domingo, 6 de outubro de 2019

O QUE MATOU ARAFAT ? OS MISTÉRIOS DA SUA MORTE





Documentários
O QUE MATOU ARAFAT ?

A cadeia televisiva Al Jazeera levou a cabo um excelente e rigoroso trabalho de investigação jornalística acerca da morte do líder da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. A investigação sobre as causas da sua morte, envolveu a extensa equipa de médicos de várias nacionalidades que trataram Arafat, composta pelos maiores especialistas de diversas áreas. 
Esse trabalho de investigação está exposto neste excelente documentário que provocou um autentico tsunami político e cujas conclusões apontam uma forte probabilidade (para não dizer a certeza) de que o mítico líder Palestiniano foi envenenado.
Aqui tem revelada toda a investigação. 


Áudio: Castelhano
Fontes: Documentos TV - Rtve 2 - Al Jazeera - Wikipédia


* José Rui Lira









Biografia

Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini (em árabe محمد عبد الرحمن عبد الرؤوف عرفات القدوة الحسيني), também conhecido como Abu Ammar, Arafat foi um dos sete filhos de um comerciante. O estabelecimento da data e local de nascimento de Arafat são controversos. O seu registro de nascimento indica que ele nasceu no CairoEgipto, a 24 de agosto de 1929. No entanto, alguns ainda tomam por verdadeira a afirmação de Arafat de que nasceu em Jerusalém a 4 de agosto de 1929.
A descoberta do seu certificado de nascimento e outros documentos pela Universidade de Cairo puseram fim ao debate sobre o local de nascimento de Arafat (mesmo o seu biógrafo autorizado, Alan Hart, admite agora que ele nasceu no Cairo).
Nascido Mohammed Abdel Rahman Abdel Raouf Arafat Al Qudwa Al Husseini, "Mohammed Abdel Rahman" era o seu nome próprio; "Abdel Raouf" era o nome do seu pai; Arafat era o nome do seu avô; Al Qudua o nome da família e Al Husseini o nome do clã a que todos os Al Quduas pertenciam, conforme explica seu biógrafo palestiniano árabe, Said K. Aburish.[1] Foi afirmado que ele era um parente do clã Husseini, de Jerusalém, por parte da sua mãe (uma Abul Saoud), o que parece ser falso, uma vez que a pertença ao clã Husseini parece vir do lado do seu pai. Aburish explica que Arafat "não tinha parentesco com os verdadeiros Husseini, os notáveis de Jerusalém" (Ibid, p. 9) e explica que "o jovem Arafat pretendeu estabelecer as suas credenciais palestinianas e promover a sua ambição à liderança... e não se podia permitir admitir quaisquer factos que pudessem reduzir a sua identidade palestiniana. ...Arafat perpetuou insistentemente a lenda de que ele nascera em Jerusalém e que era um parente do importante clã Husseini daquela cidade." (Ibid, p. 8)
Arafat viveu a maior parte da sua infância no Cairo, com a exceção de quatro anos (após a morte de sua mãe, entre os seus 5 e 9 anos) em que ele viveu com o seu tio em Jerusalém.
Ele frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos seus tempos de estudante, aderiu à Irmandade Muçulmana e à associação de estudantes, da qual foi presidente entre 1952 e 1956.
Ainda durante a sua estadia no Cairo, Arafat desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin Al-Husseini, também conhecido como o Mufti de Jerusalém.
Em 1956 ele serviu ao exército egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional Palestiniano, no Cairo, em 3 de fevereiro de 1969, Arafat foi nomeado líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
Arafat casou-se já nos seus anos mais tardios com uma palestiniana cristã. Sua esposa, Suha Arafat, deu à luz uma criança do sexo feminino (Zahwa). A sua esposa e filha vivem atualmente em Paris. Suha Arafat tornou-se recentemente cidadã francesa.
Arafat era muito requisitado pela mídia internacional para entrevistas. Numa delas (para a veterana jornalista da CNN Christiane Amanpour[2]), ele perdeu o controle e deixou a cena, nitidamente irado com as perguntas da jornalista. Esse fato rendeu manchetes no mundo todo.

