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À DESCOBERTA DA INGLATERRA
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OSKAR SCHINDLER - UM JUSTO ENTRE ASSASSINOS
Esta é a biografia de um Nazi que teve a coragem de arriscar a sua vida, o seu bem estar e os seus bens pessoais, e ir contra as normas do seu Partido, salvando mais de um milhar de vidas da morte certa nos campos de concentração. Revelo-lhe aqui como um Nazi conseguiu o respeito e a gratidão de todo o Povo Judeu, porque entendeu que deveria ser um Homem justo, humano, entre assassinos. Quem salva uma vida, salva toda a humanidade.
Mas como por detrás de cada grande homem há uma grande mulher, ou não...(a julgar por esta entrevista) pode também ler aqui uma versão um pouco alternativa desta história, através duma entrevista dada pela esposa de Schindler, Emilie Schindler e que nos conta uma versão um pouco diferente dos acontecimentos.
Oskar Schindler (Svitavy, 28 de abril de 1908 – Hildesheim, 9 de outubro de 1974) foi um industrialalemão sudeto, espião e membro do Partido Nazi, que teria salvo da morte 1200 judeus durante o Holocausto,[1] empregando-os nas suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas nas actuais Polónia e República Checa, respectivamente. É o tema principal do romance de 1982, Schindler's Ark, e do filme de 1993, Schindler's List,
que mostra a sua vida como um oportunista interessado no lucro,
inicialmente, mas que acabou por mostrar uma iniciativa e dedicação
extraordinárias com o objectivo de salvar as vidas dos seus empregados
judeus.
Schindler cresceu em Zwittau, Morávia, e teve vários trabalhos até se juntar à Abwehr, o serviço de informação da Alemanha Nazi, em 1936. Aderiu ao Partido Nazi em 1939. Antes da ocupação alemã da Checoslováquia,
em 1938, Schindler recolhia informações sobre caminhos-de-ferro e
movimentos de tropas para o governo alemão. Foi preso por espionagem
pelo governo checoslovaco, mas foi libertado segundo os termos do Acordo de Munique, em 1938. Schindler continuou o seu trabalho de recolha de informações para os nazis, na Polónia, em 1939, antes da invasão daquele território, no início da Segunda Guerra Mundial.
Em 1939, Schindler obteve uma fábrica de utensilios de cozinha em Cracóvia,
Polónia, que empregava 1750 trabalhadores, dos quais cerca de mil eram
judeus no auge da fábrica, em 1944. As suas ligações da Abwehr ajudaram Schindler a proteger os trabalhadores judeus de uma deportação certa e da morte nos campos de concentração nazis.
De início, Schindler estava apenas interessado em fazer dinheiro fácil
com o negócio. Mais tarde começou a proteger os seus trabalhadores sem
olhar a custos. Com o tempo, Schindler teve que subornar os oficiais
nazis com dinheiros e ofertas de luxo, obtidas no mercado-negro, para
manter os seus empregados seguros.
Quando a Alemanha começou a perder a guerra, em Julho de 1944, as Schutzstaffel
(SS) começaram a fechar os campos de concentração a leste e a evacuar
os restantes prisioneiros para oeste. Muitos foram mortos em campo de concentração de Auschwitz e Gross-Rosen. Schindler convenceu o SS-HauptsturmführerAmon Göth, comandante do Campo de concentração de Kraków-Płaszów, a transferir a sua fábrica para Brünnlitz, na Região dos Sudetos, poupando, assim, os seus trabalhadores da morte nas câmaras de gás. Utilizando os nomes fornecidos pelo oficial da polícia dos guetos judeus Marcel Goldberg, o secretário de Göth, Mietek Pemper,
compilou, e passou a papel, uma lista de 1200 judeus que viajaram para
Brünnlitz em Outubro de 1944. Schindler continuou a subornar os oficiais
das SS para impedir o massacre dos seus empregados, até ao final da
Segunda Guerra Mundial na Europa, em Maio de 1945, altura em que tinha
já gasto a sua fortuna em subornos e no mercado-negro para comprar
provisões para os seus funcionários.
Schindler foi viver para a Alemanha a seguir à guerra, onde foi
apoiado, financeiramente, por organizações judaicas de salvamento.
Depois de receber um reembolso parcial pelos seus gastos em tempo de
guerra, viajou para a Argentina,
com a sua esposa, para uma quinta. Quando entrou em bancarrota em 1958,
Schindler deixou a sua mulher e regressou à Alemanha, onde foi
mal-sucedido em vários negócios, e teve que ser ajudado pelos seus Schindlerjuden ("Judeus de Schindler") – aqueles cujas vidas ele salvou durante a guerra. Schindler recebeu a designação de Justos entre as nações pelo governo de Israel em 1963, e morreu a 9 de Outubro de 1974.
Primeiros anos e carreira profissional
Schindler nasceu no dia 28 de Abril de 1908 no seio de uma família sudeta, em Zwittau, Morávia, Áustria-Hungria.
