História - Documentários
OS REIS CATÓLICOS: FERNANDO E ISABEL
Com a subida ao trono de Isabel a Católica (1451-1504) e Fernando de Aragão (1452-1516) vão-se unificar as Espanhas com a conquista de Granada. É implantada também a unidade religiosa, sobretudo com a expulsão dos judeus. Durante o seu reinado, a arte e a cultura vão-se desenvolver e é descoberta a América. Fernando o Católico continuará a expansão pelo Mediterrâneo. Sem dúvida será uma época de importantes mudanças e acontecimentos para o agora reino unido das Espanhas e que em várias ocasiões, a sua história e a sua política se cruzarão com as do Reino de Portugal.
Aqui tem revelada a históroa dos Reis Católicos e os princípais acontecimentos do seu reinado e da sua época. Além da informação escrita, poderá ver um excelente documentário da Rtve2 intitulado "Memória de Espanha: Os Reis Católicos", acerca desta que foi uma das mais douradas épocas da história do País vizinho.
O título de Reis Católicos é o nome pelo qual ficou conhecido o casal composto pela Rainha Dona Isabel I de Castela e o Rei Dom Fernando II de Aragão, que unificaram os reinos ibéricos no país que se tornou Espanha. O seu símbolo conjunto era el yugo y las flechas, numa alusão aos nomes próprios de ambos: Ysabel (grafia antiga) e Fernando.
O casamento de Dona Isabel I de Castela com Dom Fernando II de Aragão não antevia o sucesso do casal no governo de Espanha. Com efeito, apesar do contributo para a unificação da actual Espanha, a nobreza não era consensual no que respeita à decisão sobre quem deveria ascender ao trono do país: houvera quem preferisse a Infanta Don Joana, prometida a Dom Afonso V de Portugal (que, por isso, também concorria ao trono). Porém, D. Joana era tida como filha ilegítima de D. Henrique IV de Castela, fruto de uma polémica relação da esposa do rei com um fidalgo.
Assim, Isabel I, meia-irmã do rei, faz-se proclamar rainha de Castela nas Cortes de Valladolid de 1473. Em 1479, Fernando II torna-se rei de Aragão e consuma-se a união dos dois reinos que, porém, ainda não era suficientemente forte, já que era cercado por Portugal, em plena expansão, a França dos Valois, a pequena Navarra e o reino de Granada.
Apesar de aspirações diferentes dos dois reinos — Aragão dedicava-se ao comércio graças aos seus portos dinâmicos, como Barcelona e as suas possessões em Itália, e Castela aspirava afirmar-se na Europa — souberam estes reinos, através de frutuosa diplomacia e propaganda, construir um sólido Estado que, com a sua determinação, soube financiar a odisseia marítima de Cristóvão Colombo, e preparar-se para a grande cruzada iniciada em 722: a expulsão dos muçulmanos do território ibérico.
Para este feito, recorrem a uma rígida fiscalidade que, em 1482 atinge 70% das receitas; recebem o apoio do Papa que lhes permite dispor das somas recolhidas dos fiéis e das ordens militares, e oferece recompensas e indulgências aos cruzados.
Após quatro anos de tréguas, a guerra entre Granada e Castela reacende-se em 1481, embora não passe de breve escaramuças, ofensivas e cercos. Sabe-se que em 1487 se travaram perto de Málaga duros combates, na consequência dos quais cairia a cidade nas mãos dos cristãos. Depois, ao fim de seis meses de cerco, cede Barza e, por fim, na viragem para o ano de 1492, dá-se a rendição de Granada. Cessava assim o domínio árabe na Península Ibérica,
com promessas de preservação de direitos aos muçulmanos (que não viriam
a ser cumpridas) e a Espanha podia agora concentrar-se na colonização das Américas.
Note-se que, desde que o Papa Alexandre VI atribuiu o tíulo de Reis Católicos a Fernando e Isabel, os Monarcas de Castela (e, desde então, de Espanha) são conhecidos pelo título de Sua Majestade Católica, pelo que, com propriedade, todos os Reis que se seguiram a D. Fernando e Dª.Isabel poderiam também ser conhecidos por este título.
Joana (Toledo, 1479 - Tordesilhas, 1555) (conhecida como "Joana a Louca"), casada com Filipe de Áustria, cedo apresentou sinais de loucura, acentuados pelos maus tratos do marido, que aspirava ascender ao trono de Espanha.
Documentários
ON SAFARI EM 1957
Um safari em Kenia no ano de 1957, na época aurea dos safaris, quando a selva ainda estava repleta dos seus mais emblemáticos animais. Um safari numa época em que se estava a descobrir as belezas de África.
História
AMÉRICA - A CONQUISTA DE UM NOVO MUNDO Após a
descoberta da América, o novo mundo vai tomando forma dependente da
coroa espanhola. Passa-se revista ás conquistas de Pizarro e Alvarado no
México, à descoberta da Amazônia por Orellana, ás lutas entre Pizarro e
Almagro para a dominação do Novo Mundo. Veremos também o Padre Las
Casas defender os índios. Poderá assistir a dramatizações de programas
da TVE de arquivo e alguns filmes como 'El Dorado" de Carlos Saura,
"Cabeça de vaca" de Nicolas Echevarria," Aguirre, a Cólera de Deus" de
Werner Herzog, "O rei pasmado" de Imanol Uribe e "O Corsário" de Tony
Mulligan.
Novo Mundo é um dos nomes dados ao hemisfério ocidental, mais especificamente ao continente americano. O termo tem as suas origens nos finais do século XV em função da descoberta da América por Cristóvão Colombo.
A descoberta deste novo continente expandiu o horizonte geográfico
dos europeus que até então consideravam a Europa, a África e a Ásia como
os únicos constituintes do Mundo. Em contraste com o Novo Mundo, os
continentes europeu, africano e asiático formavam o Velho Mundo.
Origem do nome
Pedro Mártir de Angleria criou o termo Novo Mundo1 (novi orbis) numa carta de Novembro de 1492, na qual se referia à primeira viagem de Colombo à América.2 No ano seguinte de Angleria refere-se novamente ao Novo Mundo (orbis novus).3 . Em 1516, de Angleria publica o livro De orbe novo ("Sobre o Novo Mundo").
O termo foi também utilizado por Giovanni da Verrazzano na descrição da viagem que efetuou em 1524 ao longo da costa atlântica da América do Norte(as atuais costas Leste dos Estados Unidos e do Canadá)
Paganismo
MITOLOGIA DA PENÍNSULA IBÉRICA : ASTURIAS - ESPANHA
Revelam-se aqui Dragões que vivem em cavernas, mulheres assombradas, goblins que tornam a vida impossível no interior das casas, ilhas remotas habitadas por gigantes ... Estas e outras criaturas são parte deste documentário que nos revela uma das mitologias mais ricas e fascinantes da Península Ibérica . Para abordá-la, o canal história viajou por inúmeras paragens Asturianas e entrevistou especialistas na matéria, como Roberto González Quevedo, antropólogo e professor da Universidade de Oviedo, e Alberto Alvarez Peña, etnógrafo, e um dos primeiros ilustradores que desenhou no papel a imagem dos personagens que compõem a mitologia das Astúrias.
Texto: Português
Áudio: Castelhano Fontes: Canal História - YouTube - Cantinho dos Deuses
DOCUMENTÁRIO: MITOLOGIA DA PENÍNSULA IBÉRICA - ASTURIAS
Lendas de Asturias
Lenda é uma narrativa transmitida pela tradição oral através dos tempos. De
caráter fantástico, as lendas geralmente fornecem explicações
plausíveis, e até certo ponto aceitáveis, para coisas que não têm
explicações científicas comprovadas, como acontecimentos misteriosos ou
sobrenaturais. Podemos entender que lenda é uma degeneração do Mito.
EL BUSGOSU O
"Busgosu ou o Bugosu" são divindades das florestas asturianas, meio
homem e meio animal. Suas características físicas mais comuns são os
chifres, que aparecem de sua grande cabeleira, da cintura para baixo é
coberta por pelos e tem pés de carneiros. Sua forma é parecida com os
sátiros e se assemelha com outro personagem mitológico asturiano chamado
de el Diañu Burlón.