A criação da Fatah

Após a Crise de Suez, em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, líder do Movimento de Oficiais Livres, concordou em permitir que a Força de Emergência das Nações Unidas se estabelecesse na Península do Sinai e na Faixa de Gaza, causando a expulsão de todas as forças da guerrilha ("fedayeen") incluindo Arafat. Ele originalmente tentou obter um visto para o Canadá e, posteriormente, para Arábia Saudita, mas não teve sucesso em ambas as tentativas.[3][4]
Em 1957, ele pediu um visto para o Kuwait (na época um protetorado britânico) e foi aprovado com base em seu trabalho em engenharia civil. Lá ele encontrou dois amigos palestinos: Salah Khalaf ("Abu Iyad") e Khalil al-Wazir ("Abu Jihad"), ambos membros oficiais da Irmandade Muçulmana egípcia. Arafat tinha encontrado Abu Iyad, enquanto frequentava a Universidade de Cairo e Abu Jihad em Gaza. Ambos se tornaram principais assessores de Arafat na política futura. Abu Iyad viajou com Arafat para o Kuwait, no final de 1960; Abu Jihad, atuando também como professor, já tinha vivido lá desde 1959.[5]
Após se acomodar no Kuwait, Abu Iyad ajudou Arafat a obter um emprego temporário como professor.[6]
A bandeira adotada pela Organização para a Libertação da Palestina em 1964.
Arafat e os outros gradualmente fundaram o grupo que ficou conhecido como o Fatah. A data exata para o estabelecimento é desconhecida. No entanto, em 1959, a existência do grupo foi atestada nas páginas de uma revista nacionalista palestina, Filastununa Nida al-Hayat (Nossa Palestina, The Call of Life), que era escrita e editada por Abu Jihad.
Fatah dedicou-se à libertação da Palestina por uma luta armada realizada pelos próprios palestinos. Isso a diferenciava de outras organizações políticas e de guerrilha palestinos, a maioria dos quais acreditavam firmemente em uma resposta unida dos países Árabes.[6][7] A organização de Arafat nunca abraçou as ideologias dos principais governos árabes da época, em contraste com outras facções palestinas, que muitas vezes se tornaram satélites de países como Egito, IraqueArábia SauditaSíria e outros.[8]

Jordânia

Depois da guerra dos seis dias (1967), Arafat e a Fatah passam a actuar a partir da Jordânia, lançando ataques contra Israel a partir do outro lado da fronteira e regressando à Jordânia antes que os israelenses pudessem reagir.
Em 1968 a Fatah foi um alvo de um ataque israelense à vila jordana de Karameh, no qual 150 guerrilheiros palestinianos e 29 soldados israelenses foram mortos, sobretudo por forças armadas jordanianas. Apesar do falhanço no terreno, a batalha foi considerada pelos árabes como uma montra para a acção da Fatah porque os israelenses se retiraram e o perfil de Arafat e da Fatah cresceram. Nos finais da década de 1960 a Fatah passou a dominar a OLP e em 1969 Arafat foi nomeado presidente da OLP, substituindo Ahmed Shukairy, originalmente nomeado pela Liga Árabe.
Arafat tornou-se chefe do Estado Maior das Forças Revolucionárias Palestinianas dois anos mais tarde e em 1973 o líder político da OLP.
No seguimento da ambição da OLP em transformar a Jordânia num estado palestiniano (com o patrocínio da União Soviética), crescem neste tempo as tensões entre Palestinianos e o Governo da Jordânia, o que culminaria com o sequestro (e subsequente destruição) de quatro aviões pela OLP e na Guerra Civil Jordana de 1970-1971 (em particular com os eventos do Setembro Negro).
Neste conflicto, a monarquia jordana, com a ajuda de Israel, derrotou a OLP e a Síria, que se preparava para invadir a Jordânia em apoio da OLP.

Líbano

Depois desta derrota, Arafat transferiu-se juntamente com a OLP da Jordânia para o Líbano. Dada a fraqueza do governo central libanês, a OLP conseguia operar virtualmente como um estado independente (chamado "Fatahland" pelos israelenses).
A OLP começou então a usar este novo território para lançar ataques de artilharia e atentados contra civis israelenses, a exemplo do Massacre do liceu de Maalot de 1974.
Em setembro de 1972 o grupo Setembro Negro, que é geralmente descrito como uma fachada operacional usada pelo grupo Fatah de Arafat, raptou 11 atletas de Israel durante os Jogos Olímpicos. O grupo executou dois atletas, e na tentativa de mover os restantes, um tiroteio com a polícia resultou na morte de todos os atletas, um agente policial alemão e cinco membros do grupo Setembro Negro, no que ficou conhecido como o Massacre de Munique. A condenação internacional do ataque fez com que Arafat se distanciasse publicamente de actos similares no futuro; em 1974 Arafat ordenou que a OLP se abstivesse de actos de violência fora de Israel, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. No mesmo ano, Arafat tornou-se o primeiro representante de uma organização não governamental a discursar numa sessão plenária de uma Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em 1974, líderes de estados árabes declararam a OLP como o único representante legítimo de todos os palestinianos. A OLP foi admitida como membro de plenos direitos na Liga Árabe em 1976.
As operações da OLP no Líbano não receberam uma grande cobertura na imprensa. No entanto é certo que a OLP desempenhou um papel importante na tragédia da Guerra Civil Libanesa, e como cristãos libaneses alegam, Arafat e a OLP foram responsáveis pelas mortes de dezenas de milhares do seu povo.
Esta situação levou a que Israel se tenha aliado com os cristãos libaneses e conduzido duas grandes operações militares no Líbano, a primeira sendo a Operação Litani (1978), na qual uma estreita faixa terrestre (a zona de segurança) foi capturada e dominada conjuntamente pelas Forças de Defesa de Israel e o exército sul-libanês. A segunda foi a Operação Paz para a Galileia (1982), na qual Israel ocupou a maior parte do sul do Líbano, tendo recuado de volta à zona de segurança em 1985. Foi durante a segunda destas operações que os guerrilheiros da OLP foram pressionados a abandonar o Líbano. Ao mesmo tempo, entre 800 e 3500 palestinianos, na sua maioria civis, foram mortos pelas milícias cristãs libanesas no Massacre de Sabra e Shatila num campo de refugiados, uma medida de retaliação pelo assassinato do líder cristão-libanês Bachir Gemayel.[9]
A fraca cobertura internacional da guerra civil libanesa, uma guerra que teve início pouco depois da chegada de Arafat ao Líbano e que fez mais de 40 mil mortos,[10][11] é contrastada pela grande publicidade do Massacre de Sabra e Chatila. Ariel Sharon, o líder militar das forças israelenses no terreno sofreu também internamente a contestação pelo massacre em que ele esteve indirectamente implicado e passou para o segundo plano político por alguns anos.