O seu pai, Johnann "Hans" Schindler, geria uma empresa de máquinas
agrícolas, e a sua mãe chamava-se Franziska "Fanny" Schindler (Luser de
nascimento). A sua irmã, Elfriede, nasceu em 1915. Depois de frequentar
as escolas primária e secundária, Schindler entrou para uma escola
técnica da qual foi expulso em 1924 por ter falsificado um relatório.
Graduou-se mais tarde, mas não fez o exame Abitur que lhe daria acesso à universidade. Em vez disso, tirou vários cursos em Brno,
em diversas áreas, incluindo o de motorista e manuseamento de máquinas,
e trabalhou com o seu pai durante três anos. Fã de motociclos desde
jovem, Schindler comprou uma Moto Guzzi com um motor de 250 cc de competição, e participou, de forma amadora, em corridas em montanhas nos anos seguintes.[2]
No dia 6 de Março de 1928, casou-se com Emilie Pelzl (1907–2001), filha de um fazendeiro sudeto de Maletein.[3] O jovem casal passou a viver com os pais de Oskar, durante os sete anos seguintes.[4]
Pouco depois do casamento, Schindler deixou de trabalhar com o seu pai e
passou por diversas ocupações com um cargo na Moravian Electrotechnic e
na gestão de uma escola de condução. Depois de passar 18 meses no
exército checo, onde chegou ao posto de anspeçada,
no 10.º Regimento de Infantaria do 31.º Exército, Schindler regressou à
Moravian Electrotechnic, que entrou em falência pouco depois. O negócio
da quinta do seu pai também entraria em bancarrota na mesma altura,
deixando Schindler desempregado durante um ano. Seguidamente, foi
trabalhar para o Jarslav Simek Bank de Praga, em 1931, onde se manteve
até 1938.[5]
Entre 1931 e 1932, Schindler foi detido por várias vezes por estar
embriagado em público. Também neste período, teve um caso amoroso com
Aurelie Schlegel, uma amiga da escola. Desta relação, teve uma filha,
Emily, em 1933, e um filho, Oskar Jr, em 1935. Mais tarde, Schindler
alegou que o filho não era dele.[6]
O pai de Schindler, alcoólico, abandonou a sua esposa em 1935. Esta
morreria alguns meses mais tarde vitima de doença prolongada.[4]
Schindler ingressou no partido de natureza separatista em 1935.[7] Embora fosse cidadão da Checoslováquia, Schindler tornou-se espião ao serviço da Abwehr, o serviço de informação da Alemanha Nazi, em 1936. Foi designado para o Abwehrstelle II Commando VIII, com sede em Breslau.[8]
Mais tarde diria à polícia checa que o fez porque precisava de
dinheiro; por esta altura, Schindler tinha problemas alcoólicos e
encontrava-se cheio de dívidas.[9]
As suas tarefas para a Abwehr incluíam a recolha de informações sobre
os caminhos-de-ferro, instalações militares e movimentação de tropas,
tal como o recrutamento de outros espiões na Checoslováquia, em
preparação para a invasão deste país pela Alemanha.[10]
Foi detido pelo governo checoslovaco por espionagem a 18 de Julho de
1938, e imediatamente preso, mas foi libertado como prisioneiro político
sob os termos do Acordo de Munique, o instrumento sob o qual a Região dos Sudetas checoslovaca foi anexada pela Alemanha a 7 de Outubro.[11][12] Schindler candidatou-se a membro do Partido Nazi a 1 de Novembro e foi aceite no ano seguinte.[13]
Depois de uma pausa para recuperar em Zwittau, Schindler foi
promovido a número dois da sua unidade Abwehr, e colocado com a sua
esposa em Ostrava, na fronteira checo-polaca, em Janeiro de 1939.[14]
Nos meses seguintes, até à tomada total da Checoslováquia por Hitler em
Março, Schindler continuou ligado à espionagem. Emilie ajudou-o com a
parte burocrática, e com a ocultação de documentos secretos da Abwehr no
seu apartamento.[15]
Como viajava com frequência para a Polónia, com os seus 25 agentes,
Schindler conseguia recolher informação sobre as manobre as linhas de
caminho-de-ferro polacas para a invasão da Polónia.[16]
Em uma das suas missões, Schindler e a sua unidade tinham como missão
monitorizar e enviar informações sobre a linha de caminho-de-ferro, e do
túnel, de Jablunkov Pass, uma rota considerada vital para a movimentação das tropas alemãs.[17] TA rota foi capturada intacta pelo 14.º Exército (Wehrmacht) a 1 de Setembro de 1939, nas primeiras horas da Segunda Guerra Mundial na Europa.[18] Schindler continuou a trabalhar com a Abwehr até ao Outono de 1940, quando foi enviado para a Turquia para investigar casos de corrupção entre os oficiais da Abwehr ligados à embaixada alemã naquele país.[19]
Segunda Guerra Mundial
Emalia
A primeira vez que Schindler foi a Cracóvia,
foi em Outubro de 1939 tratar de assuntos da Abwehr e, no mês seguinte,
