sexta-feira, 15 de abril de 2016

FERNÃO MENDES PINTO: APÓSTOLO, AVENTUREIRO, PEREGRINO, TRAFICANTE E MISSIONÁRIO

Personagens Históricos
FERNÃO MENDES PINTO: APÓSTOLO, AVENTUREIRO, PEREGRINO, TRAFICANTE E MISSIONÁRIO
Mais do que um escritor, Fernão Mendes Pinto foi um emigrante aventureiro, missionário e até traficante. Apesar da sua obra Peregrinação ser uma criação literária de centenas de páginas, com um ritmo narrativo rápido e adequado ao que então se pensava terem sido peripécias mirabolantes que diz ter vivido, o que fica na memória do leitor não é o estilo da escrita, mas sim as histórias que nos conta. E podia contar muito mais, uma vez que andou pela Ásia durante vinte e um anos, em conjunto com outros aventureiros portugueses que daqui foram partindo no século XVI, para tentar a sorte em terras longínquas. Ficou famosa a frase que emitiu um pesado julgamento acerca dele e da sua obra - "Fernão mentes ? - Minto !" No entanto hoje em dia com o que já sabemos, é-lhe dado muito mais crédito ao que ele denunciou e revelou na sua obra e que muito provavelmente foi verdade. Mas então a quem interessava desacreditar o homem e sua obra e porquê ? 
Pois bem, aqui lhe revelo informação detalhada acerca deste Português emblemático do seu tempo e que lhe poderá responder a essa questão. Provavelmente haveria de se reescrever a história de Fernão Mendes Pinto, chamá-lo à barra do tribunal da história e fazer-lhe novamente a pergunta - Fernão mentes ? - NÃO !!!"

Texto: Português
Áudio: Português
Fontes: YouTube - Wikipédia - Comedores de Paisagem - RTP





Documentário
HISTÓRIAS DE PORTUGAL: OS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES - FERNÃO MENTES ? NÃO !






DOCUMENTÁRIO
GRANDES LIVROS: PEREGRINAÇÃO - FERNÃO MENDES PINTO 






 

Fernão Mendes Pinto



Fernão Mendes Pinto
Fernão Mendes Pinto (Montemor-o-VelhoMontemor-o-Velho1510-14[1] — AlmadaAlmadaPragal8 de Julho de 1583) foi um aventureiro e explorador português. Em 2011 foi homenageado numa Moeda comemorativa de 2 euros. A TAP Portugalhomenageou-o ao atribuir o seu nome a uma das suas aeronaves. Na freguesia do Pragal foi erigida uma escultura, homenageando-o. Essa peça escultórica foi inaugurada em 31 de dezembro de 1983 e foi esculpida por António Duarte[2]

