GHOSTS OF THE ABYSS - MISTÉRIOS DO TITANIC E O SEU NAUFRÁGIO
Uma equipa de especialistas de várias áreas, reúnem-se no maior navio científico do mundo e partem numa expedição inédita em busca dos restos do Titanic. Com a melhor tecnologia de sempre, mergulham na zona do oceano onde supostamente se afundou o maior navio do mundo. O que vão encontrar vai ser a experiência das suas vidas.
No 2º documentário poderá ver como se processou o naufrágio do Titanic, as últimas horas da tripulação e passageiros e algumas histórias comoventes de pessoas que sobreviveram e aqui contam como foi aquela terrível experiência.
Aqui tem dois excelentes documentários, que lhes vão revelar muitos mistérios que estavam ocultos acerca do naufrágio do Titanic e das pessoas que nele viajavam. Aqui fica a história do maior acidente marítimo do mundo.
Áudio: Castelhano
Texto: Português
Fonte: YouTube - Wikipédia
DOCUMENTÁRIO: MISTÉRIOS DO TITANIC
DOCUMENTÁRIO: AVENTURAS DO SÉCULO XX - O AFUNDAMENTO DO TITANIC
"Great Adventures of the Twentieth Century: Titanic" (1996) de Christopher Rowley
RMS Titanic
RMS Titanic | |
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O Titanic deixando o porto de Southampton, 10 de abril de 1912 |
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Carreira Reino Unido | |
Proprietário | White Star Line |
Fabricante | Harland and Wolff |
Homônimo | Titã |
Batimento de quilha | 31 de março de 1909 Belfast, Irlanda do Norte |
Lançamento | 31 de maio de 1911 |
Porto de registo | Liverpool |
Viagem inaugural | 10 de abril de 1912 Southampton para Nova Iorque |
Rota | Southampton - Nova Iorque |
Estado | Afundou no Atlântico Norte. |
Fatalidade | 15 de abril de 1912 |
Características gerais | |
Tipo de navio | Transatlântico |
Classe | Olympic |
Tonelagem | 46.328 t1 |
Altura | 53,3 m |
Comprimento | 269,04 m |
Boca | 28 m |
Calado | 9,7 |
Propulsão | 2 máquinas de tripla expansão 1 turbina de baixa pressão 29 caldeiras de vapor 2 hélices laterais de três pás 1 hélice central de quatro pás |
Velocidade | 24 nós (44 km/h) |
Tripulação | 892 |
Carga | 2 435 passageiros1 |
Com 2 223 pessoas a bordo,2 o naufrágio resultou na morte de 1 517 pessoas, hierarquizando-o como a maior catástrofe marítima já registrada em tempos de paz. O Titanic foi construído com algumas das mais avançadas tecnologias disponíveis na época e, por isso, foi popularmente referenciado como "inafundável". Na verdade, um folheto publicitário de 1910 da White Star Line sobre o Titanic ajudou a embarcação a ganhar essa fama, pois alegava que ela era "praticamente inafundável". Foi um grande choque para muitas pessoas o fato de que, apesar dos modernos recursos e experiente tripulação, o Titanic não só tenha afundado como também causado grande perda de vidas humanas. O frenesi da imprensa sobre as vítimas famosas do Titanic, as lendas sobre o que aconteceu a bordo do navio, as mudanças resultantes no direito marítimo, bem como a descoberta do local do naufrágio em 1985 por uma equipe liderada pelo Dr. Robert Ballard fizeram a história do Titanic persistir famosa desde então.