alugou um apartamento. Emilie manteve a sua casa em Ostrava e visitava
Oskar, em Cracóvia, uma vez por semana.[20][21]
Em Novembro de 1939, Schindler entrou em contacto com o decorador de
interiores Mila Pfefferberg para lhe decorar o seu apartamento. O seu
filho, Leopold "Poldek" Pfefferberg, passou a ser um dos seus contactos no mercado negro. Ambos acabaram por se tornar amigos de longa data.[22] Também em Novembro, Schindler foi apresentado a Itzhak Stern,
um contabilista do seu amigo e agente da Abwehr, Josef "Sepp" Aue, que
tinha tomado o controlo do antigo who had taken over Stern's formerly
Jewish-owned place of employment as a Treuhander (administrador).[23]
Os bens dos judeus polacos, incluindo lojas comerciais e as suas casas,
foram arrestadas pelos alemães imediatamente a seguir à invasão, e os
cidadãos judeus viram os seus direitos civis retirados.[24] Schindler mostrou a Stern o balanço de uma empresa que tencionava adquirir, uma fábrica de esmaltes chamada Rekord Ltd[nota 1] detida por um consórcio de empresários judeus que tinham declarado a falência no início daquele ano.[25] Stern aconselhou-o a, em vez de gerir a empresa como uma administração, sob as directivas da Haupttreuhandstelle Ost
(Gabinete de Administração Principal para o Leste), ele deveria comprar
ou arrendar pois, assim, tinha mais liberdade face às ordens dos nazis,
incluindo a facilidade de contratar mais judeus.[26]
Com o apoio financeiro dos investidores judeus, Schindler assinou um
acordo de arrendamento informal a 13 de Novembro de 1939, e formalizou-o
a 15 de Janeiro de 1940.[nota 2] Alterou a sua designação para Deutsche Emaillewaren-Fabrik (Fábrica Alemã de Utensílios Esmaltados) ou DEF, e depressa passou a ser conhecida como "Emalia".[27][28] Inicialmente, recrutou uma equipa de sete trabalhadores judeus (incluindo Abraham Bankier, que o ajudou a gerir a empresa [29] ) e 250 polacos não-judeus.[30] No seu auge, em 1944, o negócio empregava 1750 trabalhadores, dos quais mil eram judeus.[31]
Schindler também ajudou a gerir a Schlomo Wiener Ltd, uma distribuidora
que vendia os seus artigos de esmaltados, e era arrendatário da
Prokosziner Glashütte, uma fábrica de produção de vidro.[32]
As relações de Schindler com a Abwehr, os seus contactos nas
Wehrmacht e as suas inspecções ao armamento, permitiram-lhe obter
contratos para produzir esmalte para material de cozinha para o
exército.[33] Estas ligações também o ajudariam a proteger os trabalhadores judeus da deportação e da morte.[34]
Com o passar do tempo, Schindler teve que aumentar o valor das
contrapartidas dadas aos oficiais nazis, para manter os trabalhadores a
salvo, indo buscá-los ao mercado negro.[35] Bankier, um contacto-chave no mercado paralelo, obtinha bens para suborno e material extra para utilização na fábrica.[36]
O próprio Schindler mantinha uma vida de luxo, e de relacionamentos
extra-conjugais com a sua secretária, Viktoria Klonowska, e Eva Kisch
Scheuer, uma vendedora de artigos esmaltados da DEF.[37] Emilie Schindler visitou Oskar em 1940, por alguns meses, e mudou-se para Cracóvia, em 1941, para ir viver com o seu marido.[38][39]
De início, Schindler estava mais interessado no potencial financeiro
do negócio, e contratou os judeus porque eram mais baratos que os
polacos – os salários eram definidos pelo regime nazi.[40] Mais tarde, começou a proteger os seus trabalhadores sem olhar a custos.[41]
O estatuto da sua fábrica, considerada essencial pra o esforço de
guerra, tornou-se um factor decisivo que lhe permitiu ajudar os
funcionários judeus. Quando os Schindlerjuden
(Judeus de Schindler) eram ameaçados com a deportação, Schindler
defendia-os alegando que eles eram essenciais, e pedindo isenções. As
esposas, crianças e até pessoas com deficiências, eram consideradas por
Schindler como necessárias para o trabalho mecânico e para manusear as
máquinas.[41] Duma dada ocasião, a Gestapo
exigiu a Schindler que este entregasse uma família que tinha
falsificado os seus documentos de identificação. "Três horas depois,
eles entraram," disse Schindler, "dois homens bêbedos da Gestapo saíram
do meu escritório sem os prisioneiros, e sem os documentos suspeitos que
eles exigiram."[42]
A 1 de Agosto de 1940, o governador Hans Frank
emitiu um decreto a requerer que todos os judeus de Cracóvia deixassem a
cidade nas duas semanas seguintes. Apenas aqueles que tivessem trabalho
directamente relacionado com o esforço de guerra alemão, poderiam
ficar. Dos 60 000 a 80 000 judeus que viviam na cidade, apenas 15 000