EL CUÉLEBRE O
Cuélebre é um animal fantástico com corpo de serpente e asas de
morcego, seu corpo está cheio de escamas e tem uma cauda longa. Um
dragão ou uma serpente voadora assemelham-se a este. Emite assobios
muito irritantes, sendo que são muito temidos pelos homens que vivem nas
proximidades de sua morada, para derrotá-lo é necessário atingir lhe a
garganta pois suas escamas são excessivamente duros e resistentes. Vive
nas florestas, cavernas e na beira dos rios. Seu trabalho é proteger as
xanas (fadas) e seus tesouros. É alimentado de gente e de gado e quando
chega a hora de sua morte terrena parte para o mar, onde nas
profundezas serão guardados tesouros durante toda a eternidade.
EL DIAÑU BURLÓN A
figura do diabo que nós encontramos na mitologia asturiana é a do
demônio que graceja do que malévolo: o "Diañu Burllon". Este "diañu" é
dedicado para iludir os fazendeiros. Estes fazem alguma ação com a
melhor das intenções e é quando finalmente realizam de qual tudo era um
gracejo do "Diañu burllón ", foi assim que se espalhou o termo
"Arreiniego diablu" em Astúrias. Fenômeno como este não é estranho nas narrações e transmissões orais populares.
EL ESPUMERU É um menino muito gracioso e pequenino que é visto a brincar entre as ondas.
LA GUAXA A
Guaxa é um personagem sinistro, uma mulher velha, feia e seca, com os
olhos que brilham em fogo e de um único dente que usa para absorver o
sangue das crianças. Isto ao perambular em suas noturnas caminhas pelas
habitações, preferindo aquelas roliças criaturas mais saudáveis, a assim
absorver seu sangue roubando-lhes a saúde.
LES LLAVANDERES A
llavandera é uma mulher velha e enrugada que durante a noite lava roupa
nos rios e nas fontes. Não gosta nada de ser observada pelo que pode
afogar no rio os curiosos que se sintam atraídos pelo ruído, também tem
um espírito bom, que a faz colaborar com a extinção de incêndios nos
bosques com o bater de suas roupas molhadas para ajudar as pessoas
velhas em apuros. Por contra não gostam dos jovens que não tem respeito
pelas tradições.
LA GÜESTIA Em
castelhano La Hueste. É um desfile de fantasmas, um grupo mitológico
composto por uma procissão de defuntos que vagam na noite sem rumo.
Equivale a Santa Compaña gallega e também se conhece como a Buena Gente.
São uns anjos sem céu que recordam aos vivos as consequências do
pecado.Quando na aldeia ha um moribundo acodem na caída da noite. Ao
chegar na casa do enfermo se dão três voltas e o homem morre e uma
replica de seu corpo ocupa o caixão que se levam entre cânticos
fúnebres. O fim da Huestia era mais servir de consolo aos defuntos no
transitar supremo, que infundir temor aos vivos..Parece ser que os
membros do cortejo são os espíritos daqueles que no finado conheceram em
vida e que viajaram a última morada. Há outra versão que equipara este
grupo com um exército desconhecido que vaga perdido na noite e que
acarreta na morte e destruição. Neste caso, comparando esta com a
primeira versão, se substitui o efeito pela causa, relacionando o
fúnebre com aquilo que o provoca.Em muitos lugares da Astúrias se
identifica La Huestia com grupos de monges que se disfarçavam pelas
noites para aliviar o rigor de seus votos com o pequeno cortejo de
sacerdote e acólitos que acudem com a pressa da agonia a administrar o
viático do moribundo. Entre os mitos homólogos de outras culturas ha que
considerar as Walkyrias nórdicas, que formam o cortejo que traslava a
dos heróis para Walhalla o paraíso das almas puras.
EL NUBERU É
um personagem mitológico que representa uma divindade, fabricante de
nuvem, fazedor de chuva, neve e neblina. O Nuberu é encarregado de
fornecer água que provê a vida na terra fazendo-a fértil, por esta razão
tem grande importância no panteão asturiano, pois dele depende que as
colheitas não estão fardadas pela seca. Reina entre as nuvens, que
ele usa para se locomover, se apresenta de múltiplas maneiras porém é
comum se apresentar como uma figura humana que tem barba, é feio e
sisudo, veste uma vestimenta de peles e uma cartola. Em algumas ocasiões
se representa como um anão em outras como um gigante.
LA SIRENA O SERENA De
acordo com o que contam, na legenda, a serena era uma mulher nova muito
bonita, com um apetite desordenado, que comeu peixes e mariscos
continuamente. Uma manhã sua mãe farta de se compadecer disse então: - O deus quer que você se transforme em peixe! Na
mesma tarde, quando a jovem se banhava no mar, sentiu como suas pernas
se iam cobrindo de escamas e se convertiam em uma poderosa calda.Não
tardou em consolar se, sentido-se livre, sem outra preocupação que
nadar. Então, cheia de alegria, começou a cantar.E eis porquê suas
canções, são de beleza e alegria que os marinos a querem, sua intenção
não é de desviar de seu rumo. As criaturas más semelhantes na mitologia
clássica são as nereidas, ninfas dos mares, filhas de Nereo e Doris. Sua
função era velar pelos navegantes em suas travessias.
EL SUMICIU O
"Sumiciu" se parece com o diañu burló e ao trasgu em que é um duende
que vive perto dos seres humanos e gosta de fazer desaparecer objetos
que as crianças tem na mão.
EL TRASGU Isto
é o personagem equivalente ao trasgo. É uma espécie do travesso e
brincalhão duende, corpo de estatura pequena que pelas noites é esticado
nas casas para fazer as tarefas pendentes e para colocar as coisas em
seu local, ou se mau for, para quebrar objetos ou para mudar do local e
criar a confusão... Veste roupa colorida, com o terno da mesma cor e
capuz vermelho. Tem chifres, tem um furo na mão pelo qual os grãos lhe
escapam quando o aldeão oferece-lhe faz o passar raiva! também mexe com o
gado para incomodar e acordar aos proprietários dos animais pela
movimentação e pelos ruídos dos mesmos.
EL VENTOLÍN O
Ventolín significa vento em asturiano é uma brisa mágica, que se
atribui tanto ao amor como a morte.Se supõe que porta a alma de um
defunto que se escapa do corpo ao exalar o último suspiro.Também se
considerava um ser fantástico que fazia os suspiros e os levava a quem
os provocava. Levava se os suspiros dos amantes, dormia os bebes em suas
camas e os despertavam no começo do amanhecer. Portam os pensamentos
amorosos de um a outro amante e fluem com as maneiras do amor com sua
jovial harpa. Também aliviam com sua brisa o caminhante que se encontra
no caminho em dias de calor. Seu homólogo na mitologia clássica grega
seria o Séfiro, o deus do vento, filho de Eos (a Aurora) e Astreo (um
dos titãs que lutou contra Júpiter). Segundo a lenda, um dos filhos de
Eos morreu na guerra de Tróia. Os ventolines são como as auras
latinas, um sopro ligeiro de brisa que leva a fama ao céu, o perfume das
flores e a inspiração aos poetas.
LA XANA O
xana é o nome que recebe as fadas na Astúrias. Representam uma
organização do etéreo, cabelo claro e olhos verdes. Vive nas fontes e
aparecem aos viajantes refletidos dentro das águas quando estes forem
extinguir sua sede. São as criaturas da construção a quem os dólmenes
são atribuídos, segundo a crença popular não são mais que os vestígio
dos grandiosos palácios que construíram.
Documentários
OS FANTASMAS DO TERCEIRO REICH
Um documentário que recolhe as declarações emocionadas e
angustiantes, de um tipo de victimas da II Guerra Mundial de que nunca
se fala. Tratam-se dos familiares dos Nazis condenados por levarem a
cabo o Holocausto e implementarem a "Solução Final" de Hitler, matando milhares de Judeus. Contém declarações
impactantes como a da neta de Hermann Goering ou a neta deWilhelm Friederich Boger, conhecido como o "Tigre de Auschwitz" que
carregam uma culpa e vergonha das quais não são responsáveis, mas que
afectou toda a sua vida de diversas formas que aqui se recolhem.
Poderá ainda consultar informação escrita acerca de Hermann Goering e Wilhelm Boger.
Texto: Português e Inglês
Áudio: Castelhano - Legendado em Inglês
Fontes: National Geographic Channel - Wikipédia
Hermann Wilhelm Göring (ou Goeringnota 1 ); (12 de Janeiro de 1893 – 15 de Outubro de 1946), foi um militar alemão, político e líder do Partido Nazi (NSDAP). Veterano da Primeira Guerra Mundial, em que participou como piloto de aeronaves, atingindo o estatuto de Ás da aviação, recebeu a cobiçada condecoração Pour le Mérite. Foi o último comandante da unidade Jagdgeschwader 1, anteriormente comandada por Manfred von Richthofen, "o Barão vermelho".