Tunísia

Em setembro de 1982, durante a invasão israelenses e sob a influência americana, foi negociado um cessar-fogo o qual permitia a Arafat e à OLP a fuga do Líbano. Arafat e os seus guerrilheiros partiram de barco desde o Líbano para a Tunísia, que permaneceu o centro das operações de Arafat até 1993.
Durante a década de 1980, Arafat recebeu o apoio de Saddam Hussein, o presidente do Iraque, que lhe permitiu reanimar uma OLP seriamente abalada pela derrota militar. Este apoio veio em bom tempo, e coincidiu com o início da Primeira Intifada, que teve lugar em dezembro de 1987. Dentro de poucas semanas, Arafat estava em controlo dos motins (em contrário das suas afirmações de que o seu início tinha sido espontâneo), e foi sobretudo devido à acção das forças da Fatah na Cisjordânia que os distúrbios continuaram por tanto tempo.
A 15 de novembro de 1988, a OLP proclamou o "Estado da Palestina," um governo-no-exílio para os Palestinianos, nos termos da Resolução 181 da Assembleia Geral das Nações Unidas (a "oferta de partição de 1947"). Numa comunicação de 13 de dezembro de 1988, Arafat declarou aceitar a Resolução 242 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, prometeu o futuro reconhecimento de Israel e renunciar ao terrorismo. A 2 de abril de 1989, Arafat foi eleito pelo Conselho Central do Conselho Nacional Palestino (o corpo governante da OLP) como presidente deste hipotético estado palestiniano.
O comunicado de 13 de dezembro foi ditado pela administração dos Estados Unidos, ansiosa por iniciar negociações políticas (os Acordo de Paz de Camp David definem o reconhecimento de Israel como um necessário ponto de partida); de qualquer forma, ele indica uma viragem do objectivo tradicional da OLP - a destruição de Israel (tal como na Declaração Nacional Palestiniana) - para o estabelecimento de duas entidades separadas, uma israelense dentro das fronteiras de 1967 e uma palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Este desenvolvimento permitiu o início de um novo desenvolvimento político. Na conferência de Madrid de 1991, Israel conduziu negociações abertas com a OLP pela primeira vez.
No entanto, o relacionamento com o Iraque tornou-se um problema para Arafat durante a Guerra do Golfo de 1991. Ele foi o único líder árabe a tomar partido pelo Iraque antes da guerra; consequentemente, os Estados Unidos boicotaram-no, o que constituiu um impedimento nas negociações israelo-palestinianas, então em andamento.