permaneceram, em Março de 1941. Estes judeus foram , então, forçados a
deixar a sua habitual morada em Kazimierz, e foram realojados no Gueto de Cracóvia, construído no distrito industrial de Podgórze.[43][44] Os trabalhadores de Schindler iam para o trabalho a pé, todos os dias.[45]
Nos quatro anos que Schindler esteve à frente da fábrica, fez vários
melhoramentos nas infra-estruturas, entre as quais uma clínica, uma
cooperativa e uma sala de jantar para os trabalhadores, para além de uma
expansão da zona de produção e dos escritórios.[46]
Plaszow
No Outono de 1941, os nazis começaram a retirar os judeus do gueto. Muitos deles foram levados para o campo de extermínio de Bełżec e mortos.[47]
A 13 de Março de 1943, o gueto foi destruído, e aqueles que ainda se
encontravam em condições para trabalhar, foram enviados para para o novo
campo de concentração de Plaszow.[48]
Vários milhares demasiado fracos para trabalhar, foram enviados para os
campos de extermínio e mortos. Várias centenas foram mortos nas ruas
pelos nazis à medida que esvaziavam o gueto. Schindler, informado sobre
esta situação através dos seus contactos na Wehrmacht, manteve os seus
trabalhadores na fábrica para impedir qualquer acção contra eles.[49]
Schindler testemunhou a destruição do gueto e ficou horrorizado. A
partir daí, diz um dos Judeus de Schindler, Sol Urbach, Schindler "mudou
a sua visão sobre os nazis. Decidiu ir-se embora e salvar o máximo de
judeus que lhe fosse possível."[50]
O campo de concentração de Plaszow abriu em Março de 1943 no local de
dois antigos cemitérios judaicos na rua Jerozilimska, a cerca de 2,5 km
da fábrica da DEF.[51] O responsável do campo era o SS-HauptsturmführerAmon Göth, um homem duro e sádico, que matava os reclusos do campo de forma aleatória.[50] Os reclusos de Płaszów viviam em constante pânico com medo de morrerem.[52] Emilie Schindler chamava a Göth "o homem mais desprezível que eu já conheci."[53]
De início, o plano de Göth era passar todas as fábricas, mesmo a de Schindler, para o interior dos campos.[54]
No entanto, Schindler, numa combinação de diplomacia, lisonja e
suborno, não só impediu que a sua fábrica fosse recolocada, mas
conseguiu convencer Göth a construir (às suas custas) um a sub-campo em
Emalia, para acolher os seus trabalhadores e mais 450 judeus de outras
fábricas das proximidades. Neste novo local de abrigo, ficavam a salvo
das execuções arbitrárias, eram bem alimentados, e podiam mesmo realizar
os seus serviços religiosos.[55][56]
Schindler foi detido por duas vezes por suspeita de operações no mercado negro, e uma vez por violar as Leis de Nuremberg
por ter beijado uma rapariga judia, um acto proibido pela Lei da Raça e
do Restabelecimento. A primeira detenção, no final de 1941, levou-o a
passar uma noite na prisão. A sua secretária conseguiu tirá-lo da prisão
através dos contactos de Schindler no partido nazi. Da segunda vez, a
29 de Abril de 1942, a causa da detenção de Schindler foi por este ter
beijado uma jovem judia, na face, num aniversário na fábrica, no dia
antes. Ficou na prisão durante cinco dias antes das suas influências no
seio dos nazis o tirarem da prisão.[57]
A terceira detenção, em Outubro de 1944, deveu-se a ter sido acusado de
fazer negócios no mercado negro e de subornar Göth, e outros, para
melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores judeus. Ficou detido
cerca de uma semana.[58]
Göth tinha sido preso a 13 de Setembro de 1944 por corrupção e outros
abusos de poder, e a detenção de Schindler fez parte da investigação
acerca das actividade de Göth.[59] Göth não chegou a ser condenado pelas acusações, mas foi enforcado por crimes de guerra no dia 13 de Setembro de 1946.[60]
Em 1943, Schindler foi contactado por líderes sionistas de Budapeste
através de membros da resistência judaica. Schindler viajou, por
diversas vezes, a Budapeste para relatar, na primeira pessoa, o
tratamento que os nazis estavam a impor aos judeus. No regresso trouxe
fundos entregues pela Agência Judaica, e passou-os à resistência judaica.[61][62]
Brünnlitz
À medida que o Exército Vermelho
se aproximava em Julho de 1944, as SS deram início ao encerramento dos
campos de concentração mais a leste, e a enviar os restantes
prisioneiros para oeste, para Auschwitz e Gross-Rosen. O secretário pessoal de Göth, Mietek Pemper,
alertou Schindler sobre o plano nazi de encerrar as fábricas não
envolvidas directamente no esforço de guerra, incluindo a de Schindler.