O naufrágio do navio causou enorme comoção na época e chocou a opinião pública. Nos anos seguintes, vários países adotaram leis para tornar as viagens marítimas mais seguras. Novos regulamentos para comunicação entre embarcações, quantidades mínimas de botes salva-vidas e outras medidas de segurança foram adotadas, sendo que algumas persistem até os dias atuais. O legado mais importante neste quesito foi a assinatura, em 1914, da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar, na qual várias nações estabeleceram protocolos unificados de segurança e resposta a acidentes em alto-mar.3
Muito se tem discutido, desde o acidente, sobre as causas da tragédia. Acredita-se que dois fatores deram grande contribuição: na noite do naufrágio, os vigílias do mastro não tinham binóculos à disposição, um item que poderia ter evitado o choque com o iceberg, se eles o tivessem visto 30 segundos antes. Além disso, o navio possuía um leme considerado pequeno para guiar uma embarcação daquele tamanho. Se fosse maior, o navio teria conseguido se desviar do obstáculo de gelo a tempo. Apesar do relato de muitos passageiros, até a descoberta do navio, acreditava-se que ele tivesse afundado inteiro, e não se partido em dois.
O fascínio pela trágica história do famoso transatlântico ficou demonstrado com a exibição nos cinemas de Titanic, em 1997, visto por quase 400 milhões de pessoas. Com o sucesso do filme, o interesse pelo Titanic intensificou-se ainda mais e fez surgir centenas de livros, estudos, debates e novas teorias a respeito da causa do naufrágio.
Construção
As responsabilidades de Carlisle eram com as decorações, os equipamentos e arranjos gerais, incluindo a implementação de um sistema eficiente de turcos para os botes. O engenheiro planejou uma quantidade de botes suficientes para abrigar todos os passageiros a bordo. Porém, foi confrontado pelo presidente dos estaleiros, Lorde Pirrie, que achava a proposta um tanto exorbitante. Após uma discussão, Carlisle abandonou seu cargo nos estaleiros. O Titanic foi o último navio que projetara.
Os rebites que seguravam no lugar as placas de metal de 3 cm de espessura pesavam 1,5 kg cada um. Os rebites da espinha do Titanic foram colocados por máquinas especiais, porém as curvas do casco eram complexas demais para os aparelhos, e exigiram que o trabalho fosse manual. A estrutura de metal levantada para a construção, que possuía 283 metros de comprimento e 83 de largura, permitia o trabalho lado a lado entreTitanic e Olympic. Durante o lançamento do casco do navio no mar, foram despejadas 23 toneladas de sabão líquido e óleo na plataforma, para que ele pudesse deslizar.
Recursos
O Titanic incorporou recursos tecnológicos avançados para a época. Ele tinha três elevadores elétricos, sendo dois na Primeira Classe e um na Segunda Classe; um subsistema elétrico alimentado por geradores a base de vapor; uma fiação elétrica que cobria todo o navio; e dois rádios Marconi, incluindo um de 1500 W, que era manejado por dois operadores que trabalhavam em turnos, permitindo contato constante e a transmissão de muitas mensagens dos passageiros.6 Também contava com 15 anteparas à prova de água, que o dividiam em 16 compartimentos estanques e que isolavam o navio da parte inundada da parte não inundada.
Botes
Na sua viagem inaugural, o Titanic carregava um total de 20 botes salva-vidas de três tipos diferentes:7- Botes 1 e 2: cúteres de madeira de emergência: capacidade para 40 pessoas.8
- Botes 3 a 16: botes de madeira: capacidade para 65 pessoas8
- Botes A, B, C e D: botes "desmontáveis" Englehardt: capacidade para 47 pessoas.8
Na fase de projeto, Alexander Carlisle sugeriu que o Titanic usasse um novo e maior tipo de turco, fabricado pela Welin Davit & Engineering Co. Ltd. Eles poderiam segurar quatro botes. Dezesseis conjuntos desses turcos dariam ao Titanic a capacidade de carregar 64 botes de madeira9 — uma capacidade total de mais de 4.000 pessoas. Era mais do que o necessário, pois o Titanic foi planejado para transportar por volta de 3.600 passageiros e tripulação. Entretanto, diretores da White Star Line decidiram que apenas 16 botes salva-vidas seriam instalados, além de quatro botes dobráveis, chamados de desmontáveis, que poderiam acomodar apenas 1.178 pessoas (33% do número de passageiros do Titanic). Na época, as regulações da Board of Trade diziam que os navios britânicos com mais de 10.000 toneladas deveriam carregar 16 botes com uma capacidade de 160 metros cúbicos, mais uma capacidade para 75% daquelas dos botes em jangadas e flutuadores (ou 50%, caso o navio possuísse anteparas estanques). Dessa forma, a White Star Line providenciou mais acomodações em botes do que era legalmente necessário.