Biografia


Escultura erigida em memória de Fernão Mendes Pinto, em Almada.
Sabe-se hoje que não fez realmente parte da primeira expedição portuguesa que logrou alcançar o Japão, em 1542, mas sim duma das primeiras. Acontece que os governantes locais que o receberam não tinham ainda visto outros ocidentais e por isso reagiram dizendo-lhe que tinha sido o primeiro a chegar àquelas paragens. A chegada dos portugueses ao Japão foi muito celebrado, e perdura ainda na memória cultural japonesa, porque foi o episódio que permitiu a introdução das armas de fogo naquele país. O próprio Fernão Mendes Pinto insere-se nesse papel, descrevendo o espanto e o interesse do dito rei local (na verdade um daimio) quando viu um dos seus companheiros disparar uma arma enquanto caçava.
Ainda pequeno, um seu tio levou-o para Lisboa onde o pôs ao serviço na casa de D. Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro, filho do rei D. João II. Manteve-se aqui durante cerca de cinco anos, dois dos quais como moço de câmara do próprio D. Jorge, facto importante para a comprovação da sua descendência duma classe social que contradizia a precária situação económica que a família então detinha.
Em 1537, parte para a Índia, ao encontro dos seus dois irmãos. De acordo com os relatos da sua obra Peregrinação, foi durante uma expedição ao mar Vermelhoem 1538, Mendes Pinto participou num combate naval com os otomanos, onde foi feito prisioneiro e vendido a um grego e por este a um judeu que o levou paraOrmuz, onde foi resgatado por portugueses.
Acompanhou a Malaca Pedro de Faria, donde fez o ponto de partida para as suas aventuras, tendo percorrido, durante 21 acidentados anos, as costas daBirmâniaSiãoarquipélago de SundaMolucasChina e Japão, grande parte desse tempo ao lado do pirata António de Faria. Numa das suas viagens a este país conheceu S. Francisco Xavier e, influenciado pela personalidade, decidiu entrar para a Companhia de Jesus e promover uma missão jesuíta no Japão.
Em 1554, depois de libertar os seus escravos, vai para o Japão como noviço da Companhia de Jesus e como embaixador do vice-rei D. Afonso de Noronha junto do daimyo de Bungo. Esta viagem constituiu um desencanto para ele, quer no que se refere ao comportamento do seu companheiro, quer no que respeita ao comportamento da própria Companhia. Desgostoso, abandona o noviciado e regressa a Portugal.
Com a ajuda do ex-governador da Índia Francisco Barreto, conseguiu arranjar documentos comprovativos dos sacrifícios realizados pela pátria, que lhe deram direito a uma tença, que nunca recebeu. Desiludido, foi para a sua Quinta de Palença, em Almada, onde se manteve até à morte e onde escreveu, entre 1570 e1578, a obra que nos legou, a sua inimitável Peregrinação. Esta só viria a ser publicada 20 anos após a morte do autor, receando-se que o original tenha sofrido alterações às quais não seriam alheios os Jesuítas.
Deixou-nos um relato tão fantástico do que viveu (a Peregrinação, publicada postumamente em 1614), que durante muito tempo não se acreditou na sua veracidade; de tal modo que até se fazia um jocoso dito com o seu nome: Fernão Mendes Minto, ou então ainda: Fernão, mentes? Minto!.
Esta ideia de que o que contava era demasiado fantasioso para poder ter-lhe realmente acontecido parte do princípio que se pode julgar um texto do séc. XVI com os critérios de hoje, mas na verdade o texto é uma inestimável fonte de informação para conhecermos o que sucedia aos navegadores e aventureiros que íam a caminho do extremo-oriente nas caravelas portuguesas, mesmo que nem todas essas coisas tenham acontecido realmente a Fernão Mendes Pinto e que ele tenha compilado alguns relatos que ouviu as suas losicas.