Membro do Partido Nazi, NSDAP, desde os primeiros dias, Göring ficou
ferido, em 1923, durante o golpe falhado que ficou conhecido como Putsch de Munique. Devido aos seus ferimentos, ficou permanentemente dependente de morfina. Em 1933, fundou a Gestapo. Göring foi nomeado para comandante-chefe da Luftwaffe, a força aérea alemã, em 1935, uma posição que manteve até ao final da Segunda Guerra Mundial. Em 1940, Göring encontrava-se no auge do seu poder e influência; como ministro encarregado pelo Plano de Quatro Anos, ele era responsável por uma grande parte do funcionamento da economia alemã na preparação para a Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler promoveu-o ao posto de Reichsmarschall, o mais elevado em relação aos outros comandantes da Wehrmacht e, em 1941, Hitler nomeou-o como seu sucessor e assessor em todos os gabinetes.
A posição de Göring perante Hitler ficou substancialmente enfraquecida a partir de 1942, devido à incapacidade da Luftwaffe
de cumprir com os seus objetivos, e de o desempenho alemão na guerra
ter decaído em ambas as frentes. Göring retirou-se, quase por completo,
da cena política e militar. e concentrou-se na compra de propriedades e
de arte, grande parte das quais retiradas às vítimas judaicas do Holocausto.
Informado a 22 de Abril de 1945 que Hitler tencionava cometer suicídio,
Göring enviou um telegrama a Hitler solicitando assumir o controlo do Reich.
Hitler decidiu, então, retirar Göring de todas suas funções, expulsá-lo
do partido e ordenar a sua prisão. Depois da Guerra, Göring foi culpado
de crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos Julgamentos de Nuremberg. Foi condenado à morte por enforcamento, mas cometeu suicídio ingerindo cianeto na noite anterior à sua execução.
Infância e adolescência
Göring nasceu no dia 12 de Janeiro de 1893 no Sanatório de Marienbad, em Rosenheim, Baviera. O seu pai, Heinrich Ernst Göring (31 de Outubro de 1839 – 7 de Dezembro de 1913), antigo oficial de cavalaria, foi o primeiro governador-geral do protectorado alemão da África Ocidental, atual Namíbia.1
Heinrich teve cinco filhos de um casamento anterior. Herman era o
quarto filho de cinco, do casamento de Heinrich com a sua segunda
esposa, Franziska Tiefenbrunn (1859–15 de Julho de 1923), uma camponesa
bávara. Os irmãos mais velhos de Hermann eram Karl, Olga e Paula; o mais
novo chamava-se Albert. Quando Göring nasceu, o seu pai era cônsul-geral no Haiti,
e a sua mãe tinha regressado à Alemanha, por pouco tempo, para dar à
luz. A sua mãe deixou-o, com seis semanas de vida, com uma amiga, na
Baviera, e só passado três anos o voltou a ver, quando ela e Heinrich
regressaram à Alemanha.2
O padrinho de Göring era o Dr. Hermann Epenstein, um médico abastado,
e homem de negócios, que o seu pai conheceu na África. Epenstein era um
cristão de origem judaica
cujo pai era cirurgião no exército. Epenstein acolheu a família Göring,
que vivia da pensão de Heinrich, num pequeno castelo chamado
Veldenstein, perto de Nuremberg. A mãe de Göring tornou-se amante de Epenstein, e assim permaneceu durante quinze anos. Epenstein recebeu o título de Ritter (Cavaleiro) von Epenstein pelos serviços e donativos à Coroa.3
Göring em 1907, com 14 anos de idade.
Atraído pela carreira militar desde novo, Göring brincava com soldadinhos de chumbo e vestia um uniforme de Boer
que o seu pai lhe tinha dado. Göring foi enviado para um colégio
interno com onze anos, onde a comida era de má qualidade, e a disciplina
era dura. Para regressar a casa, vendeu o seu violino
para comprar o bilhete de comboio, e meteu-se na cama fingindo estar
doente, até lhe dizerem que não teria de voltar àquela escola.4
Göring continuou a brincar aos jogos de guerra, fingindo estar a cercar
o castelo de Veldenstein, e a estudar as lendas e histórias teutónicas. Tornou-se alpinista, escalando os picos na Alemanha, no Maciço do Monte Branco e nos Alpes austríacos. Com dezasseis anos é enviado para uma academia militar em Lichterfelde, uma localidade em Berlim,
onde se formou com distinção. Göring juntou-se ao Regimento do Príncipe
Wilhelm Regiment (112.º Regimento de Infantaria) do exército prussiano
em 1912. No ano seguinte, a sua mãe teve um desentendimento com
Epenstein, e a família teve de deixar Veldenstein para se mudar para Munique; pouco tempo depois, o pai de Göring faleceu. Quando a Primeira Guerra começou em Agosto de 1914, Göring estava colocado em Mulhouse com o seu regimento.5
Video de Göring na cabina de um Fokker D.VII durante a Primeira Guerra Mundial.
Durante o primeiro ano da Guerra, Göring prestou serviço com o seu
regimento na região de Mulhouse, uma cidade a cerca de 1,6 km da
fronteira francesa. Foi hospitalizado com reumatismo resultante da humidade existente nas trincheiras. Enquanto recuperava, o seu amigo Bruno Loerzer convenceu-o a mudar-se para a Luftstreitkräfte
("força aérea") do exército alemão, mas o pedido de transferência foi
recusado. Mais tarde nesse ano, Göring voou com Loerzer como observador
no Feldfliegerabteilung 25 (FFA 25) – Göring tinha-se
auto-transferido, de forma informal. Esta atitude foi detectada e foi
condenado a três semanas de confinamento no quartel. No entanto, esta
condenação nunca foi cumprida pois, entretanto, a sua situação junto de
Loerzer foi regularizada. Ambos foram colocados no FFA 25, do 5.º
Exército do Príncipe Guilherme. Efectuaram missões de bombardeamento e de reconhecimento e, por estas missões, receberam a Cruz de Ferro, de primeira classe, das mãos do Príncipe.6
Depois de ter terminado a sua formação como piloto, Göring foi colocado na Jagdstaffel 5. Depois de ter sido gravemente ferido na anca - ficando quase um ano a recuperar - passou para a Jagdstaffel 26, comandada por Loerzer, em Fevereiro de 1917. Começou, então, a destacar-se com as suas vitórias até que, em Maio, recebeu o seu primeiro comando, a Jagdstaffel 27. Prestando serviço nas Jastas 5, 26 e 27, continuou a acumular vitórias. Para além da Cruz de Ferro, recebeu a Ordem do Leão de Zähringer, com espadas, a Ordem de Frederico, a Ordem da Casa de Hohenzollern, com espadas, terceira classe, e, em Maio, de 1918, a cobiçada Pour le Mérite.7 De acordo com Hermann Dahlmann, que conhecia ambos os homens, Göring teve a ajuda de Loerzer para obter a condecoração.8 Quando a Guerra terminou, Göring tinha obtido 22 vtórias confirmadas.9
A 7 de Julho de 1918, após a morte de Wilhelm Reinhard, sucessor de Manfred von Richthofen, Göring foi nomeado comandante do famoso "Circo Voador", Jagdgeschwader 1.10 Devido à sua arrogância, Göring não era popular entre os homens da Jagdgeschwader 1.11
Nos últimos dias da guerra, Göring recebeu repetidas ordens para retirar o seu esquadrão, primeiro para o aeródromo de Tellancourt, e depois para Darmstadt.