Autoridade Palestiniana

Yitzhak RabinBill Clinton e Yasser Arafat durante os
Acordos de Paz de Oslo (13 de setembro de 1993).
No entanto, a crispação americana em breve se atenuou, levando aos Acordo de Paz de Oslo de 1993, que estipulavam a implementação da auto-administração Palestiniana na Cisjordânia e na Faixa de Gaza num período de cinco anos. No ano seguinte, numa decisão controversa, Arafat recebeu o Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yitzhak Rabin. Em 1994, Arafat deslocou-se para a Autoridade Palestiniana (AP) - a entidade provisional criada pelos acordos de Oslo.
A 20 de janeiro de 1996, Arafat foi eleito presidente da AP, com uma maioria esmagadora de 87% (o único outro candidato sendo Samiha Khalil). Observadores independentes internacionais reportaram que as eleições decorreram de forma livre e justa. No entanto, alguns críticos[carece de fontes] alegam que porque a maioria dos movimentos de oposição não participaram nas eleições e outras irregularidades, as eleições não foram verdadeiramente democráticas.
Novas eleições estavam inicialmente anunciadas para janeiro de 2002, mas foram depois adiadas, alegadamente por causa da impossibilidade de fazer campanha devido a incursões militares israelenses e restrições da liberdade de movimento nos territórios ocupados.
Desde 1996, o título usado por Arafat como líder da Autoridade Palestiniana é a palavra árabe ra'is (cabeça) cuja tradução para o português é matéria de disputa. Documentos israelenses traduzem normalmente a palavra como "chairman" (presidente de conselho), enquanto documentos palestinianos traduzem-no como "presidente". Os Estados Unidos normalmente seguem a prática israelense, enquanto que as Nações Unidas normalmente seguem a prática palestiniana, que também é usada em Portugal.
Em meados de 1996, após a eleição de Benjamin Netanyahu como primeiro-ministro de Israel, as relações israelo-palestinianas tornaram-se mais hostis. Benjamin Netanyahu tentou obstruir a transição para o estado palestiniano delineada no acordo OLP-Israel. Em 1998, o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton interveio, arranjando um encontro com os dois líderes. O resultante Memorandum de Wye River de 23 de outubro de 1998 detalhava os passos a tomar pelo governo israelense e pela OLP para completar o processo de paz.
Arafat continuou as negociações com o sucessor de Netanyahu, Ehud Barak. Em parte devido à sua própria política (Barak pertence ao partido trabalhista, enquanto que Netanyahu ao partido conservador Likud) e parcialmente devido à grande pressão colocada pelo Presidente Americano Bill Clinton, Barak ofereceu a Arafat um Estado palestiniano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Leste como capital, um regresso de um número limitado de refugiados e uma compensação para os restantes, mas não estipulando sobre outros assuntos, vistos como vitais no processo. Numa manobra amplamente criticada, Arafat rejeitou a oferta de Barak, e não fez qualquer contra-oferta. Seguindo a uma visita altamente controversa de Ariel Sharon à área delimitada da Mesquita Al-Aqsa e a violência que se seguiu, a chamada Segunda Intifada Palestiniana (ou Intifada Al-Aqsa Intifada) (2000 até hoje) começou.

Tentativas de assassinato por parte de Israel


Embora Rafi Eitan, então chefe do Mossad na Europa, recomendasse a liquidação de Arafat já em 1964,[12] dezenas de planos falharam e tentativas abortadas se seguiram, a maior parte dos esforços para eliminar o líder da OLP foi pouco antes, durante e imediatamente após a primeira Guerra do Líbano.[13]
Um mês após o fim da Operação Paz para a Galileia, enquanto os F-15 estavam fazendo seu caminho para interceptar o avião de carga que voava da Grécia para o Egito, a operação israelense para assassinar Arafat foi cancelada no último minuto. Mossad e o MID informaram aos pilotos que o homem no avião era o irmão mais novo de Arafat, Fathi Arafat, pediatra e fundador da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, que escoltava 30 crianças palestinas feridas, sobreviventes do massacre de Sabra e Shatila, ao Egito para tratamento.[14]

Morte suspeita

Tumba de Arafat em Ramallah.
Arafat, morreu dia 11 de novembro de 2004, aos 75 anos, após treze dias internado no hospital militar Percy, em Clamart, a sudoeste de Paris.
De acordo com Christian Estripeau, porta-voz do hospital, Arafat morreu por falência múltipla dos órgãos. No entanto, seu biógrafo, Amnon Kapeliouk, levantou a possibilidade de sua morte ter sido decorrente de anos de contínuo envenenamento, realizado pelos serviços secretos israelenses.[15][16]
Em 3 de julho de 2012, foi divulgado pelo Instituto de Radiofísica do Hospital Universitário da Universidade de Lausanne, na Suíça, o resultado de um trabalho de nove meses de análises do material biológico encontrado em objetos de uso pessoal de Arafat (roupas, escova de dentes e keffiyeh). O relatório apontou a presença de altos níveis de polônio 210 no material coletado.[17] Segundo a rede de televisão Al Jazeera, o resultado do estudo reforça a possibilidade de que Arafat tenha sido envenenado com material radioativo.[18][19][20][21] Em 9 de julho, o presidente palestino Mahmoud Abbas aprovou pedido de exumação do corpo de Arafat, apresentado por Suha Arafat, para teste do nível de polônio.[22] O governo de Israel negou qualquer envolvimento com as recentes descobertas.[23][24] A Justiça francesa, através do tribunal de Nanterre, decidiu iniciar uma investigação sobre a morte do líder palestino, depois que a viúva apresentou queixa de assassinato de seu marido, no final de julho.[25]
Arafat, considerado como o mais importante líder palestino e tido, pelos israelenses, como um líder de intenções dúbias, não preparou um sucessor. Os testes realizados após a exumação de seu corpo mostraram um nível 20 vezes maior que o permitido para um ser humano normal da substância polônio 210, reforçando a tese que o líder foi envenenado. Contudo, uma equipe russa que examinou seu corpo afirmaram que não havia nada de anormal com Arafat e que provavelmente não foi envenenado. O assunto continua controverso.[26]