Pemper sugeriu que Schindler devia alterar a sua produção de material de
cozinha para granadas anti-tanque tentando, assim, salvar as vidas dos
trabalhadores judeus. Usando de subornos e do seu poder de persuasão,
Schindler convenceu Göth, e os oficiais em Berlim, a mudar a sua
fábrica, e respectivos trabalhadores, para Brünnlitz (em checo: Brněnec), na Região dos Sudetas, salvando-os da morte nas câmaras de gás. Utilizando os nomes fornecidos pelo oficial da Polícia dos Guetos Judaicos Marcel Goldberg, Pemper compilou uma lista de 1200 judeus—1000 trabalhadores de Schindler, e 200 da fábrica de têxteis de Julius Madritsch—que tinham sido enviados para Brünnlitz em Outubro de 1944.[63][64][65][66]
A 15 de Outubro de 1944, 700 homens da lista de Schindler foram
enviados para o campo de concentração de Gross-Rosen, onde ficaram uma
semana antes de serem reenviados para a fábrica em Brünnlitz.[67]
O mesmo se passou com 300 mulheres da lista que foram levadas para
Auschwitz, e que ficaram em risco de serem enviadas para as câmaras de
gás. No entanto, as habituais influências e subornos de Schindler
fracassaram na sua libertação. Por fim, enviou a sua secretária, Hilde
Albrecht, com subornos do mercado negro como alimentos e diamantes, e as
mulheres foram levadas para Brünnlitz após difíceis semanas passadas em
Auschwitz.[68]
Para além dos trabalhadores, Schindler levou 250 vagões carregados de máquinas e matérias primas para o local da nova fábrica.[69]
Poucos, ou mesmo nenhuns, projécteis de artilharia foram produzidos na
fábrica. Quando os oficiais do Ministério do Armamento questionaram o
baixo nível de produção da fábrica, Schindler comprou produtos acabados
no mercado paralelo e vendeu-os como sendo dele.[70]
As rações fornecidas pelas SS eram insuficientes para todos os
trabalhadores, o que levou Schindler a passar muitos do seu tempo em
Cracóvia, a comprar comida, armamento e outros materiais. A sua esposa
Emilie permaneceu em Brünnlitz a obter, de forma escondida, rações
adicionais e a tratar da saúde dos trabalhadores e de outras
necessidades básicas.[71][72]
Schindler também conseguiu transferir cerca de 3000 mulheres judias de
Auschwitz para pequenas fábrica de produtos têxteis na Região dos
Sudetas, num esforço para aumentar as suas hipóteses de sobreviver à
guerra.[73][74]
Em Janeiro de 1945, um comboio com 250 judeus que tinham sido
rejeitados como trabalhadores numa mina em Goleschau, na Polónia,
chegaram a Brünnlitz. As portas do comboio tinham congeladas à sua
chegada, e Emilie Schindler teve que esperar que um técnico da fábrica
abrisse as portas com um maçarico. Doze pessoas tinham morrido no
interior do comboio, e as restantes estavam demasiado frágeis para
trabalhar. Emilie levou os sobreviventes para a fábrica e cuidou deles
num hospital improvisado até ao final da guerra.[75][74]
Schindler continuou a subornar os oficiais das SS para impedir a
matança dos seus trabalhadores à medida que o Exército Vermelho se
aproximava.[76]
No dia 7 de Maio de 1945, ele e os seus trabalhadores juntaram-se no
rés-do-chão da fábrica para ouvirem o Primeiro.ministro britânico, Winston Churchill, anunciar na rádio a rendição alemã.[77]
Sendo membro do partido nazi e do serviço de informação Abwehr,
Schindler estava em risco de ser preso como criminoso de guerra.
Bankier, Stern e muitos outros, prepararam uma declaração que ele podia
apresentar aos norte-americanos relatando o seu papel na ajuda prestada
para salvar as vidas dos judeus. Também lhe foi entregue um anel, feito
de um dente em ouro retirado de um Schindlerjude, Simon Jeret. O anel tinha inscrito "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro."[78] Para escapar à captura pelos russos, Schindler e a sua esposa partiram em direcção a oeste no seu automóvel, um Horch
de dois lugares; pendurados no carro, seguiam mais soldados alemães,
que também fugiam. Um camião onde ia a amante de Schindler, Marta,
vários trabalhadores judeus e uma carga de produtos do mercado negro,
seguia atrás. O Horch foi confiscado pelas tropas russas, em Budweis,
as quais já controlavam a cidade. Os Schindler acabaram por não
conseguir levar um diamante que Oskar tinha escondido depois no assento.[79] Continuaram de comboio e a pé até chegarem às linhas americanas na cidade de Lenora, e seguiram para Passau,
onde um oficial norte-americano judeu lhes conseguiu arranjar
transporte para a Suíça de comboio. No Outono de 1945, viajaram para a Baviera, na Alemanha.[80]
No final da guerra, Schindler tinha gasto toda a sua fortuna em