A dada altura, recebeu instruções para entregar o seu equipamento aos
Aliados, mas recusou; os seus pilotos preferiram efectuar aterragens
forçadas, destruíndo as aeronaves, em vez de as entregar ao inimigo.12 Como muitos outros alemães, Göring era um proponente da "Lenda da Punhalada pelas Costas", uma hipótese que defende que o exército alemão não perdeu a guerra, tendo antes sido traída pela população, pelos marxistas e, em especial, pelos republicanos, que derrubaram a monarquia.13
Pós-guerra
Göring permaneceu na aviação depois da guerra. Tentou fazer
espectáculos de acrobacias aéreas e trabalhou por um curto período, na Fokker. Em 1919, Göring mudou-se para a Dinamarca onde viveu quase um ano. Mudou-se para a Suécia onde se juntou à Svensk Lufttrafik, uma companhia aérea. Göring era contratado, habitualmente, para voos privados. Durante o Inverno de 1920–1921, foi contratado pelo conde Eric von Rosen para efectuar uma viagem de avião desde Estocolmo até ao seu castelo. Convidado a passar ali a noite, é provável que tenha sido aqui que Göring tenha visto a cruz suástica pela primeira vez, a qual von Rosen tinha colocada na chaminé, como distintivo da sua família.14nota 2
Também foi a primeira vez que Göring viu a sua futura esposa: o conde apresentou-lhe a sua cunhada, baronesa Carin von Kantzow
(nascida Freiin von Fock, 1888–1931). Afastada do seu marido há dez
anos, o barão Niels Gustav von Kantzow, um oficial sueco, ela tinha um
filho de oito anos de idade. Göring ficou apaixonado, e convidou-a para
um encontro em Estocolmo. Encontraram-se em casa dos seus pais, e
passaram muito tempo juntos ao longo de 1921, quando Göring deixou
Munique para ir estudar Ciência Política na universidade. Carin
divorciou-se, partiu para Munique e casou-se com Göring a 3 de Fevereiro
de 1922. A sua primeira residência foi uma cabana de caça em
Hochkreuth, nos Alpes Bávaros, perto de Bayrischzell, a 80 km de Munique.15 Depois de Göring conhecer Adolf Hitler, e de se juntar ao Partido Nazi, em 1922, mudaram-se para Obermenzing, um subúrbio de Munique.16
Início da carreira Nazi
Göring entrou para o Partido Nazi em 1922, tendo-lhe sido dado o comando da Sturmabteilung (SA), como Oberster SA-Führer, em 1923.17 Mais tarde é nomeado SA-Gruppenführer
(Tenente-general), posto em que ficará até 1945. Por esta altura, Carin
— que simpatizava com Hitler — fazia de anfitriã em encontros de
dirigentes nazis, incluindo o seu marido, Hitler, Rudolf Hess, Alfred Rosenberg e Ernst Röhm.18 Hitler recordou mais tarde sobre Göring:
Gostava dele. Fiz dele chefe da minha SA. Ele é o único dos
dirigentes que geriu a SA como deve de ser. Dei-lhe um conjunto de
pessoas desorganizadas. Em pouco tempo, ele organizou uma divisão de
11 000 homens.19
Hitler e o Partido Nazi organizaram manifestações em massa em
Munique, e em outros locais, durante este período, tentando angariar
apoiantes numa tentativa de obter poder político.20 Inspirado pela Marcha sobre Roma de Benito Mussolini, os nazis fizeram uma tentativa de conquistar o poder entre 8 e 9 de Novembro de 1923, num golpe fracassado conhecido como o Putsch de Munique.
Göring, que estava ao lado de Hitler na frente da marcha em direcção ao
Ministério da Guerra, foi atingido num perna por um disparo. Catorze
nazis e quatro polícias foram mortos; muitos dos dirigentes de topo
nazis, incluindo Hitler, foram presos.21 Com a ajuda de Carin, Göring fugiu Às escondidas para Innsbruck, onde recebeu operado e onde lhe deram morfina para as dores. Ele ficou no hospital até 24 de Dezembro.22 Este foi o início da sua dependência de morfina, que durou até à sua prisão em Nuremberg.23
Entretanto, as autoridades em Munique declararam que Göring era um
homem procurado . Os Göring, com pouco dinheiro e a depender da ajuda de
simpatizantes nazis no exterior, foram para Veneza. Em Maio de 1924, visitaram Roma, Florença e Siena. Göring conheceu Mussolini, que expressou o seu interesse em se encontrar com Hitler, que se encontrava preso.24
Os problemas pessoais continuaram a aumentar. Em 1925, a mãe de Carin
adoeceu. Os Göring, com dificuldade, juntaram dinheiro, na Primavera de
1925, para uma viagem à Suécia através da Áustria, Checoslováquia, Polónia e Danzig
(actual Gdańsk). Göring estava cada vez mais viciado em morfina; a
família de Carin estava chocada pela sua decadência. Carin, que sofria
de epilepsia
e do coração, autorizou que médicos tratassem de Göring; o seu filho
foi então levado pelo pai. Os médicos diagnosticaram que Göring se tinha
tornado um toxicodependente violento, e foi colocado num asilo em Långbro, a 1 de Setembro de 1925.25 O seu estado era tão violento que lhe tiveram de vestir uma camisa-de-forças, mas o seu psiquiatra achava que ele era mentalmente são; o seu estado era apenas o resultado da morfina.26
Livre da droga, pouco tempo depois deixou o asilo, mas teve de
regressar para mais tratamentos. Voltou à Alemanha depois de uma amnistia em 1927, e continuou a trabalhar na indústria das aeronaves.27 Hitler, que escreveu Mein Kampf enquanto estava na prisão, foi libertado em Dezembro de 1924.28 Carin Göring, doente com epilepsia e tuberculose,29 morreu de uma paragem cardíaca a 17 de Outubro de 1931.
Entretanto, a NSDAP encontrava-se num período de reorganização e
espera. A economia estava a recuperar, o que não era bom para os
objectivos nazis - a mudança. A SA foi reorganizada mas, com Franz Pfeffer von Salomon como seu líder, em vez de Göring, e a Schutzstaffel
(SS) foi fundada em 1925, inicialmente como guarda pessoal de Hitler.
Os membros do partido aumentaram de 27 000 em 1925, para 108 000, em
1928, e para 178 000, em 1929. Nas eleições de Maio de 1928, o partido
só alcançou 12 lugares de um total de 491.30 Göring foi eleito como representante da Baviera.31 A Quinta-Feira Negra
de 1929, fez cair a economia alemã de forma desastrosa, e, na eleição
seguinte, o NSDAP recebeu 6 409 600 votos e 107 lugares no Reichstag.32 Em Maio de 1931, Hitler enviou Göring numa missão ao Vaticano, onde se encontrou com o futuro Papa Pio XII.33
Incêndio no Reichstag
No dia 27 de Fevereiro de 1933, ocorreu um incêndio no Reichstag. Göring foi um dos primeiros a chegar ao local. Marinus van der Lubbe, um comunista
radical, foi detido e declarou ser o único responsável pelo fogo.
Göring aproveitou o ocorrido para dar início a uma perseguição aos
comunistas.34
Os nazis aproveitaram o incêndio para apresentar os seus objectivos políticos. O Decreto do Incêndio do Reichstag ou, formalmente, Decreto do Presidente do Reich para a Protecção do Estado e do Povo (em alemão: Verordnung des Reichspräsidenten zum Schutz von Volk und Staat),
publicado no dia seguinte por insistência de Hitler, suspendeu direitos
básicos e permitiu detenções sem julgamento. As actividades do Partido Comunista alemão foram suprimidas, e cerca de 4000 membros do partido foram detidos.35 Göring exigiu que os detidos fossem fuzilados, mas Rudolf Diels, chefe da polícia política da Prússia, ignorou a ordem.36 Vários investigadores, incluindo William L. Shirer e Alan Bullock, são da opinião de que a própria NSDAP terá sido responsável pelo incêndio.3738
Nos Julgamentos de Nuremberg, o general Franz Halder
testemunhou que Göring admitiu a responsabilidade por ter iniciado o
incêndio. Ele disse que, no almoço de aniversário em casa de Hitler em
1942, Göring afirmou, «O único que sabe sobre o Reichstag sou eu, pois
fui eu quem lhe ateou fogo!»39 No seu testemunho no julgamento, Göring negou esta história.40
Segundo casamento
No início da década de 1930, Göring estava, por várias ocasiões, na companhia de Emmy Sonnemann (1893–1973), uma actriz de Hamburgo.41
Casaram-se a 10 de Abril de 1935, em Berlim; o casamento foi celebrado
de forma grandiosa. Na noite anterior, deram uma enorme recepção na Deutsche Oper Berlin. Aviões de caça sobrevoaram o local na noite da recepção e no dia da cerimónia.42 A filha de Göring, Edda, nasceu a 2 de Junho de 1938.43
Potentado nazi
Quando Hitler foi nomeado Chanceler da Alemanha em Janeiro de 1933, Göring foi designado para ministro sem pasta, ministro do Interior para a Prússia e Comissário do Reich para a Aviação.44Wilhelm Frick foi escolhido para ministro do Reich do Interior. Frick e o líder da Schutzstaffel (SS), Heinrich Himmler,
esperavam criar uma força policial unificada para toda a Alemanha mas,
30 de Novembro de 1933, Göring estabeleceu uma força policial prussiana,
com Rudolf Diels no seu comando. Esta força recebeu o nome de Geheime Staatspolizei, Gestapo.