Os regulamentos não haviam sido alterados para navios maiores desde 1894, quando o maior navio de passageiros de então era o Lucania, da Cunard, com 13.000 toneladas. Sir Alfred Chalmers, conselheiro náutico da Board of Trade de 1896 até 1911, analisava o assunto "de tempos em tempos", porém, por achar que marinheiros experientes teriam de ser levados "desnecessariamente" a bordo dos navios por nenhum outro motivo além de manejar e abaixar os botes, não considerou necessário aumentar a escala.10
Alexander Carlisle disse, em depoimento ao inquérito oficial do acidente, que ele havia discutido o assunto com J. Bruce Ismay, o diretor da White Star Line. Porém, Ismay negou a afirmação, dizendo que nunca ouviu nada do tipo, nem de notar a tal disposição dos botes nas plantas do projeto do navio.11 12 Dez dias antes da viagem inaugural, Axel Welin, fabricante dos turcos do Titanic, anunciou que seus equipamentos haviam sido instalados, porque os donos do navio sabiam das futuras mudanças nos regulamentos. Harold Sanderson, vice-presidente da Marinha Mercante Internacional e antigo gerente geral da White Star Line, negou que essa havia sido a intenção.13
Bombas
O Titanic foi equipado com cinco bombas de lastro, usadas para equilibrar o navio, e três de esgoto.14 Dois canos principais de lastro, de 250 mm, corriam por toda a extensão do navio, e válvulas que controlavam a distribuição de água eram operadas do convés das anteparas.15 A capacidade total de bombeamento de todas as oito bombas era de 425 000 galões por hora.14 Durante o desastre, os engenheiros reportaram que as bombas conseguiram retardar a inundação da sala da caldeira n° 6 nos primeiros dez minutos após a colisão. As bombas também mantiveram o ritmo da inundação da sala da caldeira n° 5. Isso não indica que o navio poderia manter sua flutuabilidade indefinidamente, porém, enquanto as bombas tivessem vapor para alimentá-las, o navio poderia retardar a inundação. O Titanic não poderia naufragar até essas seções estarem completamente inundadas, anulando o efeito das bombas. Isso não ocorreu até as 23:50 da noite do naufrágio. Um dos principais fatores que contribuíram para o naufrágio do Titanic foi o fato dos rebites, em um total de aproximadamente 3 milhões de unidades distribuídas pelo navio, não aguentaram a pressão e estouraram, o que fez com que a estrutura cedesse.Comparações com o Olympic
Testes marítimos
Abordo do Titanic estavam 78 foguistas, graxeiros, bombeiros e 41 membros da tripulação. Ninguém da equipe doméstica parecia estar a bordo. Representantes de várias companhias viajaram no Titanic durante os testes, incluindo Harold Sanderson, Thomas Andrews e Edward Wilding, da Harland and Wolff. O diretor da White Star, Bruce Ismay, e Lorde Pirrie estavam muito doentes para comparecer. Faltaram inclusive na viagem de estreia. Pirrie enviou em seu lugar o seu sobrinho Thomas Andrews. Jack Phillips e Harold Bride serviram como operadores de rádio para ajustarem o equipamento Marconi. O inspetor da Board of Trade, Francis Carruthers, também estava presente para conferir se tudo estava funcionando e se o navio estava pronto para receber passageiros. Depois dos testes, ele assinou o Acordo e Contas de Viagens e Tripulação, válido por 12 meses, declarando que o navio estava apto para viajar.18 O Titanic tinha potência extrema para freios, podendo parar totalmente em, no máximo, 1 km.
Viagem inaugural
John Coffey, um foguista de 23 anos, saltou para fora do navio em Queenstown e se escondeu em um dos botes, em meio a sacolas de cartas que estavam destinadas ao continente. Dias depois, Coffey se juntou à tripulação do Mauretania. Nativo da cidade, Coffey afirmou, tempos depois, que um mau presságio o motivou a abandonar o Titanic.