subornos e na aquisição de produtos no mercado paralelo para ajudar os
seus trabalhadores.[81] Sem meios de subsistência, viveu por pouco tempo em Regensburg e, mais tarde, em Munique, mas não conseguiu ter sucesso no pós-guerra. De facto, passou a viver da ajuda das organizações judaicas.[41] Em 1948, apresentou uma reclamação para ser reembolsado das suas despesas do tempo de guerra à American Jewish Joint Distribution Committee, tendo recebido 15 000 dólares.[82]
Ele tinha estimado os seus gastos em mais de 1 056 000 de dólares,
incluindo os custos da construção de infraestruturas nos campos,
subornos, e produtos do mercado negro.[83] Schindler emigrou para a Argentina, em 1949, onde tentou criar galinhas e ratos de poças de água,
um pequeno animal criado para aproveitamento do seu pelo. Quando o
negócio faliu, em 1958, deixou a sua esposa e regressou à Alemanha, onde
teve vários projectos de negócio, como uma fábrica de cimento, mas
qualquer um sem sucesso.[84][85] Em 1963, declarou bancarrota e sofreu um ataque cardíaco no ano seguinte, o que o deixou um mês no hospital.[86]
Mantendo-se sempre em contacto com muitos dos judeus que ele conheceu
durante a guerra, incluindo Stern e Pfefferberg, Schindler sobrevivia à
custa de donativos enviados pelos Schindlerjuden de todo o mundo.[85][87] Schindler morreu no dia 9 de Outubro de 1974, e foi sepultado em Jerusalém, no Monte Sião, sendo o único membro do Partido Nazi a receber esta honra desta natureza.[41][85] Pelas suas acções durante a guerra, em 1963 Schindler recebeu o título de Justos entre as nações, uma honra atribuída pelo Estado de Israel a não-judeus que tiveram um papel activo para salvar judeus durante o Holocausto.[88] Outras honras incluem a Ordem de Mérito alemã (1966).[89]
O escritor Herbert Steinhouse, que o entrevistou em 1948, escreveu
que "os actos excepcionais de Schindler tiveram origem nesse elementar
sentido de decência e humanidade em que a nossa época, tão sofisticada,
raramente acredita. Um oportunista arrependido viu a luz e revoltou-se
contra o sadismo e contra a vil criminalidade à sua volta."[41]
Em 1983, num documentário televisivo, Schindler foi referido como tendo
afirmado: "Senti que que os judeus estavam a ser destruídos . Tinha que
os ajudar; não havia escolha."[90]
A sua história foi contada em livro (Schindler's Ark) por Thomas Keneally e, posteriormente filmada por Steven Spielberg (A Lista de Schindler) no ano de 1993. Este filme é considerado pelo próprio Spielberg e pela crítica como sua obra-prima, e apontado entre os dez melhores filmes da história de Hollywood. O filme foi filmado em preto-e-branco para criar um efeito sombrio e ambientar-se à história retratada. O filme foi o vencedor do Óscar de Melhor Filme em 1994.
Em 1951, Poldek Pfefferberg foi falar com o realizador Fritz Lang
e propôs-lhe fazer um filme sobre Schindler. Também por iniciativa de
Pfefferberg, em 1964 Schindler recebeu um montante de 20 000 Usd da MGM por um documentário que seria intitulado To the Last Hour. Nenhum dos filmes chegou a ser feito, e Schindler acabou por gastar todo o dinheiro da MGM.[91][92] Na década de 1960, a MCA da Alemanha e a Walt Disney Productions em Viena, também falaram com Schindler, mas, de novo, sem nenhum resultado.[93]
Em 1980, o autor australiano Thomas Keneally visitou, por mero acaso, a loja de malas de Pfefferberg em Beverly Hills
, quando se dirigia para casa para depois partir para a Europa para um
festival de cinema. Pfefferberg aproveitou a visita para contar a
Keneally sobre a história de Oskar Schindler. Entregou-lhe cópias de
alguns documentos, e Keneally decidiu elaborar um livro sobre a
história. Após uma pesquisa aprofundada e entrevistas com sobreviventes Schindlerjuden, o seu romance histórico de 1982 Schindler's Ark (publicado, também, como Schindler's List) foi o resultado.[94]
O romance foi adaptado para o filme de 1993, Schindler's List por Steven Spielberg.
Depois de adquirir os direitos em 1983, Spielberg não se sentiu
confiante, tanto a nível profissional como pessoal, para levar o
projecto para a frente, e ofereceu os direitos a outros realizadores.[95] Depois de ter lido um argumento para o projecto preparado por Steven Zaillian para Martin Scorsese, decidiu então trocar com ele o Cape Fear pela biografia de Schindler.[96] No filme, a personagem de Itzhak Stern (desempenhada por Ben Kingsley) é uma mistura de Stern, Bankier, e Pemper.[29]Liam Neeson foi nomeado para Melhor Actor pelo seu papel como Schindler no filme, o qual ganhou sete Óscares, incluindo Melhor Filme.