Göring, achando que Diels não era suficientemente duro para gerir
eficazmente a Gestapo como força alternativa à SA, entregou o comando da
Gestapo a Himmler, a 20 de Abril de 1934.45 Por esta altura, a SA tinha cerca de dois milhões de membros.46
Hitler estava bastante preocupado com a possibilidade de Ernst Röhm, chefe da SA, estar a planear um golpe. Himmler, e Reinhard Heydrich, planearam, juntamente com Göring, usar a Gestapo e a SS para destruir a SA.47
Alguns membros da SA souberam do plano, e milhares deles foram para a
rua em violentas demonstrações, na noite de 29 de Junho de 1934.
Furioso, Hitler ordenou a prisão do líder da SA. Röhm foi executado na
sua cela quando se recusou a cometer suicídio; Göring, pessoalmente,
analisou a lista de detidos, vários milhares, e decidiu quem mais seria
executado. Pelo menos 85 pessoas no período de 30 de Junho a 2 de Julho,
período que ficou conhecido por Noite das Facas Longas.48
Hitler admitiu, no Reichstag, a 13 de Julho, que as mortes tinham sido
ilegais, mas que havia um plano em curso para derrubar o Reich. Um decreto-lei, com efeitos retroactivos, foi emitido para tornar as acções legais. Os críticos foram presos.49
Um dos termos do Tratado de Versalhes,
que estava em prática desde o fim da Primeira Guerra Mundial,
estabelecia que a Alemanha não podia ter uma força aérea. Depois da
assinatura do Pacto Kellogg-Briand
(Pacto de Paris), as aeronaves da polícia eram permitidas. Göring foi
nomeado ministro do Tráfego Aéreo em Maio de 1933. A Alemanha começou a
acumular aeronaves violando o Tratado e, em 1935, a existência da Luftwaffe foi formalmente reconhecida,50 com Göring como ministro da Aviação do Reich.51
Göring em Berlim, em 1937.
Durante uma reunião ministerial em Setembro de 1936, Göring e Hitler
anunciaram que o programa de rearmamento alemão tinha que ser acelerado.
A 18 de Outubro, Hitler nomeou Göring como plenipotenciário do Plano dos Quatro Anos
para realizar aquela tarefa. Göring criou uma nova organização para
gerir o Plano, e chamou os ministros da Agricultura e do Trabalho, que
ficaram sob a sua autoridade. Passou por cima do ministro da Economia no
respeitante às decisões políticas, para desapontamento de Hjalmar Schacht, o ministro responsável. Foram feitas despesas consideráveis no rearmamento, apesar do crescimento do défice.52 Schacht demitiu-se a 8 de Dezembro de 1937,53 e Walther Funk foi para o seu lugar e para administrador do Reichsbank. Desta forma, ambas as instituições ficaram a ser controladas por Göring, sob o auspício do Plano dos Quatro Anos.54
Em 1938, Göring esteve envolvido no Caso Blomberg–Fritsch, que levou à demissão do ministro da Guerra, marechal-de-campo Werner von Blomberg, e do comandante do exército, general von Fritsch.
Göring foi testemunha do casamento de Blomberg com Margarethe Gruhn,
uma dactilógrafa de 26 anos, em 12 de Janeiro de 1938. Informações
obtidas pela polícia revelaram que a jovem era prostituta.55
Göring sentiu-se na obrigação de dizer a Hitler, mas também viu a
situação como uma oportunidade de se livrar de do marechal-de-campo.
Blomberg foi forçado a demitir-se. Göring não quis que Fritsch fosse
nomeado para aquela posição e, assim, se tornasse o seu superior. Alguns
dias mais tarde, Heydrich revelou um ficheiro sobre Fritsch com
alegações de que ele era estava envolvido em actividades homossexuais
e chantagem. Mais tarde, as acusações foram consideradas falsas, mas
Fritsch tinha perdido a confiança de Hitler, e foi forçado a demitir-se.56
Hitler usou as demissões como uma oportunidade para reforçar a
liderança dos militares. Göring pediu para ser nomeado para a posição de
ministro da Guerra, mas foi-lhe recusado; foi designado para o posto de
marechal-de-campo. Hitler ascendeu a comandante supremo das forças
armadas e criou postos subordinados para cada um dos ramos das forças.57
Adolf Hitler com Göring, em 16 de Março de 1938.
Como ministro responsável do Plano dos Quatro Anos, Göring ficou
preocupado com a falta de recursos naturais na Alemanha, e começou a
pressionar a integração da Áustria no Reich. A província de Styria era rica em depósitos de ferro,
e o país, num todo, tinha mão-de-obra qualificada que podia ser útil.
Hitler sempre teve o desejo de unificar a Alemanha com a Áustria, o seu
país-natal. Reuniu-se com o chanceler austríaco em 12 de Fevereiro de
1938, Kurt Schuschnigg,
ameaçando-o de invasão caso ele não quisesse uma unificação pacífica. O
Partido Nazi foi tornado legal na Áustria para obter uma base de poder,
e foi agendada um referendo
sobre a reunificação, para Março. Quando Hitler teve conhecimento do
texto do plebiscíto, não concordou e Göring telefonou a Schuschnigg, e
ao chefe-de-estado Wilhelm Miklas,
para pedir a demissão de Schuschnigg, ameaçando de invasão, pelas
tropas alemãs, e revolta civil pelos membros austríacos do Partido Nazi.
Schuschnigg demitiu-se no dia 11 de Março e o referendo foi cancelado.
Na manhã seguinte, pelas 5:30 h, as tropas alemãs entraram na Áustria,
sem encontrar qualquer resistência.58
Embora Joachim von Ribbentrop
tenha sido escolhido para ministro dos Negócios Estrangeiros em
Fevereiro de 1938, Göring continuou o seu envolvimento nas relações com o
exterior .43
Em Julho, contactou o governo britânico com o objectivo de fazer uma
visita oficial para discutir as intenções germânicas para a Checoslováquia. Neville Chamberlain
concordou com a reunião com base num pacto a ser assinado entre O Reino
Unido e a Alemanha. Em Fevereiro de 1938, Göring visitou Varsóvia para neutralizar rumores de uma possível invasão da Polónia. Teve conversações com o governo húngaro também, naquele Verão, para discutir sobre o potencial papel daquele país numa invasão da Checoslováquia. Nas convenções do Partido Nazi em Nuremberg, em Setembro, Göring, e outros intervenientes, apontaram os checos como uma raça inferior que tinha de ser conquistada.59 Chamberlain encontrou-se com Hitler numa série de reuniões que culminaram na assinatura do Acordo de Munique (29 de Setembro de 1938), que entregava o controlo da Sudetenland à Alemanha.60
Segunda Guerra Mundial
Göring, e outros oficiais superiores, estavam preocupados com o facto
de a Alemanha ainda não estar preparada para a guerra, mas Hitler
insistiu em avançar assim que possível.61 A invasão da Polónia, o começo da Segunda Guerra Mundial, deu-se no dia 1 de Setembro de 1939.62 Mais tarde, nesse dia, discursando no Reichstag, Hitler indicou Göring como seu sucessor «se alguma coisa me acontecer.»63
De início, as vitórias alemãs sucederam-se, umas atrás das outras. Com a ajuda da Luftwaffe, a Força Aéra Polaca foi derrotada numa semana.64 Os Fallschirmjäger tomaram vários aeroportos na Noruega e capturaram o Forte Eben-Emael, na Bégica. A Luftwaffe de Göring teve um papel fundamental nas batalhas dos Países Baixos, Bélgica e França, na primavera de 1940.65
Depois da derrota da França, Hitler condecorou Göring com a Grã-Cruz da Cruz de Ferro pela sua bem sucedida liderança. Por decreto de 19 de Julho de 1940, Hitler promoveu Göring ao posto de Reichsmarschall des Grossdeutschen Reiches
(Marechal do Reich do Grande Reich Alemão), uma posição especial que
fez dele o oficial superior de todos os marechais-de-campo do exército e
da Luftwaffe.66 Göring já tinha recebido, anteriormente, a 30 de Setembro de 1939, a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro por ser comandante-chefe da Luftwaffe.67
A Grã-Bretanha declarou guerra à Alemanha logo após a invasão da
Polónia. Em Julho de 1940, Hitler começou os preparativos para uma
invasão à Grã-Bretanha. Parte do plano era a neutralização da Royal Air Force (RAF). De seguida, começaram os bombardeamentos às instalações aeronáuticas, às cidades e aos centros industriais.68 Embora confiante que a Luftwaffe conseguia derrotar a RAF em poucos dias, Göring, tal como o almirante Erich Raeder, comandante-chefe da Kriegsmarine (Marinha),69 estava péssimista sobre o sucesso da invasão planeada (nome de código Operação Leão Marinho).70
Göring esperava que uma vitória aérea forçaria a assinatura da paz sem
uma invasão. Contudo, a campanha fracassou e a operação Leão Marinho foi
definitivamente adiada, a 17 de Setembro de 1940.71 Depois da derrota na Batalha da Grã-Bretanha, a Luftwaffe tentou derrotar os britânicos através de bombardeamentos estratégicos. No final do ano, o moral britânico não tinha sofrido com o Blitz alemão, embora os bombardeamentos tenham continuado até Maio de 1941.