Na viagem inaugural, algumas das mais importantes pessoas da época estavam viajando na Primeira Classe. Entre elas estavam o milionário John Jacob Astor IV e sua esposa, Madeleine Force Astor; o industrialista Benjamin Guggenheim; o dono da Macy's, Isidor Strauss, e sua esposa, Ida; a milionária Margaret "Molly" Brown, conhecida posteriormente como "a inafundável Molly Brown" devido a seus esforços para ajudar outros passageiros durante o naufrágio; Sir Cosmo Duff-Gordon e sua esposa, Lucy Lady Duff-Gordon; George Dunton Widener e sua esposa, Eleanor, e seu filho, Harry; o jogador de críquete e empresário John Borland Thayer com sua esposa, Marian, e seu filho de 17 anos, Jack; o jornalista William Thomas Stead; a Condessa Noël Leslie; o assessor presidencial Archibald Butt; a escritora Helen Churchill Candee; o também escritor Jacques Futrelle e sua esposa, May; os produtores Henry e Rene Harris; a atriz Dorothy Gibson; entre outros.21 O banqueiro J. P. Morgan estava agendado para viajar na viagem inaugural, mas cancelou no último minuto. Viajando na Primeira Classe, estavam o diretor da White Star Line, J. Bruce Ismay, e o construtor do navio, Thomas Andrews, que estava a bordo para observar qualquer problema e avaliar a performance geral do navio.21
Naufrágio
Às 23h40, enquanto navegavam a 500 km dos Grandes Bancos da Terra Nova, os vigias do mastro, Frederick Fleet e Reginald Lee, avistaram um iceberg bem em frente ao navio. Fleet imediatamente tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o comunicador para falar com a Ponte. Preciosos segundos se perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul Moody, para quem Fleet gritou "Iceberg bem em frente". O Primeiro Oficial William Murdoch deu ao timoneiro Robert Hitchens a ordem de "tudo a bombordo" (esquerda), e ajustou as máquinas para ré ou para parar (não se tem certeza, os testemunhos dos sobreviventes são conflituosos). 22 23 A proa do navio começou a deslocar-se do obstáculo e, 37 segundos após o avistamento do iceberg, houve o choque. O iceberg "arranhou" o lado estibordo (direito) do navio, deformando e cortando o casco, e soltando os rebites abaixo da linha d'água por uma extensão de 90 m. Enquanto a água entrava nos compartimentos dianteiros, Murdoch acionou o fechamento das portas à prova d'água. O navio conseguiria ficar flutuando com quatro compartimentos inundados, mas os cinco primeiros compartimentos foram rasgados e estavam fazendo água. Os compartimentos inundados faziam a proa do navio ficar mais pesada, causando a entrada de mais água. Vinte minutos após a colisão, a proa já começava a inclinar. Além disso, por volta de 130 minutos (2 horas e 10 minutos) após a colisão, a água começou a passar do sexto para o sétimo compartimento sobre a antepara que as dividia.
O Capitão Smith, alertado pelo solavanco do impacto, chegou à ponte e ordenou parada total. Pouco depois da meia-noite de 15 de abril, após uma inspeção feita por oficiais do navio e por Thomas Andrews, foi ordenado que os botes fossem preparados para lançamento e que sinais de socorro começassem a ser enviados.