Análise do contexto de escrita de Peregrinação


Primeira página da primeira edição de "Peregrinação"
Fernão Mendes Pinto fora contemporâneo do auge da expansão marítima portuguesa e da paradoxal decadência interna que assolava as terras lusitanas. Chegou a presenciar a unificação de Portugal com a Espanha sob o governo do Rei Filipe II de Espanha (1556-1598). A presença da Inquisição fez-se particularmente forte nesse período, promulgada por decreto papal do Papa Paulo III em 1536, um ano antes da partida do autor, e efetivada em 1547, sob a instância de D. João III de Portugal.
Em 1558, Fernão Mendes Pinto estabeleceu-se na Quinta de Vale do Rosal, situada na Charneca de Caparica, e acredita-se que foi na mesma que escreveu, entre 1569 e 1578, aquela que viria a tornar-se numa famosa obra literária:Peregrinação.[3] O texto original foi deixado à Casa Pia dos Penitentes que só iria publicá-lo 31 anos após a morte de seu escritor. A tamanha demora na sua publicação é creditada ao temor do autor frente à Inquisição.
De facto, o temor de Fernão Mendes Pinto provou-se justificado uma vez que a versão impressa tem muitas frases apagadas e "corrigidas". Mais gritante ainda é o completo desaparecimento de referências a Companhia de Jesus, uma das mais activas congregações religiosas no Oriente, e que possuia claras relações com Fernão Mendes Pinto (pois fora membro da mesma anos antes da escrita da obra). O tamanho da obra também era um obstáculo considerável naquela época, ainda mais sem o auxílio financeiro de nenhuma instituição ou mecenas.
Independente disso, a Casa Pia submete os escritos de Pinto ao crivo da Inquisição, que o aprova em 1603, o mesmo ano em que o processo de análise se iniciou. Somente em 1614 o famoso editor Pedro Craesbeeck aceita a empreitada, ainda que o contexto da época não lhe fosse favorável. O livro, organizado por Frei Belchior Faria, fora publicado com o seguinte título (na íntegra e em português clássico):
"Peregrinaçam de Fernam Mendez Pinto em que da conta de muytas e muyto estranhas cousas que vio & ouvio no reyno da China, no da Tartaria, no de Sornau, que vulgarmente se chama de Sião, no de Calaminhan, no do Pegù, no de Martauão, & em outros muytos reynos & senhorios das partes Orientais, de que nestas nossas do Occidente ha muyto pouca ou nenhua noticia. E também da conta de muytos casos particulares que acontecerão assi a elle como a outras muytas pessoas. E no fim della trata brevemente de alguas cousas, & da morte do Santo Padre Francisco Xavier, unica luz & resplandor daquellas partes do Oriente, & reitor nellas universal da Companhia de Iesus."
Pesavam contra a obra o grande distanciamento temporal e as drásticas mudanças no cenário oriental que Fernão Mendes presenciara e o daquele momento, com as fortes presenças dos ingleses e holandeses na região. Além disso, seus escritos fariam concorrência com autores muito mais recentes e eruditos, comoJoão de BarrosLuís Vaz de Camões e Fernão Lopes de Castanheda. A Peregrinação deixara de tratar de um assunto de momento para se tornar a descrição de um tempo passado.
Contrariando as expectativas, a Peregrinação torna-se um sucesso, recebendo 19 edições em seis línguas. Abrem-se imediatamente discussões a respeito da veracidade dos eventos narrados. Essa questão é trabalhada por autores como P. G. Adams, Mary Campbell, Maurice Collis e A. Pagden, não se limitando apenas à Peregrinação, mas abrangendo o género de relatos de viagem como um todo. Serão levantadas dúvidas e questionamentos que resultarão em uma delimitação mais profunda entre o registro histórico e a ficção.
Percebe-se com isso uma clara mudança nos referenciais da narrativa, não mais os mesmos pelos quais Mendes Pinto se pautava. Já não era mais suficiente para o leitor desse tempo a alegoria medieval. Ele agora exigia uma factualidade efectiva e comprovável, pois ele sentia-se estimulado a ir ver por conta própria essas terras desconhecidas e explorar suas riquezas. Nesse contexto, a precisão do testemunho ocular fazia-se fundamental.



Fernão Mendes Pinto: desventuras de um português na Ásia

Mais do que um escritor, Fernão Mendes Pinto foi um emigrante aventureiro. Apesar da sua obra Peregrinação ser uma criação literária de centenas de páginas, com um ritmo narrativo rápido e adequado às peripécias mirabolantes que diz ter vivido, o que fica na memória do leitor não é o estilo da escrita, mas sim as histórias que nos conta. E podia contar muito mais, uma vez que andou pela Ásia durante vinte e um anos, em conjunto com outros aventureiros portugueses que daqui foram partindo no século XVI, para tentar a sorte em terras longínquas.