Apesar do Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado em 1939, a Alemanha nazi deu início à Operação Barbarossa — a invasão da União Soviética - a 22 de Junho de 1941. De início a Luftwaffe estava em vantagem, destruíndo milhares de aeronaves soviéticas no primeiro mês de combates.73
Hitler, e o seu estado-maior, tinham a certeza de que a campanha
terminaria pelo Natal, e não se preveniram com abastecimentos para os
seus homens e equipamentos.74
Em Julho, os alemães só tinham 1000 aviões na operação e as baixas
ascendiam a 213 000 homens. Foi tomada a decisão de concentrar o ataque
numa parte específica da frente; os esforços seriam direccionados para a
captura de Moscovo.75
Este esforço fracassou por causa das terríveis condições atmosféricas,
falta de combustível e linhas de abastecimentos muito pressionadas; a 5
de Dezembro, o Exército Vermelho
lançou uma contra-ofensiva. Hitler não permitiu qualquer retirada até
meados de Janeiro de 1942; por esta altura, as baixas eram semelhantes
às da invasão francesa da Rússia em 1812.76
Hitler decidiu que a campanha de Verão de 1942 seria concentrada a sul. O objectivo era capturar os campos de petróleo no Cáucaso.77 A Batalha de Estalinegrado, um dos principais pontos de viragem da guerra,78 teve início a 23 de Agosto de 1942 com uma ofensiva de bombardeamento da Luftwaffe.79
As forças alemãs na cidade mas, dada a sua posição na linha frente,
ainda era possível para os soviéticos cercar os alemães e apanhá-los sem
reforços ou mantimentos. Quando a cidade foi cercada, no final de
Dezembro, Göring prometeu que a Luftwaffe seria capaz de entregar
300 toneladas de alimentos, por dia, aos soldados alemães debaixo de
cerco. Com base neste pressuposto, Hitler deu ordem para não haver
qualquer retirada; deviam lutar até ao último homem. Embora alguns
aviões tivessem conseguido passar, o total de provisões entregues por
via aérea nunca ultrapassou as 120 toneladas por dia.8081
Aqueles que sobreviveram do 6.º Exército alemão - cerca de 91 000
soldados, de um total de 285 000 — renderam-se no início de Fevereiro de
1943; apenas 5000 destes lograram sobreviver aos campos de prisioneiros
de guerra russos.82
Göring com Adolf Hitler e Albert Speer, 10 de Agosto de 1943
Entretanto, a força das frotas de bombardeirosamericanos e britânicos aumentou. Baseados em solo britânico, deram início a operações contra alvos alemães. O primeiro raide dos Aliados - cerca de 1000 aviões - ocorreu a 30 de Maio na cidade de Colónia.83 Os ataques aéreos continuaram a partir da Grã-Bretanha depois de terem sido instalados tanques auxiliares de combustível nos caças
americanos. Göring recusou acreditar nos relatórios que diziam que
havia caças americanos abatidos a uma distância tão distante como Aachen, no Inverno de 1943. A sua reputação começou a cair.84 O P-51 Mustang
americano, com uma autonomia de 2 900 km, começou a escoltar os
bombardeiros, em grande número, até, e desde, a zona-alvo, no início de
1944. Daqui para a frente, a Luftwaffe começou a sofrer baixas nas tripulações, as quais não conseguia substituir. Tendo por alvos refinarias e caminhos-de-ferro, os bombardeiros Aliados acabaram com o esforço de guerra alemão no final de 1944.85 A população civil culpou Göring pelo fracasso ao não ser capaz de proteger ao seu país.86 Hitler começou a excluí-lo de reuniões, mas manteve-o como chefe da Luftwaffe e como plenipotenciário do Plano dos Quatro Anos.87 Ao perder a confiança de Hitler, Göring começou a passar mais tempo nas suas casas.88 No Dia D, a 6 de Junho de 1944, a Luftwaffe só tinha 300 caças e um pequeno número de bombardeiros na zona de aterragens; os Aliados tinham um total de 11 000 aviões.89
Fim da guerra
À medida que as tropas soviéticas se aproximavam de Berlim, os esforços de Hitler para organizar a defesa da cidade eram em vão.90 O seu último aniversário, celebrado no Führerbunker,
em Berlim, a 20 de Abril de 1945, foi a ocasião para a retirada de cena
de muitos nazis do topo da hierarquia, incluindo Göring. Por esta
altura, Carinhall tinha sido evacuada e o edifício destruído,91 e todos os objectos de arte transportados para Berchtesgaden e outros locais.92 Göring chegou à sua propriedade em Obersalzberg
a 22 de Abril, no mesmo dia em que Hitler, num lento discurso violento
contra os seus generais, admitiu pela primeira vez que a guerra estava
perdida e que pretendia cometer suicídio.93 Göring estava profundamente preocupado com o facto de que o seu rival, Martin Bormann,
iria lutar pelo poder depois da morte de Hitler, e que o mandaria matar
como traidor. Reviu o decreto de 29 de Junho de 1941, onde o seu nome
era indicado como sucessor de Hitler, e decidiu enviar uma mensagem para
Berlim pedindo permissão para assumir o comando do Reich.94
O telegrama foi interceptado por Bormann, que convenceu Hitler que
Göring era um traidor. Hitler anulou o decreto, retirou Göring dos seus
gabinetes e títulos, e mandou-o prender e ficar confinado em sua casa,
em Obersalzberg.95 Bormann anunciou, via rádio, que Göring se tinha demitido por razões de saúde.96
A 26 de Abril, as instalações de Obersalzberg ficaram debaixo de fogo
dos Aliados, e Göring teve que se mudar para o seu castelo em Mauterndorf. No seu testamento, Hitler tirou Göring de membro do Partido Nazi, e nomeou Karl Dönitz para presidente do Reich e chefe das forças armadas. Hitler e a sua companheira, Eva Braun, suicidaram-se a 30 de Abril de 1945. Göring foi libertado a 5 de Maio por uma unidade da Luftwaffe, e partiu para as linhas norte-americanas esperando que aceitassem a sua rendição, em vez de se entregar aos russos. Foi preso, perto de Radstadt, a 6 de Maio.97
Julgamento e morte
Göring (na primeira fila, primeiro a contar da esquerda) no Julgamento em Nuremberg
Göring foi levado para Mondorf-les-Bains, no Luxemburgo, para um local de prisioneiros de guerra temporários, no Hotel Palácio. Aqui, foram-lhe retirados os comprimidos de codeína
– ele tomava o equivalente a entre 260 a 320 mg de morfina por dia — e
imposto um rígido regime de dieta; perdeu 27 quilos. Outros oficiais
nazis de topo foram transferidos em Setembro para Nuremberg, que sería o
local de uma série de tribunais militares, que começariam em Novembro.98
Göring era o segundo oficial com o posto mais alto, julgado em Nuremberg, logo a seguir ao Presidente do Reich
(anterior almirante), Karl Dönitz. A acusação apontou quatro crimes,
incluindo um de conspiração; um de guerra de agressão; crimes de guerra,
onde se incluía a pilhagem e o roubo de obras de arte, e outros bens; e
crimes contra a humanidade, incluindo o desaparecimento de políticos e
outros oponentes sob o decreto Nacht und Nebel
("Noite e Nevoeiro"); tortura e falta de tratamento médico de
prisioneiros de guerra; e o assassinato e escravatura de civis, como os
5 700 000 de judeus (número estimado). Sem permissão para um discurso,
Göring declarou-se «não culpado das acusações apresentadas».99
O julgamento teve uma duração de 218 dias; a acusação apresentou as
suas alegações entre Novembro e Março, e a defesa de Göring — a primeira
a ser apresentada — entre 8 e 22 de Março. As sentenças foram lidas a
30 de Setembro de 1946.100
Göring, forçado a manter silêncio, comunicou as suas opiniões usando
gestos, abanando a sua cabeça ou rindo. Tomava notas de forma contínua,
murmurava com os outros réus e tentava controlar o comportamento
instável de Hess, sentado a seu lado.101
Durante os intervalos no processo, Göring tentou dominar os outros
réus, e acabou por ser isolado dos outros quando tentou influenciar o
seu testemunho.102
Em entrevistas com psiquiatra Leon Goldensohn, na prisão, Göring refletiu sobre a ascensão do nazismo, repisou a tese da inferioridade de outros povos, como os russos, e declarou ser o maior opositor do comunismo na Alemanha.103 O capitão Gustave Gilbert,
um oficial e psicólogo americano de informações, que falava alemão,
entrevistou Göring ,e os outros, na prisão, durante o julgamento.101 Gilbert tinha um diário, que mais tarde publicaria com o título de Nuremberg Diary.