Os operadores de rádio Harold Bride e Jack Phillips estavam ocupados enviando sinais de socorro CQD, e mais tarde SOS. Vários navios responderam ao chamado, incluindo o navio irmão do Titanic, o Olympic, porém nenhum estava perto o bastante para chegar a tempo.24 O navio mais perto a responder o chamado foi o Carpathia, a 93 km de distância, que poderia chegar em quatro horas — tarde demais para resgatar todos os passageiros do Titanic. O único local em terra que recebeu o pedido de socorro do Titanic foi a estação de Cabo Race, em Terra Nova.25
Da ponte, as luzes de um outro navio podiam ser vistas no lado bombordo. A identidade desse navio permanece um mistério até hoje, porém há teorias sugerindo que o navio em questão era o SS Californian.26 Já que o navio não estava respondendo aos chamados do rádio, o Quarto Oficial Joseph Boxhall e o Contramestre Rowe tentaram sinalizar com um lâmpada Morse e mais tarde com fogos de artifício, porém o navio nunca respondeu.27 O Californian, que estava por perto e havia parado pela noite por causa do gelo, também viu luzes à distância. O rádio do Californian havia sido desligado e o operador havia ido dormir. Pouco antes de ir dormir às 23h00, o operador do rádio do Californian tentou avisar o Titanic de que havia gelo à frente, porém ele foi interrompido por um exausto Phillips, que respondeu dizendo: "Cale a boca, cale a boca, estou ocupado; estou trabalhando Cabo Race", referindo-se a estação de rádio na Terra Nova.28 Quando os oficiais do Californian avistaram o navio, eles tentaram sinalizar com uma lâmpada Morse, porém pareceu que não foram respondidos. Mais tarde, eles notaram os sinais de socorro do Titanic sobre as luzes e informaram o Capitão Stanley Lord. Apesar de ter havido muita discussão sobre o navio misterioso, que para os oficiais em serviço parecia estar se movendo para longe, ninguém do Californian acordou o operador de rádio até de manhã.27 Dentre um dos mortos estava John Jacob Astor IV, o homem mais rico do navio, que morreu esmagado por um tonel de fumaça.
Botes lançados
Às 0h31, os botes começam a ser preenchidos com "mulheres e crianças primeiro". Os primeiros botes foram lançados sem alcançar a lotação máxima. Lightoller segue com rigor as ordens de embarcar somente mulheres e crianças. Entretanto, a estibordo do navio o Primeiro Oficial Murdock permitia a entrada de homens solteiros e casais nos botes, após a entrada de mulheres e crianças, e fazia os botes descer completamente cheios, mesmo com homens, e, por isso, muitos homens que se salvaram devem a sua vida a esse oficial. Alguns sobreviventes relataram que a sensação ao caminhar no convés de botes era como a de estar descendo um monte.
Como o navio mais próximo não respondia nem aos sinais do telégrafo nem aos sinais das lanternas, às 0h45 o Capitão Smith manda disparar os foguetes de sinalização. É arriado o primeiro bote salva-vidas nº 7, com apenas 27 pessoas. A fim de evitar o pânico, o capitão solicitou que a orquestra de bordo viesse tocar junto ao convés dos botes para acalmar os passageiros. A tradição diz que a banda foi para o fundo a tocar "Nearer My God to Thee". Segundo o testemunho do segundo operador de rádio, estava a tocar "Autumn", um hino episcopal.
Enquanto isso, Thomas Andrews tentava ajudar do jeito que podia, ensinando os passageiros a porem os coletes salva-vidas, mesmo sabendo que seu esforço não salvaria muitas vidas.
Às 1h25, a inclinação do convés fica maior. Ordens são dadas para que os botes desçam mais cheios. Thomas Andrews, o engenheiro-chefe, ajuda na descida dos botes fazendo com que eles sejam devidamente cheios. A água já atinge o nome do Titanic pintado na proa. O navio começa a se inclinar para bombordo. Andrews é visto pela última vez na sala para fumantes da primeira classe.
Enquanto que nos primeiros botes tinha que se implorar para que as pessoas entrassem, fazendo muitos deles descer praticamente vazios, nos últimos o tumulto era bem visível. Relatam-se tiros para conter os mais afoitos. Faltando pouco mais de dois botes para deixar o navio, os passageiros da terceira classe são liberados. Restavam apenas esses dois botes e os dois desmontáveis que ficavam junto à base da primeira chaminé. Devido à confusão, Lightoller sacode sua pistola no ar e provavelmente atira para manter o controle durante a descida do desmontável ´´D``. A água gélida já invadia os conveses quando os botes desmontáveis conseguiram ser lançados.