Monges junto ao templo Bayon em Angkor, Camboja

Fernão Mendes Pinto conta a sua Peregrinação pessoal

Fernão Mendes Pinto reuniu na sua Peregrinação descrições e detalhes geográficos raros relativos aos países que conheceu, e uma história que faz sumir reinos, fundir outros ou, simplesmente, lhes muda o nome, não nos permitindo seguir com rigor um périplo audacioso, muito apoiado em deslocações marítimas ao longo da costa do continente asiático, subindo rios, acostando a ilhas. Mas esquecendo este “efeito” ilusório, provavelmente criado pelo autor para melhor combinar a sua história pessoal com a de outros, não deixa de ser fascinante revisitar algumas das zonas mencionadas na obra.
Enquanto os locais onde mais vezes regressa – Goa e Malaca – pouca ou nenhuma atenção lhe merecem, a China é, de longe, o país ao qual mais páginas dedica, cheias de rasgados elogios à sua “grandíssima ordem e maravilhoso governo”, um império possante, exótico e com uma organização perfeita. A rigorosa e profundamente justa organização social chinesa vai da distribuição de trabalho por todos ao direito gratuito à justiça, passando por subsídios para “aleijados e gente desamparada” e lares para idosos que já não podem trabalhar, incluindo prostitutas. Como as coisas mudaram muito, o que nos resta em comum com as palavras de Fernão é o excesso de população do país que, “se não fosse a grande ordem e governo (…) sem dúvida se comeria uma com a outra” – constatação mais que evidente quando tentamos, por exemplo, utilizar os transportes públicos em Pequim…
Dois dos maiores atrativos turísticos da China moderna, a Cidade Proibida e a Grande Muralha, estavam na época em plenas funções. A primeira era a residência do imperador, que “nem é visto senão daqueles que o servem”, e a segunda, destinada a defender o país do ataque dos tártaros (mongóis), era constituída por cerca de “315 léguas” de muro, “na qual obra dizem que trabalharam contínuo 750.000 homens”, entre os quais ele próprio, condenado a trabalhos forçados com alguns colegas de infortúnio, por terem sido apanhados a mendigar depois de mais um naufrágio.
A sua passagem pela “Cochinchina”, território que abrangia, sem rigor de fronteiras, o que é hoje o Vietname, o Laos e o Camboja, foi sobretudo marítima. Fala-se dos juncos, que continuam a planar nas águas do golfo de Tonquim, das paisagens de “campinas rasas e grandíssimas de trigos, arrozes, cevadas e muitos legumes de muitas maneiras”; conta-se histórias de piratas e do reino hindu Champa, do qual restam os monumentos de Thap Cham e My Son, em território vietnamita.
A vizinha Tailândia, então conhecida por Sião, partilha agora a península malaia com a Malásia, onde abundavam “cobras e bichos”, como os “lagartos dos rios”. O clima chuvoso, com duas monções anuais, “tornavam a terra brejosa e alagadiça” – talvez por isso a capital da Malásia é Kuala Lumpur (à letra, estuário lamacento), mas alguns dos edifícios mais altos da Ásia fazem agora parte da paisagem urbana, substituindo os crocodilos e a floresta húmida. Mais a norte, a cidade tailandesa de Odiá (Ayuthaya) era a capital do Sião, “um dos milhores reinos que há em todo o mundo”. Por entre comércios e tratados, Fernão Mendes Pinto é testemunha do posicionamento português entre este reino e os de Pegu e Bramaa, hoje Myanmar (antiga Birmânia). As guerras eram contínuas e os pormenores violentos dos embates enchem páginas da Peregrinação, assim como as referências entusiasmadas e com vislumbres de cobiça a “ídolos mui grandes e mui cheos de ouro”. Felizmente que hoje só resta uma velha inimizade sem expressão bélica, com Myanmar a braços com uma ditadura militar que dura há dezenas de anos, e a Tailândia a desempenhar o papel de monarquia asiática de sucesso.