Últimos anos

Isolamento na Muqata'a

Os atentados de 11 de setembro de 2001 precipitam os Estados Unidos na "guerra ao terror", a partir de dezembro de 2001, no mesmo momento em que Yasser Arafat concluía uma trégua com o Hamas e a Jihad islâmica palestina.
Boicotado pelo governo dos Estados Unidos e considerado pelo governo israelense como responsável pela irrupção da Segunda Intifada e por atentados suicidas, Yasser Arafat passará os últimos anos de sua vida fechado na Muqata’a (complexo de edifícios de uma antiga prisão, remanescente da época do Mandato Britânico da Palestina e posteriormente convertido na sede da Autoridade Nacional Palestina), em Ramallah, cercado por forças israelenses. Proibido de viajar, tanto dentro da Palestina como para o exterior, ainda assim Arafat conseguirá manter o controle da Autoridade Palestina e da OLP.
A 6 de maio de 2002 o governo israelense divulga um relatório, em parte basedo em documentos alegadamente capturados durante a ocupação da Muqata'a pelas forças militares israelenses. Entre esses documentos haveria cópias de papéis que parecem ter sido assinados pelo próprio Arafat, autorizando o financiamento de atentados perpetrados pelas Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa.[27]
O número e intensidade de ataques suicidas aumentou em flecha nos primeiros meses de 2002. Em março desse ano, a Liga Árabe fez a proposta de reconhecer Israel em troca da retirada israelense de todos os territórios capturados na Guerra dos Seis Dias, e o reconhecimento da soberania da Autoridade Palestiniana de Arafat. Apoiantes desta declaração vêem nela o histórico reconhecimento de Israel pelos Estados Árabes, enquanto que críticos da proposta afirmam que ela constituiria um perigo para a segurança de Israel, não assegurando sequer a cessação dos atentados suicidas.
A proposta da Liga Árabe coincidiu com uma nova onda de ataques palestinianos contra Israel (algum do qual veio dos próprios militantes da Fatah de Arafat), que trouxe a morte de mais de 135 israelenses. [carece de fontes] Ariel Sharon tinha previamente pressionado Arafat a condenar fortemente os ataques suicidas em face da sua própria população em língua árabe. Após estes ataques, Sharon declarou que Arafat prestava assistência a terroristas e, deste modo, tornava-se um inimigo de Israel - o que o desqualificaria para quaisquer negociações imediatas de paz. A declaração foi seguida pela invasão israelense de cidades da Cisjordânia, numa acção que ficou conhecida como "Operação Escudo Defensivo".
Tentativas do governo israelense de identificar outro líder palestiniano com quem negociar falharam e Arafat gozava do apoio de grupos que pela sua história desconfiavam dele e evitavam lidar com ele.
Arafat recebeu finalmente a autorização para deixar o seu complexo em 3 de maio de 2002, após intensas negociações que culminaram num acordo. Seis ativistas procurados por Israel, que se tinham entrincheirado juntamente com Arafat no seu complexo, não seriam entregues a Israel, mas também não permaneceriam ao encargo da Autoridade Palestiniana. Uma combinação de polícias britânicos e norte americanos assegurariam que eles permanecessem emprisionados em Jericó. Com esta medida, e a promessa de que ele iria emitir um comunicado em árabe aos Palestinianos a favor de uma pausa nos ataques contra Israel, Arafat foi libertado. Ele emitiu este comunicado a 8 de maio de 2002, mas, como em casos anteriores, o seu pedido foi ignorado.[carece de fontes]
A 18 de julho de 2002, o presidente dos Estados Unidos, George W Bush, afirmou, referindo-se a Yasser Arafat: "O verdadeiro problema é que não há uma liderança que seja capaz de dizer 'ajudem-nos a estabelecer um Estado e nós iremos combater o terror e responder às necessidades dos Palestinianos".



quinta-feira, 25 de julho de 2019

HISTÓRIAS DA ESCRAVATURA EM PORTUGAL

  










História de Portugal - Documentário
HISTÓRIAS DA ESCRAVATURA EM PORTUGAL

Excelente episódio intitulado "Visita Guiada à Escravatura Africana em Portugal Continental" da série da RTP, "Visita Guiada" que nos conta a história da escravatura em Portugal.
Aliada à história da escravatura, encontra-se a não menos interessante história do Abolicionismo que aqui tem revelada.

Áudio: Português
Texto: Português
Fontes: RTP 2 - Wikipédia



HISTÓRIA DO ABOLICIONISMO


abolicionismo foi um movimento político que visou à abolição da escravatura[1] e do comércio de africanos. Desenvolveu-se durante o iluminismodo século XVIII e tornou-se uma das formas mais representativas de ativismopolítico do século XIX até a atualidade. Teve, como antecedentes, o apoio de alguns papas católicos.