Minutos finais
Às 2h15 a inclinação do navio chega aos 19° e a água gelada avança rapidamente, arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas para dentro do navio pela força das águas. Para quem ainda está dentro do Titanic, quanto mais o navio se inclina, mais difícil fica caminhar. A força da gravidade faz com que móveis e objetos pesados caiam sobre os passageiros, esmagando-os e impedindo sua saída do navio. A popa do Titanic sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até ao final para manter as luzes enquanto podem. Quando a inclinação chega aos 29° às 2h18, as luzes do navio piscam uma vez e depois apagam-se para sempre. O pânico é maior, principalmente para os que ainda se encontravam no interior do navio.
Devido à inclinação, maior fica a pressão exercida no centro do navio, que não suportando a pressão, sofre ruptura do casco junto à terceira chaminé, dividindo o transatlântico em dois. A popa, pesando vinte mil toneladas, desaba por cima de dezenas de passageiros, esmagando-os. Quando a proa submerge, arrasta a popa ainda presa pelo casco duplo da quilha, deixando-a quase na vertical; segundos depois, a proa desprende-se da popa e mergulha para as profundezas. A popa então sobe alguns metros e fica parada. Muitos passageiros se seguram como podem, enquanto alguns, não aguentando, caem violentamente entre as estruturas de aço do transatlântico. Depois de alguns segundos emersa, a popa começa a descer, levando consigo dezenas de passageiros. Às 2h20 o navio, já completamente submerso, mergulha a pique pelas profundezas do oceano, rumo ao fundo do mar, onde está sepultado até os nossos dias.
Papel do SS Californian
Uma das questões mais controversas foi o papel desempenhado pelo SS Californian, que estava apenas alguns quilômetros do Titanic, mas não tinha pego as chamadas de socorro ou respondeu aos foguetes de sinalização lançados pelo Titanic. O SS Californian tinha avisado o Titanic por rádio que iria parar a noite por causa dos gelos, mas foi repreendido pelo operador telégrafo do Titanic, que havia mandado "Calar a Boca".Um testemunho perante o inquérito britânico revelou que as 10h10 da noite, o Californian observou as luzes de um navio para o sul, que mais tarde o capitão avisou que era um navio de passageiros. Às 11h50 da noite, o oficial tinha visto luzes que piscam para fora do navio, como se tivesse desligado ou virou-se bruscamente, e que a luz da porta era visível.
O telégrafo do Californian respondeu às mensagens por volta das 5h30 da manhã, avisando que havia visto foguetes durante a noite, e pediu para comunicar-se com qualquer navio. Enfim, ele foi noticiado que o Titanic havia batido no iceberg e foi a pique. O capitão foi noticiado e foi no local do acidente para "prestar socorro", porém quando o Califórnian chegou no local, o Carpathia já havia passado e recolhido os sobreviventes.
As investigações descobriram que de fato o navio daquela noite era o Titanic, e que seria possível o Californian ir prestar socorro. Portanto, o Capitão agiu de forma inadequada em não fazê-lo.
Sobreviventes e vítimas
Categoria | Pessoas a Bordo | Número de Sobreviventes | Percentual de Sobreviventes | Número de Mortos | Percentual de Mortes |
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Primeira Classe | 329 | 199 | 60,5 % | 130 | 39,5 % |
Segunda Classe | 285 | 119 | 41,7 % | 166 | 58,3 % |
Terceira Classe | 710 | 174 | 24,5 % | 536 | 75,5 % |
Tripulação | 899 | 214 | 23,8 % | 685 | 76,2 % |
Total | 2 223 | 706 | 31,8 % | 1 517 | 68,2 % |
Resgate e enterro dos mortos
A White Star Line fretou o navio de cabos CS Mackay-Bennett pertencente a cidade de Halifax, no Canadá, para recuperar os corpos das vítimas. Três outros navios canadenses seguiram para o resgate levando suprimentos de embalsamamento, agentes funerários e clérigos. Das 333 vítimas resgatadas, 328 foram recuperados pelos navios.O primeiro navio a chegar ao local do naufrágio, foi o CS Mackay-Bennett encontrando tantos corpos que as fontes de embalsamamento a bordo foram rapidamente esgotados. O legista John Henry Barnstead, foi o responsável pela documentação das vítimas do navio, ele desenvolveu um sistema detalhado para identificar os corpos, salvar os pertences e devolvê-los a família. O método de Barnstead é usado até hoje em grandes desastres. Parentes de toda a América do Norte e Europa foram identificar e reivindicar os corpos. Alguns, foram enviados para serem enterrados em suas cidades de origem, outros não puderam ser identificados e foram enterradas apenas com números na lápide em ordem na qual os corpos foram descobertos. Foram identificados cerca de dois terços dos corpos.