Festa religiosa em Pyi, Myanmar
A visão prática e economicista de Fernão não nos deixa esquecer que ele não era um viajante, mas um emigrante em busca de melhor vida. Onde vemos aldeias pitorescas e templos faustosos, os seus comentários ficam-se pela quantidade de ouro e pedras preciosas que foram utilizados na sua construção. Na Tailândia, chega mesmo a tecer considerações sobre a facilidade com que poderíamos conquistar mais este rico território, já que os tailandeses, além de “serem gente muito fraca, não costumam ter armas defensivas”.
Apesar da presença portuguesa na Ásia ter abrangido áreas vastíssimas, como é disso testemunho a Peregrinação, em certos pontos não durou mais que alguns meses ou anos, em outros deixou marcas perenes sob a forma de castelos, fortalezas ou igrejas; noutros ainda, as colonizações posteriores, sobretudo a holandesa e a britânica, foram especialmente destrutivas e remeteram a nossa passagem para os registos históricos da época. O futuro acabou por dar mais importância à nossa presença na Índia, nomeadamente em Diu e Goa: além de termos sido os primeiros europeus a chegar e os últimos a partir, por lá ficaram dezenas de igrejas, conventos e casas senhoriais, assim como influências linguísticas e gastronómicas. Mas a última cidade “portuguesa” foi mesmo Macau, já que as vizinhas de costa, Liampoo e Lanpancau, desapareceram nos rodopios da história.
As peripécias de Fernão Mendes Pinto são o espelho de uma época num continente que sempre nos fascinou. E embora o passar dos séculos e a consolidação progressiva da globalização nos torne cada vez mais iguais, distanciando a Ásia moderna daquela que podemos ler na Peregrinação, ainda é possível procurar – e encontrar – alguns dos lugares e culturas que rodearam as desventuras deste português no Extremo Oriente.

Fernão Mentes? Minto…

Nascido em Montemor-o-Velho entre 1509 e 1514, Fernão Mendes Pinto vive primeiro em Lisboa e depois em Setúbal. A sua “peregrinação” começa por volta de 1536, quando tem pouco mais de vinte anos, e move-o a ambição de enriquecer conhecendo o mundo.
A última parte da sua vida passou-a numa quinta no Pragal, arredores de Almada, onde esperou por uma tença pedida pelos serviços prestados no Oriente – que só foi autorizada seis meses antes da sua morte, em Julho de 1583.
A acreditarmos em tudo o que diz, durante os vinte e um anos que andou pela Ásia teria sido “treze vezes cativo e dezassete vendido nas partes da Índia, Etiópia, Arábia Félix, China, Tartária, Massacar, Samatra e muitas outras províncias daquele Ocidental arquipélago dos confins da Ásia”. Índia, Etiópia, Iémen, Abissínia, Malásia, Singapura, Indonésia, Tailândia, China, Japão, Vietname, Camboja, Mongólia, Irão e Myanmar são apenas os países hoje mais facilmente identificáveis. Sabe-se também que esteve ligado à Companhia de Jesus, conheceu Francisco Xavier, e tentou mesmo estabelecer uma missão jesuíta no Japão. Mas destes factos não reza a história que começou a escrever uma vez regressado a Portugal, em 1557, e que só seria publicada trinta e um anos após a sua morte. Igualmente estranha parece ser a demora de dez anos entre a autorização (obrigatória) do Santo Ofício, e a impressão do livro “Peregrinaçam de Fernam Mendes Pinto”, dedicado a Filipe III.
A obra é hoje conhecida como romanesca e autobiográfica, cujo rigor (ou falta dele) continua a ser debatido pelos críticos, mas no século em que foi publicada tratou-se de uma das primeiras referências ao Extremo Oriente, ainda desconhecido dos europeus. No entanto, as histórias mirabolantes e as situações extraordinárias que relata levaram a que alguns leitores mais incrédulos se lhe referissem como Fernão Mentes? Minto – enfim, como diz o autor, “a gente que viu pouco mundo, como viu pouco também costuma dar pouco crédito ao muito que os outros viram”.
Durante os séculos XVII e XVIII, a obra foi traduzida da versão castelhana e publicada nas principais línguas europeias, tornando-se num dos mais conhecidos livros portugueses no estrangeiro. Hoje não é tanto assim, mas pelo menos em Portugal são várias as editoras que publicaram a Peregrinação, em versão “escolar” ou “de biblioteca”, sendo por isso um livro fácil de encontrar.

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