Neste livro, Gilbert descreve Göring, na noite de 18 de Abril de 1946,
quando o julgameento foi interrompido, por três dias, durante a Páscoa:
Suando na sua cela, à noite, Göring estava na defensiva e
enfraquecido, e pouco contente com a direcção que o julgamento estava a
tomar. Ele disse que não tinha controlo nas acções ou na defesa dos
outros, e que ele próprio não era anti-semita, não acreditava nas
atrocidades e que vários judeus se tinham oferecido para testemunhar a
seu favor.104
Em várias ocasiões no decurso do julgamento, a acusação exibiu filmes dos campos de concentração
nazis e de outras atrocidades. Todos os presentes acharam as imagens
chocantes, incluindo Göring; ele afirmou que os filmes deviam ser
falsos, mas ninguém acreditou. Testemunhas, como Paul Koerner e Erhard Milch,
tentaram descrever a personalidade de Göring como pacífica e moderada.
Milch referiu que era impossível opôr-se a Hitler ou desobedecer às suas
ordens; se o fizesse, seria executado, ou alguém da sua família também o
sería.105
Quando testemunhou a seu favor, Göring expressou a sua lealdade para
com Hitler, e insistiu que não sabia nada sobre o que tinha acontecido
nos campos de concentração, que estavam sob a supervisão de Himmler. As
suas respostas eram complexas e evasivas e tinha desculpas plausíveis
para todas as suas acções durante a guerra. Utilizou o banco de
testemunhas como um local para expor, de forma prolongada, o seu próprio
papel no Reich, numa tentativa de se mostrar como um pacificador e diplomata antes do início da guerra.106 Durante o interrogatório, o responsável pela acusação, Robert H. Jackson, leu, em voz alta, o relatório de uma reunião havida pouco antes da Kristallnacht, uma enorme pogrom, em Novembro de 1938. Nessa reunião, Göring propôs roubar os bens dos judeus no início do pogrom.107 Mais tarde, David Maxwell Fyfe provou que era impossível que Göring não tivesse conhecimento dos assassinatos de Stalag Luft III — a execução de 50 aviadores que tinham sido recapturados depois de fugirem de Stalag Luft III — a tempo de os ter evitado.108 Também apresentou provas em como Göring sabia do extermínio dos judeus húngaros.109
Göring no julgamento de Nuremberg
Göring foi considerado culpado nas quatro acusações, e foi condenado à morte por enforcamento. A sentença referiu:
Nada há a dizer para atenuar a acusação. Göring era, quase sempre, a
força mobilizadora, logo a seguir ao seu líder. Ele era o elemento
agressor principal, tanto como político como líder militar; ele era o
director do programa de trabalho com escravos e o criador do programa
opressivo contra os judeus e outras raças, tanto na Alemanha como fora
do país. Todos estes crimes foram por ele admitidos. Em algumas
situações mais específicas, poderá ter havido alguma contradição no
testemunho, mas, em termos gerais, o que ele admitiu é mais do que
suficiente para concluir da sua culpa. A sua culpa é única na sua
enormidade. Os registos revelam que não há qualquer desculpa para este
homem.110
Göring pediu para ser executado como um soldado em vez de enforcado como um vulgar criminoso, mas o tribunal recusou.111 Desafiando a sentença imposta pelo tribunal, suicidou-se com uma cápsula de cianeto de potássio na noite anterior a ser enforcado.112
Uma teoria sobre a forma como Göring obteve o veneno, passa pelo
tenente do exército norte-americano Jack G. Wheelis, que estava a
prestar serviço no julgamento, e que terá retirado a cápsula dos bens
confiscados a Göring pelo Exército.113
Em 2005, um soldado veterano, Herbert Lee Stivers, que tinha prestado
serviço no 26.º Regimento de Infantaria da 1.ª Divisão de Infantaria dos
Estados Unidos — a guarda de honra dos Julgamento de Nuremberg Trials —
afirmou ter dado um "medicamento" a Göring, dentro de uma caneta de tinta permanente, que uma mulher lhe tinha pedido para fazer entrar na prisão.114
O corpo de Göring foi exposto no local da execução para que fosse visto
pelas testemunhas das execuções. Os corpos foram cremados e as cinzas
espalhadas em um rio desconhecido na Alemnha.115116
Bens pessoais
Bastão de Reichsmarschall e revólver Smith & Wesson de Göring. À esquerda, o livro de recepção de convidados encadernado a prata, de Carinhall. (Museu de West Point)
A confiscação de bens dos judeus deu a Göring uma oportunidade de
juntar a sua fortuna pessoal. Alguns dos bens foi ele próprio que se
apropriou; outros adquiriu a um preço irrisório. Em outros casos,
obteve-os à custa de subornos permitindo que roubassem os bens judeus.
Esteve envolvido em situações de corrupção política, com empresários que
aprovavam as suas decisões do Plano dos Quatro Anos, e recebeu dinheiro
ao fornecer armas aos espanhóis republicanos da Guerra civil espanhola através de Pyrkal, na Grécia (embora a Alemanha apoiasse Franco e os nacionalistas).117
Göring foi nomeado Mestre Reich do Hunt em 1933, e Mestre das
Florestas Alemãs, em 1934. Instituiu reformas às leis das florestas e
legislou para proteger espécies em perigo. Por esta altura, ganhou
interesse na reserva natural
de Schorfheide-Chorin, onde limitou 400 km² como parque do Estado, e
que ainda se mantém. Aqui, construiu um complexo alojamento de caça, Carinhall,
em memória da sua primeira mulher, Carin. Em 1934, o seu corpo foi
transladado para este local e colocado em um jazigo na propriedade.118
O alojamento principal tinha uma grande galeria de arte onde Göring
expunha trabalhos pilhados de colecções privadas e museus europeus, após
1939.119120 Göring trabalhou com o Einsatzstab Reichsleiter Rosenberg (Grupo de Trabalho Reichsleiter Rosenberg),
uma organização especializada na apropriação de arte e outro material
cultural, de colecções judaicas, bibliotecas e museus por toda a Europa.
Coordenada por Alfred Rosenberg,
o grupo estabeleceu a sua sede em Paris. Cerca de 26 000 carruagens,
cheias de objectos de arte, mobiliário e outros bens roubados, foram
enviadas para a Alemanha desde França. Göring visitou regularmente os
escritórios de Paris para supervisionar os bens apropriados e escolher
aqueles que deviam ir, num comboio especial, para Carinhall e outras
residências pessoais.121 O valor estimado das suas colecções - cerca de 1500 peças - era de 200 milhões de dólares.