Outros filmes incluem um documentário britânico de 1983 produzido por Jon Blair para a Thames Television, com o títuloSchindler: His Story as Told by the Actual People He Saved,[97][98] e, em 1998, um programa biográfico na A&E Biography, Oskar Schindler: The Man Behind the List.[99]
A mala de Schindler
Em 1997, uma mala pertencente a Schindler contendo fotografias e
documentos históricos, foi descoberta no sótão da casa de Ami e Heinrich
Staehr em Hildesheim. Pouco tempo antes da sua morte, Schindler tinha ficado uns dias em casa do casal. O filho de Staehr, Chris, levou a mala para Estugarda, onde os documentos foram analisados ao detalhe, em 1999, pelo Dr. Wolfgang Borgmann, editor de ciência no Stuttgarter Zeitung. Borgmann escreveu um conjunto de sete artigos publicados entre 16 e 26 de Outubro de 1999 e, mais tarde, reunidos no livro Schindlers Koffer: Berichte aus dem Leben eines Lebensretters ; eine Dokumentation der Stuttgarter Zeitung (A mala de Schindler: Relatório sobre a vida de um salvador). Os documentos e a mala foram enviados para o museu do Holocausto em Yad Vashem, Israel, em Dezembro de 1999.[100]
Cópias da lista
Secretária de Schindler na Emalia junto de um compartimento cheio de
pratos, panelas e outro material feito na fábrica, com uma cópia da sua
lista no interior.
No início de Abril de 2009, uma cópia de uma versão da lista foi descoberta na Biblioteca Estatal de Nova Gales do Sul, na Austrália,
por trabalhadores que se encontravam a encaixotar material guardado do
autor Thomas Keneally. O documento de 13 páginas, amarelo e frágil,
encontrava-se arquivado entre outros papeis e jornais. A lista foi
entregue a Keneally em 1980 por Pfefferberg quando aquele o estava a
convencer a escrever a história de Schindler. Esta versão da lista
continha 801 nomes, e era datada de 18 de Abril de 1945; Pfefferberg
está referido como o trabalhador n.º 173. Existem algumas versões
verdadeiras da lista pois os nomes foram escritos à máquina por várias
vezes, à medida que as condições se iam alterando nos dias agitados do
final da guerra.[101]
Uma das quatro cópias existentes da lista foi oferecida num leilão de dez dias, com início em 19 de Julho de 2013, no EBay, a um preço de reserva de 3 milhões de dólares.[102] No entanto, não recebeu qualquer oferta.[103]
Outros objectos de colecção
Em Agosto de 2013, uma carta de uma única página assinada por
Schindler em 22 de Agosto de 1944, foi vendida num leilão via internet
por 59 135 Usd. A carta mostra a permissão dada por Schindler a um
supervisor de fábrica para transferir equipamento para a Checoslováquia.
Anteriormente, o mesmo comprador anónimo já tinha adquirido mais
documentos da fábrica de Kraków por 63 426 Usd.
ENTREVISTA A EMILIE SCHINDLER - ESPOSA DE OSKAR SCHINDLER
Nesta entrevista concedida à publicação Brasileira Folha, Emilie dá a sua opinião sobre o filme de Spielberg e sobre os acontecimentos reais nele retratados.
Oskar Schindler era um estúpido, diz sua esposa
Folha: Como foi a participação do seu marido na história filmada por Steven Spielberg? Emilie: Eu conheci Spielberg agora, quando fui a Jerusalém
participar do filme. É um moço simpático, me tratou bem. Mas o filme
está errado. O livro ("Schindler's Ark", de Kennealy) em que se baseou
não é bom. Há muita coisa inventada. Não foi Schindler, fui eu.
Schindler não fazia nada, era um pobre coitado.
Folha: Mas ele não salvou 1.200 pessoas, 1.200 judeus, durante o nazismo? Emilie: É verdade que ele fez a lista, mas é também verdade que
eu arrumava a comida. Schindler só dizia: "Façam isso, façam aquilo!"
Schindler não fazia nada, não sabia nada. Era eu quem cuidava deles.
Folha: A senhora os conhecia? Emilie: Não. Eu só arrumei a comida. Uma vez, Schindler foi
comprar farinha. Não havia farinha. Estávamos em 1944, não havia comida
nem para os alemães. A comida era racionada e ele tentou trocar
diamantes por comida. Não deu certo. Aí, eu fui conversar com uma
mulher, uma nobre, que era dona de um moinho, e ela me disse para ir com
um caminhão da fábrica buscar farinha. E nós fomos. A fábrica ficava ao
lado do moinho. O caminhão saiu de um portão e entrou no outro. Vivemos
meses com aquela comida.
Folha: E seu marido? Emilie: Bom, ele arrumou vodca polonesa e eu troquei aquela vodca
por aveia com um funcionário do moinho. Também ajudou. Eu ainda
consegui carne. Troquei com um veterinário que arrumava carne de animais
mortos, feridos. Ele queria café e nós tínhamos café. Aguentamos.
Folha: Quando os russos chegaram, em maio de 1945, como foi? Emilie: Terrível! Os nazistas, os SS, fugiram todos. Entraram num
caminhão com um monte de secretárias e fugiram. Não sei se algum
sobreviveu. Dos operários, sei que sobreviveram muitos, alguns dos quais
eu reencontrei em Jerusalém. Na hora, foi cada um para o seu lado. Nós
fomos para a Alemanha. Foram tempos bem difíceis; depois, viemos para a
Argentina.