Os corpos que não puderam ser transportados para suas terras, foram enterrados em três cemitérios da cidade de Halifax: O Cemitério Fairview Lawn, seguido pelo vizinho Monte das Oliveiras e Barão de Hirsch.
Apenas 333 corpos das vítimas do Titanic foram recuperados, um em cada cinco das mais de 1500 vítimas. Alguns corpos afundaram com o navio enquanto outros foram levados pelas correntes do mar.
Depois disso, o nome Titanic, ficou como símbolo de uma das maiores tragédias marítimas da História. O Capitão Smith e o engenheiro-chefe Thomas Andrews permaneceram no navio. No entanto, Bruce Ismay, Presidente da White Star Line, embarcou num dos últimos botes que deixou o navio. A sociedade da época nunca o perdoaria por ter tomado esta atitude.
Conclusões dos relatórios de inquérito
A Descoberta do Titanic
Durante anos relatos dos sobreviventes afirmaram terem ouvido grandes explosões depois do Titanic desaparecer sob a superfície do oceano, informando que as mesmas provinham das caldeiras que explodiam devido ao contacto com a água gélida. Contudo essa teoria foi desacreditada, pois foram descobertas pelo menos 6 caldeiras intactas espalhadas no campo de detritos causados pelo naufrágio e 2 salas de caldeiras inteiras na secção de proa, com todas as caldeiras intactas. Além disso, tripulantes que sobreviveram afirmam que, logo a seguir à colisão, E.J. Smith ordenou a paragem dos motores, e, nas salas de caldeiras, foram abertas as válvulas de segurança, que fizeram as caldeiras libertar a enorme pressão acumulada, ou seja, quando o Titanic afundou, nenhuma das caldeiras tinha pressão de vapor acumulada. Das poucas coisas reconhecíveis na secção de popa, destaca-se o motor de estibordo, cujo topo de um dos cilindros se destaca para fora do casco destruído, o convés do tombadilho da popa, local onde centenas de pessoas se aglomeraram quando o Titanic se ergueu das águas, enquanto a secção dianteira desaparecia nas águas, o poço da escada da terceira classe, e cerca de 2 guindastes de botes salva vidas. O Dr. Ballard retornou ao Titanic em 2004, para averiguar os danos que o navio sofreu desde o seu descobrimento (1985 - 2004). Concluiu que as inúmeras expedições e visitas ao local, só serviram para danificar o sítio arqueológico do Titanic e aceleração da deterioração da estrutura do navio. Em 2010 uma equipe de investigadores descobriu a bactéria halomonas titanicae nos destroços, e suspeita que ela seja responsável por acelerar a deterioração da estrutura.30
Titanic na cultura popular
No livro de 1898, Futilidade, ou O Naufrágio de Titan (Futility, ou the Wreck of the Titan) de Morgan Robertson, que fora escrito 14 anos antes da viagem fatal do RMS Titanic, foi constatado que a história apresenta muitos paralelismos com a catástrofe do Titanic; No livro de Robertson, na sua viagem inaugural um transatlântico chamado Titan, choca-se com um iceberg em uma calma noite de Abril, enquanto seguia para Nova York. Milhares de pessoas morrem por não haver botes salva-vidas suficientes. Tanto a própria história do Titan e na forma de seu desaparecimento, suportaram muitas semelhanças surpreendentes com o eventual destino do Titanic. O Titanic foi tema de muitos filmes, tanto para o cinema, quanto para a televisão; Dentre os quais:
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A história também foi reproduzida num musical na Broadway, Titanic, escrito por Peter Stone com música de Maury Yeston. Titanic foi apresentado de 1998 a 2000. O musical The Unsinkable Molly Brown da Broadway de 1960 conta a história de vida da sobrevivente Margaret Brown, que incluiu os eventos no Titanic. O musical foi escrito por Richard Morris com música de Meredith Willson. A versão cinematográfica estrelando Debbie Reynolds foi lançada em 1964.