    História do abolicionismo


    Abraham Duquesne (1610-1688), após o bombardeio em Argel, libertando escravos cristãos (ver: Escravidão branca).
    O abolicionismo sempre foi um movimento político autônomo e passou ao largo de ideologias políticas contemporâneas a ela na Europa como por exemplo o Iluminismo.[2]

    Os papas

    Os papas da época dos descobrimentos europeus em África, Ásia e América, prosseguindo na senda dos Padres da Igreja e de seus antecessores, combateram a "iniquidade" da escravidão e a subjugação dos povos não europeus.[3] Em 13 de janeiro de 1435, através da bula Sicut Dudum,[4] o papa Eugénio IV mandou restituir à liberdade os cativos das ilhas Canárias, para efeito de estabelecer, a estes, a justiça. Em 1462, o papa Pio II (1458-1464) deu instruções aos bispos contra o tráfico de negros provenientes da Etiópia; o papa Leão X (1513-1521) despachou no mesmo sentido para os reinos de Portugal e Espanha. Em 1537, o papa Paulo III (1534-1549), através da bula Sublimus Dei[5] (23 de maio) e da encíclica Veritas ipsa[6] (2 de Junho), lembrou, aos cristãos, que os índios "das partes ocidentais, e os do meio-dia, e demais gentes", eram seres livres por natureza.
    Nunca, no entanto, a escravatura foi proibida até ao século XIX, e sempre os papas se dirigiram a casos pontuais. Tanto que, por várias bulas, Portugal tinha privilégio do comércio de escravos, mas não de fazer escravos. O papa Gregório XIV (1590-1591) publicou a Cum Sicuti[7] (1591) e, nos séculos seguintes, se pronunciaram, também, os papas Urbano VIII (1623-1644), na Commissum Nobis[8] (1639) e Bento XIV (1740-1758) na Immensa Pastorum[9] (1741). No século XIX, no mesmo sentido, se pronunciou o papa Gregório XVI (1831-1846) ao publicar a bula In Supremo[10] (1839).
    Em 1888, o Papa Leão XIII, na encíclica In Plurimis,[11] dirigida aos bispos do Brasil, pediu-lhes apoio para o Imperador D. Pedro II e a sua filha a princesa D. Isabel, na luta que estavam a travar pela abolição definitiva da escravidão. Portanto, apenas um papa, no século XIX, fez uma condenação à escravatura pelo que ela se tinha tornado, e estando já num tempo em que o próprio conceito estava já alterado. O comércio de escravos que, no renascimento, Portugal tinha iniciado em África tinha sido louvado pela Cristandade como um feito caritativo que foi celebrado por Miguel Ângelo na parede principal da Capela Sistina na cena "Resgate dos escravos", onde aparece Portugal a lançar um rosário e a puxar, nele, a África e a Ásia.

    Portugal

    O Reino de Portugal, pela mão do Marquês de Pombal, primeiro-ministro do rei dom José, aboliu a escravidão nos seus territórios a 12 de fevereiro de 1761, passando Portugal a ser o pioneiro no abolicionismo. Contudo, esta abolição seria apenas do tráfico de escravos, não sendo a escravatura ilegal, pela grande extensão de território e dificuldade de controle, muitos negreiros continuaram a fazer transporte dos escravos africanos para a América espanhola e portuguesa. No início do século XIX, juntamente com a Grã-Bretanha, Portugal proibiu novamente o comércio de escravos e, em 1854, por decreto, foram libertos todos os escravos que restavam. Dois anos mais tarde, também foram libertos todos os escravos da Igreja Católica nas colónias. A 25 de fevereiro de 1869, produziu-se finalmente a abolição "prática" e completa da escravatura no Império Português. Em 1930 morreu a última escrava em Portugal com 120 anos de idade.

    Brasil

    Como parte integrante de Portugal, o Brasil recebeu a abolição igualmente a 12 de fevereiro de 1761. Posteriormente, os movimentos revolucionários independentistas, particularmente a Conjuração Baiana (1798), pretenderam, também, retirar a condição de escravos àqueles que já o eram, e aproveitar a revolta destes contra os seus senhores, contando assim com maior facilidade no processo revolucionário contra Portugal. No que diz repeito ao período imperial brasileiro, já fazia parte dos planos de Dom Pedro I libertar os escravos, tendo ele enfatizado em diferentes momentos de sua vida o fato de que seu sangue era da mesma cor do sangue dos escravos. Pedro I queria de acelerar o processo de revolução industrial no Brasil com a libertação dos escravos e por duas vezes tentou liberta-los. A primeira no ano da Independência do Brasil (1822), e a segunda no ano da constituinte de 1824 sendo que em ambas as ocasiões o projeto foi completamente rejeitado pelo parlamento. Uma vez que o Brasil não era uma monarquia absolutista e sim uma monarquia constitucional parlamentarista, e o poder moderador de que dispunha o imperador não era para ditar e sim para negar, não houve muito o que ser feito. Dom Pedro II, filho de Pedro I, herdou do pai o vigor abolicionista. Por diversas vezes Pedro II tentou abolir a escravidão, mas toda vez que levantava a discussão, o parlamento dizia que a abolição da escravidão era uma vontade dele e não do povo. As discussões adquiriam relevância a partir de 1850 e caráter verdadeiramente popular a partir de 1870, mas apenas atingiram seu fim com a Lei Áurea (13 de maio de 1888).