Göring era conhecido pelos seus gostos extravagantes e roupas
vistosas. Tinha vários uniformes especiais para cada posto que detinha;123 o seu uniforme de Reichsmarschall incluía um bastão com pedras preciosas incrustadas. Hans-Ulrich Rudel, um piloto-aviador, de topos, de Stuka,
recordou ter-se encontrado duas vezes com Göring vestido com roupas
estranhas: de uma das vezes, com uma roupa de caça medieval, a praticar tiro com arco com o seu médico; da outra, vestido com uma toga vermelha presa com uma fivela dourada, a fumar um cachimbo muito grande. O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Galeazzo Ciano,
referiu que uma das vezes que viu Göring, este vestia um casaco de
peles que parecia o que «uma prostituta de luxo veste quando vai à
ópera.»124
Göring era conhecido pelo seu patrocínio à música, em especial a
ópera. Era habitual organizar grandes e sumptuosas festas do seu próprio
aniversário.125
De cada vez que uma parte da residência de Carinhall era construída,
Göring dava uma enorme festa, mudando de roupa várias vezes ao longo da
noite.126
Estandarte, em exibição no Musée de la Guerre nos Les Invalides, em Paris
O desenho do estandarteReichsmarschall, num fundo azul-claro, exibia uma águia alemã
dourada, a agarrar uma grinalda em que estavam dois bastões e uma cruz
suástica por cima destes. O reverso da bandeira tinha escrito Großkreuz des Eisernen Kreuzes ("Grã-Cruz da Cruz de Ferro"), rodeado por uma grinalda entre quatro águias da Luftwaffe. A bandeira era carregada por um porta-bandeiras pessoal em todas as ocasiões públicas.
Embroa ele gostasse de ser chamado de "der Eiserne" (o Homem
de Ferro), aquele piloto arrojado e musculado piloto, tornou-se
corpulento e pesado. Era o único líder nazi que não se ofendia com
piadas sobre ele, «mesmo que fossem mal-educadas»", tomando-as como um
sinal de popularidade. Os alemães gozavam sobre o seu ego, dizendo que
ele devia vestir um uniforme de almirante quando tomava banho; e sobre o
seu peso, dizendo que «ele se senta sobre o seu estômago».127
Uma piada alegava que ele teria enviado um telegrama a Hitler depois da
sua visita ao Vaticano: «Missão cumprida. Papa destituído. Tiara e
vestes pontificais servem perfeitamente.»128
Goebbels
e Himmler eram mais anti-semitas que Göring, o qual adoptou aquela
postura apenas porque o partido assim o exigia. O seu assistente
pessoal, Erhard Milch, tinha um familiar judeu. No entanto, Göring apoiou as Leis de Nuremberg de 1935, e, mais tarde, tomou medidas económicas desfavoráveis aos judeus.129
Göring exigiu que, de acordo com o Plano dos Quatro Anos, todos os bens
dos judeus tinham que estar registados, e ficou irritado, numa reunião
depois da Kristallnacht,
porque o ónus financeiro para as perdas dos judeus teria de ser
compensada por empresas de seguros alemãs. Göring propôs que os judeus
fossem multados em um bilião de marcos.130 Na mesma reunião, foi discutida a forma de gestão dos bens judaicos e dos próprios judeus. Os judeus seriam segregados e confinados a guetos, ou encorajados a emigrar, e os seus bens seriam confiscados num programa de arianização. A compensação para os bens confiscados seria baixa, ou mesmo nenhuma.130
Os detalhes do memorando desta reunião, e de outros documentos, foram
lidos no julgamento em Nuremberg, demonstrando, assim, o seu
conhecimento e cumplicidade na perseguição aos judeus.107
Göring disse a Gilbert que ele nunca teria apoiados aquels medidas
anti-judeus se ele soubesse o que iría acontecer. «Pensei apenas que
íamos eliminar os judeus das altas posições nos negócios e no governo,»
afirmou ele.131
Em Julho de 1941, Göring enviou um memorando a Reinhard Heydrich
dando-lhe ordens para organizar as acções práticas para uma solução
para a "questão judaica". Na altura em que esta carta foi escrita, já
muitos judeis tinham sido mortos na Polónia, Rússia e em outros locais.
Na Conferência de Wannsee, seis meses mais tarde, Heydrich anunciou formalmente que o genocídio dos judeus na Europa era agora uma política oficial do Reich. Göring não foi à conferência, mas esteve presente em outras reuniões onde o número de pessoas mortas foi discutido.
Born in Zuffenhausen near Stuttgart, Germany, as the son of a merchant Boger joined the HJ (Hitler youth)
in his teens. After finishing high school ("Mittlere Reife") in 1922 he
learned the trade of his father over the next 3 years and in 1925 took
an office job in Stuttgart at the "Deutsch-Nationalen Handlungsgehilfenverband". He entered the Artamanen-Bund (voluntary work service)[2] and joined the Nazi Party in 1929. He was a member of the general SS beginning in 1930. After losing his job in 1932 he was admitted to the Auxiliary Police at Friedrichshafen and in July 1933 to the political police ("Bereitschaftspolizei") in Stuttgart. From 1936 to 37 he attended the police training school. He was appointed Police Commissioner
("Kriminalsekretär") after passing the police force examination in
1937, even though he had been taken into custody in 1936 for mistreating
a prisoner during an interrogation in 1936.
World War II
At the beginning of the Second World War he was transferred to the state police lead office at Zichenau. Three weeks later he was placed in charge of setting up and supervising the border police station in Ostrołęka. In 1940 he joined the 2nd SS and Police Engineer reserve unit ("Polizeipioniersbataillion") based in Dresden, from where he was dispatched to the front and subsequently wounded in 1942. Nine months later he was transferred to Auschwitz, first serving as Zugführer der 2. Wachkompanie, later as Untersturmführer (Second Lieutenant) in the Auschwitz political department. The Political Department was the representative of the RSHA
in the camp, and its chief responsibilities were keeping files on
individual prisoners, the reception of prisoners, maintaining the
security of the camp, combating internal resistance and conducting
interrogations. From 23. December 1943 until the evacuation of the camp
he was the leader of the section of investigations and interrogations
with the rank of SS-Hauptsturmführer.
Auschwitz
Wilhelm Boger invented the "Boger swing”, an instrument of torture:
"It was a meter-long iron bar suspended by chains hung from the
ceiling", said Frau Braun. We could never have imagined what it was for
until she described it, in a monotone spoken as by rote, its details
recalled and rehearsed repeatedly during her months bearing witness in
Frankfurt.
" A prisoner would be brought in for “questioning,” stripped naked
and bent over the bar, wrists manacled to ankles. A guard at one side
would shove him—or her—off across the chamber in a long, slow arc, while
Boger would ask “questions,” at first quietly, then barking them out,
and at the last bellowing. At each return, another guard armed with a
crowbar would smash the victim across the buttocks. As the swinging went
on and on, and the wailing victim fainted, was revived only to faint
howling again, the blows continued—until only a mass of bleeding pulp
hung before their eyes. Most perished from the ordeal--some sooner, some
later. In the end a sack of [sic] bones and flayed flesh and fat was swept along the shambles of that concrete floor to be dragged away".[3]
Post War
His atrocious crimes in the Political Department
continued until the evacuation of Auschwitz in January 1945.
Thereafter, on the run for five months until June 1946, he was
eventually detained in Ludwigsburg
where his parents were living. He should have been extradited to Poland
for trial but managed to escape later that same year. From 1948 until
mid 1949, he was working as a farm hand in Crailsheim. He was again briefly detained in Ravensburg
for the 1936 mistreatment of a prisoner during an interrogation but was
soon released. He then lived with his family under his proper name in Hemmingen near Leonberg. He found a job as supervisor of supplies at "Heinkelwerke", an airplane factory in his birthplace Stuttgart-Zuffenhausen,
where he had moved up to an office job--"kaufmännischer
Angestellter"--by the time he was apprehended in October 1958 at the age
of 51. He led a withdrawn life. When acquaintances or neighbors asked
him about his activities at KZ Auschwitz, he would reply that he didn't have any scruples (er habe sich nichts vorzuwerfen). He passed denazification.
The particular organ of justice ("Spruchkammer") by which he was
processed in Stuttgart found "...He does not leave the impression of a
raw, brutal man, but more one of a rational, well-schooled police
commissioner and civil servant..." and stopped the investigation because
of the costs to be borne by the government should the investigation
continue.[4]
Frankfurt Auschwitz Trials
In 1959 he was arrested for the last time, and this time was charged for the war crimes he committed at Auschwitz. On August 20, 1965 he became part of the Frankfurt Auschwitz Trials by the Landesgericht Frankfurt am Main Community for aiding and abetting the murder of Jews.[5]
After a series of eyewitness testimonies he was finally sentenced to
life imprisonment for murder in at least 5 cases, collective murder in
at least 109 cases and collective help for collective murder.