970, enfrentou um dos momentos mais conturbados da oposição ao Salazarismo, com a "Crise Académica de 1969"7 . Quando deixou o Governo, substituído por José Veiga Simão, foi exercer o cargo de embaixador de Portugal no Brasil, em Brasília, entre 1972 e o 25 de Abril de 19741 , tendo-se deslocado para o seu novo cargo numa embaixada flutuante a bordo do navio Gil Eanes, o qual mais tarde salvou da destruição através dum apelo feito num dos seus programas.
Com o advento da Democracia, José Hermano Saraiva tornou-se numa figura apreciada em Portugal, bem como junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, pelos seus inúmeros programas televisivos sobre História de Portugal, relação que estabelecera com a RTP em 1971. Por esse mesmo motivo, tornou-se igualmente numa figura polémica, porque a sua visão da História tem sido, por vezes, questionada pelo meio académico.[carece de fontes]
Voltou a leccionar, como professor convidado na Escola Superior de Polícia (atual Instituto Superior de Ciências Policiais e de Segurança Interna) e na Universidade Autónoma de Lisboa.
Pela sua grande capacidade de comunicação, popularizou-se com programas televisivos sobre História e cultura.1
Foi membro da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Portuguesa da História e da Academia de Marinha, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, no Brasil e Sócio Honorário do Movimento Internacional Lusófono.
Ficou classificado em 26.º lugar entre os cem Grandes Portugueses, do concurso da RTP1.8
Foi o irmão do professor António José Saraiva,1 que chegou a ser militante do PCP, e pelo qual sempre nutriu uma profunda admiração, apesar das diferenças políticas, e tio do jornalista José António Saraiva. Foi também sobrinho, pelo lado da mãe, de José Maria Hermano Baptista, militar centenário, (1895 — 2002, viveu até aos 107 anos) o último veterano português sobrevivente da Primeira Guerra Mundial. Casou com Maria de Lurdes de Bettencourt de Sá Nogueira, sobrinha-bisneta do 1.º Barão, 1.º Visconde e 1.º Marquês de Sá da Bandeira, de quem tem cinco filhos.
No seu livro de Memórias provocou um grande escândalo ao afirmar que Aristides de Sousa Mendes esteve longe de ser o herói que fizeram dele, e inclusivamente levantou suspeitas sobre as verdadeiras intenções de Sousa Mendes naquilo que se considera o seu grande papel na salvação de vidas.9
José Hermano Saraiva morreu a 20 de Julho de 2012, aos seus 92 anos, em Palmela, onde residia.10 Foi homenageado posteriormente com um voto de pesar e um minuto de silêncio pela Assembleia da República, o qual foi aprovado com os votos a favor do PSD, PS e PP, e os votos contra do PCP, PEV (CDU) e BE.
Distinções especiais
- Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública (14 de Fevereiro de 1970)11
- Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (8 de Junho de 2012)11
- Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho (Brasil)[carece de fontes]
- Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco (Brasil)[carece de fontes]
- Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa[carece de fontes]
Obra
- Orações académicas editadas pela Academia das Ciências de Lisboa
- Testemunho Social e Condenação de Gil Vicente (1976);
- A Revolução de Fernão Lopes (1977);
- Elementos para uma nova biografia de Camões (1978);
- Proposta de uma Cronologia para a lírica de Camões (1981-1982|82):
- Evocação de António Cândido (1988);
- No Centenário de Simão Bolívar (1984);
- A crise geral e a Aljubarrota de Froyssart (1988).
- Trabalhos pedagógicos
- Notas para uma didáctica assistencial (1964);
- Aos Estudantes (1969);
- Aspirações e contradições da Pedagogia contemporânea (1970);
- A Pedagogia do Livro (1972);
- O Futuro da Pedagogia (1974).
- Trabalhos jurídicos
- O problema do Contrato (1949);
- A revisão constitucional e a eleição do Chefe do Estado (1959);
- Non-self-governing territories and The United Nation Charter (1960);
- Lições de Introdução ao Direito (1962-1963|63);
- A Crise do Direito (1964);
- Apostilha Crítica ao Projecto do Código Civil (1966);
- A Lei e o Direito (1967).
- Trabalhos históricos
- Uma carta do Infante D. Henrique (1948);
- As razões de um Centenário (1954);
- História Concisa de Portugal (1978), trad. em espanhol, italiano, alemão, búlgaro e chinês;
- História de Portugal, 3 Vol. – Direcção e co-autoria (1980-1981);
- O Tempo e a Alma, 2 Vol. (1986);
- Breve História de Portugal (1996);
- Portugal – Os Últimos 100 anos (1996);
- Portugal – a Companion History (1997);
- Para uma História do Povo Português
- Outras maneiras de ver (1979);
- Vida Ignorada de Camões (1980);
- Raiz madrugada (1981);
- Ditos Portugueses dignos de memória (1994);
- A memória das Cidades (1999).
Programas de televisão
- Série: O Tempo e a Alma (RTP, 1972)
- Série: Gente de Bem (RTP, 198?)
- Série: A Bruma da Memória (RTP, 1993)
- Série: Histórias que o Tempo Apagou (RTP, 1994)
- Série: Lendas e Narrativas (RTP, 1995)
- Série: Horizontes da Memória (RTP2, 1996)
- Série: A Alma e a Gente (RTP2, 1997/1998)
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