    França

    Após a Revolução Francesa e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, foi abolida a escravidão em 3 de fevereiro de 1794 na Convenção Nacional. Contudo não se aplicando as colônias, em 1799 a escravidão foi retomada no Senegal, e Napoleão restabeleceu a escravidão a 20 maio de 1802. Outro caso é o do Haiti, ex-colônia francesa que, durante a Era Napoleônica ainda havia a escravidão; e com uma revolta de escravos se tornou a primeira república negra do mundo em 1804. A abolição definitiva chegou em 27 de abril de 1848, na Segunda República Francesa.

    Chile

    O primeiro Congresso Nacional convocado em 1811, oito meses depois da criação da Junta de Governo, declarou, entre outras iniciativas, a liberdade de ventre, em virtude da qual os filhos de escravos que haviam nascido no Chile seriam livres. Em 1818, em consequência da participação de batalhões de escravos negros entre as forças patriotas pertencentes ao exército libertador dos generais José de San Martín e Bernardo O'Higgins, prometeu-se, a estes, a liberdade completa, feito que foi levado à prática em 1823, sob a presidência interina de Ramón Freire, fazendo, do Chile, um dos primeiros países em declarar a liberdade dos escravos. [carec

    Reino Unido

    A escravatura praticada pelo Reino Unido foi, de longe, a mais grave, e, dela, vem a fama que se alastrou injustamente aos outros casos. Por fim, a Society for Effecting the Abolition of Slavery (Sociedade para efetuar a abolição da escravatura) foi fundada em 1789 por Thomas Clarkson. Nas suas apresentações, informou das condições dos escravos e buscou o apoio do parlamento. Por outro lado, havia interesses económicos ingleses relativamente aos seus territórios americanos, bastante apoiados na mão de obra escrava.

    Depois de uma campanha do parlamentar William Wilberforce, em 25 de março de 1807 foi aprovado, pelo Parlamento Britânico, o Slave Trade Act ou Ato contra o Comércio de Escravos, que proibia o comércio de escravos em todo o Império Britânico e que estipulava uma multa de 100 libras esterlinas para cada escravo encontrado nos barcos ingleses. Com este feito, a Inglaterra propunha-se como modelo.
    Por conta da pressão de burgueses que lideraram a Revolução Industrial e que estavam interessados em ter mão de obra rotativa assalariada e mercado consumidor,[14] em 23 de agosto de 1833, foi aprovada a Slavery Abolition Act (Ato de abolição da escravidão) pela qual, desde 1 de agosto de 1834, ficavam, livres, todos os escravos das colônias britânicas. Durante um período de transição de quatro anos, os ex-escravos permaneceriam, em troca de um soldo, ligados ainda com o seu amo. Os proprietários de plantações do Caribe foram indemnizados com vinte milhões de libras esterlinas. 

    Estados Unidos da América


    Caricatura do abolicionismo na década de 1850 mostra abolicionistas estadunidenses tentando puxar um escravo para a liberdade contra a vontade do escravo.
    O movimento abolicionista foi formado em 1830 nos estados do norte dos Estados Unidos, nos quais teve muita publicidade. Em 1831, foi fundada a New-England Anti-Slavery Society (Sociedade antiescravatura de Nova Inglaterra).
    O movimento tinha as suas raízes no século XVIII, quando nascera visando a proibir o tráfico de escravos. A posse de escravos foi permitida até o final da Guerra de Secessão (1861-1865), particularmente nos estados do sul. A constituição dos Estados Unidos (1789) tratava, em certos pontos, da escravatura, embora, em nenhum ponto, fosse usada esta palavra.
    Todos os estados a norte de Maryland aboliram a escravidão entre 1789 e 1830, gradualmente e em diferentes momentos. Contudo, o status da escravidão permaneceu inalterado no sul, e os costumes e o pensamento público fortaleceram-se no sentido na defesa da escravidão como resposta ao crescente fortalecimento da atitude antiescravidão do norte. O ponto de vista contra a escravidão que muitos homens do norte mantinham após 1830 foi convergindo lenta e imperceptivelmente para o movimento abolicionista. A maioria dos estados do norte não aceitava, no entanto, as posições extremas dos abolicionistas. Abraham Lincoln, apesar de ser contrário à escravidão.
    O abolicionismo como princípio era um pouco mais que um mero desejo de ampliar as restrições à escravatura. A maioria dos nortistas aceitava a existência da escravidão e não tinha, como objetivo, mudar isso, mas favorecer uma política de libertação indenizada e gradual. Os abolicionistas, por outro lado, queriam terminar com a escravidão para sempre e o movimento caracterizou-se pelo apoio da aplicação da violência para precipitar o fim da escravidão, como mostram as atividades de John Brown.
    Muitos abolicionistas americanos desempenharam um papel ativo contra a escravidão no Underground railroad, que visava a ajudar os escravos fugitivos, apesar das grandes penas que isto podia acarretar segundo a lei federal que entrou em vigor em 1850.
    Mediante a Declaração de Emancipação (promulgada pelo presidente Abraham Lincoln, na que foi declarada a liberdade de todos os escravos em 1863 e que entrou em vigor pela primeira vez no final da Guerra Civil (1865), os abolicionistas americanos obtiveram a libertação dos escravos nos estados em que continuava havendo escravidão. O movimento abolicionista preparou o campo para o movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