Outros meios de comunicação incluíram Titanic: Adventure Out of Time, um jogo de computador, de 1996 que se passava a bordo do Titanic. Starship Titanic era outro jogo de computador, só que ambientado no universo do livro The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, parodiando o desastre do Titanic. Muitos programas de televisão fazem referência ao desastre do Titanic. O programa The Time Tunnel fez uma visita ao navio em seu primeiro episódio e no desenho animado Futurama os personagens embarcavam numa nave espacial chamada Titanic. A nave fora partida ao meio por um buraco negro na sua viagem inaugural. Outras obras também tiveram poucas referências ao Titanic, por exemplo, no seriado Doctor Who, o personagem título alegou ter estado a bordo do navio quando ele afundou. Houve um episódio do programa britânico popular, Voyage do The Damned, em seu especial de Natal 2007, no qual o médico estava a bordo da Nave Espacial Titanic. Em filmes como Time Bandits, Cavalgada e Os Caça-Fantasmas II o Titanic teve breves aparições. O programa britânico Upstairs, Downstairs colocou os personagens de Lady Marjorie Bellamy e Maude Roberts como passageiros a bordo do Titanic quando afundou. Roberts foi colocado em um bote salva-vidas, enquanto Lady Marjorie afundou junto com o navio.
Em 1982, o célebre cantor italiano de música popular Francesco De Gregori lançou o álbum Titanic, com três músicas (Titanic, I muscoli del Capitano e L'abbigliamento di un fuochista) que falavam sobre o navio, bem como seus passageiros e tripulantes. Em 2012, para comemorar o centenário do Titanic, o cantor Robin Gibb, um dos integrantes do lendário grupo Bee Gees, lançou um álbum em homenagem ao navio, intitulado Titanic Requiem, esse acabou por ser seu último trabalho, já que faleceu pouco depois do lançamento.
O centenário
Em 15 de abril de 2012, o naufrágio do RMS Titanic completou 100 anos! O filme baseado em sua história, Titanic, foi readaptado em 3D e re-lançado nos cinemas31 .Os destroços do Titanic, são agora protegidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O anúncio foi feito em abril de 2012, no centenário do naufrágio. "Um século depois do naufrágio, os destroços agora estão protegidos pela Convenção da Unesco para a proteção do patrimônio cultural subaquático", comunicou a Unesco.
Os restos do Titanic estão a cerca de 4.000 metros de profundidade, nas proximidades do litoral de Terra Nova. "Até agora, o Titanic não podia ser beneficiado pela Convenção da Unesco, adotada em 2001, já que ela só pode ser aplicada aos vestígios submersos há pelo menos um século", explicou por nota da organização. "A partir de agora, os estados que assinam a Convenção poderão proibir a destruição, a pilhagem, a venda e a dispersão de objetos encontrados no Titanic". Por causa do interesse no episódio, os objetos são disputados no mundo todo.32
Titanic II
Em abril de 2012 o magnata da mineração Clive Palmer anunciou o projeto Titanic II (tambem conhecido como replica Titanic) que será o "navio comandante" de sua empresa "Blue Star Line", o navio foi projetado pela empresa "Deltamarin", a construção do navio começou em 2013 no estaleiro "CSC Jinling Shipyard" na China, sua viagem inaugural está prevista para o final de 2016, de Southampton para Nova Iorque, como o navio original.O navio deverá ser o mais semelhante possível ao antigo Titanic, com exceção de um número maior de botes salva-vidas que o antecessor, e de um casco ainda mais resistente.
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