Folha: Onde a senhora conheceu Oscar? Emilie: Schindler e eu éramos da mesma região, dos Sudetos, na
época, Império Austríaco. Hoje, é Tcheco-Eslováquia (Na verdade, a
Tchecoslováquia foi desmembrada em dois países e Emilie vem de onde fica
a República Tcheca). Fica perto de Pilsen. Vivemos sempre lá, até a
anexação pelos alemães. Minha família e a dele eram de fala alemã. Em
1939, fomos para a Polônia, para Cracóvia. Eu fiquei vivendo lá e
Schindler depois foi para outra cidadezinha, onde ficava a fábrica. Eu
nunca fui lá.
Folha: E depois da guerra? Emilie: Viemos para a Argentina, depois de uma época na Alemanha.
Tínhamos uma granja, uma pequena propriedade aqu em San Vicente (uma
cidadezinha da periferia de Buenos Aires, cheia de chácaras e pequenos
sítios). Schindler era um doido. Queria uma criação de martas para
vender a pele. Eu disse que não ia dar certo. Não deu. Um dia, ele disse
que iria à Alemanha, buscar o dinheiro da indenização. Nunca voltou.
Soube dele muito depois. Morreu e foi enterrado em Jerusalém. Era um
homem estranho.
Folha: E a senhora? Emilie: Eu fiquei por aqui. Em 1962, 1963, vendi a propriedade
para pagar as dívidas que Schindler tinha deixado. Se não fosse pela
B'Nai Brit (uma organização de ajuda da comunidade judaica), que me
arrumou esta casa e o terreno, não sei como estaria.
Folha: Os judeus ajudaram? Emilie: Foi. Eles sabiam da história. Eu tinha muitos conhecidos
judeus. Um deles, Simon Muchnik, era meu médico. Era uma boa pessoa,
muito respeitado. Eles me ajudaram. Eu vim para cá, criei bois naquele
quintal lá do fundo, criei galinhas, plantei. Sobrevivi.
Folha: Onde a senhora aprendeu a cuidar de animais? Emilie: Meus pais eram agricultores. Se não fosse por isso, pela minha habilidade com animais e plantas, não sei como teria sobrevivido.
Folha: A senhora tem filhos, parentes?
Emilie: Não tenho filhos. Só gatos e um cachorro. Tenho uma sobrinha por
parte do Schindler, que eu cuidei depois da guerra e que já veio aqui
uma vez, me visitar. Fomos juntas a Foz de Iguaçu. Tenho amigos que
vivem em Nova York. Fui quatro vezes lá. Devo ir de novo, no final do
ano, ver o filme.
Folha: O que a senhora acha do seu marido? Emilie: Olha, eu não penso nele. Ele era meio louco. Um estúpido.
Grandes Mistérios da Humanidade
OS MISTÉRIOS DE JAVIER SIERRA
Tentei reunir aqui alguns dos maiores mistérios da humanidade, analisados em diversos programas de TV do investigador e escritor Javier Sierra, autor de inúmeros "Best-Sellers" e um dos maiores investigador desses mistérios e fenómenos que nos intrigam e apaixonam a todos os que amamos o mistério. Serão abordados aqui, diversos fenómenos e mistérios como os segredos dos Monges Shaolin; a nacionalidade e os mistérios que envolvem Cristovão Colombo; os Templários: o Santo Sudário; mistérios do Vudu e Santeria; pessoas com Sexto Sentido; Mistérios da Bíblia; e outros...!
Programa "O Outro Lado da Realidade" acerca dos mistérios do Thai Chi e dos isteriosos poderes dos sagrados Monges Shaolin. Este programa tem ainda a particularidade de ter a participação de Juan Carlos Aguilar, 3 vezes Campeão Mundial de Kung Fu e 8 vezes campeão de Espanha, que se pensava à data ser um Monge Shaolin. Mais tarde viria-se a descobrir que Juan Carlos era um falso monge Shaolin e foi preso e condenado por ser um assassino em série, tendo protagonizado um dos episódios negros do crime que chocou a Espanha.
OS MISTÉRIOS DE CRISTÓVÃO COLOMBO
Programa O Outro Lado da Realidade, dirigido por Javier Sierra onde se analisam os mistérios referentes ao Navegador Cristóvão Colombo. Ao programa vem especialistas responsáveis pela exumação do corpo do navegador existente em Espanha e especialistas pela análise aos ossos, jornalistas investigadores e outros, que tentarão esclarecer se os restos mortais existentes em Espanha pertencem realmente a Cristóvão Colombo.
MISTÉRIOS DO SANTO SUDÁRIO
Programa O Outro Lado da Realidade, dirigido pelo escritor, investigador Javier Sierra e que nos revelam os mistérios referentes com o Santo Sudário de Turin e a sua veracidade.