    Espanha, Cuba e Porto Rico

    Agustín Argüelles e José Miguel Guridi apresentaram, às Cortes de Cádis, uma proposta abolicionista a 1 de abril de 1811, sem sucesso. A 13 de agosto de 1813, o deputado Isidoro de Antillano y Marzo faz uma nova proposição, mas sem eficácia (foi mesmo objeto de um atentado que quase acaba com a sua vida). A Constituição de Cádis (1812) pôs especial cuidado em distinguir as condições de "espanhol", "homem livre", "avizinhado", "liberto" (artigo 5), "cidadão espanhol" e "servente doméstico" (artigo 25.3), estabelecendo requisitos especiais para a obtenção da cidadania para os "originários da África" (artigo 22).[15]
    José María Blanco White criticou a escravidão em Bosquejo de comercio de esclavos y reflexiones sobre este tráfico considerado moral, política y cristianamente ("Esboço de comércio de escravos e reflexões sobre este tráfico considerado moral, política e cristianamente". Londres, 1814).
    Cuba e Porto Rico eram as últimas colônias espanholas na América e, nelas, a escravidão tinha um peso econômico decisivo. A posição internacional de Inglaterra contra o tráfico de escravos impedia, no entanto, um fácil abastecimento de escravos por parte das colônias espanholas. O caso do barco Amistad, cujos escravos se rebelaram, e que foi conduzido para os Estados Unidos, ocasionou um conflito jurídico e diplomático (sobre o assunto, fez-se um filme de Steven Spielberg em 1997). As sucessivas sublevações em Cuba no último terço do século XIX até a Guerra de Independência Cubana de 1895-1898, tiveram, como uma das suas causas, as polêmicas entre escravidão e abolicionismo.
    A pressão internacional promoveu leis contrárias ao comércio de escravos em 1817 (em troca de um pagamento por Inglaterra de 400 000 libras como compensação), 1835 e 1845. A reiteração das leis era prova da sua ineficácia. Em 1837, foi promulgada a abolição da escravidão no território metropolitano, mas não nos territórios de ultramar, onde a presença de escravos era realmente significativa, demográfica e economicamente.[16]
    A Sociedade Abolicionista Espanhola foi fundada em 2 de abril de 1865 por iniciativa do porto-riquenho Julio Vizcarrondo. A Sociedade Abolicionista abriu seções em Sevilha, Leão, Barcelona e Saragoça. Em 1866, a Sociedade foi fechada pelo governo do general Ramón María Narváez, coincidindo com a agudização da repressão política contra os progressistas. Após a Revolução de 1868, o ativismo abolicionista impulsionou a lei Moret (4 de Julho de 1870, chamada assim por causa de Segismundo Moret, ministro de Ultramar e posteriormente de Fazenda; também recebeu o nome de lei de ventres livres ou de liberdade de ventres). Com ela, foi concedida a liberdade a qualquer nascido posteriormente a 17 de Dezembro de 1868, bem como aos escravos maiores de 60 anos ou que ajudassem a repressão da sublevação independentista simultânea em Cuba e Porto Rico.
    Posteriormente, com a Primeira República Espanhola (1873-1874), foi proclamada a abolição da escravidão em Porto Rico (22 de Março de 1873), embora não em Cuba. O número de escravos em Porto Rico era significativamente menor (31 000).
    A Restauração (1875) começou impedindo o funcionamento da Sociedade Abolicionista, mas, em 1880, esta foi permitida. Em 7 de Outubro de 1886, a escravidão desapareceu legalmente. A Sociedade Abolicionista dissolveu-se em 1888

    José Rui Lira